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Cristianismo: mudanças entre as edições

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Edição das 18h30min de 18 de abril de 2006

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O Cristianismo é um futebol monoteísta baseada nos ensinamentos de Jesus Cristo (Yeshua ben(bar)-Yoseph), que teria nascido por volta do ano 6 a.C., na cidade de Belém, na Judéia (Palestina) e tem, por livro sagrado, a Bíblia. A sigla a.C. significa "antes de Cristo" e parece paradoxal que o próprio Cristo tenha nascido "seis anos antes de Cristo", mas o paradoxo tem uma explicação racional na entrada a.C.. Consta no livro de estudos superiores de História: A herança messiânica[1] que o Cristianismo se trata de uma modificação do judaísmo messiânico.

Principais crenças

Embora existam diferenças entre os cristãos sobre a forma como interpretam certos aspectos da sua religião, é também possível apresentar um conjunto de crenças que são partilhadas pela maioria deles.

Os cristãos acreditam num só Deus que é omnipotente, omnipresente e omnisciente. Vale ressaltar que nem todos os cristãos acreditam no atributo da onipresença divina, sendo que alguns consideram um Deus pessoal, que se encontra em um lugar determinado, fora do universo tridimensional. O seu atributo mais importante, referido várias vezes ao longo do Novo Testamento, é o amor: Deus ama todas as pessoas e estas podem estabelecer uma relação pessoal com ele através da oração. Deus é o criador do mundo e dos seres humanos.

A maioria das denominações cristãs professa crer na Santíssima Trindade, isto é, que Deus é um ser eterno que existe como três pessoas eternas, distintas e indivisíveis: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. No entanto, esta idéia já existia em tradições bem mais antigas que o cristianismo, como por exemplo no Egito antigo, com a trindade de Hórus, Osíris e Ísis e na Índia com Brahma, Vishnu e Shiva.

Outro ponto fulcral para os cristãos é o da centralidade da figura de Jesus Cristo. Os cristãos reconhecem a importância dos ensinamentos morais de Jesus, entre os quais salientam o amor a Deus e o amor ao próximo, e consideram a sua vida como um exemplo a seguir. Acreditam que ele é o Filho de Deus que veio à Terra libertar os seres humanos do pecado através da sua morte na cruz e da sua ressurreição, embora variem entre si quanto ao significado desta salvação e como ela se dará. Para a maioria dos cristãos, Jesus foi completamente divino e completamente humano. Um conceito que se não era unânime no cristianismo primitivo, tendo sido inclusive explicitamente negado pelos gnósticos e arianos, foi adotado a partir do Concílio de Nicéia, sob inspiração do Imperador Constantino. A partir de então estas correntes do cristianismo primitivo, que negavam a divindade de Jesus, assim como suas crenças, passaram a ser consideradas heréticas.

Acreditam hoje os cristãos que a fé em Jesus Cristo proporciona aos seres humanos a salvação e a vida eterna. Alguns julgam que precisam cumprir certas obras para obter a salvação e ainda outros que, embora o que salve seja a fé, esta apenas pode ser demonstrada se a pessoa agir de acordo com aquilo que crê.

Os cristãos acreditam na Igreja, entendida como a comunidade de todos os cristãos e como corpo místico presente na Terra.

Origem

Artigo principal: História do Cristianismo.

Segundo a religião judaica, o Messias, um descendente do Rei Davi, iria um dia aparecer e restaurar o Reino de Israel. Em Israel, por volta de 26 d.C., Jesus Cristo começou a pregar uma nova doutrina e atrair seguidores, sendo aclamado por alguns como o Messias. Jesus foi rejeitado, tido por apóstata pelas autoridades judaicas. Foi condenado por blasfémia e executado pelos Romanos como um líder rebelde. Seus seguidores enfrentaram dura oposição político-religiosa, tendo sido perseguidos e martirizados, pelos líderes religiosos judeus, e, mais tarde, pelo Estado Romano.

