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Que País É Este

Disambig grey.svg Nota: Se procura a canção homônima, veja Que País É Este (canção).
Que País É Este 1978/1987
Legião Urbana - Que País É Este.jpg
Álbum de estúdio de Legião Urbana
Lançamento Fim de novembro de 1987
Gravação Outubro de 1987[1]
Gênero(s)
Duração Predefinição:Duração[2]
Idioma(s) (em português)
Formato(s)
Gravadora(s) EMI
Produção Mayrton Bahia[1]
Certificação Diamante[3]
Cronologia de Legião Urbana
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Dois
(1986)
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As Quatro Estações
(1989)
Singles de Que País É Este
  1. "Que País É Este"
    Lançamento: 1987
  2. "Angra dos Reis"
    Lançamento: 1988
  3. "Faroeste Caboclo"
    Lançamento: 1988
  4. "Eu Sei"
    Lançamento: 1988

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Que País É Este 1978/1987 é o terceiro álbum de estúdio da banda de rock brasileira Legião Urbana, lançado em 1987. No Brasil foram vendidos mais de 1 milhão de cópias do álbum,[4] sendo o terceiro mais vendido da banda e premiado com Disco de Diamante pela ABPD.[3] O encarte do disco traz uma charge do baterista Marcelo Bonfá retratando a constante troca de guitarristas pela qual a banda passou até recrutar Dado Villa-Lobos.[5]

Contexto

O projeto original do disco duplo Mitologia e Intuição (também chamado de Disciplina e Virtude[6]) reunia os materiais deste disco e do álbum anterior, Dois. Com a rejeição da ideia, o que sobrou do projeto foi lançado neste disco.[7]

A mudança de direcionamento se deu porque, com o sucesso de Dois, a gravadora pressionava a banda para o lançamento de seu terceiro álbum, sem que no entanto houvesse repertório para isso.[8] Das nove faixas de Que País É Este (1978/1987), apenas duas foram compostas depois de Dois: "Angra dos Reis" e "Mais do Mesmo".[9][8]

Além da pressão da gravadora (intensificada pelo fato de que a banda já havia extrapolado o prazo estabelecido em contrato de entregar três discos em 36 meses), o próprio vocalista e violonista Renato Russo se cobrava para gravar logo algumas canções da época do Aborto Elétrico ("Que País É Este", "Conexão Amazônica" e "Tédio"[9]) antes que o Capital Inicial - outra banda fundada por ex-membros do Aborto - o fizesse.[10] Isso contribuiu para que a ideia de um disco de inéditas fosse esquecida em favor de uma espécie de antologia. Na época, a banda negava, contudo, que tivesse enfrentado pressão por parte da gravadora.[6] Dado declarou na época:[11]

Isso ajudou a resolver o problema da ausência de repertório, que foi complementado também com faixas de sua época de "Trovador Solitário" ("Faroeste Caboclo"[9]), quando se apresentava sozinho com um violão.[9] "Eu Sei" foi composta por Renato entre o Aborto e a Legião; uma versão pirata da peça já era executada nas rádios na época. Por isso, Renato considerou que o disco era também uma forma de por fim à farra de execuções de gravações piratas de suas música nas rádios.[6] Versões iniciais de "Eu Sei" e "Faroeste Caboclo", gravadas em 1982 por Renato cantando e tocando violão, foram recuperadas e lançadas em 2008 no álbum solo póstumo O Trovador Solitário.[12] O verso "talvez tenhamos que fugir sem você" de "Eu Sei" originalmente dizia "talvez tenhamos que correr e perder".[12]

O fato do disco envolver canções compostas ao longo de anos está expresso nos anos que aparecem em seu título.[9]

O álbum ficou pronto em apenas um mês.[10] A gravação levou duas semanas[9] e as faixas "Que País É Este", "Conexão Amazônica", "Tédio" e "Química" foram gravadas em apenas uma tomada.[13]

Foi neste disco que os atritos entre o baixista Renato Rocha e o restante dos integrantes e o pessoal da EMI-Odeon começaram a se intensificar. Seus constantes atrasos, bem como sua incapacidade de executar suas partes da forma que Renato Russo queria começaram a fazer a banda se arrepender de tê-lo contratado.[14]

Informações das faixas

"Angra dos Reis" faz menção à construção de uma usina nuclear na cidade de mesmo nome no Rio de Janeiro e "Mais do Mesmo" em 1998 daria título a uma coletânea da banda;[8] este era o título planejado originalmente para este disco.[15]

"Faroeste Caboclo" foi composta em 1979, na fase "trovador solitário" de Renato Russo.[16] Com mais de nove minutos de duração, a música, que possui 159 versos e não tem refrão, conta a história de João de Santo Cristo. Russo a considerava sua "Hurricane" (música de Bob Dylan sobre o boxeador que passou anos injustamente atrás das grades).[17] Na época do lançamento do disco, era a mais longa canção da banda (mais tarde superada por "Metal contra as Nuvens", do disco V).

