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Bartolomeu Dias: mudanças entre as edições

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'''Bartolomeu Dias''' ([[Circa|ca.]] [[1450]] — [[29 de Maio]], [[1500]]) foi um navegador [[Portugal|português]] que ficou célebre por ter sido o primeiro europeu a navegar para além do extremo sul da [[África]], "dobrando" o [[Cabo da Boa Esperança]] e chegando ao [[oceano Índico]] a partir do [[Atlântico]].  
'''Bartolomeu Dias''' ([[Circa|ca.]], [[1450]] — [[29 de Maio]] de [[1500]]) foi um navegador [[Portugal|português]] que ficou célebre por ter sido o primeiro europeu a navegar para além do extremo sul da [[África]], "dobrando" o [[Cabo da Boa Esperança]] e chegando ao [[oceano Índico]] a partir do [[Atlântico]].  


Dele não se conhecem os antepassados, mas mercês e armas a ele outorgadas passaram a seus descendentes. Seu irmão foi [[Diogo Dias]] também experiente navegador. Há quem o diga{{quem?}} descendente de [[Dinis Dias]] escudeiro de [[D. João I]] e como navegador descobrira [[Cabo Verde]] em 1445. Ignora-se onde e quando nasceu, no entanto alguns historiadores sustentam ter ele nascido em [[Mirandela]], [[Trás-os-Montes e Alto Douro|Trás-os-Montes]]. Sobre a sua família sabe-se apenas que um parente [[Dinis Dias e Fernandes]], na década de [[1440]] terá comandado expedições marítimas ao longo da costa do Norte de África, tendo visitado as ilhas de [[Cabo Verde]].
Dele não se conhecem os antepassados, mas mercês e armas a ele outorgadas passaram a seus descendentes. Seu irmão foi [[Diogo Dias]] também experiente navegador. Há quem o diga{{quem?}} descendente de [[Dinis Dias]] escudeiro de [[D. João I]] e como navegador descobrira [[Cabo Verde]] em 1445. Ignora-se onde e quando nasceu, no entanto alguns historiadores sustentam ter ele nascido em [[Mirandela (freguesia)|Mirandela]], [[Mirandela]], [[Trás-os-Montes e Alto Douro]]. Sobre a sua família sabe-se apenas que um parente [[Dinis Dias e Fernandes]], na década de [[1440]] terá comandado expedições marítimas ao longo da costa do Norte de África, tendo visitado as ilhas de [[Cabo Verde]].


== Biografia ==
==Biografia==
Na sua juventude terá frequentado as aulas de [[Matemática]] e [[Astronomia]] na [[Universidade de Lisboa]]{{Carece de fontes|data=Janeiro de 2011}} e serviu na fortaleza de [[São Jorge da Mina]]. Estava habilitado quer a determinar as coordenadas de um local, quer a enfrentar tempestades e calmarias como as do [[Golfo da Guiné]].  
Na sua juventude terá frequentado as aulas de [[Matemática]] e [[Astronomia]] na [[Universidade de Lisboa]]{{Carece de fontes|data=Janeiro de 2011}} e serviu na fortaleza de [[São Jorge da Mina]]. Estava habilitado quer a determinar as coordenadas de um local, quer a enfrentar tempestades e calmarias como as do [[Golfo da Guiné]].  


