Rede de Viação Paraná-Santa CatarinaPredefinição:Info/topo/imagem | |||||||
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Emblema da RVPSC | |||||||
Informações principais | |||||||
Sigla ou acrônimo | RVPSC | ||||||
Área de operação | Paraná, São Paulo e Santa Catarina | ||||||
Tempo de operação | 1942–1957 transição RFFSA (1969) | ||||||
Interconexão Ferroviária | SPP, VFRGS e EFS | ||||||
Portos Atendidos | Portos Antonina, Paranaguá e São Francisco do Sul | ||||||
Sede | Curitiba – Paraná | ||||||
Ferrovia(s) antecessora(s) Ferrovia(s) sucessora(s)
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Especificações da ferrovia | |||||||
Bitola | 1000 mm | ||||||
A Rede de Viação Paraná-Santa Catarina foi uma autarquia federal instituída oficialmente em 1942 pelo presidente Getúlio Vargas através do Decreto-Lei nº 4.746 de 25 de setembro[1], cuja era "destinada à exploração de transportes ferroviários e rodoviários e ao exercício de atividades industriais e comerciais conexas", segundo Art. 1º do decreto supracitado.
Surgimento das estradas de ferro no Paraná
Estrada de Ferro Paraná
A Estrada de Ferro Paraná foi o primeiro trecho ferroviário a surgir no estado do Paraná. Com o passar dos anos foram surgindo vários outros, nos estados do Paraná, de São Paulo e de Santa Catarina, porém como ferrovias autônomas. Os primeiros estudos para a construção de uma estrada ligando o litoral paranaense a capital datam de 1875.
O trecho entre Curitiba e Paranaguá é uma das mais famosas no Brasil e mesmo no mundo, pois como a São Paulo Railway em São Paulo, foi uma obra sobre a Serra do Mar que teve de vencer os óbvios obstáculos da serra, que pareciam intransponíveis nos anos 1880. Aberta pela então Estrada de Ferro Paraná, e sendo de simples aderência, ao contrário da linha da SPR, a obra por isto acabou sendo mais difícil. O primeiro trecho foi inaugurado em 19 de dezembro de 1883, na baixada, e no início de 1885 alcançava Curitiba, tendo sido esta a primeira ferrovia do Estado do Paraná. Foi prolongada apenas em 1891 a partir de Curitiba até Ponta Grossa e foram construídos os ramais de Rio Negro e de Mafra Serrinha. Em 1892, um ramal partindo de Morretes levou o trem até o porto de Antonina, no então Ramal de Antonina.
Historicamente teve início com o desembarque em torno do ano de 1879 no Porto de Paranaguá de diversos imigrantes Italianos. Instalaram-se na localidade de PORTO DE CIMA e ali desenvolveram as atividades de construção da Linha Paranaguá-Curitiba. No ano de 1890, se mudaram para a localidade de Banhado Grande, onde existe uma estação com esse nome e ali permaneceram até 1885/1886 quando então, foram para a localidade de Restinga Seca, próxima a Cidade de Palmeira, para dar continuidade ao trecho Curitiba-Ponta Grossa.
A linha foi incorporada pela RVPSC, depois passou ao controle federal da RFFSA em 1957. Em 1997, foi incorporada na concessão da Malha Sul, vencida pela FSA - Ferrovia Sul Atlântico, que em 1999 tornou-se a América Latina Logística (ALL). Em abril de 2015, a ALL foi incorporada pela Rumo Logística.
A linha ainda é hoje praticamente a original, tendo deixado de partir da estação velha de Curitiba, em 1972, para partir da nova, a cerca de apenas um quilômetro da antiga. Até hoje correm trens de passageiros por ela.
Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande
O engenheiro João Teixeira Soares projetou, em 1887, o traçado de uma estrada-de-ferro entre Itararé (SP) e Santa Maria (RS), com 1.403 km de extensão, para ligar a então Província de São Paulo, Província do Paraná, Província de Santa Catarina e Província do Rio Grande do Sul pelo interior, o que permitiria a conexão, por ferrovia, do Rio de Janeiro à Argentina e ao Uruguai.