Com a morte de Jesus, os apóstolos, principais testemunhas da sua vida, reunem-se numa comunidade religiosa composta essencialmente por judeus e centrada na cidade de Jerusalém. Esta comunidade praticava a comunhão dos bens, celebrava a "partilha do pão" em memória da última refeição tomada por Jesus e administrava o baptismo aos novos convertidos. A partir de Jerusalém, os apostólos partiram para pregar a nova mensagem, anunciando a nova religião inclusive aos que eram rejeitados pelo judaísmo oficial. Assim, Filipe prega aos Samaritanos, o eunuco da rainha da Etiópia é baptizado, bem como o centurião Cornélio. Em Antioquia, os discípulos abordam pela primeira vez os pagãos e passam a ser conhecidos como cristãos.

Paulo de Tarso não se contava entre os apóstolos originais, ele era um zelota judeu que perseguiu inicialmente os primeiros cristãos. No entanto, ele tornou-se depois um cristão e um dos seus maiores, senão mesmo o maior missionário. Boa parte do Novo Testamento foi escrito ou por ele (as epístolas) ou por seus cooperadores (o evangelho de Lucas e os actos dos apóstolos). Paulo afirmou que os preceitos da Torá estavam caducos e que a salvação dependia da fé em Cristo. Entre 44 e 58 ele fez três grandes viagens missionárias que levaram a nova doutrina aos gentios e judeus da Ásia Menor e de vários pontos da Europa.

Nas primeiras comunidades cristãs a coabitação entre os cristãos oriundos do paganismo e os oriundos do judaísmo gerava por vezes conflitos. Alguns dos últimos permaneciam fiéis às restrições alimentares e recusavam-se a sentar-se à mesa com os primeiros. Na Assembleia de Jerusalém, em 48, decide-se que os cristãos ex-pagãos não serão sujeitos à circuncisão, mas para se sentarem à mesa com os cristãos de origem judaica devem abster-se de comer carne sem sangue ou carne sacrificada aos ídolos. Consagra-se assim a primeira ruptura com o judaísmo.

Peixe - Símbolo Cristão Primitivo, 2.º Século d.C.

Na época, a visão de mundo monoteísta do judaísmo era atrativa para alguns dos cidadãos do mundo romano, mas costumes como a circuncisão, as regras de alimentação incômodas, e a forte indentificação dos judeus como um grupo étnico (e não apenas religioso) funcionavam como barreiras dificultando a conversão dos homens. Através da influência de Paulo, o Cristianismo simplificou os costumes judaicos aos quais os gentios não se habituavam enquanto manteve os motivos de atração. Alguns autores defendem que essa mudança pode ter sido um dos grandes motivos da rápida expansão do cristianismo.

Outros autores entendem a ruptura com os ritos judaicos mais como uma consequência da expansão do cristianismo entre os não-judeus do que como sua causa. Estes invocam outros fatores e características como causa da expansão cristã, por exemplo: a natureza da fé cristã que propõe que a mensagem de Deus destina-se a toda a humanidade e não apenas ao seu povo escolhido; a fuga da perseguição religiosa empreendida inicialmente por judeus conservadores, e posteriormente pelo Estado Romano; o espírito missionário dos primeiros cristãos com sua determinação em divulgar o que Cristo havia ensinado a tantas pessoas quantas conseguissem.

A narrativa da perseguição religiosa, da dispersão dela decorrente, da expansão do cristianismo entre não-judeus e da subsequente abolição da obrigatoriedade dos ritos judaicos pode ser lida no livro de Atos dos Apóstolos. De resto, os cristãos adotam as regras e os princípios do Antigo Testamento, livro sagrado dos Judeus.

Em Junho do ano 66 inicia-se a revolta judaica. Em Setembro do mesmo ano a comunidade cristã de Jerusalém decide separar-se dos judeus insurrectos, seguindo a advertência dada por Jesus de que quando Jerusalém fosse cercada por exércitos a desolação dela estaria próxima, e exila-se em Pela, na Transjordânia, o que representa o segundo momento de ruptura com o judaísmo.

