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Língua portuguesa: mudanças entre as edições

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Na Europa, o português é falado principalmente em Portugal pelos seus 10,3 milhões de habitantes, como primeira língua. A língua é falada também por toda a Europa por influência de Portugal, por mais de 10% da população do [[Luxemburgo]] e [[Andorra]]. Existem também fortes comunidades falantes de português na [[Bélgica]], [[França]], [[Alemanha]], [[Jersey]] e [[Suíça]]. É também falado na [[Espanha]], especialmente na [[Galiza]] (reconhecido oficialmente como [[galego]]), [[Olivença]] (território português ocupado por Espanha) e no [[Vale do Xalima]] (conhecido como ''A fala'').
Na Europa, o português é falado principalmente em Portugal pelos seus 10,3 milhões de habitantes, como primeira língua. A língua é falada também por toda a Europa por influência de Portugal, por mais de 10% da população do [[Luxemburgo]] e [[Andorra]]. Existem também fortes comunidades falantes de português na [[Bélgica]], [[França]], [[Alemanha]], [[Jersey]] e [[Suíça]]. É também falado na [[Espanha]], especialmente na [[Galiza]] (reconhecido oficialmente como [[galego]]), [[Olivença]] (território português ocupado por Espanha) e no [[Vale do Xalima]] (conhecido como ''A fala'').


O [[Galego]] (também conhecido como ''Gallego'' em espanhol) pode ser visto como uma forma castelhanizada de galaico-português. O governo atual da Galiza e a maior parte da população apoia uma variedade padronizada de galego que o distancia do português e o torna mais parecido com espanhol. Contudo, há outro padrão, usado por certos círculos políticos e universidades, que tratam o galego como um dialeto português com pequenas diferenças. Os linguístas sempre reconheceram a unidade destas variedades linguísticas (por exemplo, Coromines, Lindley Cintra, Coriseu entre outros), como eram antes a mesma língua e ambas são variedades relativamente conservadas. No entanto, na prática, são tratadas, muitas vezes, como línguas diferentes por ambas as populações principalmente devido a fatores sociolinguísticos, em que obras em galego são traduzidas para português e vice-versa. Durante a [[Idade Média]], o galego e o português eram sem dúvida a mesma língua, conhecida nos dias de hoje como [[galaico-português]], uma língua usada em poesia até em Castela. Um dos seis deputados galegos no parlamento da [[União Europeia]], Camilo Nogueira, fala em português e entende que a sua língua já é oficial nela, ou seja, o português.
O [[Galego]] (também conhecido como ''Gallego'' em espanhol) pode ser visto como uma forma castelhanizada de galaico-português. O governo actual da Galiza e a maior parte da população apoia uma variedade padronizada de galego que o distancia do português e o torna mais parecido com espanhol. Contudo, há outro padrão, usado por certos círculos políticos e universidades, que tratam o galego como um dialecto português com pequenas diferenças. Os linguístas sempre reconheceram a unidade destas variedades linguísticas (por exemplo, Coromines, Lindley Cintra, Coriseu entre outros), como eram antes a mesma língua e ambas são variedades relativamente conservadas. No entanto, na prática, são tratadas, muitas vezes, como línguas diferentes por ambas as populações principalmente devido a factores sociolinguísticos, em que obras em galego são traduzidas para português e vice-versa. Durante a [[Idade Média]], o galego e o português eram sem dúvida a mesma língua, conhecida nos dias de hoje como [[galaico-português]], uma língua usada em poesia até em Castela. Um dos seis deputados galegos no parlamento da [[União Europeia]], Camilo Nogueira, fala em português e entende que a sua língua já é oficial nela, ou seja, o português.


