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Língua portuguesa: mudanças entre as edições

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*[[Português da Galiza]]
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*[[Caipira_(dialeto) | Caipira]]
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*[[Museu da Língua Portuguesa]]


==Dicionários on-line==
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Edição das 19h50min de 20 de abril de 2006

Português
Falado em: Andorra, Angola, Brasil, Cabo Verde, Timor Leste, Guiné-Bissau, Luxemburgo, Macau, Moçambique, Namíbia, Portugal, São Tomé e Príncipe, Índia, África do Sul, Suíça, Estados Unidos, Japão e outros 18 países.
Total falantes: 210 — 230 milhões
Posição: 6[1]
Classificação genética:

Indo-europeia
 Itálica
  Românica
   Itálo-Ocidental
    Ocidental
     Galo-ibérica
      Ibero-românica
       Ibero-ocidental
        Galaico-português
         Português

Estatuto Oficial
Língua oficial de: Angola , Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Macau, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor Leste.
Regulado por: Instituto Internacional de Língua Portuguesa; CPLP
Código de Línguas
ISO 639-1: pt
ISO 639-2: (T): por
SIL: POR

A língua portuguesa, com mais de duzentos milhões de falantes nativos, é a sexta língua materna mais falada no mundo e a terceira língua mais falada no mundo ocidental, sendo a língua oficial de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste,é ainda falada na antiga India Portuguesa: Goa, Damão, Diu e Dadra e Nagar Haveli além de ser uma das línguas oficiais da União Europeia e do Mercosul.

A língua portuguesa é uma língua românica (do grupo ibero-românico) , assim como o castelhano, catalão, italiano, francês, romeno, galego e muitos outros.

Assim como os outros idiomas, o português foi desenvolvido através dos séculos, tendo sofrido influência de vários idiomas e dialetos, até chegar ao estágio que conhecemos hoje. Devemos considerar, porém que o português de hoje não é exatamente uma língua única. Registram-se vários dialetos e subdialetos, falares e subfalares, muitas vezes bastante distintos, além de dois padrões ou standards reconhecidos internacionalmente (brasileiro e europeu), sendo atualmente a única língua do mundo ocidental falada por mais de cem milhões de pessoas com mais de uma ortografia oficial.

O português é conhecido como A língua de Camões (por causa de Luís de Camões, autor de Os Lusíadas); e A última flor do Lácio, devido a um poema de Olavo Bilac. Atualmente, o idioma tem recebido nome de "língua de Paulo Coelho", pelo escritor brasileiro Paulo Coelho ter sido reconhecido internacionalmente, em especial por seu livro O Alquimista. Outra designação, não tanto popular, é a de A doce língua, de Miguel de Cervantes.

No século XV e XVI à medida que Portugal criava o primeiro e o mais duradouro império colonial e comercial europeu , a língua portuguesa se espalhou pelo mundo, estendendo-se do Brasil, nas Américas, até Macau, na China, e ao Japão. Como resultado dessa expansão, o português é agora língua oficial de oito países independentes, e é largamente falado ou estudado como segunda língua noutros. Existem ainda cerca de vinte línguas crioulas portuguesas. É uma importante língua minoritária em Andorra, Luxemburgo, Namíbia, Suíça e África do Sul. Imensas comunidades imigrantes falantes de português existem em muitas cidades pelo mundo fora, como por exemplo Paris na França, Toronto, Hamilton, Montreal e Gatineau no Canadá, Boston, New Jersey e Miami nos EUA e Nagoya e Hamamatsu no Japão.

A maior palavra do português é Pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico, que denota o estado de quem é vítima de uma enfermidade causada pela aspiração de cinzas vulcânicas.

