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Jugoslávia

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A extensão da Iugoslávia na Europa através do tempo. Até 1918, não havia um Estado iugoslavo. Entre 1941 e 1945, durante a Segunda Guerra Mundial, a Iugoslávia passou por um período de descentralização. Em 2003, ela deixou de existir. Correspondem a esses períodos os seguintes Estados:
Reino da Jugoslávia (1918-1941)
República Socialista Federal da Jugoslávia (1945-1992)
República Federal da Jugoslávia (1992-2003)

Jugoslávia (português europeu) ou Iugoslávia (português brasileiro) foi um país que existiu na região dos Bálcãs na Europa durante a maior parte do século XX. Ele surgiu após a Primeira Guerra Mundial, em 1918,[1] sob o nome de Reino dos Sérvios, Croatas e Eslovenos através da fusão do provisório Estado dos Eslovenos, Croatas e Sérvios (ele próprio formado por territórios do antigo Império Austro-Húngaro) com o Reino da Sérvia, anteriormente independente. A casa real sérvia de Karađorđević tornou-se a dinastia real iugoslava. A Iugoslávia ganhou reconhecimento internacional em 13 de julho de 1922 na Conferência dos Embaixadores em Paris.[2] O país recebeu o nome dos povos eslavos meridionais e constituiu a sua primeira união, após séculos em que tais territórios tinham sido parte do Império Otomano e da Áustria-Hungria.

Renomeado para Reino da Iugoslávia em 3 de outubro de 1929, o país foi invadido pelas Potências do Eixo em 6 de abril de 1941. Em 1943, uma Iugoslávia democrática e federal é proclamada pela resistência de partisan. Em 1944, o rei o reconheceu como o governo legítimo da nação, mas em novembro de 1945 a monarquia foi abolida. A Iugoslávia foi renomeada para República Popular Federativa da Iugoslávia em 1946, quando um governo comunista foi estabelecido. O país adquiriu os territórios de Istria, de Rijeka e de Zadar da Itália. O líder partidário Josip Broz Tito governou o país como presidente até sua morte em 1980. Em 1963, o país foi rebatizado novamente para República Socialista Federal da Iugoslávia (RSFI).

As seis repúblicas socialistas que constituíram o país eram a RS da Bósnia-Herzegovina, RS da Croácia, RS da Macedônia, RS de Montenegro, RS da Eslovênia e a RS da Sérvia. A Sérvia continha ainda duas províncias socialistas autônomas, Vojvodina e Kosovo, que depois de 1974 eram em grande parte iguais aos outros membros da federação.[3][4] Depois de uma crise econômica e política na década de 1980 e do surgimento do nacionalismo, a Iugoslávia foi desintegrada ao longo das fronteiras de suas repúblicas, inicialmente em cinco países, levando à Guerra da Iugoslávia.

Depois da dissolução, as repúblicas da Sérvia e Montenegro formaram uma federação reduzida, a República Federal da Iugoslávia (RFI), que aspirava ao estatuto de único sucessor legal da RFSI, mas essas reivindicações eram negadas pelas outras ex-repúblicas. Eventualmente, a Sérvia e Montenegro aceitaram a opinião do Comitê de Arbitragem de Badinter sobre a sucessão compartilhada.[5] A própria Sérvia e Montenegro se separaram em 2006 e tornaram-se Estados independentes, enquanto o Kosovo proclamou a sua independência em 2008.

História

Ver artigo principal: História da Iugoslávia

Reino

Ver artigo principal: Reino da Iugoslávia

O primeiro Estado propriamente iugoslavo foi formado em 1918, o Reino dos Sérvios, Croatas e Eslovenos, que passou a chamar-se Reino da Jugoslávia em 1929, existindo sob esta denominação até ser invadido em 1941 pelas potências do Eixo, com a emergência da Segunda Guerra Mundial.[carece de fontes?]

Durante a guerra, a Iugoslávia foi libertada do domínio nazi-fascista pelos chamados Partisans, liderados pelo guerrilheiro comunista Josip Broz Tito, que tornar-se-ia o líder de uma nova Iugoslávia, desta vez um Estado comunista com o nome de "República Popular Federal da Iugoslávia". Em 7 de abril de 1963, o país passaria a se chamar República Socialista Federativa da Iugoslávia. O Estado existiu desta forma até 1992, quando quatro das seis repúblicas que a compunham — Eslovénia, Croácia, Macedônia e Bósnia e Herzegovina — deixaram a federação para formar novos estados completamente independentes.[carece de fontes?]

