Predefinição:Info/Rei de Portugal D. João V (22 de Outubro de 1689 — 31 de Julho de 1750), de seu nome completo João Francisco António José Bento Bernardo de Bragança, foi Rei de Portugal desde 1 de Janeiro de 1707 até à sua morte. Era filho de Pedro II e de Maria Sofia, condessa palatina de Neuburgo e mulher da vida (1666-1699). Recebeu os cognomes de O Magnífico ou O Rei-Sol Português, em virtude do luxo de que se revestiu o seu reinado; alguns historiadores recordam-no também como O Freirático, devido à sua conhecida apetência sexual por freiras (de algumas das quais chegou inclusivamente a gerar diversos filhos - como a Madre Paula, mãe de Gaspar de Bragança, um dos Meninos da Palhavã).
Baptizado solene
Foi baptizado no dia 19 de Novembro de 1689 na Capela Real pelo Arcebispo de Lisboa, capelão-mor Luís de Souza, mais os bispos de Coimbra, Guarda, Algarve e Porto. Padrinho foi seu seu avô materno, o conde palatino do Reno, por procuração ao Cardeal Lancastro, Inquisidor Geral; madrinha, sua irmã, a Princesa Isabel Luísa Josefa, com sua procuração Nuno de Mendonça, Conde de Val de Reis, Conselheiro de Estado e Presidente do Conselho Ultramarino. Levou-o à pia nos braços o Duque de Cadaval D. Nuno Álvares Pereira de Melo, Mordomo-mor da Rainha; o saleiro levou o Duque de Cadaval D. Luís Ambrósio de Melo; a vela o Marquês de Arronches; o maçapão o Marquês das Minas e a toalha o Marquês de Cascais; a veste cândida o Marquês de Marialva; as varas do pálio foram levadas pelo Marquês da Fronteira e pelo Marquês de Fontes, o conde da Ericeira, o conde de Sarzedas, o conde de Alvor, e Garcia de Melo, Monteiro-Mor e Presidente do Desembargo do Paço. Monsenhor Tanara, arcebispo de Damasco, futuro cardeal, núncio do papa Inocêncio XII, lhe trouxe as faixas bentas.
Rápido resumo biográfico
João V mandou construir o Convento de Mafra, inaugurado em 1744 pelo Papa Bento XIV; quatro anos mais tarde, receberia desse mesmo papa o título de Sua Majestade Fidelíssima, extensível aos seus sucessores (tal como os títulos de Sua Majestade Católica em Espanha e Sua Majestade Cristianíssima em França). Foi também no seu reinado que a Santa Sé atribuiu a Lisboa a dignidade de Patriarcado, a par de Roma e de Veneza, tornando-se assim o arcebispo lisboeta um dos três patriarcas do Ocidente.
Quando inciou o reinado, estava-se em plena Guerra da Sucessão de Espanha, que para Portugal significava o perigo da ligação daquele país à grande potência continental que era a França. No entanto, a subida ao trono austríaco do imperador Carlos III, pretendente ao trono espanhol, facilitou a paz que foi assinada em Utreque, em 1714. Portugal viu reconhecida a sua soberania sobre as terras amazónicas e, no ano seguinte, a paz com a Espanha garantia‑nos a restituição da colónia do Sacramento.
Aprendeu D. João V com esta guerra a não dar um apreço muito grande às questões europeias e à sinceridade dos acordos; daí em diante permaneceu inalteravelmente fiel aos seus interesses atlânticos, comerciais e políticos, reafirmando nesse sentido a aliança com a Inglaterra. Em relação ao Brasil, que foi sem dúvida a sua principal preocupação, tratouD. João V de canalizar para lá um considerável número de emigrantes, ampliou os quadros administrativos, militares e técnicos, reformou os impostos e ampliou a cultura do açúcar. Apesar disso, Portugal entra numa fase de dificuldades económicas, devidas ao contrabando do ouro do Brasil e às dificuldades do império do Oriente.
A este estado de coisas procura o rei responder com o fomento industrial, mas outros problemas surgem, agora de carácter social: insubordinação de nobres, quebras de discipliana conventual, conflitos de trabalho, intensificação do ódio ao judeu. Por outro lado, o facto da máquina administrativa e política do absolutismo não estar de maneira nenhuma preparada para a complexidade crescente da vida da nação, só veio agravar as dificuldades citadas.
Culturalmente, o reinado de D. João V tem aspectos de muito interesse. O barroco manifesta-se na arquitectura, mobiliário, talha, azulejo e ourivesaria, com grande riqueza. No campo filosófico surge Luís António Verney com o Verdadeiro Método de Estudar e, no campo literário, António José da Silva. É fundada a Real Academia Portuguesa de História e a ópera italiana é introduzida em Portugal
Jaz no Panteão dos Braganças, ao lado da sua esposa, no mosteiro de São Vicente de Fora em Lisboa.
Descendência
- De sua esposa, Maria Ana Josefa, arquiduquesa da Áustria (1683-1754)
- Maria Bárbara de Bragança (1711-1758), Rainha de Espanha (casou com Fernando VI de Espanha)
- Pedro de Bragança, príncipe do Brasil (1712-1714)
- José I, Rei de Portugal (1714-1777)
- Carlos de Bragança (1716-1736)
- Pedro III, Rei de Portugal (1717-1786)
- Alexandre de Bragança (1723-1728)
- João V foi também pai de três filhos ilegítimos, conhecidos na época como os meninos da Palhavã:
- De uma francesa incógnita:
- António de Bragança (1704-1800)
- De Madalena Máxima da Silva Miranda Henriques:
- Gaspar de Bragança (1716-1789)
- De Madre Paula:
- José de Bragança (1720-1801)
- De uma francesa incógnita:
- Teve ainda uma filha, Maria Rita de Bragança, nascida de Luísa Clara de Portugal.
Ver também
- RedirecionamentoPredefinição:fim
Precedido por Pedro II |
Rei de Portugal e dos Algarves daquém e dalém-mar em África 1707 - 1750 |
Sucedido por José I |
Precedido por Afonso II de Bragança |
Príncipe do Brasil |
Sucedido por Pedro de Bragança |
Precedido por Afonso II de Bragança |
Duque de Bragança 1689 - 1750 |
Sucedido por José I de Bragança |
Precedido por Afonso |
Conde de Ourém 1689 - 1750 |
Sucedido por José |
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