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Noam Chomsky

Noam Chomsky no Fórum Social Mundial em Porto Alegre, 2003

Avram Noam Chomsky (7 de dezembro de 1928 - ) é professor de Lingüística no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, das iniciais em inglês). Ele é o criador da Hierarquia de Chomsky, uma classificação de formal das línguas. Suas obras sobre lingüística generacional (ou gramática gerativa) contribuíram significativamente para o declínio do behaviourismo e levaram a um grande avanço das Ciências da Cognição. Além de seu trabalho em Lingüística, Chomsky também é muito conhecido por sua posição política de esquerda e por sua crítica ao modo como a política externa dos Estados Unidos da América é conduzida pelas pessoas que representam o governo americano. Chomsky descreve a si mesmo como um socialista libertário que apoia o anarco-sindicalismo. Seus trabalhos influenciaram diretamente áreas diversas, como ciência da computação e medicina.

Biografia

Chomsky nasceu na cidade da Filadélfia, no estado da Pensilvânia, nos Estados Unidos da América, filho do estudioso de hebraico escolar William Chomsky. Em 1945 ele começou a estudar Filosofia e Lingüística na Universidade da Pensilvânia com Zellig Harris, professor de Lingüística com cuja visão política ele se identificou. Recebendo seu Ph.D em lingüística da Universidade de Pensilvânia em 1955, Chomsky passou a realizar a maior parte de sua pesquisa nos quatro anos anteriores na Universidade de Harvard como pesquisador assistente. Em sua tese doutoral, ele começou a desenvolver algumas de suas idéias lingüísticas , a elaboração das quais resultou em seu livro de 1957 conhecido como Syntactic Structures, talvez seu mais conhecido trabalho no campo da Lingüística.

Depois de receber seu doutorado, Chomsky passou a ensinar no MIT e recebeu o primeiro prêmio da "Cátedra de Línguas Modernas e Lingüística P. Ward Ferrari". Durante este período Chomsky tornou-se publicamente muito empenhado no estudo e na prática de Política e, por volta de 1964, passou a lutar contra o envolvimento americano na Guerra do Vietnã. Em 1969, Chomsky publicou o livro American Power and the New Mandarins, um livro de ensaios sobre essa guerra. Desde então Chomsky tornou-se bem conhecido por sua visão política, dando palestras sobre política por todo o mundo e por vários outros livros sobre esse assunto. Sua crença política, classificada como socialismo libertário, lhe rendeu enorme número de seguidores dentro do campo da Esquerda mas também muitos detratores em todos os lados do espectro político. Durante todo esse tempo Chomsky continuou a pesquisar, a escrever e a ensinar Lingüística.

Contribuição à Lingüística

Syntactic Structures foi uma destilação do livro Logical Structure of Linguistic Theory (1955) no qual Chomsky apresenta sua idéia da gramática transformacional. Ele apresentou sua teoria de que as "oralizações" ou ""discursos"" (quaisquer palavras, frases ou sentenças emitidas por uma pessoa) correspondem a "estruturas superficiais " abstratas as quais, por sua vez, correspondem a " estruturas profundas " ainda mais abstratas (Esta difícil distinção entre estruturas de superfície e estruturas profundas não está mais presente nas versões atuais de sua teoria). Na teoria de Chomsky, regras transformacionais (juntamente com regras de estrutura de frases e outros princípios estruturais) governam ao mesmo tempo a criação e a interpretação das oralizações. Com um limitado conjunto de regras gramaticais e um conjunto finito de palavras, o ser humano é capaz de produzir infinito número de sentenças, incluindo sentenças que ninguém ainda disse antes. Desta maneira, Chomsky concluiu que a capacidade para estruturar as oralizações é inata ao ser humano (isto é, é parte do patrimônio genético dos seres humanos) e a chamou de gramática universal. Segundo Chomsky, nós somo altamente inconscientes desses princípios estruturais assim como somos inconscientes da maioria das nossas outras propriedades biológicas e cognitivas.

