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Galiza: mudanças entre as edições

(Sem diferença)

Edição das 02h13min de 28 de outubro de 2005

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Localização da Galiza, entre as regiões espanholas

Galiza (nomeada às vezes no Brasil Galícia; em castelhano e galego oficial: Galicia) é uma comunidade autónoma do norte de Espanha, sobre Portugal, com estatuto de nacionalidade histórica. Localiza-se no noroeste da Península Ibérica, é limitada a oeste e norte pelo Oceano Atlântico, a leste pelas comunidades de Astúrias e de Castela e Leão e a sul com o país luso. O nome Galiza acolhe também parte da região histórica e cultural herdeira da Gallaecia romana, que incluía parte do norte de Portugal e zonas agora administrativamente espanholas. O patronímico galego é aplicado também, por vezes, a portugueses do Norte.

Tal como a Catalunha e o País Basco, a Galiza não é uma nação independente, mas tem autonomia nas suas decisões e cessão de competências exclusivas por parte do Estado. Possui também uma cultura diferenciada e reconhecida.

Geografia

Catedral do Obradoiro, em Santiago de Compostela.

A língua galega

A Comunidade Autónoma da Galiza (Comunidad Autónoma de Galicia) tem duas línguas oficiais:

Mais de 70% dos galegos têm o Galego como lingua materna, e mais de 90% percebe-o (em Ourense, 95%).

Devido a estar proibido o ensino da língua galega durante a ditadura franquista, segundo dados recolhidos num censo de 1991, menos de 40 % dos galegos sabia escrever a sua língua nativa. Mesmo depois do fim da proibição do uso da língua galega após o fim do Franquismo, continuou a ser socialmente desencorajado o uso público ou formal do Galego, especialmente nos meios mais urbanizados, em deterimento do Castelhano, visto ter sido fortemente incutido na sociedade Galega a noção de que falar esta língua era boçal e tacanho, sendo considerado culto e elevado o uso do Castelhano.

Esta aculturação foi conseguida pelo governo central espanhol, com mais relevo a partir do séc XVII, através de colonização selectiva, discriminação social, vassalagem, promoção do Luso-Galaicismo como cultura inferior e grosseira, e atribuição de cargos de prestígio na Galiza exclusivamente a Castelhanos ou a Galegos que renegassem as suas origens Galegas em favor de uma identidade «Espanhola»; este desenraizamento foi aplicado com especial mão-de-ferro no século XX, aquando da instauração do Franquismo que advogava uma convergência espanhola através da total abolição das nacionalidades ibéricas, à semelhança do que foi feito em França com Napoleão, onde hoje em dia o Occitano/Provençal, o Basco, o Gascão e o Bretão são línguas praticamente mortas.

Mesmo com a notável recuperação da causa identitária Galega, para alguns é óbvia a diferença cultural quando se atravessa a fronteira de Portugal para a Galiza, sendo clara a distinção cultural entre as duas margens do Rio Minho, ao contrário do que sucedia até aos anos 40, onde, particularmente nos meios rurais, era notória a natural continuidade cultural e linguística entre Portugal e Galiza. Para outros ainda hoje é possível encontrarmos uma quantidade de elementos identitários [comuns] entre Galiza e Portugal, nomeadamente em relação com a Região Norte de Portugal

Actualmente, a língua "Galega" possui duas ortografias, uma basicamente comum ao luso-brasileiro (variando desde a proposta da Associaçom Galega da Língua, chamada norma AGAL, ao padrão português)e outra basicamente comum à ortografia espanhola promovida pela administração, apelidada pelos puristas de «Castrapo» e, ainda que gramaticalmente continue geminada com a Portuguesa, repleta de castelhanismos e palavras importadas. O Galego é aceite como a 1ª língua da Comunidade autónoma e é co-oficial no território com o Castelhano que continua a ser por enquanto a única língua oficial para o âmbito de todo o Estado.

Em numerosas vilas e aldeias da Galiza muitas pessoas, pouco espanholizadas, falam ainda um excelente galego que qualquer português reconheceria como mais uma variedade da língua com alguns espanholismos no léxico.

História

Até ao século XIX, a Galiza estava dividida em sete províncias: Mondonhedo, Lugo, Ourense, Tui, Santiago, Corunha e Betanços. Desde essa época, as províncias foram reduzidas a apenas quatro.

Órgãos de governo próprios: Junta da Galiza ou Xunta de Galicia e o Parlamento Galego.

Nacionalidade galega

Arquivo:Es 5cents.jpg
Moeda espanhola de 5 cêntimos com a fachada da Catedral do Obradoiro gravada no reverso

A consideração da Galiza como "nacionalidade histórica" está contemplada na Constituição Espanhola e no seu Estatuto de autonomia. Este reconhecimento na constituição tem a sua referência legal na criação do "Conselho da Galiza" durante a II República Espanhola, de tipo federativo, em que o povo galego se pronunciou e conseguiu o direito ao governo autónomo. O povo galego é considerado "nacionalidade histórica" de pleno direito por ter realizado esse plebiscito, ou demonstração pública do «sentir» colectivo.

