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Santos Dumont

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Alberto Santos Dumont
como se vê na assinatura, assinava Santos=Dumont

Alberto Santos Dumont (20 de Julho, 1873 - 23 de Julho, 1932) foi um engenheiro e pioneiro da aviação. Os brasileiros alegam que ele foi o primeiro a pilotar um avião, mas essa versão é ignorada pelos americanos que consideram os Irmãos Wright os detentores deste feito. Este aparelho, com o nome de 14 Bis, voou no Campo de Bagatelle em Paris, vencendo um concurso da época. O voo, diante de uma multidão de testemunhas, percorreu cerca de 60 metros a uma altura de 2 a 3 metros. Este evento foi o primeiro voo verificado pelo Aeroclube da França de um aparelho mais pesado que o ar na Europa, e foi também a primeira demonstração pública de um veículo levantando voo por seus próprios meios, com um trem de pouso e com boas condições de tempo e por isso, ele é considerado em seu país de origem, o Brasil, o pai da aviação.

Herdeiro de uma família de cafeicultores prósperos, pôde se dedicar aos estudos da ciência e da mecânica vivendo em Paris. Ao contrário de outros aeronautas da época, deixava suas pesquisas como domínio público e sem registrar patentes.

Biografia

Família, infância e emancipação

Alberto Santos Dumont nasceu na cidade de Palmira, Minas Gerais, em 20 de julho de 1873. Era o sexto filho do casal Henrique Dumont e Francisca dos Santos.

Henrique Dumont, era filho de François Dumont e Eufrásia Honoré, franceses. François veio ao Brasil em busca de pedras preciosas para as indústrias de seu sogro, ourives. Teve três filhos no Brasil e faleceu cedo. Henrique, apoiado pelo padrinho, se formou na "École des Arts et Métiers" (Escola de Artes e Ofícios de Paris), tendo se formado engenheiro. Ao retornar ao Brasil, profissionalizou-se trabalhando no serviço de obras públicas da cidade de Ouro Preto. Se casou em 1856 com Francisca dos Santos. Sua mudança para Palmira deveu-se ao serviço da construção da Estrada de Ferro D. Pedro II (Central do Brasil), ligando Rio de Janeiro a Minas Gerais. Henrique assumiu a construção do trecho na subida da Serra da Mantiqueira, tendo instalado seu canteiro de obras na localidade de Cabangu, próximo a cidade de Palmira, hoje Santos Dumont. Lá, passou a residir no sítio Cabangu, onde nasceria seu filho Santos Dumont.

Francisca dos Santos era filha do comendador Paula Santos e dona Rosalina.

Henrique e Francisca se casaram em 6 de setembro de 1856, na Freguesia de Nossa Senhora do Pilar, em Ouro Preto. O casal teve oito filhos:

  1. Henrique - 1857, Ouro Preto, Minas Gerais;
  2. Maria Rosalina - 1860, Fazenda do Congo Soco, Santa Bárbara, Minas Gerais;
  3. Virgínia - 1866, Jaguará, Rio das Velhas, Minas Gerais;
  4. Luís - 1869, Jaguará, Rio das Velhas, Minas Gerais;
  5. Gabriela - 1871, Jaguará, Rio das Velhas, Minas Gerais;
  6. Alberto Santos Dumont 1873;
  7. Sofia - 1875, Casal, Valença, Rio de Janeiro;
  8. Francisca - 1877, Casal, Valença, Rio de Janeiro;

O nascimento de Alberto Santos Dumont deu-se no dia em que seu pai completava 41 anos. Passados seis anos, após a conclusão do trecho da ferrovia, mudou-se para a localidade de Casal, em Valença (atualmente município de Rio das Flores) com a família, passando a se dedicar ao cultivo de café. Ali, Alberto foi batizado em 20 de fevereiro de 1877 na Paróquia de Santa Tereza.

Henrique Dumont comprou a fazenda Arienduva, na zona de terra roxa de Ribeirão Preto, a cerca de 20 quilômetros de Ribeirão Preto. Chegou a ser considerado, na época, o rei do café por ter plantado, nessa propriedade, cerca de cinco milhões de pés. Além disso, a fazenda tinha sete locomotivas e 96 km de ferrovias, para escoamento da safra até a estrada de ferro para Ribeirão Preto, considerada como a mais moderna na América do Sul, na época.