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[[Ficheiro:Bartolomeu Dias Voyage.PNG|260px|thumb|left|Rota da viagem de Bartomoleu Dias (1487-88)]]
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=== Obras ===
===Obras===
Marinheiro experiente,  o primeiro a chegar ao [[Cabo das Tormentas]], como o batizou em [[1488]] (chamado assim pois lá encontrou grandes vendavais e tempestades), um dos mais importantes acontecimentos da história das navegações. A expedição partiu de [[Lisboa]] em Agosto de [[1487]] a bordo levavam dois negros e quatro negras, capturados por [[Diogo Cão]] na costa ocidental africana. Bem alimentados e vestidos, serão largados na costa oriental para que testemunhem junto daquelas populações daquelas regiões a bondade e grandeza dos portugueses, e ao mesmo tempo recolher informações sobre o reino do [[Preste João]]. Em Dezembro atingiu a costa da actual [[Namíbia]], o ponto mais a sul cartografado pela expedição de Diogo Cão. Continuando para sul, descobriu primeiro a [[Angra dos Ilhéus]], sendo assaltado, em seguida, por um violento temporal. Treze dias depois, procurou a costa, encontrando apenas o mar. Aproveitando os ventos vindos da [[Antártica]] que sopram vigorosamente no Atlântico Sul, navegou para nordeste, redescobrindo a costa, que aí já tinha a orientação este-oeste e norte (já para leste do [[Cabo da Boa Esperança]], que foi renomeado pelo rei português D. João II, assegurando a esperança de se chegar à Índia, para comprar as tão necessárias especiarias e outros artigos de luxo. Antes para se chegar à Índia era preciso apenas cruzar o Mar Mediterrâneo passando por Génova e Veneza, que eram grandes centros comerciais graças ao [[Renascimento]], só que eram agora dominados pelos turcos. Precisando então cruzar o Atlântico, chamado naquele tempo de O Mar Tenebroso, acreditando-se que nele havia monstros devoradores de embarcações e dar a volta na África, para se chegar à Índia), continuou para leste, cartografando diversas baías da costa da actual [[África do Sul]] (úteis no futuro como [[porto|portos naturais]]), e chegando até à [[baía de Algoa]] (800 km a leste do cabo da Boa Esperança), então conhecido como [[Cabo das Tormentas]].
Marinheiro experiente,  o primeiro a chegar ao [[Cabo das Tormentas]], como o batizou em [[1488]] (chamado assim pois lá encontrou grandes vendavais e tempestades), um dos mais importantes acontecimentos da história das navegações. A expedição partiu de [[Lisboa]] em Agosto de [[1487]] a bordo levavam dois negros e quatro negras, capturados por [[Diogo Cão]] na costa ocidental africana. Bem alimentados e vestidos, serão largados na costa oriental para que testemunhem junto daquelas populações daquelas regiões a bondade e grandeza dos portugueses, e ao mesmo tempo recolher informações sobre o reino do [[Preste João]]. Em Dezembro atingiu a costa da actual [[Namíbia]], o ponto mais a sul cartografado pela expedição de Diogo Cão. Continuando para sul, descobriu primeiro a [[Angra dos Ilhéus]], sendo assaltado, em seguida, por um violento temporal. Treze dias depois, procurou a costa, encontrando apenas o mar. Aproveitando os ventos vindos da [[Antártica]] que sopram vigorosamente no Atlântico Sul, navegou para nordeste, redescobrindo a costa, que aí já tinha a orientação este-oeste e norte (já para leste do [[Cabo da Boa Esperança]], que foi renomeado pelo rei português D. João II, assegurando a esperança de se chegar à Índia, para comprar as tão necessárias especiarias e outros artigos de luxo. Antes para se chegar à Índia era preciso apenas cruzar o Mar Mediterrâneo passando por Génova e Veneza, que eram grandes centros comerciais graças ao [[Renascimento]], só que eram agora dominados pelos turcos. Precisando então cruzar o Atlântico, chamado naquele tempo de O Mar Tenebroso, acreditando-se que nele havia monstros devoradores de embarcações e dar a volta na África, para se chegar à Índia), continuou para leste, cartografando diversas baías da costa da actual [[África do Sul]] (úteis no futuro como [[porto|portos naturais]]), e chegando até à [[baía de Algoa]] (800 km a leste do cabo da Boa Esperança), então conhecido como [[Cabo das Tormentas]].


