Augusto Abelaira | |
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Nome completo | Augusto José de Freitas Abelaira |
Nascimento | 18 de março de 1926[[Categoria:Predefinição:Categorizar-ano-século-milénio/1]] Coimbra, Portugal |
Morte | 4 de julho de 2003 (77 anos)[[Categoria:Predefinição:Categorizar-ano-século-milénio/1]] Lisboa, Portugal |
Nacionalidade | Portugal português |
Ocupação | Professor, romancista, dramaturgo, tradutor e jornalista |
Prémios | Prémio Ricardo Malheiros (1963) Prémio Cidade de Lisboa (1979) Grande Prémio de Romance e Novela APE/DGLB (1996) Prémio da Crítica da Associação Portuguesa de Críticos Literários (1996) Prémio P.E.N. Clube Português de Novelística (1997) |
Movimento literário | Modernismo tardio |
Magnum opus | Outrora Agora |
Augusto José de Freitas Abelaira (Coimbra[1], 18 de março de 1926 – Lisboa, 4 de julho de 2003) foi um professor, romancista, dramaturgo, tradutor e jornalista português[2].
A sua obra foi influenciada pela estética neorrealista que une os romances histórico-materialistas e os romances psicológicos.
Biografia
Originário de Ançã, nasceu em Coimbra[1], freguesia de Sé Nova, distrito de Coimbra, em 1926. Mudou-se ainda jovem para a cidade do Porto, tendo-se licenciado em Ciências Histórico-Filosóficas pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Abelaira participou ativamente na luta contra o regime de Salazar, integrando-se em movimentos estudantis de oposição, participando ativamente na distribuição de panfletos. Após a década de 1930 passou a utilizar a ironia como sua principal arma, criando personagens com aversão à política de esquerda e à hipocrisia, empenhados em causas como o Movimento de Unidade Democrática e a contestação ao Plano Marshall.
Na década de 40 colaborou no semanário Mundo Literário[3] (1946-1948).
Estreou-se como autor de romances no fim da década de 1950 com o romance A cidade das flores (1959), um retrato das perplexidades da juventude do seu tempo em relação ao totalitarismo de Salazar, deslocando a trama para a Itália a fim de não ser preso pela PIDE.
Foi colaborador da revista Almanaque (1959-61), publicação com redação coordenada por José Cardoso Pires e grafismo de Sebastião Rodrigues, onde colaboraram, entre outros, Luís de Sttau Monteiro, Alexandre O'Neill e João Abel Manta.[4] e colaborou igualmente no Jornal do Caso República (1975) de Raul Rêgo.
Foi detido em 1965 por ter atribuído, como presidente do júri, o Grande Prémio da Novelística da Sociedade Portuguesa de Escritores ao angolano José Luandino Vieira (também preso no Tarrafal), pelo seu livro de contos, Luuanda.
Trabalhou como tradutor e como jornalista no Diário Popular, no Jornal de Letras e no Século. Entre 1977 e 1978, foi diretor de programas da RTP e das revistas Seara Nova e Vida Mundial[5].
A 9 de junho de 1997, foi agraciado com o grau de Comendador da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada.[6]
Obras
- A Cidade das Flores (romance), 1959;
- Os Desertores (romance), 1960;
- A Palavra é de Oiro (teatro), 1961;
- O Nariz de Cleópatra (teatro), 1962;
- As Boas Intenções (romance), 1963;
- Enseada Amena (romance), 1966;
- Bolor (romance), 1968;
- Ode (quase) Marítima, (monólogo), com desenhos de Maria Keil, 1968;
- Quatro Paredes Nuas (contos), 1972;
- Sem Tecto, Entre Ruínas (romance), 1979[7];
- «Olfacto», in Poética dos Cinco Sentidos: La Dame à la Licorne, 1979;
- Anfitrião, Outra Vez (teatro), 1980;
- O Triunfo da Morte (romance), 1981[8];
- O Bosque Harmonioso (romance), 1982;
- O Único Animal que... (romance), 1985;
- Deste Modo ou Daquele (romance), 1990;
- Outrora, Agora (romance), 1996;
- Nem Só Mas Também (romance) [póstumo], 2004;
- «O arquimortes», in Ficções n.º 8, 2003-2004.
Obras traduzidas
- Romeno: Bunele intentii (As boas intenções), tradução de Mirela Stanciulescu, Edinter, 1992.
- Búlgaro: Outrora Agora, tradução de Iordanka Hascimento, Karin-Mariana Todorova, 1996.
Traduções
- A Roda da Fortuna, de Roger Vaillant, Ulisseia, Lisboa, 1961.
- A Promessa, de Gary Kassel, Bertrand, Lisboa, 1962.
- O Tambor, de Günter Grass, Estúdios Cor, Lisboa, 1964.
- História do Mundo, de Jean Duché, (em co-autoria com Severiano Ferreira), Estúdios Cor, Lisboa, 1963 – 1971.
- A Segunda Guerra da Indochina, de Wilfred G. Burchett, Seara Nova, Lisboa, 1971.
- O Doutor Jivago de Boris Pasternak, Europa – América, Mem Martins, 1987.
- O Declínio da Idade Média de Johan Huizinga, Ulisseia, Lisboa, 1996.
Prémios
- Prémio Ricardo Malheiros, da Academia das Ciências de Lisboa, pelo romance As boas intenções (1963)
- Prémio Cidade de Lisboa, pelo romance Sem tecto entre ruínas (1979)
- Grande prémio de romance e novela, da Associação Portuguesa de Escritores, pelo romance Outrora, agora (1997)
- Prémio da Crítica, pelo romance Outrora, agora (1997)
- Prémio Cidade de Lisboa, pelo romance Outrora, agora (1997)
- Prémio de Pen Club, pelo romance Outrora, agora (1997)
Referências
- ↑ 1,0 1,1 certidão de nascimento
- ↑ Augusto Abelaira. Infopédia http://www.infopedia.pt/$augusto-abelaira. Consultado em 28 de dezembro de 2012 Em falta ou vazio
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(ajuda) - ↑ Helena Roldão (27 de janeiro de 2014). «Ficha histórica: Mundo literário: semanário de crítica e informação literária, científica e artística (1946-1948).» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 3 de Novembro de 2014
- ↑ Fragoso, Margarida – Design Gráfico em Portugal: formas e expressões da cultura visual do século XX. Lisboa: Livros Horizonte, 2012, p. 121, 122. ISBN 978-972-24-1716-7
- ↑ VIEIRA, Agrioina Carriço. Augusto José de Freitas Abelaira.
- ↑ «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Augusto Abelaira". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 17 de julho de 2019
- ↑ Sobre esta obra, ver o estudo de Inês Assunção Gamelas intitulado 1968 (e depois) – Representações da juventude nos romances Heiβer Sommer, de Uwe Timm, e Sem Tecto, entre Ruínas, de Augusto Abelaira, Aveiro, 2010.
- ↑ Sobre esta obra, ver o estudo de Natália Ubirajara Silva intitulado A Sinfonia Narrativa de Augusto Abelaira: A Metaficção em O Triunfo da Morte, Porto Alegre, 2009.
Ligações externas
- Jornal do Caso República(cópia digital)