Alberto Santos Dumont Foi alfabetizado por sua irmã Virgínia. Estudou ainda em Campinas, no colégio Culto a Ciência, em São Paulo, nos colégios Kopke e Morton e na Escola de Ouro Preto. Na infância, Santos Dumont estudava também com professoras particulares francesas contratadas por seu pai, diretamente de Paris. Observava as nuvens, as aves e fazia pipas. Também se interessava pela leitura dos livros de Júlio Verne e experiências com balões de festas juninas. Em 1888 pôde ver, numa feira em São Paulo, um balão pela primeira vez, numa exposição de equipamentos franceses.

Alberto se interesssava pela engenharia e logo adolescente pôde pilotar as locomotivas da fazenda de seu pai, devidamente autorizado. Também ajudava na manutenção das máquinas de café e da máquina de costura de sua mãe. Analisando o funcionamento das máquinas a vapor, das engrenagens e a transmissão das polias, aprendeu a lidar com equipamentos mecânicos.

Sempre buscando informações sobre experiências aéreas, conheceu as experiências com balões de ar quente feitas pelos irmãos Montgolfier em 1783 e a de Jean Pierre Blanchard e John Jeffries, que realizaram a travessia do Canal da Mancha em balão, em 1785.

Em 1890 seu pai sofreu um acidente de charrete, e em consequência do tratamento, vendeu a sua fazenda. Em 1891 foi com seu pai a Paris e lá observa pela primeira vez um motor a gasolina, distinto dos motores a vapor que conhecia. Traz para o Brasil um automóvel Peugeot, a gasolina, o primeiro do gênero no Brasil. No ano seguinte, seu pai lhe dá dinheiro (parte de sua fortuna) e a emancipação, aconselhando-o a estudar engenharia na França, para que Alberto pudesse desenvolver seu potencial já demonstrado, prevendo que estaria na engenharia o futuro da Humanidade.

A França e a dirigibilidade dos balões

Estabelecido em França, começa a dedicar-se aos balões, pois queria desenvolver mais o instrumento, que não possuía dirigibilidade.Considera, contudo, os voos muito caros. Dedica-se então ao automóvel, tendo participado inclusivamente em algumas corridas.

Continuando sua busca pela propulsão e dirigibilidade dos balões, prosseguiu seus estudos. Estudou com o professor Garcia, humanista de origem espanhola, com vasto conhecimento em Física, Mecânica e Eletricidade. Também estudou na Universidade de Bristol como aluno ouvinte, e depois retornou a Paris.

Em 1897, constrói um motor a explosão de dois cilindros, adaptando-o a um tricicio

Em viagem ao Brasil, através de pesquisas em livros encontra um que falava sobre o Sr. Lachambre, construtor de balões, que junto com Machuron, haviam construído o balão l'Œrn, que realizara uma expedição ao Pólo Norte. Em 23 março de 1898 fez, com Machuron, sua primeira ascensão num balão de 750 m3, saindo do Parque de Vaugirard e voaram duas horas até o parque do castelo de La Ferriere, um percurso de 100 km.

Santos Dumont encomendou então um balão à tradicional Casa Lachambre. Acompanhou todas as etapas da construção, para aprender a técnica e também para implementar inovações. Fez questão de que fosse construído com seda japonesa para reduzir o peso. Tinha um cesto para uma pessoa apenas, tinha corda-pendente mais longa que o costume e era de dimensões reduzidas (103 m<su>3). Dizia-se na época que Santos Dumont havia construído um balão que podia carregar na mala.

Em 4 de julho de 1898, subia ao céu o balão Brasil, que surpreendeu os parisienses pelo seu tamanho reduzido.