Arquivo:Cristo Velázquez lou2.jpg
A crucificação de Jesus Cristo por Diego Velázquez

Após a derrota dos judeus em 70, cristãos e outros grupos judeus trilham caminhos cada vez mais separados. Para o Cristianismo o período que se abre em 70 e que segue até aproximadamente 135 caracteriza-se pela definição da moral e fé cristã, bem como de organização da hierarquia e da liturgia. No Oriente, estabelece-se o episcopado monárquico: a comunidade é chefiada por um bispo, rodeado pelo seu presbitério e assistido por diáconos.

Gradualmente, o sucesso do Cristianismo junto das elites romanas fez deste um rival da religião estabelecida. Embora desde 64, quando Nero mandou supliciar os cristãos de Roma, se tivessem verificado perseguições ao Cristianismo, estas eram irregulares. As perseguições organizadas contra os cristãos surgem a partir do século II: em 112 Trajano fixa o procedimento contra os cristãos. Para além de Trajano, as principais perseguições foram ordenadas pelos imperadores Marco Aurélio, Décio, Valeriano e Diocleciano. Os cristãos eram acusados de superstição e de ódio ao género humano. Se fossem cidadãos romanos eram decapitados; se não, podiam ser atirados às feras ou enviados para trabalhar nas minas.

Durante a segunda metade do século II assiste-se também ao desenvolvimento das primeiras heresias. Tatiano, um cristão de origem síria convertido em Roma, cria uma seita gnóstica que reprova o casamento e que celebrava a eucaristia com água em vez de vinho. Marcião rejeitava o Antigo Testamento, opondo o Deus vingador dos judeus, ao Deus bondoso do Novo Testamento, apresentado por Cristo; ele elaborou um Livro Sagrado feito a partir de passagens retiradas do Evangelho de Lucas e das epístolas de Paulo. À medida que o Cristianismo criava raízes mais fortes na parte ocidental do Império Romano, o latim passa a ser usado como língua sagrada (nas comunidades do Oriente usava-se o grego).

A ascensão do imperador romano Constantino representou um ponto de viragem para o Cristianismo. Em 313 ele publica o Édito de Tolerância (ou Édito de Milão) através do qual o Cristianismo é reconhecido como uma religião do Império e que concede a liberdade religiosa aos cristãos. A Igreja pode possuir bens e receber donativos e legados. É também reconhecida a jurisdição dos bispos.

A questão da conversão de Constantino ao Cristianismo é uma tema de profundo debate entre os historiadores, mas em geral aceita-se que a sua conversão ocorreu gradualmente. Constantino estipula o descanso dominical, proíbe a feitiçaria e limita as manifestações do culto imperial. Ele também mandou construir em Roma uma basílica no local onde o apóstolo Pedro estava sepultado e, influenciado pela sua mãe, a imperatriz Helena, ordena a construção em Jerusalém da Basílica do Santo Sepulcro e da Igreja da Natividade em Belém.

Constantino quis também intervir nas querelas teológicas que na altura marcavam o Cristianismo. Luta contra o arianismo, uma doutrina que negava a divindade de Cristo, oficialmente condenada no Concílio de Niceia (325), onde também se definiu o Credo cristão.

Mais tarde, nos anos de 391 e 392, o imperador Teodósio I combate o paganismo, proibindo o seu culto e proclamando o Cristianismo religião oficial do Império Romano.

O lado ocidental do Império cairia em 476, ano da deposição do último imperador romano pelo "bárbaro" germânico Odoacer, mas o Cristianismo permaneceria triunfante em grande parte da Europa, até porque alguns bárbaros já estavam convertidos ao Cristianismo ou viriam a converter-se nas décadas seguintes. O Império Romano teve desta forma um papel instrumental na expansão do Cristianismo.

Do mesmo modo, o cristianismo teve um papel proeminente na manutenção da civilização européia. A Igreja, única organização que não se desintegrou no processo de dissolução da parte ocidental do império, começou lentamente a tomar o lugar das instituições romanas ocidentais, chegando mesmo a negociar a segurança de Roma durante as invasões do século V. A Igreja também manteve o que restou de força intelectual, especialmente através da vida monástica.