As recentes teorias de Chomsky (como o seu Programa Minimalista) são fortes reivindicações sobre a gramática universal. Entre outras afirmações, Chomsky diz que os princípios gramaticais subjacentes às linguagens são completamente fixos e inatos, e que as diferenças entre as várias línguas usadas pelos seres humanos através do mundo podem ser caracterizadas em termos de conjuntos de parâmetros cerebrais (como o parâmetro pro-drop, que indica se um sujeito explícito sempre é exigido, como no caso da língua inglesa, ou pode ser opcionalmente deixado de lado, como no caso do espanhol). Esses parâmetros são freqüentemente assemelhados a interruptores (como os que acendem e apagam uma lâmpada). Daí o nome principles and parameters, freqüentemente dado a este conceito. Nesta abordagem, uma criança que está aprendendo uma língua precisa adquirir apenas e tão somente os itens léxicos necessários (isto é, as palavras) e os morfemas, e determinar os conjuntos apropriados de parâmetros. Este é um trabalho que pode realizado com base em apenas alguns exemplos primordiais.

Esta abordagem é motivada pelo rapidez espantosa com a qual as crianças aprendem línguas, pelos passos semelhantes dados por todas as crianças quando estão aprendendo línguas e pelo fato que as crianças realizem certos erros característicos quando elas aprendem sua língua-mãe enquanto que outros tipos de erros aparentemente lógicos nunca ocorrem. Isto deve acontecer, segundo Chomsky, porque as crianças estão empregando um mecanismo puramente geral, e não específico, da língua que está sendo aprendida.

As idéias de Chomsky influenciaram fortemente alguns pesquisadores que investigavam a aquisição de linguagem pelas crianças, muito embora a maioria de pesquisadores que trabalham nesta área atualmente não apoiam suas teorias. Freqüentemente alguns deles preferem teorias emergentistas ou teorias coneccionistas que se baseiam em mecanismos de processamento genal no cérebro. Entretanto, praticamente todas as teorias lingüísticas são controversas de maneira que existem pesquisadores trabalhando atualmente na área de aquisição de linguagem que usam a abordagem de Chomsky.

Gramática Gerativa

A abordagem de Chomsky em relação à sintaxe, freqüentemente chamada de gramática gerativa, embora muito popular, tem sido desafiada por muitos pesquisadores, especialmente aqueles que trabalham fora dos Estados Unidos. A análise sintática de Chomsky, muitas vezes altamente abstrata, se baseia fortemente em uma investigação cuidadosa dos limites entre construções gramaticais corretas e construções gramaticais incorretas numa língua. Deve-se comparar esta abordagem aos assim chamados casos patológicos (pathological cases) que possuem um papel semelhantemente importante em matemática. Tais julgamentos sobre a correção gramatical só podem ser realizados de maneira exata por um orador nativo, entretanto, e assim, por razões pragmáticas, tais lingüistas normalmente (mas não exclusivamente) focalizam seus trabalhos em sus próprias línguas-mães ou em línguas em que eles são fluentes (geralmente o inglês, o francês, o alemão, o holandês, o italiano, o japonês ou um das línguas do chinês). Algumas vezes a análise da gramática gerativa não funcionou quando foi aplicada à línguas que não foram ainda estudadas. Desta maneira, muitas alterações foram realizadas na gramática gerativa devido ao aumento do número de línguas analisadas. Entretanto, as reivindicações feito sobre uma lingüística universal tem se tornado mais forte e não enfraquecido durante o transcorrer do tempo. Por exemplo, a sugestão de Kayne, na década de 1990, de que todas as línguas têm uma ordem Sujeito - Verbo - Objeto das palavras teria parecido altamente improvável na década de 1960. Um das principais motivações que estão por detrás de uma outra abordagem, a perdpectiva funcional-tipológica (ou tipologia lingüística, freqüentemente associada a Joseph H. O Greenberg), é basear hipóteses da lingüística universal no estudo da maior variedade possível de línguas, para classificar a variação e criar teorias baseadas nos resultados desta classificação. A abordagem de Chomsky é por demais profunda e a dependente do conhecimento nativo da língua para seguir este método (embora tenha sido aplicada a muitas línguas desde que foi criada).

Hierarquia de Chomsky

Chomsky é famoso por pesquisar vários tipos de linguagens formais procurando entender se poderiam ser capazes de capturar as propriedades-chave das línguas humanas. A hierarquia de Chomsky divide as gramáticas formais em classes com poder expressivo crescente, i.e., cada classe sucessiva pode gerar um conjunto mais amplo de linguagens formais que a classe imediatamente anterior. De maneira interessante, Chomsky argumenta que a modelagem de alguns aspectos de linguagem humana necessita de uma gramática formal mais complexa (complexidade medida pela hierarquia de Chomsky) que a modelagem de outros aspectos. Por exemplo, enquanto que uma linguagem regular é suficientemente poderosa para modelar a morfologia da língua inglesa, ela não é suficientemente poderosa para modelar a sintaxe a mesma língua. Além de ser relevante em lingüistica, a hierarquia de Chomsky também tornou-se importante em Ciência da Computação (especialmente na construção de compiladores) e na Teoria dos Autômatos.