História

Ver artigo principal: História da Língua Portuguesa

O português desenvolveu-se na parte ocidental da Península Ibérica do latim falado, trazido pelos soldados e colonos romanos desde o século III a.C.. A língua iniciou o seu percurso de diferenciação ou diferença das outras línguas românicas depois da queda do Império Romano e das invasões bárbaras no século V. Começou a ser usada em documentos escritos pelo século IX, e no século XV tornara-se numa língua amadurecida, com uma literatura bastante rica.

Chegando à Península Ibérica em 218 a.C., os Romanos trouxeram com eles a língua romana popular, o latim vulgar, de que todas as línguas românicas (também conhecidas como "Línguas novilatinas", ou, ainda, "neolatinas") descendem. Já no século II a.C. o sul da Lusitânia estava romanizado. Estrabão, um geógrafo da Grécia antiga, comenta num dos livros da sua obra Geographia: "Eles adoptaram os costumes romanos, e já não se lembram da própria língua." A língua tornou-se popular com a chegada dos soldados, colonos e mercadores romanos, que construíram cidades romanas normalmente perto de antigos povoados de outras civilizações.

Entre 409 d.C. e 711, assim que o Império Romano entrava em colapso, a Península Ibérica foi invadida por povos de origem germânica, conhecidos pelos Romanos como Bárbaros. Os bárbaros (principalmente os Suevos e os Visigodos) absorveram em grande escala a cultura e a língua da península; contudo, desde que as escolas e a administração romana fecharam, a Europa entrou na Idade Média e as comunidades ficaram isoladas, o latim popular começou a evoluir de forma diferenciada e a uniformidade da peninsula rompeu-se, levando à formação de um "Romance Lusitano" . Desde 711, com a invasão islâmica da peninsula, o Árabe tornou-se a língua de administração das áreas conquistadas. Contudo, a população continuou a usar as suas falas românicas de tal forma que quando os mouros foram expulsos, a influência que exerceram na língua foi pequena. O seu efeito principal foi no léxico.

Os registos mais antigos que sobreviveram de uma língua portuguesa distinta são documentos administrativos do século IX, ainda entremeados com muitas frases em latim. Hoje em dia, esta fase é conhecida como o "Proto-Português" (falado no período entre o séculos IX e XII).

Trecho de poesia
medieval portuguesa
Das que vejo
non desejo
outra senhor se vós non,
e desejo
tan sobejo,
mataria um leon,
senhor do meu coraçon:
fin roseta,
bela sobre toda fror,
fin roseta,
non me meta
en tal coita voss'amor!
João de Lobeira
(1270?–1330?)

Portugal tornou-se independente em 1143 com o rei D. Afonso Henriques. No primeiro período do "Português Arcaico" - Período Galego-Português ( do século XII ao século XIV), a língua começou a ser usada de forma mais generalizada, depois de ter ganho popularidade na Península Ibérica cristianizada como uma língua de poesia. Em 1290, o rei Dom Dinis cria a primeira universidade portuguesa em Lisboa ( o Estudo Geral) e decretou que o português, até então apenas conhecido como "língua vulgar" passasse a ser conhecido como Língua Portuguesa e oficialmente usado.

No segundo período do Português Arcaico, entre os séculos XIV e XVI, com as descobertas portuguesas, a língua portuguesa espalhou-se por muitas regiões da Ásia, África e Américas. Hoje, a maioria dos falantes do português encontram-se no Brasil, na América do Sul. No século XVI torna-se a Lingua franca da Ásia e África, usado não só pela administração colonial e pelos mercadores, mas também para comunicação entre os responsáveis locais e europeus de todas as nacionalidades. A irradiação da língua foi ajudada por casamentos mistos entre portugueses e as populações locais e a sua associação com os esforços missionários católicos levou a que fosse chamada Cristão em muitos sítios da Ásia. O dicionário Japonês-Português de 1603 foi um produto da actividade missionária Jesuíta no Japão. A língua continuou a gozar de popularidade no sudoeste asiático até ao século XIX.