No entanto, a tripulação revoltada obrigou o [[capitão (náutica)|capitão]] a regressar a [[Portugal]] pela linha da costa para oeste. No regresso, com a costa sempre visível, descobriu o [[Cabo das Agulhas]], o ponto mais a sul do continente, e o [[Cabo da Boa Esperança|Cabo das Tormentas]], actual [[Cabo da Boa Esperança]], cuja [[longitude]] tinha contornado por alto mar na viagem de ida, nessa viagem de volta colocou padrões de pedra nos principais pontos descobertos: a atual False Island, a ponta do Cabo das Tormentas, então descoberto, e o Cabo da Volta, hoje Diaz Point. Regressou a Lisboa em Dezembro de [[1488]].O sucesso da sua descoberta do caminho para a Índia não foi recompensado.
No entanto, a tripulação revoltada obrigou o [[capitão (náutica)|capitão]] a regressar a [[Portugal]] pela linha da costa para oeste. No regresso, com a costa sempre visível, descobriu o [[Cabo das Agulhas]], o ponto mais a sul do continente, e o [[Cabo da Boa Esperança|Cabo das Tormentas]], actual [[Cabo da Boa Esperança]], cuja [[longitude]] tinha contornado por alto mar na viagem de ida, nessa viagem de volta colocou padrões de pedra nos principais pontos descobertos: a atual False Island, a ponta do Cabo das Tormentas, então descoberto, e o Cabo da Volta, hoje Diaz Point. Regressou a Lisboa em Dezembro de [[1488]]. O sucesso da sua descoberta do caminho para a Índia não foi recompensado.


Acompanhou a construção dos navios e acompanhou a esquadra de [[Vasco da Gama]], em 1499 como capitão de um dos navios que tinha como destino até São Jorge da Mina. A expedição partiu em [[1497]]. Em [[1500]], acompanhou [[Pedro Álvares Cabral]] na famosa viagem em que este descobriu o [[Brasil]]. Quando a frota seguia para a [[Índia]], o navio em que ia Bartolomeu Dias naufragou e o valente marinheiro achou a morte junto da sua descoberta mais famosa - o [[Cabo da Boa Esperança]].
Acompanhou a construção dos navios e acompanhou a esquadra de [[Vasco da Gama]], em 1499 como capitão de um dos navios que tinha como destino até São Jorge da Mina. A expedição partiu em [[1497]]. Em [[1500]], acompanhou [[Pedro Álvares Cabral]] na famosa viagem em que este descobriu o [[Brasil]]. Quando a frota seguia para a [[Índia]], o navio em que ia Bartolomeu Dias naufragou e o valente marinheiro achou a morte junto da sua descoberta mais famosa - o [[Cabo da Boa Esperança]].
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Bartolomeu Dias foi o primeiro navegador a navegar longe da costa no Atlântico Sul. A sua viagem, continuada por Vasco da Gama, abriu o caminho marítimo para a Índia.
Bartolomeu Dias foi o primeiro navegador a navegar longe da costa no Atlântico Sul. A sua viagem, continuada por Vasco da Gama, abriu o caminho marítimo para a Índia.


Seria em 1500 o principal navegador da esquadra de [[Pedro Álvares Cabral]]. A carta de [[Pero Vaz de Caminha]] faz diversas referências a ele, apontando para a confiança que nele tinha o capitão-mor. Quando a armada de Cabral navegava em direção ao Cabo, após sua estada no Brasil, um forte temporal causou o naufrágio de quatro naus, entre elas a sua própria nau<ref>SERRÃO, Joel (dir.). ''[[Dicionário de História de Portugal]]'', sv. «Bartolomeu Dias».</ref>.
Seria em 1500 o principal navegador da esquadra de [[Pedro Álvares Cabral]]. A carta de [[Pero Vaz de Caminha]] faz diversas referências a ele, apontando para a confiança que nele tinha o capitão-mor. Quando a armada de Cabral navegava em direção ao Cabo, após sua estada no Brasil, um forte temporal causou o naufrágio de quatro naus, entre elas a sua própria nau<ref>SERRÃO, Joel (dir.). ''[[Dicionário de História de Portugal]]'', sv. «Bartolomeu Dias».</ref>.


==Bibliografia==
==Bibliografia==
Em 1486, o rei dom João II passou o comando de uma expedição marítima a Bartolomeu Dias. A missão era procurar e estabelecer relações pacíficas com um legendário rei cristão africano, conhecido como Prestes João. Ele tinha ordens também de explorar o litoral africano e encontrar uma rota para as Índias.
Em 1486, o rei D. João II passou o comando de uma expedição marítima a Bartolomeu Dias. A missão era procurar e estabelecer relações pacíficas com um legendário rei cristão africano, conhecido como Prestes João. Ele tinha ordens também de explorar o litoral africano e encontrar uma rota para as Índias.