Partiu então para solucionar o problema da dirigibilidade e propulsão dos balões. Projetou então o seu número 1, com forma alongada, de charuto, com hidrogênio e motor de propulsão a gasolina. Fez o projeto de modo a evitar qualquer risco de explosão do hidrogênio no contato com faíscas do motor da hélice. Na primeira tentativa, chocou contra árvores, devido ao fato de ter decolado a favor do vento, por sugestão de outras pessoas. No dia 20 de setembro de 1898 realiza então o primeiro voo de um balão com propulsão própria. Partindo do Jardin d'Acclimatation, voou sobre Paris, contra e a favor dos ventos. Teve um pequeno acidente ao descer, que não teve maiores conseqüências porque pediu a alguns meninos para usarem o cabo pendente do balão como se fosse uma pipa (papagaio de papel, em Portugal), correndo contra o vento.

Realizou em 1899 voos com os dirigíveis número 2 e número 3. Com o sucesso de Dumont, o magnata do petróleo Henry Deutsch de La Muerte, no dia 24 de marco de 1900, ofereceu um prêmio de cem mil francos a quem partisse de de Saint Cloud e, sem auxílio de terra, contornasse a torre Eiffel e regressasse ao ponto de partida em no máximo 30 minutos. Era o chamado prêmio Deutsch.

Santos Dumont fez experiências com seu número 4 (setembro de 1900) e tentou vencer o prêmio com seu número 5. Na primeira tentativa, em 13 de julho de 1901, decolou, contornou a torre, mas uma falha do motor fez seu balão ser carregado pelo vento e chocar-se contra as árvores do parque de Edmond de Rothschild. Em 8 de agosto, houve uma segunda tentativa. Com a presença da Comissão Científica do Aeroclube da França, contornou a Torre Eiffel, e partiu de volta a Saint-Cloud, como mandava o desafio. Mesmo com o balão perdendo hidrogênio decidiu prosseguir. Perdendo gás, as cordas de suspensão foram sendo cortadas pela hélice, o que obrigou Dumont a parar o motor. O balão caiu e chocou contra o telhado do Hotel Trocadéro, causando uma grande explosão. Dumont se salvou porque se amarrou à quilha do dirigível, ficando suspenso, dependurado no hotel, de onde foi resgatado por bombeiros de Paris.

Em 19 de outubro de 1901 convocou os jurados do Aeroclube da França. Devido ao mau tempo, apenas 25 compareceram, entre eles, o próprio instituidor do prêmio, Deutsch de La Muerte. Em 29 minutos e 30 segundos, o número seis cruza a linha de chegada. Mas houve uma polêmica: a prova havia sido alterada e o novo regulamento previa que o pouso também fosse realizado antes de 30 minutos após a decolagem. Dumont havia pousado seu dirigível em 30 minutos e 29 segundos. A polêmica prossegiu até que em 4 de novembro o Aeroclube da França decidiu declará-lo vencedor. O prêmio era então de 129 mil francos, que Dumont distribuiu entre sua equipe e desempregados de Paris.

O presidente do Brasil, Campos Salles enviou outro prêmio no mesmo valor, com uma medalha de ouro com sua efígie e uma alusão a Camões: Por céus nunca dantes navegados.

Em 1902, dedicou-se a construir um hangar para o entusiasta príncipe Alberto I, de Mônaco.

Fez o número sete para corridas entre dirigíveis. Pulou o número oito, por superstição contra o número e o mês de agosto. Construiu o número 9 que se tornou popular, por ser menor e por Dumont fazer diversas apresentações nele. Diz-se que usava o dirigível para visitar os amigos e descia nas ruas com ele para tomar café. Em 14 de julho de 1903, participou das comemorações da queda da Bastilha, desfilando com o dirigível. Nesse dirigível permitiu que, pela primeira vez, uma outra pessoa conduzisse, a cubana Aida de Acosta.

Em junho de 1904, foi aos Estados Unidos, para participar da corrida de dirigíveis de Saint-Louis, mas sofre ação criminosa de sabotadores, que inutilizam o invólucro do seu dirigível nº 7.

O Primeiro Avião e o Primeiro Voo da História (segundo os Brasileiros)

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14-bis, o avião pioneiro de Santos Dumont

Construiu o número 10, com capacidade para doze passageiros. O número onze foi um bimotor com asas. O número doze era semelhante a um helicóptero. Em 1906, realizou experiências com o número treze, que teve um invólucro com gás de iluminação. Construiu o número catorze também em 1906. Com ele realizou experiências com seu primeiro avião, o 14-bis que decolava inicialmente acoplado ao dirigível. Nesse ano foi instituída a Taça Archdeacon, para um voo mínimo de 25 metros com aparelho mais pesado que o ar e propulsão própria. Também é instituído o Prêmio Aeroclub de França de 1500 francos para voo de 100 metros, ambos com aeronave mais pesada que o ar.