Seu trabalho seminal em fonologia foi The sound pattern of English, que publicou juntamente com Morris Halle. Este trabalho é considerado ultrapassado (embora tenha sido recentemente reimpresso). Chomsky não pesquisa nem publica mais na área de fonologia.

Crítica da Lingüística de Chomsky

Embora a posição de Chomsky seja a melhor da lingüistica, sua abordagem tem sido criticada. Talvez a mais conhecida abordagem alternativa à posição de Chomsky seja a de George Lakoff e de Mark Johnson. O trabalho destes pesquisadores sobre lingüistica cognitiva desenvolveu-se a partir da Lingüística de Chomsky mas difere dela de maneiras significativas. Especificamente, eles argumentam contra os aspectos -neo-cartesianos das teorias de Chomsky e afirmam que Chomsky falha em não levar em conta a extensão em que cognição é incoporada. Como notado acima, a visão conexionista da aprendizagem não são compatíveis com a abordagem de Chomsky. Também, desenvolvimentos mais recentes em psicologia como, por exemplo, cognição localizada e psicologia discursiva não são compatíveis com a abordagem chomskiana. De maneira muito mais radical, os filósofos na tradição de Wittgenstein (como Saul Kripke) discutem que a visão chomskyana é fundamental errada quanto ao papel da regra no que tange à cognição humana. De maneira semelhante, os filósofos das tradições da fenomenologia, do existencialismo e da hermenêutica se opõem aos aspectos abstratos neo-rationalistas do pensamento de Chomsky. O filósofo contemporâneo que representa melhor esta visão é, talvez, Hubert Dreyfus, também famoso (ou notório) pelos seus ataques contra a inteligência artificial.


Contribuições à Psicologia

O trabalho de Chomsky em Lingüistica tem tido implicações importantes para a psicologia e seu principal direcionamento no século 20. Sua teoria da gramática universal foi um desafio direto ao behaviourismo, fortemente estabelecido em seu tempo, e teve conseqüências importantes no entendimento de como a linguagem é aprendida pelas crianças e o que, exatamente, é a capacidade de interpretar linguagem. Os princípios mais básicos desta teoria são atualmente geralmente aceitos (embora não necessariamente as fortes reivindicações feitas pela abordagem de princípios e parâmetros descrita acima).

Em 1959, Chomsky publicou uma crítica - a qual obteve uma grande repercussão - do livro Verbal Behavior, escrito por B.F. Skinner , o mais aclamado dos psicólogos da tradição psicológica behaviourista (ou, em português, comportamentalista). Essa teoria, que tinha dominado a psicologia na primeira metade do século 20, dizia que a linguagem era meramente um "comportamento aprendido". Skinner argumentava que a linguagem, como qualquer outro comportamento — desde a salivação de um cão ao antecipar seu jantar ao desempenho de um grande pianista — poderia ser atribuído a um "treinamento feito através de recompensas e penalidades durante certo período de tempo." A linguagem, segundo Skinner, podia ser completamente aprendida através das pistas e do condicionamento proveniente do mundo no qual aquele-que-aprende está imerso.

A crítica de Chomsky à metodologia e às pressuposições básicas de Skinner prepararam o caminho para uma revolução contra a doutrina behaviorista. Em seu livro de 1966, Cartesian Linguistics e em trabalhos subseqüentes, Chomsky cria uma explicação das faculdades da linguagem humana que torno-se um modelo para investigação em outras áreas da psicologia. Muito da concepção atual de como a mente trabalha vem diretamente de idéias que, nos tempos modernos, encontraram em Chomsky seu primeiro autor.

Existem três idéias chave aqui. Primeiro, que a mente é "cognitiva", ou que a mente realmente contém estados mentais, crenças, dúvidas e assim por diante. A visão anterior negava mesmo isto, argumentando que existem apenas relacionamentos "estímulo-resposta" tais como "Se você me pergunta se quero X, eu irei dizer sim". Mas Chomsky mostrou que a maneira mais comum de entender a mente, como tendo coisas como crenças e mesmo estados mentais inconscientes, tinha de que estar certo.