As duas caravelas de 50 toneladas e uma naveta auxiliar passaram primeiro pela angra dos Ilhéus (atual baía de Spencer) e o cabo das Voltas. Entraram em seguida num violento temporal. Ficaram treze dias sem controle, enfrentando o vento e as ondas. Quando o mar acalmou, navegaram para leste em busca da costa, mas só encontraram mar.
As duas caravelas de 50 toneladas e uma naveta auxiliar passaram primeiro pela angra dos Ilhéus (atual baía de Spencer) e o cabo das Voltas. Entraram em seguida num violento temporal. Ficaram treze dias sem controle, enfrentando o vento e as ondas. Quando o mar acalmou, navegaram para leste em busca da costa, mas só encontraram mar.


Decidiram, então, ir para o norte, onde acharam diversos portos. Ao encontrar a foz de um rio, que batizaram de rio do Infante, a tripulação obrigou o capitão a voltar. Era o final de janeiro e início de fevereiro de 1488.
Decidiram, então, ir para o norte, onde acharam diversos portos. Ao encontrar a foz de um rio, que batizaram de rio do Infante, a tripulação obrigou o capitão a voltar. Era o final de Janeiro e início de Fevereiro de 1488.


Bartolomeu Dias deu-se conta então que passara pelo extremo sul da África, o cabo que, por conta da tempestade, ele havia chamado de cabo das Tormentas. O rei dom João II viu a novidade com outros olhos e mandou mudar o nome para Boa Esperança. Afinal, uma expedição portuguesa provara que havia um caminho alternativo para o comércio com o Oriente.
Bartolomeu Dias deu-se conta então que passara pelo extremo sul da África, o cabo que, por conta da tempestade, ele havia chamado de cabo das Tormentas. O rei D. João II viu a novidade com outros olhos e mandou mudar o nome para Boa Esperança. Afinal, uma expedição portuguesa provara que havia um caminho alternativo para o comércio com o Oriente.


A primeira representação cartográfica das zonas exploradas por Bartolomeu Dias é o planisfério de [[Henricus Martellus Germanus|Henricus Martellus]]. Em 1652, o mercador holandês Jan van Riebeeck fundaria um posto comercial na região que, mais tarde, se tornaria a Cidade do Cabo.
A primeira representação cartográfica das zonas exploradas por Bartolomeu Dias é o planisfério de [[Henricus Martellus Germanus|Henricus Martellus]]. Em 1652, o mercador holandês Jan van Riebeeck fundaria um posto comercial na região que, mais tarde, se tornaria a Cidade do Cabo.
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Bartolomeu Dias voltou ao mar em 1500, no comando de um dos navios da frota de Pedro Álvares Cabral. Após passar pelas costas brasileiras, a caminho da Índia, Bartolomeu Dias morreu quando sua caravela naufragou, ironicamente, no cabo da Boa Esperança. Frágil, a caravela era um barco rápido, pequeno e de fácil manobra. Em caso de necessidade, podia ser movida a remo.
Bartolomeu Dias voltou ao mar em 1500, no comando de um dos navios da frota de Pedro Álvares Cabral. Após passar pelas costas brasileiras, a caminho da Índia, Bartolomeu Dias morreu quando sua caravela naufragou, ironicamente, no cabo da Boa Esperança. Frágil, a caravela era um barco rápido, pequeno e de fácil manobra. Em caso de necessidade, podia ser movida a remo.


Os dados biográficos do navegador anteriores a essas viagens são escassos e contraditórios. A data de nascimento é ignorada. Ele foi escudeiro da Casa Real e administrador do Armazém da Guiné, e sabe-se que descendia de Dinis Dias. Há informações sobre um certo Bartolomeu Dias, mercador entre Lisboa e a Itália nos anos de 1475 e 1478, porém, pode ser outra pessoa com o mesmo nome.
Os dados biográficos do navegador anteriores a essas viagens são escassos e contraditórios. A data de nascimento é ignorada. Ele foi [[Escudeiro]] [[Fidalgo]] da Casa Real e Administrador do Armazém da Guiné, e sabe-se que descendia de Dinís Dias. Há informações sobre um certo Bartolomeu Dias, mercador entre Lisboa e a Itália nos anos de 1475 e 1478, porém, pode ser outra pessoa com o mesmo nome.


