AS616 / AS616E
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Locomotiva AS616 da EFCB nº 3374 ainda na fábrica | |
Descrição | |
Propulsão | Diesel-Elétrica |
Fabricante | Baldwin-Whitcomb |
Número de série | 75725 a 75773 |
Modelo | AS616 e AS616E |
Ano de fabricação | 1952, 1953, 1954 |
Locomotivas fabricadas | AS616: 12 AS616E: 25 |
Classificação AAR | C-C |
Tipo de serviço | Misto |
Características | |
Bitola | AS616: 1.600 mm AS616E: 1.000 mm |
Tipo de truques | AS616: Trimount Type Normal AS616E: Trimount Type & Floating Bolster |
Diâmetro das rodas | AS616: 1.067 mm (40") AS616E: 9.144 mm (36") |
Distância entre eixos | Internos: AS616: 2.223 mm AS616E: 1.805 mm Externos: AS616: 1.740 mm AS616E: 2.009 mm |
Comprimento | 17.678 mm |
Largura | 2.200 mm |
Altura | AS616: 4.325 mm AS616E: 4.032 mm |
Peso da locomotiva | AS616: 147.500 kg AS616E: 100.000 kg |
Peso por eixo | AS616: 24.583 kg AS616E: 16.666 kg |
Peso aderente | AS616: 147.500 kg AS616E: 100.000 kg |
Tipo de combustível | Diesel |
Capacidade de combustível | AS616: 4.914 l AS616E: 7.201l |
Fabricante do motor | Baldwin Locomotive Works |
Motor primário | Baldwin 608A |
Limite de RPM | 1.200 RPM |
Tipo de motor | Turbo - Alimentado |
Cilindradas do motor | 32.429 cm³ |
Gerador | Westinghouse 471 BZ |
Motores de tração | 6x Westinghouse AS616: 563A AS616E: 370 DEZ |
Tamanho dos cilindros | 323,85 mm (12.75") x 393,70 mm (15.5") |
Tração múltipla | Sim, Até 3 Unidades |
Performance | |
Velocidade máxima | 65 km/h |
Potência total | 1650 hp |
Potência disponível para tração | 1600 hp |
Esforço de tração | AS616: 32.950 kgf AS616E: 17.014 kgf |
Raio mínimo de inscrição | AS616: 78m |
Freios da locomotiva | Ar comprimido |
Sistema de freio | 6SL WABCO |
Operação | |
Ferrovias Originais | EFCB, RVPSC |
Ferrovias que operou | EFS, Fepasa, CBTU |
Número de locomotivas na classe | 37 |
Nome oficial | AS616 AS616E |
Apelidos | Baldwin, Papo Amarelo |
Local de operação | São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná |
Data de entrega | 1952 a 1954 |
Ano da entrada em serviço | 1952 a 1954 |
Unidades preservadas | Uma unidade, ex-EFCB, na Estação Barão de Mauá, RJ |
Proprietário atual | Uma unidade, ex-EFCB, na Cimento Montes Claros, MG |
Situação | Todas demais desmanchadas |
A Baldwin AS-616 era uma locomotiva diesel-elétrica do tipo "heavy road switchers" — ou seja, foi projetada para serviços de linha e de manobras.
Foram fabricadas pela Baldwin Locomotive Works, junto com as Baldwin-Whitcomb (center-cab) e Baldwin-Whitcomb (end-cab), sendo as únicas locomotivas diesel-elétricas produzidas pela Baldwin para o Brasil.
Ao todo foram produzidas 221 locomotivas AS616 (sendo 7 unidades tipo 'B'), que foram utilizadas principalmente nos EUA, entretanto foram vendidas 20 unidades para o Ferrocarriles Nacionales de México - México, 9 unidades para Orinoco Mining Comapny (US Steel) - Venezuela e 37 unidades para o Brasil, compradas pela Estrada de Ferro Central do Brasil e Rede de Viação Paraná-Santa Catarina.
O equipamento elétrico era de fornecimento da Westinghouse, tanto o gerador de tração como os motores de tração.
O motor era o Baldwin 608A turbo-alimentado de 8 cilindros e 1979 polegadas cúbicas.
Todas as locomotivas que vieram para o Brasil estava equipadas com MU (tração múltipla) para acoplamento de até 3 unidades.
Ela detém o privilégio de ser a primeira máquina com truque "C", para serviços de linha, juntamente com a Alco-GE de 1.600 HP (tipo híbrido, parte mecânica Alco e parte elétrica GE), tanto em bitola métrica como larga.
Possuímos 2 versões da AS616, uma para bitola de 1,6m e outra para 1,0 metro. Em termos de potência são idênticas, mas externamente possuem diferenças significativas.
