Predefinição:Estado extinto A Capitania de Itamaracá (Antiga Ortografia: Capitania de Tamaracá) foi uma das quinze divisões originais do território brasileiro entregues a donatários em regime de hereditariedade. A capitania foi doada a Pero Lopes de Sousa, em 1534. O território da capitania estendia-se desde a linha imaginária de Tordesilhas até a costa, tendo como limite norte a Baía da Traição (Paraíba) a Igarassu (Pernambuco). Foram capitais da capitania as cidades de Itamaracá e Goiana. Foi originalmente o protetorado ultramarino português de maior extensão longitudinal indo do extremo leste do mainland americano até Tordesilhas, enquanto o de maior área era o Rio Grande (atual Rio Grande do Norte), porém perdeu esse título para o seu desmembramento Setentrional que passou a se chamar Paraíba ou Paraiwa (originalmente São Domingos), que significa algo como de navegação difícil.
A capitania contava com seis freguesias, entre as quais três vilas: Taquara, Alhandra, Goiana, També, Tejucupapo e Itamaracá.[1]
História
Pero Lopes de Sousa colocou Francisco de Braga à frente da capitania, que ocupou a ilha da Conceição e fundou a vila Marial ou de Nossa Senhora da Conceição em 1534[2]. Entretanto, no continente viviam os índios potiguaras que impunham muita resistência aos colonizadores e também franceses traficantes de pau-brasil[2]. Os índios e os franceses eram aliados, pois mantinham uma relação mercantilista, ao passo que os portugueses representavam a ameaça de escravidão. Eram frequentes os ataques aos habitantes portugueses da região e da capitania de Olinda, de Duarte Coelho.
O donatário da capitania veio a falecer 1534. Como não foi cumprida a cláusula da Lei das Sesmarias, as terras voltaram ao patrimônio da Coroa, tornando-se devolutas e a Itamaracá tornou-se capitania real. O domínio do território pelos potiguaras era uma ameaça à segurança dos colonizadores portugueses. [2]
Em 1540 foi nomeado a João Gonçalves como administrador real, mas este só chegaria em 1548.[2]
O fim da capitania de Itamaracá foi precipitado pelo episódio conhecido como Tragédia de Tracunhaém, ou chacina de Tracunhaém.
A capitania foi extinta e foi criada a capitania da Paraíba em 1574, a qual só viria a ser instalada em 1585 com recursos para evitar mais invasões francesas, repelir ataques dos tabajaras e potiguaras e assegurar a conquista do norte do Nordeste brasileiro.
A colonização portuguesa da Paraíba e Pernambuco expandiram para Itamaracá. Desde então, as menções de Itamaracá como entidade política tende a sumir na história[carece de fontes]. Durante o domínio holandês o cronista Elias Erckmann no século XVII em uma crônica para o Instituto de Utretch descreve a capitania como uma província da Nova Holanda entre as duas já citadas. No século XVIII um autor luso-baianoPredefinição:Quem? cita a capitania como ainda existente tal como duas do sul baiano posteriormente anexadas pela Bahia a exemplo do que ocorreu a Itamaracá frente a Pernambuco.
Somente em 1763, com a morte de seu último donatário, foi oficialmente extinta a capitania de Itamaracá, sendo anexada a Pernambuco, cuja sede original era Olinda.[3]
Principais Vilas
- Goiana: Na divisa com a capitania da Paraíba era a sede da capitania e pôde prosperar mais pela sua maior distância em relação a Olinda, já que essa tendia a atrair mais colonos e investimentos.[1]
- Igarassu: Na divisa com a capitania pernambucana, prosperou justamente pela proximidade maior com Olinda.
- Conceição: Foi a primeira denominação da sede da ilha e marco geográfico costeiro que deu nome a capitania inteira. Representou um momento inicial da ocupação da capitania, quando os colonos ainda temiam adentrar o interior continental.
Cronologia
- Século XVI: A capitania é oficialmente criada.
- Século XVII: Separação de Itamaracá do Norte que passa a se chamar capitania real do rio Paraíba de São Domingos.
- Século XVIII: perde sua soberania diante da vizinha Olinda.
Referências
- ↑ 1,0 1,1 Manuel Correia de Oliveira Andrade (1999). Itamaracá, uma Capitania Frustrada. [S.l.]: Centro de Estudos de História e Cultura Municipal. 111 páginas
- ↑ 2,0 2,1 2,2 2,3 IBGE. Enciclopédia dos Municípios Brasileiros. Rio de Janeiro, 1958
- ↑ FERNANDES GAMA, Memórias Históricas da Província de Pernambuco, 47 - DHBN, 20:164; ,35:46 e 84:27
- A conquista da Paraíba
- Breve história da cidade de João Pessoa
- ANDRADE, Manuel Correia de. Itamaracá, uma Capitania Frustrada Recife: Centro de Estudos de História e Cultura Municipal, 1999.
- BARBALHO, Luciana de Carvalho. Capitania de Itamaracá: Poder Local e Conflito: Goiana e Nossa Senhora da Conceição Dissertação de Mestrado. UFPB: João Pessoa, 2009.
- REDIRECIONAMENTO Predefinição:Antigos estados e territórios do Brasil