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==Drummond e o Modernismo brasileiro== | ==Drummond e o Modernismo brasileiro== |
Edição das 19h26min de 30 de maio de 2008
Predefinição:Info biografia Carlos Drummond de Andrade (Itabira, 31 de outubro de 1902 — Rio de Janeiro, 17 de agosto de 1987) foi um poeta, contista e cronista brasileiro.
Biografia
Nasceu em Minas Gerais, em uma cidade cuja memória viria a permear parte de sua obra, Itabira do Mato Dentro(Itabira). Posteriormente, foi estudar em Belo Horizonte e Nova Friburgo. Formado em farmácia, com Emílio Moura e outros companheiros, fundou o periódico "A Revista", para divulgar o modernismo no Brasil. Durante a maior parte da vida foi funcionário público, embora tenha começado a escrever cedo e prosseguido até seu falecimento, que se deu em 1987 no Rio de Janeiro, doze dias após a morte de sua única filha, a escritora Maria Julieta Drummond de Andrade. Além de poesia, produziu livros infantis, contos e crônicas.
Drummond e o Modernismo brasileiro
Drummond, como os modernistas, proclama a liberdade das palavras, uma libertação do idioma que autoriza modelação poética à margem das convenções usuais. Segue a libertação proposta por Mário de Andrade; com a instituição do verso livre, acentua-se a libertação do ritmo, mostrando que este não depende de um metro fixo (impulso rítmico). Se dividirmos o Modernismo numa corrente mais lírica e subjetiva e outra mais objetiva e concreta, Drummond faria parte da segunda, ao lado do próprio Mário de Andrade.
A poesia de Drummond
Quando se diz que Drummond foi o primeiro grande poeta a se afirmar depois das estréias modernistas, não se está querendo dizer que Drummond seja um modernista. De fato herda a liberdade lingüística, o verso livre, o metro livre, as temáticas cotidianas. Mas vai além. "A obra de Drummond alcança — como Fernando Pessoa ou Jorge de Lima, Herberto Helder ou Murilo Mendes — um coeficiente de solidão, que o desprende do próprio solo da História, levando o leitor a uma atitude livre de referências, ou de marcas ideológicas, ou prospectivas", afirma Alfredo Bosi (1994).
Affonso Romano de Sant'ana costuma estabelecer que a poesia de Carlos Drummond a partir da dialética “eu x mundo”, desdobrando-se em três atitudes:
- Eu maior que o mundo — marcada pela poesia irônica
- Eu menor que o mundo — marcada pela poesia social
- Eu igual ao mundo — abrange a poesia metafísica
Sobre a poesia política, algo incipiente até então, deve-se notar o contexto em que Drummond escreve. A civilização que se forma a partir da Guerra Fria está fortemente amarrada ao neocapitalismo, à tecnocracia, às ditaduras de toda sorte, e ressoou dura e secamente no eu artístico do último Drummond, que volta, com freqüência, à aridez desenganada dos primeiros versos: A poesia é incomunicável / Fique quieto no seu canto. / Não ame. No final da década de 1980, o erotismo ganha espaço na sua poesia até seu último livro.
Temas típicos da poesia de Drummond
- O Indivíduo: "um eu todo retorcido". o indivíduo na poesia de Drummond é complicado, torturado, estilhaçado.
- A Terra Natal: a relação com o lugar de origem, que o indivíduo deixa para se formar.
- A Família: O indivíduo interroga, sem alegria e sem sentimentalismo, a estranha realidade familiar, a família que existe nele próprio.
- Os Amigos: "cantar de amigos", (título que parafraseia com as Cantigas de Amigo). Homenagens a figuras que o poeta admira, próximas ou distantes, de Mário de Andrade a Manuel Bandeira, de Machado de Assis a Charles Chaplin.
- O Choque Social. O espaço social onde se expressa o indivíduo e as suas limitações face aos outros.
- O Amor: Nada romântico ou sentimental, o amor em Drummond é uma amarga forma de conhecimento dos outros e de si próprio
- A Poesia. O fazer poético aparece como reflexão ao longo da sua poesia.
- Exercícios lúdicos, ou poemas-piada. Jogos com palavras, por vezes de aparente inocência naïf.
- A Existência: a questão de estar-no-mundo...
Influências
Os personagens de Desenho animado como Popeye,Gato Felix,Mickey Mouse e Krazy Kat só apareceram em seu livro O Tico Tico da década de 1930.
Obra literária
Poesia
- Alguma Poesia (1930)
- Brejo das Almas (1934)
- Sentimento do Mundo (1940)
- José (1942)
- A Rosa do Povo (1945)
- Claro Enigma (1951)
- Fazendeiro do ar (1954)
- Quadrilha (1954)
- Viola de Bolso (1955)
- Lição de Coisas (1964)
- Boitempo (1968)
- A falta que ama (1968)
- Nudez (1968)
- As Impurezas do Branco (1973)
- Menino Antigo (Boitempo II) (1973)
- A Visita (1977)
- Discurso de Primavera (1977)
- Algumas Sombras (1977)
- O marginal clorindo gato (1978)
- Esquecer para Lembrar (Boitempo III) (1979)
- A Paixão Medida (1980)
- Caso do Vestido (1983)
- Corpo (1984)
- Amar se aprende amando (1985)
- Poesia Errante (1988)
- O Amor Natural (1992)
- Farewell (1996)
- Os ombros suportam o mundo
- Futebol a arte (1970)
Antologia poética
- 50 poemas escolhidos pelo autor (1956)
- Antologia Poética (1962)
- Antologia Poética (1965)
- Seleta em Prosa e Verso (1971)
- Amor, Amores (1975)
- Carmina drummondiana (1982)
- Boitempo I e Boitempo II (1987)
- A última pedra no meu caminho ( 1950)
- Minha morte(1987)
Infantis
Prosa
- Confissões de Minas (1944)
- Contos de Aprendiz (1951)
- Passeios na Ilha (1952)
- Fala, amendoeira (1957)
- A bolsa & a vida (1962)
- Cadeira de balanço (1966)
- Caminhos de João Brandão (1970)
- O poder ultrajovem e mais 79 textos em prosa e verso (1972)
- De notícias & não-notícias faz-se a crônica (1974)
- Os dias lindos (1977)
- 70 historinhas (1978)
- Contos plausíveis (1981)
- Boca de luar (1984)
- O observador no escritório (1985)
- Tempo vida poesia (1986)
- Moça deitada na grama (1987)
- O avesso das coisas (1988)
- Auto-retrato e outras crônicas (1989)
- As histórias das muralhas (1989)
Representações na cultura
Drummond já foi retratado como personagem no cinema e na televisão, interpretado por Carlos Gregório e Pedro Lito no filme Poeta de Sete Faces (2002) e Ivan Fernandes na minissérie JK (2006).
Também teve sua efígie impressa nas notas de Cr$ 50,00 (cinqüenta cruzeiros) em circulação no Brasil entre 1988 e 1990.
Ligações externas
- Releituras
- Jornal de Poesia
- Memória Viva
- Cultura Brasil
- "No meio do caminho" Artigo de Domingo Gonzalez Cruz
- Carlos Drummond de Andrade (Fr)
- Poemas de Carlos Drummond de Andrade
- Viva Itabira
- "Drummond, a Pedra no Meio do Caminho" Artigo de Paulo Franchetti (Junho/2005)
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