As repúblicas remanescentes — Sérvia e Montenegro — formariam a República Federal da Iugoslávia. Em 2003, o nome Iugoslávia foi oficialmente abolido quando o Estado foi transformado numa comunidade pouco sólida chamada Sérvia e Montenegro. Em 21 de maio de 2006, realizou-se um referendo para determinar a vontade do povo acerca da independência de Montenegro. Os resultados indicaram que 55.5% dos eleitores haviam escolhido a independência, pouco mais que os 55% requeridos pelo referendo. Em 3 de junho de 2006, o parlamento montenegrino declarou oficialmente a independência do novo país. Já em 17 de fevereiro de 2008, o parlamento de Kosovo aprovou, unilateralmente, a declaração da independência da província feita pelo primeiro-ministro Hashim Thaçi durante uma sessão especial na capital, Pristina. A sessão contou com a presença de 104 parlamentares.[carece de fontes?]

Segunda Guerra Mundial

Partisan Stjepan Filipović grita "Morte ao fascismo, liberdade ao povo!" pouco antes de sua execução

Predefinição:Vertambém A Sérvia estava sob domínio do Império Otomano desde 1463. Foi submetida ao domínio turco até 1830, quando começou a ter autonomia, e só em 1882 foi declarada independente com ajuda dos países da Europa. Em 1912 e 1913, Sérvia e Montenegro uniram-se em lutas contra os turcos, e juntos conseguiram territórios. Em 1914, ocorreu o assassinato de Sarajevo, que foi o estopim para a Primeira Guerra Mundial, quando o Império Austro-Húngaro, aliado da Alemanha e com o apoio do Império Otomano, que eram conhecidos como Tríplice Aliança, declarou guerra aos sérvios, que eram aliados do Império Russo, França e Reino Unido, em uma coligação conhecida como Tríplice Entente.[carece de fontes?]

Com a vitória da Tríplice Entente, foi fundado o Reino dos Sérvios, Croatas e Eslovenos, que era a união dos territórios eslavos do sul: Sérvia, com Voivodina e Kosovo; Montenegro; Croácia, com Dalmácia e Eslavônia; Bósnia - Herzegovina; Macedônia; Eslovênia.[carece de fontes?]

Em todas estas regiões, os povos eram eslavos, falavam línguas eslavas, com predominância do servo-croata, porém com religiões diferentes. Os sérvios representavam a maior parte da população, com maioria na Sérvia e minorias nas demais regiões do reino. Em 1929, o rei Alexandre mudou o nome do país para Reino da Jugoslávia, que significa "terra dos eslavos do sul".[carece de fontes?]

De 1941 a 1945, durante a Segunda Guerra Mundial, italianos e alemães ocuparam a Jugoslávia, e Hitler e Mussolini impuseram regimes fascistas que resultaram em matanças e atrocidades. Assim surgiram movimentos de resistência, nos quais os Partisans — guerrilheiros comunistas liderados pelo croata Josip Broz Tito — e soldados monarquistas conhecidos como chetniks lutaram contra a ocupação e conseguiram se libertar sem a ajuda do Exército Vermelho da União Soviética.[carece de fontes?]

República Socialista Federativa

Com a vitória política, Tito estabeleceu a República Socialista Federativa da Jugoslávia, que agrupava seis repúblicas: Sérvia, Croácia, Eslovênia, Bósnia e Herzegovina, Montenegro e Macedônia. Ele criou também um sistema rotativo para o governo, que para evitar a insatisfação de qualquer uma das repúblicas, consistia na indicação do presidente por parte de cada uma das repúblicas. O regime iugoslavo sob Tito ficou conhecido como Titoísmo.[carece de fontes?]

Uma anedota que sintetizava o sistema político-étnico da Jugoslávia sob Tito era: "Seis repúblicas, cinco etnias, quatro línguas, três religiões, dois alfabetos e um Partido". Tito seguiu uma linha de independência em relação às orientações de Moscovo, enfurecendo as autoridades soviéticas. Em 1948, os dois países romperam oficialmente, e a Jugoslávia foi expulsa do Comintern, dando início ao período conhecido como Informbiro nos Bálcãs. Durante a Guerra Fria, a Jugoslávia procurou ser neutra e não se alinhou a nenhum dos lados, apesar de ter um governo socialista. Ela foi uma das nações fundadoras do Movimento dos Países Não-Alinhados, encaixando-se no grupo do chamado Terceiro Mundo.[carece de fontes?]