Em 9 de novembro de 1889, poucos dias antes da proclamação da república brasileira, o Imperador D. Pedro II outorgou a concessão dessa estrada-de-ferro a Teixeira Soares.[2] Sua construção teve início em 1897, no sentido norte-sul, tendo o trecho de 264 km entre Itararé e Rio Iguaçu (em Porto União) sido concluído em 1905. Em 1908 Percival Farquhar, através de sua holding Brazil Railway Company, adquiriu o controle da Companhia de Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande.
A formação da RVPSC
Considerando que as ferrovias nos estados do Paraná e Santa Catarina vinham operando em condições precárias, especialmente àquelas que haviam sido administradas pela Brazil Railway Co., o Governo Federal através do Decreto-Lei nº 4.746 de 25 de setembro[1] encampou as mesmas, instituindo oficialmente a Rede de Viação Paraná-Santa Catarina com personalidade jurídica própria de natureza autárquica.
Assim a RVPSC[3] nasceu da fusão das seguintes ferrovias:
- Estrada de Ferro Paraná, trechos: Paranaguá-Curitiba (1885), Morretes-Antonina (1892), Curitiba-Ponta Grossa (1894), Ramal de Rio Negro (1895), Serrinha- Mafra (1902).
- Estrada de Ferro São Paulo Rio Grande, trechos:
- Linha tronco: Ponta Grossa-Rebouças (1900), Ponta Grossa-Joaquim Murtinho (1900), Rebouças-Porto União (1904), Joaquim Murtinho-Jaguariaíva (1905), Jaguariaíva-Itararé (1908), Porto União-Marcelino Ramos (1910);
- Ramal de São Francisco: Corupá-São Francisco do Sul (1910), Corupá-Mafra (1913), Mafra-Porto União (1917);
- Ramal do Paranapanema: Jaguariaíva-Wenceslau Braz (1918), Wenceslau Braz-Jacarezinho (1930), Jacarezinho-Marques dos Reis (1937);
- Ramal Barra Bonita-Rio do Peixe: Wenceslau Braz-Ibaiti (1925), Ibaiti-Lysimaco Costa (1948).
- Estrada de Ferro Norte do Paraná, trecho: Curitiba-Rio Branco do Sul (1909).
No ano de 1944 a SPP foi incorporada à Rede Viação Paraná-Santa Catarina[4] através do Decreto-Lei nº 6.412 de 10 de abril:
- Companhia Ferroviária São Paulo-Paraná, trechos: Ourinhos-Cambará (1924/25), Cambará-Cornélio Procópio (1930), Cornélio Procópio-Jataizinho (1932), Jataizinho-Londrina (1935), Londrina-Apucarana (1942).
A malha também foi ampliada com a interligação dos trechos Engenheiro Gutierrez-Guarapuava (1949-1958); Mafra-Lages que faz parte da ligação ferroviária Brasília-Porto Alegre e foi entregue em 1965; Uvaranas-Pinhalzinho (1974) e Apucarana-Ponta Grossa (Central do Paraná) construída entre 1949 e 1975.
Na década de 40 foram realizadas obras de reforço das pontes entre Morretes e Curitiba, executadas pelo eng. Machado da Costa[5], permitindo posteriormente a circulação de locomotivas diesel-elétricas.
Com a encampação da RVPSC pela RFFSA a malha pertencente a primeira começou como RFFSA 11ª divisão, com as inscrições RFFSA e sob ela Paraná-Santa Catarina, a 11ª divisão respondia pela RVPSC e pela Estrada de Ferro Donna Thereza Christina (EFDTC) que futuramente seria desmembrada em regional própria devido a seu isolamento do sistema nacional. A 11ª divisão por vários anos respondeu a 13ª divisão, originária da antiga VFRGS.
Nos anos 90 com o projeto sigo e as Superintendências Regionais a 11ª divisão da RVPSC foi renomeada como RFFSA Superintendência Regional-5 com sede em Curitiba, ou abreviadamente RFFSA SR-5, tendo como letra de identificação pelo SIGO o "L".
Em 1997 a RFFSA foi leiloada e concessionada para a empresa Ferrovia Sul Atlântico, que em 1999 se tornaria com a fusão com 2 concessionárias Argentinas a ALL-América Latina Logistica.
Atualmente as linhas remanescentes da RVPSC são controladas pela Rumo Logística.