Segundo, Chomsky argumentou que muitas partes do que a mente adulta podia fazer era "inata". Isto é, embora nenhuma criança nascesse automaticamente sendo capaz de falar uma linguagem, todas as pessoas nascem com uma capacidade poderosa de aprendizado da linguagem que permite a eles dominar muitas linguagens muito rapidamente em seus primeiros anos de vida. Psicólogos subseqüentes têm estendido esta tese para além da linguagem de maneira que a mente não é mais considerada um "papel em branco" quando do nascimento.

Finalmente, Chomsky introduziu o conceito de "modularidade", uma característica crítica da arquitetura cognitiva da mente. A mente é composta de uma conjunto de subsistemas especializados que interagem entre si e que apresentam fluxos de intercomunicação limitados. Este modelo contrasta agudamente com a velha idéia segundo a qual qualquer parte de informação na mente poderia ser ‘’acessada’’ por qualquer outro processo cognitivo (ilusões óticas, por exemplo, não "podem ser desligadas" mesmo quando são se reconhece serem apenas ilusões).

Crítica chomskiana à cultura da Ciência

Chomsky tem refutado fortemente o deconstrucionismo e as críticas do pós-modernismo à Ciência: "Tenho passado muito tempo da minha vida trabalhando em questões como estas, usando os únicos métodos que conheço e que são condenados aqui como 'ciência,' 'racionalidade,' 'lógica,' e assim por diante. Portanto, leio esses artigos com certa esperança que eles me ajudassem a 'transcender' estas limitações, ou talvez me sugerissem um caminho inteiramente diferente. Temo ter me desapontado. Reconheço que isso pode se dever às minhas próprias limitações. Muito freqüentemente 'meus olhos se esgazeam ' quando leio discursos polissilábicos de autores do pós-estruturalismo e do pós-modernismo. Penso que tais textos são, em grande parte, feitos de truísmos ou de erros, mas isso é apenas um pequeno pedaço dessa coisa toda. È verdade que há muitas outras coisas que eu não entendo: artigos nas edições atuais dos periódicos de Matemática e de Física, por exemplo. Mas existe uma diferença. Neste último caso, eu sei como entendê-los, e tenho feito isto em casos de particular interesse para mim; e eu também sei que as pessoas nestes campos podem me explicar seu conteúdo em meu nível, de modo que posso obter a compreensão (às vezes parcial) que me satisfaça. Em contraste, ninguém parece ser capaz de me explicar que o último artigo “pós-isto-e-pós-aquilo” não seja (em sua maior parte ) outra coisa que não truísmos, erros ou balbúcios, de maneira que eu não sei o que fazer para prosseguir com eles."

Chomsky nota que as críticas à "ciência masculina branca" são muito semelhantes aos ataques anti-semitas e politicamente motivados contra a "Física judaica" usada pelos nazistas para denegrir a pesquisa feita pelos cientistas judeus durante o movimento Deustche Physik: "De fato, por si só a idéia de uma 'ciência masculina branca' me lembra, eu temo, a idéia de uma 'Física judaica'. Talvez seja outra inaptidão minha, mas quando leio um artigo científico, eu não consigo dizer se o autor é branco ou se é homem. O mesmo é verdade para o problema do trabalho ser feito em sala de aula, no escritório, ou em qualquer outro lugar. Eu duvido que os estudantes não-masculinos, não-brancos, amigos e colegas com quem que trabalho não ficassem deveras impressionados com a doutrina de que seu pensamento e sua compreensão das coisas seria diferente da 'ciência masculina branca' por causa de sua 'cultura ou gênero ou raça.' Suspeito que 'surpresa' não seria bem a palavra adequada para a reação deles." [1] (http://www.zmag.org/chomsky/articles/95-science.html)

Visão Política

Chomsky é uma personalidades mais conhecidas da política de [esquerda]] americana. Ele se define politicamente na tradição do anarquismo, uma filosofia política que desafia todas as formas de hierarquia tentando as eliminar se se mostrarem injustas. Ele se identifica especialmente à corrente do anarco-sindicalismo, orientada para a defesa do trabalhador . Diferentemente de muitas anarquistas, Chomsky nem sempre luta contra a política eleitoral: ele tem mesmo apoiado candidatos a cargos públicos. Ele se descreve como um “"companheiro de viagem” da tradição anarquista em oposição ao anarquismo puro para explicar porque algumas vezes ele aceita colaborar com o estado.