Algumas comunidades cristãs falantes de português na Índia, Sri Lanka, Malásia e Indonésia preservaram a sua língua mesmo depois de terem ficado isoladas de Portugal. A língua modificou-se bastante nestas comunidades e evoluiu pelos séculos até que se tornou em vários crioulos portugueses, alguns dos quais ainda persistem, após séculos de isolamento. Encontra-se também um número bastante considerável de palavras de origem portuguesa no Tétum. Palavras de origem portuguesa entraram no léxico de várias outras línguas, como o japonês, o swahili, o indonésio e o malaio.

O fim do "Português Arcaico" é marcado pela publicação do Cancioneiro Geral de Garcia de Resende em 1516. O período do "Português Moderno" (do século XVI até ao presente) teve um aumento do número de palavras originárias do latim clássico e do grego, emprestadas ao português durante a Renascença, aumentando a complexidade da língua.

Em março de 2006, fundou-se em São Paulo o Museu da Língua Portuguesa, o primeiro museu totalmente dedicado ao idioma de um país.

Classificação e línguas relacionadas

Indo-europeu - Itálico - Românico - Italo-Ocidental - Galo-Ibérico - Ibero-Romance - Ibero-Ocidental - Galaico-português

A língua portuguesa é ortograficamente parecida em muitos aspectos com a língua castelhana, mas é diferente na fonologia. Um falante de uma das línguas requer alguma prática para entender capazmente um falante da outra. Além do mais, as diferenças no vocabulário podem dificultar o entendimento. Compare por exemplo:

Ela fecha sempre a janela antes de jantar. (português)
Ella cierra siempre la ventana antes de cenar. (castelhano)

Em alguns lugares, o português e o castelhano são falados em conjunto. Os falantes de português lêem e entendem castelhano com alguma facilidade, enquanto que espanhóis são capazes de ler português, mas muitas vezes incapazes de perceber a língua falada. Isto leva a que alguns estrangeiros em Portugal e no Brasil tentem comunicar em catelhano o que faz com que as populações locais se sintam ofendidas. O português é, naturalmente, relacionado com o catalão, o italiano e todas as outras línguas latinas. Falantes de outras línguas latinas podem achar peculiar a conjugação de verbos aparentemente infinitivos.

Distribuição geográfica

Ver artigo principal: Geografia da língua portuguesa


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O português é primeira língua em Angola, Brasil, Portugal, São Tomé e Príncipe. E, é a língua mais usada em Moçambique.

A língua portuguesa é também uma das línguas oficiais de Timor-Leste (com o tétum) e Macau (com o Chinês). É bastante falado, mas não oficial, em Andorra, Luxemburgo, Namíbia e Paraguai. Crioulos portugueses são a língua materna da população de Cabo Verde e de parte substancial dos guineenses e São tomenses.

O português é falado por cerca de 187 milhões de pessoas na América do Sul, 16 milhões de africanos, 12 milhões de europeus, dois milhões na América do Norte e 0,33 milhões na Ásia.

A CPLP ou Comunidade dos Países de Língua Portuguesa é uma organização internacional que consiste nos oito países independentes que têm o português como língua oficial. O português é também uma língua oficial da União Europeia, Mercosul e uma das línguas de trabalho e oficiais da União Africana. A língua portuguesa tem ganho popularidade como língua de estudo na África, América do Sul e Ásia.

Padrões

O português tem duas variedades escritas (padrões ou standards) reconhecidas internacionalmente:

Sendo o Português Brasileiro, hoje, o mais falado, escrito, lido e estudado do mundo, este é o padrão falado por cerca de 85% dos falantes da língua e é amplamente estudado nos países da América do Sul (Devido a grande importancia econômica do Brasil no Mercosul).

As diferenças entre as variedades do português da Europa e do Brasil são no vocabulário, pronúncia e sintaxe, especialmente nas variedades vernáculas, enquanto nos textos formais estas diferenças diminuem bastante. As diferenças não são maiores que as existentes entre o inglês dos Estados Unidos e do Reino Unido. Ambas as variedades são, sem dúvida, dialectos da mesma língua e os falantes de ambas as variedades podem entender-se com pequenas dificuldades.