Em abril de 1902, viajou aos Estados Unidos, onde visitou os laboratórios de Thomas Edison, em Nova Iorque, e foi recebido na Casa Branca, em Washington, pelo Presidente Theodore Roosevelt.

Em 23 de outubro de 1906, em Bagatelle, faz um voo de cerca de 50 metros conquistando a Taça Archdeacon, sendo considerado a primeira vez que uma aeronave desliza e decola utilizando apenas suas próprias forças.

Em 12 de novembro de 1906, foi concorrer com Voisin e Blériot que construíram uma máquina concorrente. Cedeu a vez aos concorrentes, que não conseguiram decolar. Em sua primeira tentativa, às 10 horas não conseguiu decolar. Mas na quarta tentativa conseguiu e fez um vôo de 220 metros estabelecendo o primeiro recorde de distância, ganhando o Prêmio Aeroclube.

Fez ainda o número quinze, com asa de madeira, o número 16, misto de dirigível e avião, o número 17 o número 18, um deslizador aquático. Descontente com os resultados dos números 15 a 18, fez uma nova série, de tamanho menor e mais aprimoradas, chamadas Demoiselles, números 19, 20, 21 e 22.

A invenção do avião (segundo os Brasileiros)

O sucesso do voo de Santos-Dumont, que não patenteou seus inventos exatamente para motivar as inovações, motivou engenheiros e inventores a desenvolverem novos projetos. Voisin fabricou com Léon Delagrange um biplano que voou em Bagatelle, em março e abril de 1907. Blériot também realizava pequenos voos com seus modelos. Em 2 de novembro de 1907, Farman, em um aeroplano de Voisin, superou o recorde do 14-Bis ao voar 771 metros em 52 segundos. Em setembro, faz experiências no rio Sena, com o nº 18, um deslizador aquático.

Em 1909 ocorreram dois grandes eventos: a Semaine de Champagne, em Reims, na França,que foi o primeiro encontro aeronáutico do Mundo, durante o qual foram disputadas várias provas, com prêmios que somaram 200 mil francos; e o desafio da travessia do Canal da Mancha, lançado a todos os aviadores. Em janeiro desse ano, obtém o primeiro brevê de aviador, fornecido pelo Aeroclube da França.


Últimos anos de vida e suicídio

Em agosto de 1914, a França foi invadida pelas tropas alemãs. Era o início da Primeira Guerra Mundial. Aeroplanos começaram a ser usados na guerra, primeiro para observação de tropas inimigas e, depois, em combates aéreos. Os combates aéreos ficavam mais violentos, com o uso de metralhadoras e disparo de bombas.

Santos Dumont agora se dedicava ao estudo da astronomia, residindo em Trouville, perto do mar. Para isso usava diversos aparelhos de observação, que os vizinhos julgaram ser aparelhos de espionagem, para colaborar com os alemães. Foi preso sob essa acusação. Após o incidente ser esclarecido, o governo francês pediu desculpas formalmente.

Seu estado de saúde piora. Em 1915, decide retornar ao Brasil.

Em 1915 participou do 11º Congresso Científico Pan-Americano nos Estados Unidos, tratando do tema da utilização do avião como forma de facilitar o relacionamento entre os países da América. Mas o avião era mesmo utilizado para fins militares, com a guerra. Nos Estados Unidos eram produzidos 16 aviões militares por dia.

Regressa ao Brasil e, já com a depressão que ia acompanhá-lo nos seus últimos dias, encontrou refúgio em Petrópolis, onde projetou e construiu seu chalé "A Encantada": uma casa com diversas criações próprias, como um chuveiro de água quente e uma escada onde se deve pisar primeiro com o pé direito. A casa atualmente funciona como um museu. Permaneceu lá até 1922, quando visitou a França chamado por amigos. Não estabeleceu mais um local fixo. Pemanecia algum tempo em Paris, São Paulo, Rio de Janeiro, Petrópolis e Cabangu.

