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O ataque ao engenho Tracunhaém, também conhecido como tragédia de Tracunhaém ou chacina de Tracunhaém foi um ataque de índios potiguaras dirigido ao Engenho Tracunhaém, próximo a Goiana, Pernambuco, ocorrido em 1574. Neste ataque, toda a população colonizadora da região foi dizimada.
Contextualização
Depois do descobrimento do Brasil pelos portugueses, nas terras ainda por serem ocupadas, transitavam piratas e corsários, traficantes de pau-brasil. Estes traficantes eram, na sua maioria, franceses, que, logo, estabeleceram, com os índios, uma relação de escambo: em troca da extração do pau-brasil, os índios recebiam objetos considerados sem valor pelos franceses, como espelhos, pentes, tesouras, dentre outros.
Para explorar as terras, a Coroa portuguesa dividiu o país em capitanias hereditárias, porções de terra administradas por um só dono, que tinha poder sobre tudo que acontecia dentro desta. Em 1534, D. João III doou a capitania de Itamaracá a Pedro Lopes de Sousa. As suas terras iam desde a foz do rio Santa Cruz (hoje rio Igaraçu) em Pernambuco, até próximo ao rio Paraíba, que, nessa época, chamava-se São Domingos. A administração da capitania coube a Francisco Braga, que rivalizava com Duarte Coelho. Francisco Braga, no entanto, levou a capitania à falência. Foi substituído por João Gonçalves, que desenvolveu engenhos e fundou a Vila Conceição.
Com a morte de Pedro Lopes de Sousa em 1536 e a não observância da Lei de Sesmarias, as terras devolutas retornaram ao domínio da Coroa Portuguesa. Este distanciamento administrativo facilitou a ação dos traficantes franceses e os ataques dos índios potiguaras. Estes índios mantinham relações mercantilistas com os franceses e resistiam aos colonizadores portugueses devido ao risco de escravização. Eram frequentes os ataques dos indígenas com arcos e flechas a Itamaracá.