O que a versão brasileira do português tem de notório não é o seu léxico ou pronúncia distintos (considerados naturais até num mesmo país) mas antes a forma escrita. O Brasil eliminou a maioria dos primeiros "c" quando "cc", "cç" ou "ct"; e "p" quando "pc", "pç" ou "pt" porque não são pronunciados na forma culta da língua, um remanescente do passado latino desta (alguns continuam a existir no português do Brasil, e mais ainda no Europeu).

As diferentes normas da escrita do português encontram-se no Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.

Europa e África Brasil
acção ação
contacto contato
direcção direção
eléctrico elétrico
óptimo ótimo

Também, existem diferenças em acentos, devido a:

  1. Pronúncia diferente. O Brasil em palavras como "Antônio" ou "anônimo" usa vogais fechadas, onde Portugal e África usam abertas, "António" ou "anónimo", respectivamente.
  2. Facilitar a leitura. Porque "qu" pode ser lido de duas diferentes forma em português: "ku" ou "k", o Brasil decidiu facilitar, usando a trema. Em vez de "cinquenta" como é escrito em Portugal e África, no Brasil se escreve "cinqüenta".

A reforma Ortográfica de 1990

Uma Reforma Ortográfica foi tentada em 1990 para criar um padrão de Português Internacional, que foi ratificado pelo Brasil, Cabo Verde e Portugal, em que participaram na altura todos os países de língua oficial portuguesa e com a adesão duma delegação (não oficial) de observadores da Galiza. Timor-Leste, não sendo um subscritor do acordo original, irá ratificar em breve. Os países africanos de língua portuguesa ainda não decidiram, possivelmente devido a problemas na implementação. O acordo estabelece que a sua entrada em prática irá apenas ocorrer quando todos os países da CPLP ratificarem, e este processo pode não ocorrer em breve. Esta questão está atualmente em debate na CPLP. O acordo irá eliminar a maioria dos "c" quando "cc", "cç" ou "ct"; e "p" (quando "pc", "pç" ou "pt") do Português Europeu, a trema e acentos em palavras terminadas em "eia" no Brasil e irá adicionar pequenas novas regras.

Um outro acordo foi feito para as novas palavras que entrarão na língua.

Dialetos

A língua portuguesa possui grande variedade de dialetos, muitos deles com uma acentuada diferença lexical em relação ao português padrão - o que acontece especialmente no Brasil. Tais diferenças, entretanto, não prejudicam muito a intelegibilidade entre os locutores de diferentes dialetos.

O português europeu padrão (também conhecido como "estremenho") modificou-se mais que as outras variedades. Mesmo assim, todos os aspectos e sons de todos os dialectos de Portugal podem ser encontrados nalgum dialecto no Brasil. O português africano, em especial o português santomense tem muitas semelhanças com o português do Brasil. Ao mesmo tempo os dialetos do sul de Portugal apresentam muitas semelhanças, especialmente o uso intensivo do gerúndio. Na Europa, o alto-minhoto e o transmontano tem algumas semelhanças com o galego.

Mesmo com a independência das antigas colónias africanas, o português padrão de Portugal é o padrão preferido pelos países africanos de língua portuguesa. Logo, o português apenas tem dois dialectos de aprendizagem, o europeu e o brasileiro. Note que, na língua portuguesa há dois dialetos preferidos em Portugal: o de Coimbra e o de Lisboa. No Brasil, o dialeto preferido é o falado e muito mais escrito pelos habitantes cultos das grandes cidades. A maioria dos dialetos, contudo, é mutuamente inteligível.

