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Galiza

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Localização da Galiza, entre as regiões espanholas

Galiza (nomeada às vezes no Brasil Galícia; em castelhano e galego oficial: Galicia) é uma comunidade autónoma do norte de Espanha, sobre Portugal, com estatuto de nacionalidade histórica. Localiza-se no noroeste da Península Ibérica, é limitada a oeste e norte pelo Oceano Atlântico, a leste pelas comunidades de Astúrias e de Castela e Leão e a sul com o país luso. O nome Galiza acolhe também parte da região histórica e cultural herdeira da Gallaecia romana, que incluía parte do norte de Portugal e zonas agora administrativamente espanholas. O patronímico galego é aplicado também, por vezes, a portugueses do Norte.

Tal como a Catalunha e o País Basco, a Galiza não é uma nação independente, mas tem autonomia nas suas decisões e cessão de competências exclusivas por parte do Estado. Possui também uma cultura diferenciada e reconhecida.

Geografia

Catedral do Obradoiro, em Santiago de Compostela.

A língua galega

A Comunidade Autónoma da Galiza (Comunidad Autónoma de Galicia) tem duas línguas oficiais:

Mais de 70% dos galegos têm o Galego como lingua materna, e mais de 90% percebe-o (em Ourense, 95%).

Devido a estar proibido o ensino da língua galega durante a ditadura franquista, segundo dados recolhidos num censo de 1991, menos de 40 % dos galegos sabia escrever a sua língua nativa. Mesmo depois do fim da proibição do uso da língua galega após o fim do Franquismo, continuou a ser socialmente desencorajado o uso público ou formal do Galego, especialmente nos meios mais urbanizados, em deterimento do Castelhano, visto ter sido fortemente incutido na sociedade Galega a noção de que falar esta língua era boçal e tacanho, sendo considerado culto e elevado o uso do Castelhano.

Esta aculturação foi conseguida pelo governo central espanhol, com mais relevo a partir do séc XVII, através de colonização selectiva, discriminação social, vassalagem, promoção do galaicismo como cultura inferior e grosseira, e atribuição de cargos de prestígio na Galiza exclusivamente a Castelhanos ou a Galegos que renegassem as suas origens Galegas em favor de uma identidade «Espanhola»; este desenraizamento foi aplicado com especial mão-de-ferro no século XX, aquando da instauração do Franquismo que advogava uma convergência espanhola através da total abolição das nacionalidades ibéricas, à semelhança do que foi feito em França com Napoleão, onde hoje em dia o Occitano/Provençal, o Basco, o Gascão e o Bretão são línguas praticamente mortas.

Mesmo com a notável recuperação da causa identitária Galega, para alguns é óbvia a diferença cultural quando se atravessa a fronteira de Portugal para a Galiza, sendo clara a distinção cultural entre as duas margens do Rio Minho, ao contrário do que sucedia até aos anos 40, onde, particularmente nos meios rurais, era notória a natural continuidade cultural e linguística entre Portugal e Galiza. Para outros ainda hoje é possível encontrarmos uma quantidade de elementos identitários [comuns] entre Galiza e e as regiões portuguesas do Minho e Trás-os-Montes.

O Galego é aceite como a 1ª língua oficial da Comunidade autónoma e é co-oficial no território com o Castelhano que continua a ser por enquanto a única língua oficial para o âmbito de todo o Estado.

Trata-se de uma língua romance nada e desenvolvida na antiga província romana da Gallaecia (que abranguia o território da Galiza actual, o norte de Portugal e territórios lindantes pelo Leste).

A língua galega é um romance de influência léxica pre-celta, celta, basca, germánica, provençal, ameríndia e castelhana (arabismos, préstamos linguísticos modernos, ortografia actual e certos rasgos fonéticos) Por outro lado, o galego conserva certos rasgos do galaico-português original que foram perdidos no português.

O galego moderno descende do galego-português, língua medieval morta da qual nasceriam os actuais galego e português.

A língua galega fala-se na Galiza, na fronteira com as comunidades autónomas das Astúrias e Castela-Leão e nas comunidades de galegos emigrantes em Argentina e Uruguai (mais de três milhões de emigrantes galegos moram naqueles países).

A língua galega é oficialmente em Espanha e na União Europeia um romance autónomo para as autoridades linguísticas oficiais na Galiza emparentado com o português e para oitros linguistas (a depender da sua ideologia política) ainda hoje uma variante co-dialetal do diasistema linguístico galego-português.

A língua considera-se formada no s. XII, como resultado da asimilação do latim vulgar falado pelos conquistadores romanos no s. II dC.

No seu momento foi língua culta fora dos reinos de Galiza e Portugal nos reinos vizinhos de Leão e Castela. Escrevendo em galego, por exemplo, o rei castelhano Afonso X o Sábio, as suas "Cantigas de Santa María". A sua importáncia foi tal que se considera a segunda literatura durante a Idade Méia só depois do Occitano.

O galego-portugués comum a Galiza e Portugal teve 700 anos de existência oficial e plena, mas as derrotas que os nobres galegos sufrirom ao tomar partido pelos bandos perdedores nas guerras de poder de finais do s. XIV e primeiros do s.XV provoca a asimilação da nobreza galega e a dominação castelhana que leva consigo uma opressão e uma desaparição pública, oficial, literária e religiosa do galego até finais do s.XIX. São os chamados "Séculos Escuros". O português, pela sua banda, durante este periodo de uma protecção e desenvolvimento livre graças a que Portugal foi o único território peninsular que ficou fora do dominio linguístico do castelhano.

