A Tempestade ou O Livro dos Dias | |||||||
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Legião Urbana - A Tempestade ou O Livro dos Dias.jpg | |||||||
Álbum de estúdio de Legião Urbana | |||||||
Lançamento | 20 de setembro de 1996 | ||||||
Gravação | Janeiro—Junho de 1996 | ||||||
Gênero(s) | |||||||
Duração | Predefinição:Duração[1] | ||||||
Formato(s) | |||||||
Gravadora(s) | EMI | ||||||
Produção | Dado Villa-Lobos[2] | ||||||
Certificação | Diamante[3] | ||||||
Cronologia de Legião Urbana | |||||||
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A Tempestade ou O Livro dos Dias, ou apenas A Tempestade, é o sétimo álbum de estúdio da banda brasileira de rock Legião Urbana, lançado em 20 de setembro de 1996. É o último disco lançado pela Legião Urbana com Renato Russo ainda vivo, sendo que após o lançamento do mesmo o cantor morreu em 11 de outubro de 1996. No Brasil foram vendidos mais de 1,1 milhão de cópias,[4] e foi o quarto mais vendido da banda, sendo certificado com disco de diamante pela ABPD.[3]
Contexto
A Tempestade ou O Livro dos Dias foi gravado em meio a uma recaída do vocalista, violonista e tecladista Renato Russo, que gravara o disco anterior (O Descobrimento do Brasil) totalmente limpo de drogas e álcool.[5]
No período, Renato finalizava também seu segundo disco solo, Equilíbrio Distante, enquanto os outros dois membros da banda (o guitarrista Dado Villa-Lobos e o baterista Marcelo Bonfá) se uniam ao diretor artístico da EMI-Odeon João Augusto para remasterizar os seis CDs anteriores do grupo e lançar as novas versões em uma caxa denominada Por Enquanto - 1984/1995.[6]
Gravação
A Tempestade ou O Livro dos Dias foi gravado a partir de janeiro de 1996[6] nos AR Estúdios, na Barra da Tijuca. A banda teve um desentendimento com o local assim que iniciaram os trabalhos, pois descobriram que as instalações não haviam sido reservadas exclusivamente para eles. Renato fez disso mais um motivo para não acompanhar as gravações, ao mesmo tempo em que o tecladista de apoio Carlos Trilha passava a acompanhar praticamente todo o trabalho do grupo. Diferentemente do disco anterior, não houve uso de Pro Tools nesta obra.[2]
O álbum foi planejado para ser um disco duplo, mas Renato era contra por temer um preço final muito elevado. Os outros dois integrantes acabaram aceitando lançar somente A Tempestade (nome na capa) quando perceberam que seu colega provavelmente não viveria muito tempo. Na época, Renato já aparentava estar bastante magro e debilitado. Marcelo gostava mais do nome O Livro dos Dias, termo que aparece na primeira parte do encarte. O livreto trazia também uma frase de Oswald de Andrade: "O Brasil é uma república federativa cheia de árvores e gente dizendo adeus".[6] É o único disco da banda a não conter a frase Urbana Legio Omnia Vincit ("Legião Urbana vence tudo", em latim).[7]
Devido ao seu estado de saúde, Renato gravou apenas a voz-guia das faixas, não tendo voltado ao estúdio para registrar as versões definitivas, que deveriam ir para o produto final. A única exceção é a faixa "A Via Láctea", com elementos de autobiografia e que ele queria que fosse enviada às rádios.[2] Jorge Davidson, diretor artístico que levou a banda à EMI-Odeon - e que, na época, atuava na Sony - foi convidado por Renato a visitá-lo em seu apartamento e ouvir o disco pronto. Ele recomendou que Renato regravasse suas vozes, mas o cantor voltou a se recusar. Foi a última vez que os dois se encontraram.[8]
Renato acompanhou pouco dos trabalhos presencialmente, mas era atualizado por telefone diariamente por Dado.[2] Além disso, recebia por meio do roadie Reginaldo Ferreira as fitas de Dado, que eram retornadas ao colega também pelas mãos de Reginaldo.[9]
Renato constantemente reprovava o trabalho dos colegas. Disse a Dado ao ouvir o material quase todo pronto que "a única coisa que servia dali era o clique do metrônomo" e chegou a brigar com o Carlos por ligar para ele diariamente de madrugada para expressar desaprovação pelo trabalho dele.[9]
Ainda, Marcelo comentou que evitava ficar em estúdio além do necessário, pois o clima no local era triste.[9]
Em seu último contato com Renato, Reginaldo telefonou para o cantor para perguntá-lo o que havia achado do produto final. Renato respondeu: "ainda não defini o masculino e o feminino do disco", frase que Reginaldo nunca chegou a compreender.[10]
Recepção
Recepção da crítica
Predefinição:Críticas profissionais
Recepção comercial
O álbum teve uma vendagem de 1.100.000 milhões de cópias,[4] sendo um dos discos mais vendidos de 1996 e um dos mais vendidos da banda. As canções mais tocadas nas rádios foram "A Via Láctea" e "Dezesseis"; e em menor grau "L'Avventura", "Esperando por mim", entre outras.[3]
Faixas
Formação
- Renato Russo - vocais, baixo e violões
- Dado Villa-Lobos - guitarras, baixo, viola, violões e vocais
- Marcelo Bonfá - bateria, ocarina, percussão e vocais
- Carlos Trilha - teclados, rhythm track e baixo eletrônico
Vendas e certificações
País | Certificação | Vendas |
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Brasil (Pro-Música Brasil) |
Diamante[3] |
996.000+[4] |
Notas e referências
- ↑ Fuscaldo 2016, p. 96.
- ↑ 2,0 2,1 2,2 2,3 Fuscaldo 2016, p. 92.
- ↑ 3,0 3,1 3,2 3,3 «Legião Urbana». ABPD. Consultado em 28 de março de 2010
- ↑ 4,0 4,1 4,2 «PARA SEMPRE RENATO RUSSO: 20 ANOS APÓS A MORTE, OBRA SE MANTEM ATUAL». Contramao. Consultado em 11 de outubro de 2016. Arquivado do original em 7 de outubro de 2017
- ↑ Fuscaldo 2016, p. 90.
- ↑ 6,0 6,1 6,2 Fuscaldo 2016, p. 91.
- ↑ Fuscaldo 2016, p. 104.
- ↑ Fuscaldo 2016, p. 93-94.
- ↑ 9,0 9,1 9,2 Fuscaldo 2016, p. 93.
- ↑ Fuscaldo 2016, p. 94.
- Fuscaldo, Chris (2016). Discobiografia Legionária. São Paulo: LeYa. ISBN 978-85-441-0481-1