Em 1922, condecorou Anésia Pinheiro Machado, que durante as comemorações do centenário da independência do Brasil, fizera o percurso Rio de Janeiro-São Paulo num avião. Nesse mesmo ano, mandou erguer um túmulo para seus pais e para si mesmo, no Cemitério de São João Batista, no Rio de Janeiro. O túmulo é uma réplica do Ícaro de Saint-Cloud.

Em janeiro de 1926, apelou à Liga das Nações para que se impedisse a utilização de aviões como armas de guerra. Chegou oferecer 10 mil francos para quem escrevesse a melhor obra contra a utilização de aviões na guerra. Nesse mesmo ano, inventou um motor portátil para esquiadores, que facilitava a subida nas montanhas. Foi experimentado pela campeã de esqui da França, Srta. Porgés. Interna-se no sanatório Valmont-sur-Territet, na Suíça.

Em maio de 1927, chegou a ser convidado pelo Aeroclube da França para presidir o banquete em homenagem a Charles Lindberg, pela travessia do Atlântico, feita por Charles Lindberg, mas declinou do convite devido a seu estado de saúde. Passou algum tempo em convalescença em Glion, na Suíça e depois retorna à França.

Retornou ao Brasil, de navio Cap. Arcona, em 1928. A cidade do Rio de Janeiro recebê-lo-ia festivamente. Mas o hidroavião que ia fazer a recepção, sobrevoando o navio onde estava, da empresa Condor Syndikat, e que fora batizado com seu nome, sofreu um acidente, sem sobreviventes. O avião levava pessoas de projeção - grandes nomes da engenharia. Abatido, suspende as festividades e retorna a Paris.

Em junho de 1930, é condecorado pelo Aeroclube da França com o título de Grande Oficial da Legião de Honra da França.

Em 1931, esteve internado em casas de saúde em Biarritz, e em Ortez no sul da França. Antônio Prado Júnior, ex-prefeito do Rio de Janeiro (então capital do Brasil), havia sido exilado pela revolução de 1930 e fora para a França. Encontrou Santos Dumont em delicado estado de saúde, o que o levou a entrar em contato com sua família e a pedir ao seu sobrinho Jorge Dumont Villares que o fosse buscar a França. De volta ao Brasil, passam por Araxá, em Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e finalmente instalam-se no Hotel La Plage, no Guarujá, onde se instalou em maio de 1932. Antes, em junho de 1931 tinha sido eleito membro da Academia Brasileira de Letras, na cadeira que tem como patrono Tobias Barreto.

Em 1932 ocorreu a revolução constitucionalista, em que o estado de São Paulo se levantou contra o governo revolucionário de Getúlio Vargas. Isso incomodava bastante a Santos Dumont, que lançou apelos para que não houvesse uma guerra entre brasileiros. Mas o conflito aconteceu e aviões atacaram o campo de Marte, em São Paulo, no dia 23 de julho. Possivelmente, sobrevoaram o Guarujá, e a visão de aviões em combate pode ter causado uma angústia profunda em Santos Dumont, que nesse dia, aproveitando-se da ausência de seu sobrinho, deu fim à própria vida a 23 de julho. Tinha 59 anos. Não deixou descendência.

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Homenagem a Santos Dumont em Passa-Quatro/MG

Música em homenagem

Eduardo das Neves (1874-1919), cantor e compositor, compôs a marcha A Conquista do Ar em 1903, homenageando os feitos de Dumont:

A Europa curvou-se ante o Brasil
E clamou Parabéns em meio tom.
Brilhou lá no céu mais uma estrela:
Apareceu Santos Dumont.

Salve, estrela da América do Sul,
Terra amada do índio audaz, guerreiro!
Santos Dumont, um brasileiro!

A conquista do ar que aspirava
A velha Europa, poderosa e viril,
Quem ganhou foi o Brasil!

Por isso, o Brasil, tão majestoso,
Do século tem a glória principal:
Gerou no seu seio o grande herói
Que hoje tem um renome universal.

Assinalou para sempre o século vinte
O herói que assombrou o mundo inteiro:
Mais alto que as nuvens. Quase Deus,
Santos Dumont – um brasileiro.

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