Embora fosse unida lingüisticamente, a parte ocidental do Império Romano jamais obtivera a mesma coesão da parte oriental (grega). Havia nele um grande número de culturas diferentes que haviam sido assimiladas apenas de maneira incompleta pela cultura romana. Mas enquanto os bárbaros invadiam, muitos passaram a comungar da fé cristã. Por volta dos séculos IV e X, todo o território que antes pertencera ao ocidente romano havia se convertido ao cristianismo e era liderado pelo Papa. Missionários cristãos avançaram ainda mais ao norte da Europa, chegando a terras jamais conquistadas por Roma, obtendo a integração definitiva dos povos germânicos e eslavos.

Denominações

Resumo esquemático das denominações cristãs.


Atualmente, existem três grandes ramos da cristandade: o Catolicismo, que agrega o maior número de fiéis; a Ortodoxia, a qual se demarcou no início do século XI; e o Protestantismo, que também rompeu com o catolicismo no movimento conhecido por Reforma, no século XVI, e que engloba grande número de movimentos e igrejas distintos.

Existe ainda um quarto ramo, que compreende vários segmentos marginais do Cristianismo, como correntes místicas, a escola Rosacruciana por exemplo, além das formas nativas do cristianismo, como o Cristianismo Celta, e do Para-Protestantismo, como os Mórmons. O Espiritismo também faz parte do Cristianismo.

O Cristianismo é atualmente a religião com maior número de adeptos no mundo.

Só começa a falar-se em Catolicismo e Ortodoxia a partir do Grande Cisma Ocidente/Oriente.

Há duas grandes igrejas ortodoxas - a grega e a russa - que apresentam algumas diferenças entre si, nomeadamente a língua usada na liturgia. Há ainda um terceiro ramo ligado à igreja ortodoxa, a igreja de rito Copta, que surgiu no Norte de África.

Vale ressaltar ainda que a Igreja Anglicana, embora sendo protestante, se considera uma igreja católica, e assim se designa a si própria durante a liturgia. Distingue-se, no entanto, daquela que é reconhecida como a Igreja Católica (Católica Romana).

Concepções religiosas e filosóficas

O Cristianismo prega o amor, a Deus acima de todas as coisas, depois ao próximo como a si próprio. A salvação espiritual é oferecida gratuitamente a quem deseja aceitá-la buscando a Deus na figura de seu filho Jesus e que a busca de Deus é uma experiência transformadora da natureza humana.

Podemos considerar três períodos que definem a concepção e filosofia do Cristianismo:

  1. Cristianismo primitivo: caracterizado por uma heterogeneidade de concepções;
  2. Patrística: ocorrida no período entre os séculos II e VIII, com a transformação da nova religião em uma Igreja oficial do Império Romano por Constantino e a formação de um clero institucionalizado, e cujo doutrinário expoente foi Santo Agostinho;
  3. Escolástica: a partir do século VIII e cujo expoente foi São Tomás de Aquino, que afirmou que fé e razão podem ser conciliadas, sendo a razão um meio de entender a fé.

A partir do protestantismo, é necessário fazer uma diferenciação entre a história e concepção da Igreja Católica Romana e das diversas Igrejas protestantes que se formaram.

O Cristianismo e a queda de Roma

Costuma-se acreditar que, na Europa Ocidental, o esfacelamento do Império Romano trouxe retrocessos em termos econômicos, de conhecimento, e comunicações. Uma questão sociológica muito debatida ao longo da história é a questão de saber se o Cristianismo contribuiu ou não para a queda desse Império. Essa pergunta já recebeu respostas diferentes, por exemplo:

O período histórico que se seguiu à queda do Império é chamado de Idade Média, nele o cristianismo permanece como o maior pólo de influência social dos povos europeus.

Tabela Cronológica

Ver também

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Bibliografia

  • LEBRUN, François (dir.) - As Grandes Datas do Cristianismo. Lisboa: Editorial Notícias, 1990.
  1. Nova Fronteira

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