No entanto, seu feito nas costas africanas o fez ser imortalizado pelos dois mais famosos poetas portugueses. Além de ser personagem de Camões, em Os Lusíadas, Fernando Pessoa fez um epitáfio para ele:
No entanto, seu feito nas costas africanas o fez ser imortalizado pelos dois mais famosos poetas portugueses. Além de ser personagem de Camões, em Os Lusíadas, Fernando Pessoa fez um epitáfio para ele:


"Jaz aqui, na pequena praia extrema,/ O Capitão do Fim. Dobrado o Assombro,/ O mar é o mesmo: já ninguém o tema!/ Atlas, mostra alto o mundo no seu ombro."
"Jaz aqui, na pequena praia extrema,/ O Capitão do Fim. Dobrado o Assombro,/ O mar é o mesmo: já ninguém o tema!/ Atlas, mostra alto o mundo no seu ombro."
==Casamento e descendência==
Casou não se sabe com quem, mas supõe-se que fosse da família de Novais, pois os seus filhos levam este apelido, e teve dois filhos:<ref>"Os Representantes de Bartolomeu Dias e Paulo Dias de Novais", D. António Xavier da Gama Pereira Coutinho, Edição do Autor, 1.ª Edição, Matosinhos, 1938, pp. 5, 11, 12 e 15</ref>
* Simão Dias de Novais, solteiro e sem geração
* António Dias de Novais, [[Cavaleiro]] da [[Ordem de Cristo]], casado com Joana Fernandes, filha de Fernão Pires e de sua mulher Guiomar Montês, de quem teve um filho e uma filha:
** [[Paulo Dias de Novais]]
** Guiomar de Novais, casada primeira vez com D. Rodrigo de Castro, viúvo de Leonor de Cabedo, com geração, e segunda vez com Pedro Correia da Silva, sem geração:
*** D. Paula de Novais, solteira e sem geração
*** D. Violante de Castro, solteira e sem geração


{{Referências}}
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== Ver também ==
==Ver também==
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{{commonscat|Bartolomeu Dias}}
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[[Categoria:Nascidos em 1450]]
[[Categoria:Navegadores de Portugal]]
[[Categoria:Navegadores de Portugal]]
[[Categoria:Nascidos em 1450]]
[[Categoria:Fidalgos da Casa Real]]
[[Categoria:Mortos em 1500]]


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Edição das 17h44min de 31 de maio de 2012

Disambig grey.svg Nota: Para a cidade moçambicana, veja Bartolomeu Dias (Moçambique).
Bartolomeu Dias
Dias statue (cropped), Cape Town.jpg
Estátua de Bartolomeu Dias na Cidade do Cabo
Nascimento ca. 1450[[Categoria:Predefinição:Categorizar-ano-século-milénio/1]]Predefinição:Sem local
Morte 29 de maio de 1500 (50 anos)[[Categoria:Predefinição:Categorizar-ano-século-milénio/1]]Predefinição:Sem local
Nacionalidade Portugal Português
Ocupação Navegador

Bartolomeu Dias (ca., 145029 de Maio de 1500) foi um navegador português que ficou célebre por ter sido o primeiro europeu a navegar para além do extremo sul da África, "dobrando" o Cabo da Boa Esperança e chegando ao oceano Índico a partir do Atlântico.

Dele não se conhecem os antepassados, mas mercês e armas a ele outorgadas passaram a seus descendentes. Seu irmão foi Diogo Dias também experiente navegador. Há quem o digaPredefinição:Quem? descendente de Dinis Dias escudeiro de D. João I e como navegador descobrira Cabo Verde em 1445. Ignora-se onde e quando nasceu, no entanto alguns historiadores sustentam ter ele nascido em Mirandela, Mirandela, Trás-os-Montes e Alto Douro. Sobre a sua família sabe-se apenas que um parente Dinis Dias e Fernandes, na década de 1440 terá comandado expedições marítimas ao longo da costa do Norte de África, tendo visitado as ilhas de Cabo Verde.

Biografia

Na sua juventude terá frequentado as aulas de Matemática e Astronomia na Universidade de Lisboa[carece de fontes?] e serviu na fortaleza de São Jorge da Mina. Estava habilitado quer a determinar as coordenadas de um local, quer a enfrentar tempestades e calmarias como as do Golfo da Guiné.