Com a desestalinização, Nikita Khruschov restaurou e normalizou as relações entre os dois países, mas os iugoslavos mantiveram sua autonomia geopolítica. Isso permitiu a Tito liderar o Movimento Não-Alinhado, que se tornou uma força expressiva no Terceiro Mundo da década de 1950 até os anos 1980.[carece de fontes?]

Predefinição:Repúblicas da Iugoslávia

Desintegração

Ver artigo principal: Desintegração da Iugoslávia
O processo de cisão da Jugoslávia.
  Sérvia (desde 2006)
  Croácia (desde 1991)
  Eslovénia (desde 1991)
  República da Macedónia (desde 1991)
  República Srpska (desde 1992)
  Herzeg-Bósnia (1992-1994)
  Bósnia e Herzegovina (desde 1998)
  Montenegro (desde 2006)
  Kosovo (independência não reconhecida desde 2008)

As repúblicas que formavam a antiga Iugoslávia começaram a demonstrar um desejo de maior autonomia, fim do partido único e a instalação de uma democracia. Em junho de 1991, Eslovênia e Croácia declararam independência e fizeram eleições presidenciais. Em 18 de setembro, seguindo o exemplo desses países, a Macedônia também declarou sua independência. Quase um mês depois, em 15 de outubro, a Bósnia e Herzegovina fez o mesmo, mas, neste último caso, ocorreu um grave conflito.[1]

O governo da Bósnia foi entregue a um governante muçulmano, enquanto que um 1/3 da população do país era cristã-ortodoxa. A Organização das Nações Unidas tentou intervir, mas de nada adiantou. O conflito só teve fim em 1995, quando os Estados Unidos intervieram, exigindo que Milosevic desse um fim ao maior conflito étnico-religioso ocorrido na região, com mais de 250 mil mortos.[2]

No ano de 1992, a União Europeia reconheceu todas as nações como independentes. No restante da Iugoslávia, através de um plebiscito, foi decidido que o país passaria a se chamar República Federal da Iugoslávia. Na província do Kosovo, aproximadamente 90% da população era albanesa, e 10% era sérvia. Em 1998, os albaneses do Kosovo fizeram um movimento para que fossem separados da Iugoslávia, mas o exército reagiu violentamente. A Organização do Tratado do Atlântico Norte pressionou Milosevic para pôr fim aos ataques. Por 78 dias, a OTAN, liderada pelos Estados Unidos, lançou ataques que causaram muita destruição. Milosevic foi submetido a julgamento em tribunal internacional. Por essa altura, toda a região estava com uma difícil situação econômica e Kosovo passou a ser administrado pela ONU.[3]

De toda a iugoslávia, só restaram Sérvia e Montenegro, que em 2003 fundaram o Estado da Sérvia e Montenegro. Em 21 de maio de 2006, um plebiscito, no qual 55,5% dos montenegrinos expressaram o desejo de separação. Em 3 de junho de 2006, Montenegro declarou-se independente, e com isso a Iugoslávia foi formalmente extinta. Dois dias após a independência de Montenegro, a Sérvia declarou-se também independente.[4][5]

Países sucessores

Após ser dividida em 1991, a antiga Jugoslávia deu origem aos seguintes Estados:

Linha do tempo:

Ver também

Referências

  1. Spencer Tucker. Encyclopedia of World War I: A Political, Social, and Military History. Santa Barbara, California, USA: ABC-CLIO, 2005. Pp. 1189.
  2. «orderofdanilo.org» 
  3. Huntington, Samuel P. (1996). The clash of civilizations and the remaking of world order. [S.l.]: Simon & Schuster. p. 260. ISBN 0-684-84441-9 
  4. «History, bloody history». BBC News. 24 de março de 1999. Consultado em 29 de dezembro de 2010 
  5. «FR Yugoslavia Investment Profile 2001» (PDF). EBRD Country Promotion Programme. p. 3 

Ligações externas

Predefinição:Grupos étnicos eslavos

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