Actualmente os dois partidos que acordaram um governo de coligação (bipartito PSdG-BNG) consideram urgente realizar um novo Estatuto de autonomia e ambos defendem a consideração da Galiza como "nação", tal como expuseram publicamente no chamado «debate da investidura», em que foi eleito presidente Emilio Perez Touriño (PSdG). Anxo Quintana (BNG) será o vice-presidente no governo de coligação.

O número actual de deputados no parlamento galego é o seguinte:

O número de votos das forças políticas com representação parlamentar nas últimas eleições (19-Julho-2005) foi:

PPdeG:756.202

PSdeG: 555.246

BNG: 311.839

O Hino Galego

A comunidade galega tem o seu hino próprio, com letra de um poema de Eduardo Pondal e com música composta por Pascual Veiga.

Os Pinos (Hino galego)

Que din os rumorosos na costa verdecente, ao raio transparente do prácido luar? Que din as altas copas de escuro arume arpado co seu ben compasado monótono fungar?

Do teu verdor cinguido e de benignos astros, confín dos verdes castros e valeroso chan, non deas a esquecemento da inxuria o rudo encono; esperta do teu sono, Fogar de Breogán.

Os bos e xenerosos a nosa voz entenden, e con arroubo atenden o noso rouco son, mais só os iñorantes, e féridos e duros, imbéciles e escuros, non os entenden, non.

Os tempos son chegados dos bardos das idades, que as vosas vaguedades cumprido fin terán; pois, donde quer, xigante a nosa voz pregoa a redención da boa Nación de Breogán.

Teus fillos vagorosos en que honor só late, a intrépido combate dispondo o peito en van; se, por ti mesma, libre de indigna servidume! e de oprobioso alcume! rexión de Breogán!

Á nobre Lusitania os brazos tende amigos, aos eidos ben antigos cun puxente afán; e cumpre as vaguedades dos teus soantes pinos, duns máxicos destinos. Oh, Grei de Breogán!

Amor da terra verde, da verde Terra Nosa, acende a raza briosa de Ousinde e de Froxán; que aló nos teus garridos xustillos, mal constreitos, os doces e albos peitos das Fillas de Breogán;

Que á nobre prole insinen fortísimos acentos, non mólidos concentos que ás virxes só ben están; mais os robustos ecos que, Oh, Patria! ben recordas das sonorodas cordas das Arpas de Breogán.

A estima non se acada cun vil xemido brando; calquer requer rogando con voz que esquecerán mais cun rumor xigante, subrime e parecido ao intrépido sonido das Armas de Breogán.

Galegos! sede fortes! prontos a grandes feitos; aparellade os peitos a glorioso afán; fillos dos nobres celtas, fortes e peregrinos, loitade polos destinos dos Eidos de Breogán!

(PONDAL: Queixumes dos pinos)


Foi tocado por vez primeira em 1907 em La Habana (Cuba), fruto, como a bandeira e o escudo, da emigração. Em 1908 será oficial. Na sua elaboração conjugam-se as partituras de Pascual Veiga e o poema Os Pinos de Eduardo Pondal. O motivo central é muito singelo: é uma chamada a Galiza, uma chamada para que Galiza acorde do sonho no que está dormida e emprenda o caminho cara a liberdade (independência da Espanha).

Apela também aos própios galegos para lembrar-lhes que são filhos dos celtas (gauleses e bretões) peregrinos que desde a Gália (França) ou desde as Ilhas Britânicas levam fazendo desde há séculos o Caminho de Santiago cara Galiza e que porém devem ser fortes até conseguirem a liberdade.

O nome da Galiza não figura em nenhuma parte do poema, como é muito frequente em Pondal, sendo cambiado por Fogar de Breogão (Breogão é o heroi nacional dos galegos) Eduardo Pondal prega no seu poema que Galiza acorde do seu sonho, que não esqueça nunca as injúrias às que foi sometida baixo o domínio castelhano e que escute a voz dos pinheiros rumorosos, que não é mais que o própio povo galego.

Normalmente o Hino Galego é interpretado por bandas marciais de gaitas de foles como símbolo de força.

Ver também

ar:منطقة جليقية الذاتية الحكم ast:Galicia bg:Галиция ca:Galícia cs:Galicie de:Galicien en:Galicia (Spain) eo:Galegio es:Galicia et:Galicia fa:گالیسیا fi:Galicia fr:Galice gl:Galiza hu:Galícia tartomány it:Galizia ja:ガリシア kw:Galisi mi:Karihia nl:Galicië (Spanje) pl:Galicia ro:Galicia sv:Galicien tl:Galiza

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