Maiores dialectos portugueses

Portugal

  1. Açoriano (ouvir) - Açores
  2. Alentejano (ouvir) - Alentejo
  3. Algarvio (ouvir) - Algarve (há um pequeno dialecto na parte ocidental)
  4. Alto-Minhoto (ouvir) - Norte de Braga (interior)
  5. Baixo-Beirão; Alto-Alentejano (ouvir) - Centro de Portugal (interior)
  6. Beirão (ouvir) - centro de Portugal
  7. Estremenho (ouvir) - Regiões de Coimbra e Lisboa (pode ser subdividido em lisboeta e coimbrão)
  8. Madeirense (ouvir) - Madeira
  9. Nortenho (ouvir) - Regiões de Braga e Porto
  10. Transmontano (ouvir) Trás-os-Montes


Dialetos do Brasil

O uso dos dialetos no Brasil é restrito ao uso oral e cotidiano, sem maior prestígio literário ou acadêmico, e também relacionado à classe social do interlocutor. Em geral, a população instruída utiliza correntemente apenas a linguagem considerada "culta".

Há pouca precisão na divisão dialetal brasileira. Alguns dialetos, como o dialeto caipira, já foram estudados, estabelecidos e reconhecidos por lingüistas tais como Amadeu Amaral. Contudo há poucos estudos a respeito da maioria dos demais dialetos, e atualmente aceita-se a classificação proposta pelo filólogo Antenor Nascentes, e outros.

  1. Caipira - interior do estado de São Paulo, norte do Paraná e sul de Minas Gerais
  2. Cearense - Ceará
  3. Baiano - região da Bahia
  4. Fluminense (ouvir) - Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo (a cidade do Rio de Janeiro tem um falar próprio)
  5. Gaúcho - Rio Grande do Sul
  6. Mineiro - Minas Gerais
  7. Nordestino (ouvir) - Estados do nordeste brasileiro (o interior e Recife têm falares próprios)
  8. Nortista - estados da bacia do Amazonas
  9. Paulistano - cidade de São Paulo
  10. Sertão - Estados de Goiás e Mato Grosso
  11. Sulista - Estados do Paraná e Santa Catarina (a cidade de Curitiba tem um falar próprio, e há ainda um pequeno dialeto no litoral catarinense, próximo ao açoriano).

Dialetos da África

Angola

  1. Benguelense - província de Benguela
  2. Luandense (ouvir) - provincía de Luanda
  3. Sulista - Sul de Angola

Outras áreas

  • Caboverdiano (ouvir) - Cabo Verde
  • Galego (ouvir) Galiza, Espanha (oficialmente considerada como língua isolada e independente)
  • Guineense (ouvir) - Guiné-Bissau
  • Macaense (ouvir) - Macau, China
  • Moçambicano (ouvir) - Moçambique
  • Santomense (ouvir) - São Tomé e Principe
  • Timorense (ouvir) - Timor-Leste

Exemplos de palavras que são diferentes nos dialectos de língua portuguesa de três continentes diferentes: Angola (África), Portugal (Europa) e Brasil (América do Sul).

  • Angola: bazar, ir embora
  • Brasil: ir embora; (ou vazar entre adolescentes)
  • Portugal: ir embora; (ou bazar entre adolescentes)


  • Angola: machimbombo
  • Brasil: ônibus
  • Portugal: autocarro


  • Angola: muceque
  • Brasil: favela
  • Portugal: bairro de lata

Gramática

Os verbos são divididos em três conjugações, que podem ser identificados através da terminação dos infinitivos, um de "-ar", "-er", "-ir" (e "-or", que está presente num único verbo, "pôr", juntamente com seus compostos. Este verbo pertence, todavia, à conjugação "-er", quando no passado era falado "poner", então "poer" e então "pôr"). Muitos verbos terminam em "ar", tais como "cantar". De uma forma geral, os verbos com a mesma terminação seguem o mesmo padrão; porém, são abundantes os verbos irregulares e mesmo anômalos, caso de ir, vir, ter, ser e pôr.