Emblema da RVPSC
A beleza da concepção da mensagem que se pretendia (e se conseguiu) com o emblema da RVPSC transmitir, uma roda de locomotiva, base do moderno transporte ferroviário, atravessada por uma faixa de fazenda, flamejante, que representa a bandeira Nacional, que levada por esta locomotiva, vai propagando a união e o amor pelo trabalho em nosso país.
A roda da engrenagem, com vinte e dois dentes, representa os estados da Federação Brasileira, e ainda, o equilíbrio do funcionamento da Rede com relação a vida nacional, pela simetria de seus dentes.
Sobre o centro da engrenagem, um escudo redondo e convexo, servindo de base as iniciais da RVPSC, representando a defesa e garantia de seu excelente serviço.
E, completando a parte inferior, um garfo, a simbolizar o material mecânico, e, também, colocado como necessidade a harmonia estética do escudo.
A oficialização do escudo ocorreu em 9 de Outubro de 1944, através da portaria número 49-D, assinada pelo então diretor da RVPSC, Coronel Durival de Brito e Silva, na qual se convencionava um módulo "P" para serem mantidas as dimensões do escudo.
- Roda da engrenagem:
- 22 dentes, sendo 15 visíveis.
- altura e espessura dos dentes: 1P.
- tamanho das letras da RVPSC: 1P.
- Escudo:
- diâmetro: 14P
- grossura: 1P no filete e 3P no centro do escudo.
- largura e altura do filete na extremidade 1/3 de P.
- largura das letras RVPSC a parte acima do diâmetro horizontal 3P, abaixo, até o limite da circunferência de raio: 6P.
- Arco:
- diâmetro:10P.
- largura:2P.
- Comprimento:
- Limitado a direita e a esquerda por uma reta de 17,33P partindo do centro do escudo e inclinando em 45º sobre o seu diâmetro horizontal.
O emblema teve 3 fases distintas: a primeira, quando sua criação e oficialização, para o uso após o surgimento da RVPSC. A segunda quando da oficialização de suas dimensões, e a terceira quando o estabelecimento de suas cores.
Frota
Antecessoras
- Companhia Ferroviária São Paulo-Paraná (SPP)
- Estrada de Ferro Paraná (E.F.P.)
- Estrada de Ferro São Paulo Rio Grande (EFSPRG) SP-RG
- Estrada de Ferro Norte do Paraná - 1909 a 1942
Sucessoras
- Rede Ferroviária Federal de 1957 a 1997.
- Ferrovia Sul Atlântico de 1997 a 1999.
- América Latina Logística S.A. a partir de 1999.
- Rumo Logística a partir de 2015.
- América Latina Logística S.A. a partir de 1999.
- Ferrovia Sul Atlântico de 1997 a 1999.
Ver também
- Estrada de Ferro Guaíra a Porto Mendes
- Companhia Ferroviária São Paulo-Paraná
- Correio dos Ferroviários
Ligações externas
- «Atual operadora da Linha Curitiba-Paranaguá - ALL - América Latina Logística S.A.» (PDF)
- «Estações Ferroviárias do Paraná e Santa Catarina - Ralph Mennucci Giesbrecht»
- «Site oficial da ALL - América Latina Logística S.A.»
- «Histórico do Ramal São Francisco»
Referências
- ↑ 1,0 1,1 Câmara dos Deputados (25 de Setembro de 1942). Decreto-Lei nº 4.746, de 25 de Setembro de 1942. [S.l.]: D.O.U.
- ↑ ESPIG, Márcia Janete. A construção da Linha Sul da Estrada de Ferro São Paulo - Rio Grande (1908-1910): mão de obra e migrações.
- ↑ Lando Rogério Kroetz (1984). Estradas de Ferro do Paraná 1880-1940. São Paulo-SP:: USP
- ↑ «DECRETO-LEI N». legis.senado.gov.br. Consultado em 26 de outubro de 2015
- ↑ Carnasciali, Carlos Celso (2006). Oscar Machado da Costa. Um expoente da Engenharia Brasileira. Curitiba-PR: Fundação Santos Lima. 118 páginas. ISBN 85-85525-12-6
- Império do Brazil na Exposição Universal de 1876 em Philadelphia, Rio de Janeiro, Typographia Nacional (1873).
- Texto: livro Ferrovia Paranaguá-Curitiba Uma Viagem de 100 Anos. Rede Ferroviária Federal S/A.