Tabela
Modelo | Potência (HP) | Bitola (m) | Fabricante | Origem | Ano de Fabricação |
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AS616 | 1600 | 1,600 | Baldwin | EUA | 1952 |
AS616E | 1600 | 1,000 | Baldwin | EUA | 1953 e 1954 |
Proprietários Originais
Ferrovia | Modelo | Bitola | Quantidade |
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Estrada de Ferro Central do Brasil | AS616 | 1,600m | 12 |
Estrada de Ferro Central do Brasil | AS616E | 1,000m | 20 |
Rede de Viação Paraná-Santa Catarina | AS616E | 1,000m | 5 |
- No Brasil receberam o apelido de Espanta Demônio devido a sua aparência.
AS616
As AS616 começaram a ser exportadas em 1951 e neste mesmo ano a Central do Brasil encomendou 32 unidades, sendo 12 para bitola de 1,6 metro e 20 para a de 1,0 metro.
A única modificação básica do modelo doméstico americano (bitola de 1,435 m) para o nosso foi o alargamento do truque para a bitola larga. Foram equipadas com freio dinâmico no nariz curto.
Elas entraram em serviço inicialmente na região de Barra do Piraí (RJ), para operar com trens de minério. Chegaram a formar trens na linha do Centro com 4700 toneladas entre Conselheiro Lafaiete e Santos Dumont e 5400 toneladas até Volta Redonda.
Foram as primeiras locomotivas a serem operadas no sistema de "tração distribuída", aonde foram empregadas três AS616 na frente do trem e dus no meio, tracionando 80 vagões de minério, totalizando 8840 toneladas.
Posteriormente, foram transferidas para serviços de manobra nos pátios e linhas de subúrbio e, finalmente, foram transferidas (já no fim de sua vida) para a ex-Divisão Especial de Subúrbios do Grande Rio, atualmente CBTU.
AS616E
O "E" das AS616E significa "export", isso porque foram modificadas para bitolas estreitas existentes fora dos EUA. Estas 20 unidades foram a maior encomenda de AS-616E que a Baldwin recebeu.
Inicialmente foram designadas para operar em Belo Horizonte (MG), no trecho de bitola métrica da Central do Brasil, para puxar trens cargueiros, e posteriormente para serviços de manobras nos pátios. Também operaram na região de Montes Claros, norte de Minas Gerais.
A Paraná – Santa Catarina encomendou suas AS616E em 1953, baseada nas informações da EFCB e também porque necessitava de uma máquina com bom desempenho, e foram operar na região de Ourinhos – Curitiba-(PR).
Estas máquinas eram idênticas às da Central, apenas com a inclusão do freio a vácuo para a composição.
Entretanto, estas locomotivas não se adaptaram às condições da via permanente da RVPSC (segundo informações colhidas, ela "abria a linha", devido ao peso) e tiveram vida curta, sendo trocadas por locomotivas GE tipo Cooper-Bessemer C+C da EF Sorocabana.
A Sorocabana possuiu 15 AS616E, sendo 10 compradas da Central do Brasil em 1954 e 5 da RVPSC que foram trocadas por 10 locomotivas GE C+C de 660 HP. Esta troca foi efetuada em 1955 (4 máquinas) e 1956 (6 máquinas).
Na Sorocabana, operaram inicialmente na linha tronco entre Assis (final da eletrificação) e Presidente Prudente, tracionando carga e passageiros.
Posteriormente, foram transferidas para a Baixada Santista, operando inclusive na linha Mairinque – Santos (SP), onde gozavam de ótima reputação. Segundo os maquinistas, as Baldwin "não choravam na rampa".
Elas ficaram conhecidas como "papo-amarelo", pois chegaram na EFS ainda nas cores originais da Central, que eram o azul colonial para o corpo e amarelo cromo para a frente e traseira. Posteriormente, foram pintadas nas cores da Sorocabana, verde colonial, branco para as faixas e cinza para faixa.
A última AS616 da Fepasa a ser baixada foi a 3408, e que só parou por falta de peças de reposição.
Atualmente
Existem somente duas Baldwin AS616, ambas da ex-Central do Brasil, sendo uma de bitola 1,600 m , que não está sendo recuperada. Ela iria ser vendida pela massa falida da Ex-RFFSA e foi salva em operação de "guerra", sendo levada para a Gare da Estação Barão de Mauá, onde está estacionada desde então, se acabando lentamente, a espera de patrocinio para recuperação. Fica em Engenho de Dentro (Preserfe, Rio de Janeiro, RJ).
A outra é de bitola 1,00m e continua "na ativa", em operação na fábrica de Cimento Montes Claros, no município de Montes Claros, MG.
Referências
- Centro-Oeste nº 20 (março-1987) - Baldwin AS-616 nas ferrovias brasileiras
- Modelando uma AS-616 da RVPSC - [1]
- «AS616E R.V.P.S.C.»
- «AS-616 - MR nº 2101A». - JEAN-DENIS BACHAND.
- «AS-616» (em English)