Na Língua Portuguesa, os verbos são divididos em modos:

  • Indicativo. Usado para exprimir fatos
  • Subjuntivo. Usado para exprimir suposições
  • Imperativo. Usado para exprimir instruções


Todos os substantivos portugueses têm um dos dois gêneros: masculino ou inclusivo e feminino ou exclusivo. Muitos adjetivos e pronomes, e todos os artigos, indicam o gênero dos substantivos a que eles se referem. O gênero feminino em adjetivos é formado de modo diferente dos substantivos. Muitos adjetivos que terminam numa consoante permanecem inalterados: "homem superior", "mulher superior". Isto é fato também para adjetivos que terminam em "e": "homem forte", "mulher forte". Fora isso, o substantivo e o adjetivo devem sempre estar em concordância: "homem alto", "mulher alta".

O grau dos substantivos é, de uma forma genérica, representado pelos sufixos "-ão, -ona" para o aumentativo e "-inho, -inha" para o diminutivo, ainda que existam numerosas variações para representar esses graus.

Os adjetivos podem ter grau comparativo ou superlativo. O grau comparativo é representado pelos advérbios "mais...que", "menos...que" e "tanto...quanto" (ou "como"), e o grau superlativo é representado pelas locuções "o mais" ou o "menos". Para representar o superlativo absoluto, pode-se ainda acrescentar os sufixos "-íssimo, -íssima" (alguns adjetivos, no entanto, fazem o superlativo absoluto com a terminação "-érrimo, -érrima", ou "-ílimo", "-ílima").

Os substantivos vêm geralmente acompanhados de um numeral, pronome ou artigo, formando variações de acordo com as funções sintáticas, a saber:

  • Nominativo (sujeito ou objeto direto): a, o, este, esta, isto, esse, essa, isso, aquele, aquela, aquilo;
  • Genitivo (adjunto adnominal de posse): da, do, deste, desta, disto, desse, dessa, disso, daquele, daquela, daquilo;
  • Locativo (adjunto adverbial de lugar): na, no, neste, nesta, nisto, nesse, nessa, nisso, naquele, naquela, naquilo;
  • Dativo (objeto indireto): à, ao, àquele, àquela, àquilo (a preposição não se funde com os demais demonstrativos).

Os advérbios podem ser formados pelo feminino dos adjetivos, com o acréscimo do sufixo "-mente".

Vocabulário

O Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, por Antônio Houaiss (19151999), filho de imigrantes libaneses e antigo ministro da cultura do Brasil, foi criado com o apoio de quase duas centenas de lexicografos de vários países e é o dicionário de português mais completo (cerca de 228 500 entradas, 376 500 acepções, 415 500 sinónimos, 26 400 antónimos e 57 000 palavras arcaicas). Inclui todas as variações da língua portuguesa: africanismos, asiacismos e brasileirismos para além do vocabulário usado em Portugal. Dedicando a sua vida à língua, Houaiss começou o seu trabalho em 1986, e morreu um ano antes do dicionário ser acabado pelos seus colegas no ano 2000, sem ver o seu sonho tornar-se realidade. O dicionário está rapidamente a tornar-se uma referência na língua, alguns classificam-no como um "monumento à língua".

O Português, quer em morfologia e síntaxe, representa uma transformação orgânica do latim sem intervenção de qualquer língua estrangeira. Os sons, formas gramaticais e tipos sintácticos, com pequenas excepções, são derivados do latim. E, cerca de 90% do vocabulário ainda deriva da língua de Roma. Algumas mudanças tomaram corpo durante o Império Romano, outras tiveram lugar mais tarde. Na Idade Média Alta, o Português estava a erodir tanto como o francês, mas uma política conservadora reaproximou a língua ao latim.

Fonética

A língua portuguesa contém alguns sons de difícil compreensão para falantes de outras línguas tornando-a, por isso, de difícil aprendizagem para estrangeiros.

