Uma Outra Estação | |||||||
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Legião Urbana - Uma Outra Estação.jpg | |||||||
Álbum de estúdio de Legião Urbana | |||||||
Lançamento | 18 de julho de 1997 | ||||||
Gravação | 1996—97 | ||||||
Gênero(s) | |||||||
Duração | Predefinição:Duração[1] | ||||||
Idioma(s) | |||||||
Formato(s) | |||||||
Gravadora(s) | EMI | ||||||
Produção | [2] | ||||||
Certificação | Platina[3] | ||||||
Cronologia de Legião Urbana | |||||||
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Singles de Uma Outra Estação | |||||||
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Uma Outra Estação é o oitavo e último álbum de estúdio da banda brasileira de rock Legião Urbana, lançado em julho de 1997, nove meses após a morte de seu líder, Renato Russo, e o fim das atividades do grupo. Foi o segundo álbum de menor vendagem do grupo perdendo apenas para V (1991), mas mesmo assim foi certificado com Disco de Platina duplo pela ABPD,[3] por conta de suas vendas significativas de mais de 750 mil cópias.[4]
Contexto
Em 22 de outubro de 1996, 11 dias após a morte do vocalista, violonista e tecladista Renato Russo, o guitarrista Dado Villa-Lobos, o baterista Marcelo Bonfá e o diretor artístico da EMI Music, João Augusto, anunciaram o fim das atividades do grupo que, por contrato, ainda devia três títulos à gravadora.[5]
Em março do ano seguinte, Dado decidiu trabalhar nas canções que sobraram das sessões para o disco anterior, A Tempestade ou O Livro dos Dias. Um total de 28 faixas foram gravadas, mas apenas 15 constaram no disco final.[5] O guitarrista assinou a produção com Tom Capone, que já havia auxiliado a banda na gravação do disco anterior, quando era diretor do AR Estúdios, embora não constasse nos créditos.[2]
Informações das faixas
A primeira canção, "Riding Song", conta com a participação do ex-baixista Renato Rocha, que integrou o grupo entre 1984 e 1989. Sua letra é formada por apenas dois versos ("Eu já sei o que eu vou ser / Ser quando crescer"), escritos e cantados por Dado. Conta com trechos de uma entrevista da época do álbum Dois, na qual os quatro integrantes (incluindo Rocha) se apresentam.[6]
A canção "La Maison Dieu" é uma crítica aos militares e à tortura praticada durante o regime militar (vigente no país entre 1964 e 1985).[7]
A faixa-título do disco anterior acabou saindo apenas neste.[2] O álbum traz também algumas canções vetadas anteriormente, como "Clarisse", criada na época do A Tempestade ou O Livro dos Dias e que fala sobre uma garota de 14 anos que se corta com um canivete trancada no banheiro. Ela foi considerada muito pesada na época.[2][8] Outro exemplo é "Dado Viciado", criada nos primórdios da banda e que retrata a transformação pela qual passa um usuário de heroína, mas que acabou deixada de lado por medo de que as pessoas achassem que seu título se referisse ao guitarrista Dado Villa-Lobos.[2]
A canção que encerra o disco, "Travessia do Eixão", é a única (junto com os instrumentais "Schubert Ländler" e "High Noon (Do Not Forsake Me)") não composta pelos integrantes da Legião Urbana. Além disto, ela conta com a participação do baixista Bi Ribeiro, d'Os Paralamas do Sucesso, que gravou o baixo acústico nela e em "Antes das Seis".[2]
"Schubert Ländler" é uma vinheta instrumental composta por Franz Schubert, tocada por Carlos Trilha, e é a faixa mais curta da banda, com apenas 1 minuto e 9 segundos de duração. Esta versão da música (o solo de piano "Schubert Ländler Piano") foi escolhida por Renato após dúzias de takes de gravação. Carlos foi à Biblioteca Nacional para obter uma partitura e nunca entendeu por que Renato solicitou que ele tocasse a peça.[9]