Em 1486, D. João II confiou-lhe o comando de duas caravelas e de uma naveta de mantimentos com o intuito público de saber notícias do Preste João. Ao comando da caravela S. Pantaleão estava João Infante. O propósito não declarado da expedição seria investigar a verdadeira extensão para Sul das costas do continente africano, de forma a avaliar a possibilidade de um caminho marítimo para a Índia. Porém antes disso, capitaneara um navio na expedição de Diogo de Azambuja ao Golfo da Guiné.

Arquivo:Bartolomeu Dias Voyage.PNG
Rota da viagem de Bartomoleu Dias (1487-88)

Obras

Marinheiro experiente, o primeiro a chegar ao Cabo das Tormentas, como o batizou em 1488 (chamado assim pois lá encontrou grandes vendavais e tempestades), um dos mais importantes acontecimentos da história das navegações. A expedição partiu de Lisboa em Agosto de 1487 a bordo levavam dois negros e quatro negras, capturados por Diogo Cão na costa ocidental africana. Bem alimentados e vestidos, serão largados na costa oriental para que testemunhem junto daquelas populações daquelas regiões a bondade e grandeza dos portugueses, e ao mesmo tempo recolher informações sobre o reino do Preste João. Em Dezembro atingiu a costa da actual Namíbia, o ponto mais a sul cartografado pela expedição de Diogo Cão. Continuando para sul, descobriu primeiro a Angra dos Ilhéus, sendo assaltado, em seguida, por um violento temporal. Treze dias depois, procurou a costa, encontrando apenas o mar. Aproveitando os ventos vindos da Antártica que sopram vigorosamente no Atlântico Sul, navegou para nordeste, redescobrindo a costa, que aí já tinha a orientação este-oeste e norte (já para leste do Cabo da Boa Esperança, que foi renomeado pelo rei português D. João II, assegurando a esperança de se chegar à Índia, para comprar as tão necessárias especiarias e outros artigos de luxo. Antes para se chegar à Índia era preciso apenas cruzar o Mar Mediterrâneo passando por Génova e Veneza, que eram grandes centros comerciais graças ao Renascimento, só que eram agora dominados pelos turcos. Precisando então cruzar o Atlântico, chamado naquele tempo de O Mar Tenebroso, acreditando-se que nele havia monstros devoradores de embarcações e dar a volta na África, para se chegar à Índia), continuou para leste, cartografando diversas baías da costa da actual África do Sul (úteis no futuro como portos naturais), e chegando até à baía de Algoa (800 km a leste do cabo da Boa Esperança), então conhecido como Cabo das Tormentas.

No entanto, a tripulação revoltada obrigou o capitão a regressar a Portugal pela linha da costa para oeste. No regresso, com a costa sempre visível, descobriu o Cabo das Agulhas, o ponto mais a sul do continente, e o Cabo das Tormentas, actual Cabo da Boa Esperança, cuja longitude tinha contornado por alto mar na viagem de ida, nessa viagem de volta colocou padrões de pedra nos principais pontos descobertos: a atual False Island, a ponta do Cabo das Tormentas, então descoberto, e o Cabo da Volta, hoje Diaz Point. Regressou a Lisboa em Dezembro de 1488. O sucesso da sua descoberta do caminho para a Índia não foi recompensado.

Acompanhou a construção dos navios e acompanhou a esquadra de Vasco da Gama, em 1499 como capitão de um dos navios que tinha como destino até São Jorge da Mina. A expedição partiu em 1497. Em 1500, acompanhou Pedro Álvares Cabral na famosa viagem em que este descobriu o Brasil. Quando a frota seguia para a Índia, o navio em que ia Bartolomeu Dias naufragou e o valente marinheiro achou a morte junto da sua descoberta mais famosa - o Cabo da Boa Esperança.

Bartolomeu Dias foi o primeiro navegador a navegar longe da costa no Atlântico Sul. A sua viagem, continuada por Vasco da Gama, abriu o caminho marítimo para a Índia.