Tabela de pronúncia
Letra Portugal Paraná São Paulo Rio de Janeiro Bahia
Vogais e semi-vogais
a á quanto tônico, ɐ quando átono á á á á
â á ɐ ɐ ɐ ɐ
é ɛ ɛ ɛ ɛ ɛ
ê e e e e e
e e quando átono, ɐ quando tônico e e (ou i, no fim de palavras) e (em fim de palavra às vezes não se pronuncia) ɛ (ou i, no fim de palavras)
i i (ou "j" em ditongos) i (ou "j" em ditongos) i i (ou "j" em ditongos) i (ou "j" em ditongos)
ó ɔ ɔ ɔ ɔ ɔ
o o quando tônico, y quando átono o o (ou u, no fim de palavras) o (ou u, no fim de palavras) ɔ (ou u, no fim de palavras)
u u (ou w, em ditongos e tritongos) u (ou w, em ditongos e tritongos) u (ou w, em ditongos e tritongos) u (ou w, em ditongos e tritongos) u (ou w, em ditongos e tritongos)
Ditongos
ei aj ej e ej ej
ou ow ow o ow u
Vogais nasais
ã, am, an, âm, ân â não nasaliza
em, en, ên, êm, én, ém ãj não nasaliza ẽj
im, in, ím, ín ĩ não nasaliza ĩ ĩ ĩ
om, on, ôm, ôn, óm, ón õ não nasaliza õw õ õ
um, un, úm, ún ũ não nasaliza ũ ũ ũ
Glides nasais
ão ẫw ẫw ẫw ẫw ẫw
ãe ẫj ẫj ẫj ẫj ẫj
õe õj õj õj õj õj
Consoantes
b β b b b b
p p p p p p
qu kw kw kw kw kw
ca, co, cu ka, ko, ku ka, ko, ku ka, ko, ku ka, ko, ku ka, ko, ku
ce, ci se, si se, si se, si se, si se, si
ç s s s s s
ga, go, gu ga, go, gu ga, go, gu ga, go, gu ga, go, gu ga, go, gu
ge, gi ʒe, ʒi ʒe, ʒi ʒe, ʒi ʒe, ʒi ʒe, ʒi
da, de, do, du ða, ðe, ðo, ðu da, de, do, du da, de, do, du da, de, do, du da, de, do, du
di ði di di ou dzi dʒi dʒi
ta, te, to, tu ta, te, to, tu ta, te, to, tu ta, te, to, tu ta, te, to, tu ta, te, to, tu (às vezes ču)
ti ti ti ti ou tsi či či
f f f f f f
v β v v v v
l l l l ou w no fim de sílaba l ou w no fim de sílaba l ou w no fim de sílaba
m m m m m m
n n n n n n
r (antes de vogal, dentro da palavra)
r (no início da palavra), rr r r kh kh
r (no fim de sílaba) retroflexivo, como em inglês (ou retroflexivo, no interior) kh kh
s (intervocálico) z z z z z
s (inicial ou seguido de consoante), ss s s s s s
s (no fim de sílaba) ʃ s s ʃ ʃ
ch ʃ ʃ ʃ ʃ ʃ
lh λ λ (às vezes j) λ λ λ (às vezes j)
nh ɲ ɲ ɲ ɲ ɲ
h não pronuncia não pronuncia não pronuncia não pronuncia não pronuncia
pt, ct t pt, ct pt, ct pt, ct pt, ct

Visto a língua portuguesa não conter uma ortografia do tipo "uma letra para cada som", como o italiano ou o russo, ou um pouco como o espanhol, os diversos sons são associados a diversas letras, podendo uma letra ter mais do que um único som (como a letra "x", que possui cinco sons distintos) sabendo qual deles proferir seguindo variadas regras de ortografia.

Notas

Ver também

Dicionários on-line

Ligações externas

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