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Edição das 14h06min de 23 de fevereiro de 2006
D. João V (22 de Outubro de 1689 - 31 de Julho de 1750), de seu nome completo João Francisco António José Bento Bernardo de Bragança, foi Rei de Portugal desde 1 de Janeiro de 1707 até à sua morte. Era filho de Pedro II e de Maria Sofia, condessa palatina de Neuburgo (1666-1699). Recebeu os cognomes de O Magnânimo, O Magnífico ou O Rei-Sol Português, em virtude do luxo de que se revestiu o seu reinado; alguns historiadores recordam-no também como O Freirático, devido à sua conhecida apetência sexual por freiras (de algumas das quais chegou inclusivamente a gerar diversos filhos - como a Madre Paula, mãe de um dos Meninos da Palhavã).
João V mandou construir o Convento de Mafra, inaugurado em 1744 pelo Papa Benedito XIV; quatro anos mais tarde, receberia desse mesmo papa o título de Sua Majestade Fidelíssima, extensível aos seus sucessores (tal como os títulos de Sua Majestade Católica em Espanha e Sua Majestade Cristianíssima em França). Foi também no seu reinado que a Santa Sé atribuiu a Lisboa a dignidade de Patriarcado, a par de Roma e de Veneza, tornando-se assim o arcebispo lisboeta um dos três patriarcas do Ocidente.
Quando inciou o reinado, estava-se em plena Guerra da Sucessão de Espanha, que para Portugal significava o perigo da ligação daquele país à grande potência continental que era a França. No entanto, a subida ao trono austríaco do imperador Carlos III, pretendente ao trono espanhol, facilitou a paz que foi assinada em Utreque, em 1714. Portugal viu reconhecida a sua soberania sobre as terras amazónicas e, no ano seguinte, a paz com a Espanha garantia‑nos a restituição da colónia do Sacramento.
Aprendeu D. João V com esta guerra a não dar um apreço muito grande às questões europeias e à sinceridade dos acordos; daí em diante permaneceu inalteravelmente fiel aos seus interesses atlânticos, comerciais e políticos, reafirmando nesse sentido a aliança com a Inglaterra. Em relação ao Brasil, que foi sem dúvida a sua principal preocupação, tratouD. João V de canalizar para lá um considerável número de emigrantes, ampliou os quadros administrativos, militares e técnicos, reformou os impostos e ampliou a cultura do açúcar. Apesar disso, Portugal entra numa fase de dificuldades económicas, devidas ao contrabando do ouro do Brasil e às dificuldades do império do Oriente.
A este estado de coisas procura o rei responder com o fomento industrial, mas outros problemas surgem, agora de carácter social: insubordinação de nobres, quebras de discipliana conventual, conflitos de trabalho, intensificação do ódio ao judeu. Por outro lado, o facto da máquina administrativa e política do absolutismo não estar de maneira nenhuma preparada para a complexidade crescente da vida da nação, só veio agravar as dificuldades citadas.
Culturalmente, o reinado de D. João V tem aspectos de muito interesse. O barroco manifesta-se na arquitectura, mobiliário, talha, azulejo e ourivesaria, com grande riqueza. No campo filosófico surge Luís António Verney com o Verdadeiro Método de Estudar e, no campo literário, António José da Silva. É fundada a Real Academia Portuguesa de História e a ópera italiana é introduzida em Portugal
Descendência
- De sua esposa, Maria Ana Josefa, arquiduquesa da Áustria (1683-1754)
- Maria Bárbara de Bragança (1711-1758), casou com Fernando VI de Espanha
- Pedro de Bragança, príncipe do Brasil (1712-1714)
- José I, Rei de Portugal (1714-1777)
- Carlos de Bragança (1716-1736)
- Pedro III, Rei de Portugal (1717-1786)
- Alexandre de Bragança (1723-1728)
- João V foi também pai de três filhos ilegítimos, conhecidos na época como os meninos da Palhavã:
- De uma francesa incógnita:
- António de Bragança (1704-1800)
- De Madalena Máxima de Miranda:
- Gaspar de Bragança (1716-1719)
- De Madre Paula:
- José de Bragança (1720-1801)
- De uma francesa incógnita:
- Teve ainda uma filha, Maria Rita de Bragança, nascida de Luísa Clara de Portugal.
Ver também
- RedirecionamentoPredefinição:fim
Precedido por Pedro II |
{{{título}}} 1707 - 1750 |
Sucedido por José I |
Precedido por Afonso II de Bragança |
{{{título}}} |
Sucedido por Pedro de Bragança |
Precedido por Afonso II de Bragança |
{{{título}}} 1689 - 1750 |
Sucedido por José I de Bragança |
Precedido por Afonso |
{{{título}}} 1689 - 1750 |
Sucedido por José |
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