𝖂𝖎ƙ𝖎𝖊

Antroposofia

Rudolf Steiner, o criador da antroposofia, em foto de aproximadamente 1905

A antroposofia[1] ou antropossofia ("antrop(o)", "homem" + "sof(o)", "sábio" + "ia", "qualidade, estado, profissão") é uma doutrina filosófica e mística fundada pelo filósofo austríaco Rudolf Steiner (1861-1925).[2] Segundo Steiner, a antroposofia é a "ciência espiritual". Ele a apresenta como um caminho em busca da verdade que preenche o abismo historicamente criado desde a escolástica entre e ciência. Na visão de Steiner, a realidade é essencialmente espiritual: ele queria ajudar as pessoas a superar o mundo material e entender o mundo espiritual através do eu espiritual, de nível superior. Segundo Steiner, há um tipo de percepção espiritual que opera de forma independente do corpo e dos sentidos corporais.[3]

A aplicação da antroposofia em áreas como medicina, biologia e agricultura biodinâmica tem sido classificada como pseudociência.[4][5]

Descrição

Steiner coloca que, ao se pensar sobre o pensar, começamos a ter acesso a uma consciência diferente da cotidiana. A primeira experiência que podemos ter de um conceito que não encontra correspondente nas percepções do mundo é a vivência do próprio Eu. É a primeira instância de uma experiência no puro pensar. A partir daí, muito mais pode ser vivenciado no puro pensar, como vários conceitos que não encontram correspondentes em percepções físicas. Mas, para isso, Steiner diz ser necessário ampliar a capacidade de nossa consciência e apresenta exercícios para tal.

A base epistemológica da antroposofia está contida na obra A Filosofia da Liberdade, assim como em sua tese de doutorado, Verdade e ciência. Estes e vários outros livros de Steiner anteciparam a gradual superação do idealismo cartesiano e do subjetivismo kantiano da filosofia do século XX. Assim como Edmund Husserl e Ortega y Gasset, Steiner foi profundamente influenciado pelos trabalhos de Franz Brentano, e havia lido Wilhelm Dilthey em detalhe. Por meio de seus primeiros livros, de cunho epistemológico e filosófico, Steiner tornou-se um dos primeiros filósofos europeus a superar a ruptura entre sujeito e objeto que Descartes, a física clássica, e várias forças históricas complexas gravaram na mente humana ao longo de vários séculos.[carece de fontes]

Steiner definiu a antroposofia como "um caminho de conhecimento para guiar o espiritual do ser humano ao espiritual do universo." O objetivo do antropósofo é tornar-se "mais humano", ao aumentar sua consciência e deliberar sobre seus pensamentos e ações; ou seja, tornar-se um ser "espiritualmente livre".

Steiner ministrou vários ciclos de palestras para médicos, a partir dos quais surgiu um movimento de medicina antroposófica que se espalhou pelo mundo e que, agora, inclui milhares de médicos, psicólogos e terapeutas, e que possui seus próprios hospitais e universidades médicas [carece de fontes]. Outras vertentes práticas da antroposofia incluem: a arquitetura orgânica (a sede da Sociedade Antroposófica Geral — veja Seção "Ligações externas", o Goetheanum, em Dornach, na Suíça, é uma amostra dessa arquitetura), a agricultura biodinâmica, a educação infantil e juvenil (pedagogia Waldorf), a farmácia antroposófica, que é uma extensão da homeopática (Wala, Weleda, Sirimim), a nova arte da euritmia ("o movimento como verbo e som visíveis"), e a pedagogia curativa e terapêutica social, em que se destacam os centros denominados Vilas Camphill.

A obra completa de Steiner, toda publicada, contém cerca de 350 volumes com seus livros e ciclos, com as mais de 6 000 palestras que foram estenografadas (veja Seção "Ligações externas").

Rompimento com a teosofia

De 1902 a 1912, Steiner foi presidente da Sociedade Teosófica da Alemanha.[3] O rompimento de Steiner com a teosofia foi por os teosóficos não tratarem Jesus Cristo ou o cristianismo como algo especial, porém Steiner continuou aceitando conceitos hinduístas como carma e reencarnação na antroposofia.[3]

História da humanidade

Segundo Steiner, a humanidade habita o planeta Terra desde sua criação, existindo sob a forma de espíritos e assumindo diversas formas. Atualmente, estaríamos vivendo no Período Pós-Atlântida, que começou com o afundamento da Atlântida em 7227 a.C. O período Pós-Atlântida se divide em sete épocas, sendo a atual a época Euro-Americana, que durará até o ano de 3573. Após esta era, os homens vão recuperar os poderes de clarividência que tinham no período anterior aos gregos antigos.[3]

Commons
O Commons possui imagens e outros ficheiros sobre Antroposofia
Wikcionário
O Wikcionário tem o verbete Antroposofia.

Referências

  1. Academia Brasileira de Letras. Disponível em http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=23. Acesso em 21 de junho de 2015.
  2. FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 134.
  3. 3,0 3,1 3,2 3,3 Bob Carroll (12 de setembro de 2010). «Rudolf Steiner (1861-1925)». Skeptic's Dictionary (em inglês). Skepdic.com. Consultado em 22 de janeiro de 2014 
  4. The Skeptic Encyclopedia of Pseudoscience. [S.l.]: ABC-CLIO. 2002. pp. 31–. ISBN 9781576076538 
  5. Ruse, Michael (25 de setembro de 2013). The Gaia Hypothesis: Science on a Pagan Planet. [S.l.]: University of Chicago Press. pp. 128–. ISBN 9780226060392. Consultado em 21 de junho de 2015 

Bibliografia

  • Erro de script: Nenhum módulo desse tipo "Citar enciclopédia".

Ver também

Ligações externas


Predefinição:Cristianismo2

talvez você goste