Na actualidade o galego é falado por quase três milhões de pessoas; é a língua minorizada com maior comprensão e uso porcentual dentro do Estado Espanhol. É idioma oficial na comunidade autónoma da Galiza (onde o castelhano é co-oficial), e também se fala na Terra Eo-Návia (Astúrias), no Baixo Bérzio (Leão), nas Portelas (Zamora) e na Serra de Xalma (Cáceres). Assim mesmo é a lingua da importante comunidade galega no exterior, espalhada por todo o mundo, especialmente na Argentina e Uruguai.

Desde o ponto de vista reintegracionista (minoritário e não oficial), Galiza fala uma língua que tem 200 milhões de falantes no mundo, conhecida localmente como galego e internacionalmente como português.

Cada 17 de máio celebra-se o "Día das Letras Galegas" dedicado a um escritor nesta língua (escolhido pela Real Academia Galega). O dia escolhido é empregado pelos organismos oficiais para potenciarem o uso e o conhecimento da língua galega.

História

Até ao século XIX, a Galiza estava dividida em sete províncias: Mondonhedo, Lugo, Ourense, Tui, Santiago, Corunha e Betanços. Desde essa época, as províncias foram reduzidas a apenas quatro.

Órgãos de governo próprios: Junta da Galiza ou Xunta de Galicia e o Parlamento Galego.

Nacionalidade galega

Arquivo:Es 5cents.jpg
Moeda espanhola de 5 cêntimos com a fachada da Catedral do Obradoiro gravada no reverso

A consideração da Galiza como "nacionalidade histórica" está contemplada na Constituição Espanhola e no seu Estatuto de autonomia. Este reconhecimento na constituição tem a sua referência legal na criação do "Conselho da Galiza" durante a II República Espanhola, de tipo federativo, em que o povo galego se pronunciou e conseguiu o direito ao governo autónomo. O povo galego é considerado "nacionalidade histórica" de pleno direito por ter realizado esse plebiscito, ou demonstração pública do «sentir» colectivo.

Actualmente os dois partidos que acordaram um governo de coligação (bipartito PSdG-BNG) consideram urgente realizar um novo Estatuto de autonomia e ambos defendem a consideração da Galiza como "nação", tal como expuseram publicamente no chamado «debate da investidura», em que foi eleito presidente Emilio Perez Touriño (PSdG). Anxo Quintana (BNG) será o vice-presidente no governo de coligação.

O número actual de deputados no parlamento galego é o seguinte:

O número de votos das forças políticas com representação parlamentar nas últimas eleições (19-Julho-2005) foi:

PPdeG:756.202

PSdeG: 555.246

BNG: 311.839

O Hino Galego

A comunidade galega tem o seu hino próprio, com letra de um poema de Eduardo Pondal e com música composta por Pascual Veiga.

Os Pinos (Hino galego)

"Que din os rumorosos

na costa verdecente,

ao raio transparente

do prácido luar?

Que din as altas copas

de escuro arume arpado

co seu ben compasado

monótono fungar?


Do teu verdor cinguido

e de benignos astros,

confín dos verdes castros

e valeroso chan,

non deas a esquecemento

da inxuria o rudo encono;

esperta do teu sono,

Fogar de Breogán.


Os bos e xenerosos

a nosa voz entenden,

e con arroubo atenden

o noso rouco son,

mais só os iñorantes,

e féridos e duros,

imbéciles e escuros,

non os entenden, non.


Os tempos son chegados

dos bardos das idades,

que as vosas vaguedades

cumprido fin terán;

pois, donde quer, xigante

a nosa voz pregoa

a redención da boa

Nación de Breogán.

(PONDAL: Queixumes dos pinos)


Produto de uma cultura própia e das circunstáncias culturais e sociais que forom conformando ao longo da história uma identidade singular: o povo galego. O hino galego aparece como o símbolo acústico mais solemne e trascendental da Galiza como comunidade política.

Foi tocado por vez primeira em 1907 em La Habana (Cuba), fruto, como a bandeira, da emigração. Em 1908 será oficial. Na sua elaboração conjugam-se as partituras de Pascual Veiga e o poema Os Pinos de Eduardo Pondal. O motivo central é muito singelo: é uma chamada a Galiza, uma chamada para que Galiza acorde do sonho no que está dormida e emprenda o caminho cara a liberdade (independência da Espanha).

O texto na sua versão completa apela também aos própios galegos para lembrar-lhes que são filhos dos celtas (gauleses e bretões) peregrinos que desde a Gália (França) ou desde as Ilhas Britânicas levam fazendo desde há séculos o Caminho de Santiago cara Galiza e que porém devem ser fortes até conseguirem a liberdade.

O nome da Galiza não figura em nenhuma parte do poema, como é muito frequente em Pondal, sendo cambiado por Fogar de Breogão (Breogão é o heroi nacional dos galegos) Eduardo Pondal prega no seu poema que Galiza acorde do seu sonho, que não esqueça nunca as injúrias às que foi sometida baixo o domínio castelhano e que escute a voz dos pinheiros rumorosos, que não é mais que o própio povo galego.

Normalmente o Hino Galego é interpretado por bandas marciais de gaitas de foles como símbolo de força.

Símbolos nacionais da Galiza: http://institucions.info/Instituciones/autonomia/simbolos/paginas/intro.html

Ver também

ar:منطقة جليقية الذاتية الحكم ast:Galicia bg:Галиция ca:Galícia cs:Galicie de:Galicien en:Galicia (Spain) eo:Galegio es:Galicia et:Galicia fa:گالیسیا fi:Galicia fr:Galice gl:Galiza hu:Galícia tartomány it:Galizia ja:ガリシア kw:Galisi mi:Karihia nl:Galicië (Spanje) pl:Galicia ro:Galicia sv:Galicien tl:Galiza

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