Chomsky também tem dito que ele se considera politicamente, na verdade, um conservador (veja o livro Chomsky's Politics, p. 188) do tipo liberal clássico. Ele também tem se definido como um sionistaembora chame a atenção para o fato de que sua definição de sionismo é considerada, por muitos, ser anti-sionista atualmente, em face do que ele diz perceber ter havido uma mudança no significado do sionismo desde a década de 1940 (veja Chomsky Reader). Sobre este assunto, em entrevista para a C-Span Book , ele disse: “ Eu sempre apoiei um lar étnico para os judeus na Palestina. Mas isto é diferente de um estado judeu. Há uma forte motivação para um lar étnico mas se ele deve ser um estado judaico ou um estado muçulmano ou um estado cristão ou um estado branco é um problema inteiramente diferente.” Além de tudo, Chomsky não gosta dos tradicionais títulos e categorias políticas e prefere deixar sua abordagem falar por ela mesma. Seus principais modos de ação incluem escrever artigos para revistas e livros e proferir palestras engajadas politicamente. Ele tem uma enorme quantidade de apoiadores pelo mundo todo o que o faz algumas vezes agendar suas palestras com dois anos de antecedência. Ele foi um dos principais palestrantes do Fórum Social Mundial, realizado em Porto Alegre, Brasil, no ano de 2002.

A visão de Chomsky sobre o terrorismo

Chomsky difere da abordagem convencional pelo fato de ver o terrorismo de estado como problema predominante, em oposição ao terrorismo praticado pelos movimentos políticos marginais. Ele distingue claramente entre o ato de matar civis do ato de atacar militares pessoal e suas instalações militares, demonstrando daí que em sua visão, as causas, as razões e os objetivos não justificam atos de terrorismo. Para Chomsky, o terrorismo é objetivo, não relativo. Ele afirma em seu livro 9-11 (sobre o ataque terrorista em Nova Iorque em 11 de setembro de 2001): “Assassinato de civis inocentes é terrorismo, não guerra contra o terrorismo” (p.76). “ Primeiro, temos o fato de que o terrorismo funciona. Ele não falha. Ele funciona. Violência geralmente funciona. Essa é a história do mundo. .Em segundo lugar, é um erro de análise muito sério dizer , como é comumente dito, que o terrorismo é a arma da dos fracos. Como outros meios de violência, ela é principalmente e na verdade uma arma dos fortes, surpreendentemente. Afirma-se que ela é uma arma dos fracos porque os fortes também controlam os sistemas doutrinários e estes afirmam que o terror dos fortes não conta como terror. Agora, isso está perto de ser universal. Eu não consigo achar uma exceção histórica, mesmo os piores assassinados em massa viam o mundo desta maneira. Veja o caso dos nazistas. Eles não estavam realizanbdo o terro na Europa ocupada. Eles estavam protegendo a população local do terrorismo dos partisans. E, à semelhança de outros movimentos de resistência, o que existia era terrorismo. E o que os nazistas estavam praticando era o contra-terrorismo”.

Critica ao governo dos Estados Unidos da América

Chomsky tem sido um crítico coerente e contundente do governo norte-americano. Em seu livro 9-11, uma série de entrevistas sobre os ataques terroristas de 11 de Setembro de 2001, ele afirma, como já tinha afirmado antes, que o governo dos Estados Unidos da América é o estado terrorista líder, nos tempos modernos. Chomsky tem criticado o governo do seu país pelo seu envolvimento na Guerra do Vietnã e no mais amplo conflito da Indochina assim como pela interferência em países da América Central e da América do Sul e pelo apoio militar a Israel, Arábia Saudita e Turquia. Chomsky focaliza sua crítica mais intensa nos regimes amigos do governo dos Estados Unidos da América em quanto critica seus inimigos oficiais - como a antiga União Soviética e Vietnã do Norte somente de passagem. Ele explica este comportamento usando o seguinte princípio: é mais importante avaliar ações que você tem mais possibilidade de influenciar Sua crítica da antiga União Soviética e da China tem tido algum efeito nesses países pois ambos os governos desses países censuraram seu trabalho, banindo a publicação de s eus livros. Chomsky tem repetidamente enfatizado sua teoria de que a maior parte da política externa dos Estados Unidos da América é baseada no “perigo do bom exemplo” o qual ele diz que é um outro nome para a teoria do dominó.O “perigo do bom exemplo” é representado por um país que conseguisse se desenvolver com sucesso independentemente do capitalismo e da influência dos Estados Unidos da América e desta maneira apresentasse um modelo para outros países nos quais este país tem fortes interesses econômicos. Isto, diz Chomsky, tem feito com que o governo norte-americano repetidamente intervenha para impedir movimentos “socialistas e outros movimentos “independentes” mesmo em regiões do mundo nas quais ele não tem interesses econômicos e de segurança significantes. Em um de seus mais famosos livros, What Uncle Sam Really Wants, Chomsky utiliza esta teoria particular como uma explicação para as intervenções do governo norte-americano na Guatemala, no Laos, na Nicarágua e em [Granada]]. Chomsky também acredita que as políticas da Guerra Friado governo norte-americano não foram inteiramente modelados pela paranóia anti-soviética mas, mais que isso, buscava a preservação da ideologia econômica e ideológica norte-americana no mundo. Como escreveu em seu livro Uncle Sam: “ O que os Estados Unidos da América querem é ‘estabilidade’, com isto querendo dizer segurança para as classes altas e para as grandes empresas multinacionais”.