Seria em 1500 o principal navegador da esquadra de Pedro Álvares Cabral. A carta de Pero Vaz de Caminha faz diversas referências a ele, apontando para a confiança que nele tinha o capitão-mor. Quando a armada de Cabral navegava em direção ao Cabo, após sua estada no Brasil, um forte temporal causou o naufrágio de quatro naus, entre elas a sua própria nau[1].

Bibliografia

Em 1486, o rei D. João II passou o comando de uma expedição marítima a Bartolomeu Dias. A missão era procurar e estabelecer relações pacíficas com um legendário rei cristão africano, conhecido como Prestes João. Ele tinha ordens também de explorar o litoral africano e encontrar uma rota para as Índias.

As duas caravelas de 50 toneladas e uma naveta auxiliar passaram primeiro pela angra dos Ilhéus (atual baía de Spencer) e o cabo das Voltas. Entraram em seguida num violento temporal. Ficaram treze dias sem controle, enfrentando o vento e as ondas. Quando o mar acalmou, navegaram para leste em busca da costa, mas só encontraram mar.

Decidiram, então, ir para o norte, onde acharam diversos portos. Ao encontrar a foz de um rio, que batizaram de rio do Infante, a tripulação obrigou o capitão a voltar. Era o final de Janeiro e início de Fevereiro de 1488.

Bartolomeu Dias deu-se conta então que passara pelo extremo sul da África, o cabo que, por conta da tempestade, ele havia chamado de cabo das Tormentas. O rei D. João II viu a novidade com outros olhos e mandou mudar o nome para Boa Esperança. Afinal, uma expedição portuguesa provara que havia um caminho alternativo para o comércio com o Oriente.

A primeira representação cartográfica das zonas exploradas por Bartolomeu Dias é o planisfério de Henricus Martellus. Em 1652, o mercador holandês Jan van Riebeeck fundaria um posto comercial na região que, mais tarde, se tornaria a Cidade do Cabo.

Bartolomeu Dias voltou ao mar em 1500, no comando de um dos navios da frota de Pedro Álvares Cabral. Após passar pelas costas brasileiras, a caminho da Índia, Bartolomeu Dias morreu quando sua caravela naufragou, ironicamente, no cabo da Boa Esperança. Frágil, a caravela era um barco rápido, pequeno e de fácil manobra. Em caso de necessidade, podia ser movida a remo.

Os dados biográficos do navegador anteriores a essas viagens são escassos e contraditórios. A data de nascimento é ignorada. Ele foi Escudeiro Fidalgo da Casa Real e Administrador do Armazém da Guiné, e sabe-se que descendia de Dinís Dias. Há informações sobre um certo Bartolomeu Dias, mercador entre Lisboa e a Itália nos anos de 1475 e 1478, porém, pode ser outra pessoa com o mesmo nome.

No entanto, seu feito nas costas africanas o fez ser imortalizado pelos dois mais famosos poetas portugueses. Além de ser personagem de Camões, em Os Lusíadas, Fernando Pessoa fez um epitáfio para ele:

"Jaz aqui, na pequena praia extrema,/ O Capitão do Fim. Dobrado o Assombro,/ O mar é o mesmo: já ninguém o tema!/ Atlas, mostra alto o mundo no seu ombro."

Casamento e descendência

Casou não se sabe com quem, mas supõe-se que fosse da família de Novais, pois os seus filhos levam este apelido, e teve dois filhos:[2]

  • Simão Dias de Novais, solteiro e sem geração
  • António Dias de Novais, Cavaleiro da Ordem de Cristo, casado com Joana Fernandes, filha de Fernão Pires e de sua mulher Guiomar Montês, de quem teve um filho e uma filha:
    • Paulo Dias de Novais
    • Guiomar de Novais, casada primeira vez com D. Rodrigo de Castro, viúvo de Leonor de Cabedo, com geração, e segunda vez com Pedro Correia da Silva, sem geração:
      • D. Paula de Novais, solteira e sem geração
      • D. Violante de Castro, solteira e sem geração

Referências

  1. SERRÃO, Joel (dir.). Dicionário de História de Portugal, sv. «Bartolomeu Dias».
  2. "Os Representantes de Bartolomeu Dias e Paulo Dias de Novais", D. António Xavier da Gama Pereira Coutinho, Edição do Autor, 1.ª Edição, Matosinhos, 1938, pp. 5, 11, 12 e 15

Ver também

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