O disco ainda traz "Depois do Começo", única faixa de sua autoria que Russo admitia não gostar, por considerar pretensiosa e foi feita em base de outra composição do Aborto Elétrico "Anúncio de Refrigerante"; e "Química", que já havia sido gravada pel'Os Paralamas do Sucesso em seu álbum de estreia, Cinema Mudo.[18]

Divulgação

Turnê

Durante a turnê deste álbum, aconteceu o famoso show em Brasília no Estádio Mané Garrincha, para um público de 50 mil pessoas, em junho de 1988. A apresentação se iniciou com uma hora de atraso. Na quarta canção, "Conexão Amazônica", Renato Russo foi atacado por um homem da plateia, que foi retirado pelos seguranças. Conforme o show decorria, o público começou a atirar objetos nos músicos e Renato respondia com provocações. Depois de uma hora, a banda deixou o palco e a plateia, frustrada, iniciou um empurra-empurra que resultou em um pisoteamento; 380 pessoas precisaram de atendimento médico após o episódio e a banda chegou a ser processada pelo Governo do Distrito Federal.[19]

Renato chegou a declarar que não voltaria mais a Brasília depois do incidente, mas voltou atrás pouco depois. Um mês depois, quando a banda se apresentou no Maracanãzinho, o público atirou margaridas ao palco em resposta ao incidente na capital brasileira.[19]

O episódio acabou aumentando a fobia de palco de Russo e tornando o trabalho da banda mais introspectivo, o que refletiria no álbum seguinte.[20]

Faixas

Predefinição:Lista de faixas

Formação

Adaptados do encarte:[1]

Legião Urbana

Pessoal técnico

Recepção

Crítica

Predefinição:Críticas profissionais

Comercial

Vendas e certificações

País Certificação Vendas
 Brasil (Pro-Música Brasil)

Diamante[3]

1.000.000+[4]

Referências

  1. 1,0 1,1 1,2 LEGIÃO URBANA. Que País É Este 1978/1987. Rio de Janeiro: EMI-Odeon Brasil, 1987. 1 disco sonoro (35 min), 33 1/3 RPM, estéreo, 12 pol. Encarte interno.
  2. Fuscaldo 2016, p. 55.
  3. 3,0 3,1 3,2 «Legião Urbana». ABPD. Consultado em 28 de março de 2010 
  4. 4,0 4,1 «Certificados — Pró-Música Brasil: Legião Urbana». PMB. Consultado em 19 de fevereiro de 2020. Cópia arquivada em 20 de fevereiro de 2020 
  5. Fuscaldo 2016, p. 9.
  6. 6,0 6,1 6,2 Fuscaldo 2016, p. 48.
  7. Fortune. «Legião Urbana». Consultado em 5 de novembro de 2018. Arquivado do original em 6 de abril de 2012 
  8. 8,0 8,1 8,2 Mariana Peixoto (1 de agosto de 2018). «Remanescentes da Legião Urbana anunciam turnê; ingressos já estão à venda». Uai. Consultado em 15 de novembro de 2018 
  9. 9,0 9,1 9,2 9,3 9,4 9,5 Fuscaldo 2016, p. 47.
  10. 10,0 10,1 Fuscaldo 2016, p. 46.
  11. Fuscaldo 2016, pp. 48-49.
  12. 12,0 12,1 Fuscaldo 2016, pp. 199-200.
  13. Fuscaldo 2016, p. 49.
  14. Fuscaldo 2016, p. 52.
  15. Fuscaldo 2016, p. 119.
  16. MEDEIROS, Estefani (29 de maio de 2013). «Longa, com palavrões e críticas políticas, -Faroeste Caboclo- deu trabalho quando chegou às rádios». UOL. Consultado em 15 de novembro de 2018 
  17. SEELIG, Ricardo (6 de junho de 2013). «Como surgiu a letra de "Faroeste Caboclo", clássico da Legião Urbana?». #CollectorsRoom. Consultado em 15 de novembro de 2018 
  18. Fuscaldo 2016, p. 20.
  19. 19,0 19,1 Fuscaldo 2016, pp. 53-54.
  20. «O último e histórico show da Legião Urbana em sua cidade natal: 63 presos, 231 feridos e uma onda de ódio à banda». Contramão. 23 de outubro de 2016. Consultado em 26 de dezembro de 2018 

Bibliografia

Predefinição:Outros músicos de Legião Urbana

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