A faixa "Sagrado Coração", apesar de ter sua letra no encarte, não possui registro da voz de Renato, já que este não resistira até a gravação. Esta música teve a coautoria de Carlos Trilha (que chorou ao ouvir a versão final, sem a voz de Renato[9]) reconhecida pela família de Renato Russo em 2009 após um internauta, fã do cantor, ter enviado a Carlos uma entrevista informal do Renato Russo feita pelo jornalista Marcelo Fróes. Nesta entrevista, Renato Russo afirma que fez esta música junto com Carlos Trilha.[9] Em outubro de 2010, o álbum foi relançado em um box especial e também em LP (vinil). Esta edição traz o encarte modificado e um texto explicativo sobre o assunto.Predefinição:Qual Este texto por produzido pela jornalista Christina Fuscaldo, com ajuda de depoimentos de todos os músicos envolvidos na gravação dos oito discos.[10]
As principais canções do álbum tocadas nas rádios foram "As Flores do Mal", "Antes das Seis" e, em menor grau, "Marcianos Invadem a Terra".[11][12] Esta última, fruto da fase "Trovador Solitário" de Renato Russo, só havia sido registrada em estúdio em 1993, quando Dinho Ouro Preto lançou seu segundo disco solo, autointitulado.[13]
Capa e encarte
A capa de Uma Outra Estação traz uma ilustração de Marcelo inspirada por Brasília, a cidade natal da banda.[2]
A primeira página do encarte trazia a frase: "Ouça este disco da primeira à última faixa. Esta é a história de nossas vidas".[14] A penúltima tinha uma lista de instituições e a mensagem: "Sinta-se bem contribuindo com as seguintes instituições que precisam da sua ajuda".[2] O encarte marca também a volta da frase Urbana Legio Omnia Vincit ("Legião Urbana vence tudo", em latim), que figurou em todos os discos do grupo exceto A Tempestade ou O Livro dos Dias.[14]
Faixas
Formação
- Renato Russo - voz, violões, baixo e teclados
- Dado Villa-Lobos - guitarras, violões, baixo, craviola, gaita, dobro, bandolim, percussão e vocais
- Marcelo Bonfá - bateria, ocarina, percussão e vocais
- Carlos Trilha - teclados, piano, órgão Hammond e programações
Músicos convidados
- Renato Rocha - baixo em "Riding Song"
- Tom Capone - guitarra solo em "La Maison Dieu", slide guitar em "Antes das Seis" e percussão e vocais em "Travessia do Eixão"
- Bi Ribeiro (Os Paralamas do Sucesso) - baixo acústico em "Travessia do Eixão" e "Antes das Seis"[2]
- Reginaldo Ferreira, Mauro Manzoli, Rodrigo Vidal, Marcio Mello, Shilon, Luciana Romero, André Rafael e Kico Povos - vocais em "Travessia do Eixão"
Vendas e certificações
País | Certificação | Vendas |
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Brasil (Pro-Música Brasil) |
Platina[3] |
300.000+[4] |
Notas e referências
- ↑ Fuscaldo 2016, p. 105.
- ↑ 2,0 2,1 2,2 2,3 2,4 2,5 2,6 2,7 2,8 Fuscaldo 2016, p. 103.
- ↑ 3,0 3,1 3,2 «Legião Urbana». ABPD. Consultado em 28 de março de 2010
- ↑ 4,0 4,1 «DISCO DO LEGIÃO É TESTAMENTO PARA OS FÃS». Legiao.skooterweb. 7 de agosto de 1997. Consultado em 7 de outubro de 2016
- ↑ 5,0 5,1 Fuscaldo 2016, p. 100.
- ↑ Fuscaldo 2016, p. 101-102.
- ↑ MEPR. «Um justo protesto da Legião Urbana». mepr.org.br. Consultado em 2 de fevereiro de 2016
- ↑ Santos, Valmir. «"Clarisse" autobiografa arte de Renato Russo | Teatrojornal» (em English). Consultado em 20 de novembro de 2020
- ↑ 9,0 9,1 9,2 Fuscaldo 2016, p. 102.
- ↑ Álbuns da Legião Urbana são relançados em CD e Vinil
- ↑ http://www.abpd.org.br/home/certificados/
- ↑ http://www.abpd.org.br/home/numeros-do-mercado/
- ↑ Fuscaldo 2016, p. 159.
- ↑ 14,0 14,1 Fuscaldo 2016, p. 104.
- Fuscaldo, Chris (2016). Discobiografia Legionária. São Paulo: LeYa. ISBN 978-85-441-0481-1