Embora ele seja quase sempre um crítico da política externa do governo norte-americano, Chomsky expressa sua admiração pela liberdade de expressão que os cidadãos desse país possuem em um grande número de entrevistas e livros. Mesmo em outras democracias ocidentais tais como a França e o Canadá são menos liberais na defesa da liberdade de debater que os Estados Unidos da América e Chomsky não hesita em criticar esses países por isto, como mostra o affair Faurisson. Esta sutileza parece não ser notada pelos críticos de Chomsky os quais consideram sua visão da política externa americana como um ataque a todos os valores da sociedade americana, o que claramente não é verdade.

Visão sobre o socialismo

Chomsky se opõe profundamente ao sistema de “ capitalismo de estado da grande empresa” praticado pelos Estados Unidos da América e seus aliados. Ele apoia as idéias anarquistas (ou “socialistas libertárias”) de Mikhail Bakunin e exige liberdade econômica além do “controle da produção pelos próprios trabalhadores e não por proprietários e administradores que os governem e tomem todas as decisões”. He refere-se a isto como o “socialismo real” e descreve o socialismo no estilo soviético como semelhante, em termos de controle totalitário, ao capitalismo no estilo norte-americano. Ambos os sistemas se baseiam em tipos e níveis de controle mais do que em organização ou eficiência. (Na defesa desta tese, Chomsky algumas vezes aponta que a filosofia da administração científica proposta por Frederick Winslow Taylor foi a base organizacional para o maciço movimento de industrialização soviético e, ao mesmo tempo, o modelo de empresarial norte-americano. Chomsky tem buscado iluminar os comentários de Bakunin sobre o estado totalitário como uma previsão para o brutal estado policial que iria se instaurar em seguida á revolução soviética. He ecoa a afirmação de Bakunin “...após um ano [..] a ordem revolucionária irá se tornar muito pior que a do próprio czar” “ que é construída sobre a idéia de que o estado tirânico soviético era simplesmente um crescimento natural da ideologia natural de controle de estado bolchevique. Ele também chamou o comunismo soviético de “ falso socialismo” e disse que, contrariamente ao que muitos nos Estados Unidos diziam, o colapso da União Soviética devia ser considerada uma “pequena vitória para o socialismo” e não para o capitalismo. Em "For Reasons of State Chomsky" advoga que ao invés de um sistema capitalista no qual as pessoas sejam ‘’escravos assalariados’’ou um estado autoritário no qual as decisões sejam tomadas por um comitê central, uma sociedade devia funcionar sem pagamento do trabalho. Ele argumenta que as pessoas de todas as nações deviam ser livres para realizar os trabalhos que escolhessem. As pessoas deveriam ser livres para fazer o que eles quisessem e o trabalho que eles voluntariamente escolhessem deveria ser ao mesmo tempo “recompensador em si mesmo” e “socialmente útil”. “A sociedade seria dirigida sob um sistema de anarquismo pacífico sem a necessidade das instituições do “estado” ou do “governo”.

Bibliografia

Three Models for the Description of Language, 1956

Syntactic Structures, 1957

Aspects of the Theory of Syntax, 1965

Language and Mind, 1972

Rules and Representations, 1980

Lectures on Government and Binding, 1981

Knowledge of Language. Its Nature, Origin and Use, 1986

Language and Thought, 1993

The Minimalist Program, 1995

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