=== África ===
=== África ===

Edição das 12h59min de 31 de março de 2005

O Português é uma língua românica falada em Portugal e na maioria das suas antigas colónias, incluindo Brasil, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Macau e Timor Leste. Polémico é o estatuto do português na Galiza. Para parte da sociedade galega e para a maioria dos linguistas, é português a língua nacional da Galiza, e o galego, co-oficial na região em conjunto com o castelhano, é apenas mais uma das variantes regionais da língua portuguesa. No entanto, para outra parte da sociedade galega, incluindo aqueles que têm ocupado o poder nos órgãos regionais, e na percepção pública da esmagadora maioria da comunidade lusófona, o galego é uma língua separada. Com 200 milhões de falantes nativos, o português é a sexta língua materna mais popular no mundo, e a segunda língua latina, só ultrapassada pelo Espanhol.

O português é conhecido como A língua de Camões (por causa de Luís de Camões, autor de Os Lusíadas); e A última flor do Lácio, devido a um poema de Olavo Billac.

Português
Falado em: Andorra, Angola, Brasil, Cabo Verde, Timor Leste, Guiné-Bissau, Luxemburgo, Macau, Moçambique, Namíbia, Portugal, Galiza, São Tomé e Príncipe, Índia, África do Sul, Suíça, Estados Unidos e outros 18 países.
Total falantes: 202,7 Milhões - 209,4 Milhões1
Posição: 6
Genética
classificação:

Indo-europeia
 Itálica
  Românica
   Itálo-Ocidental
    Ocidental
     Galo-ibérica
      Ibero-românica
       Ibéro-Ocidental
        Galaico-português
         Português

Estatuto Oficial
Língua oficial de: Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Timor Leste, Macau.
Regulado por: Instituto Internacional de Língua Portuguesa; CPLP
Código de Línguas
ISO 639-1: pt
ISO 639-2: (T): por
SIL: POR

A língua portuguesa espalhou-se pelo mundo no século XV e XVI à medida que Portugal criava o primeiro e o mais duradouro império colonial e comercial europeu, estendendo-se do Brasil, nas Américas, até Macau, na China, e ao Japão. Como resultado dessa expansão, o português é agora língua oficial de oito países independentes, e é largamente falado ou estudado como segunda língua noutros. Existem ainda cerca de vinte línguas crioulas portuguesas. É uma importante língua minoritária em Andorra, Luxemburgo, Namíbia, Suíça e África do Sul. Imensas comunidades imigrantes falantes de português existem em muitas cidades pelo mundo fora, como por exemplo Paris na França, e Boston, New Jersey e Miami nos EUA.

História

O português desenvolveu-se na parte ocidental da Península Ibérica do Latim falado trazido pelos soldados romanos desde o século III a.C. A língua começou a se diferenciar das outras línguas romanças depois da queda do Império Romano e das invasões bárbaras no século V. Começou a ser usada em documentos escritos cerca do século IX, e no século XV já se tinha tornado uma língua com uma literatura rica.

Colonização romana

Os romanos conquistaram a parte ocidental da Península Ibérica, composta pela província romana da Lusitânia, actuais Portugal e a região espanhola da Galiza em 218 a.C., e trouxeram com eles uma versão popular do Latim, o Latim Vulgar, do qual se acredita que todas as línguas latinas descendam. Cerca de 90% do léxico do português vem do Latim: mesmo que a Península Ibérica fosse habitada desde bem antes da colonização romana, muito poucos traços das línguas nativas persistem no português moderno.

Invasões bárbaras

Entre 409 A.D. e 711, enquanto o Império Romano entrava em colapso, a Península Ibérica foi invadida por povos de origem germânica, conhecidos pelos romanos como bárbaros. Estes bárbaros (principalmente os suevos e os visigodos) absorveram rapidamente a cultura e língua romanas da península; contudo, e como as escolas romanas foram encerradas, o latim foi libertado para começar a evoluir sozinho. Porque cada tribo bárbara falava latim de maneira diferente, a uniformidade da península rompeu-se, levando à formação de línguas bem diferentes (Galaico-Português, Espanhol e Catalão). Acredita-se, em particular, que os suevos sejam responsáveis pela diferenciação linguística dos portugueses e galegos quando comparados com os castelhanos. As línguas germânicas influenciaram particularmente o português em palavras ligadas à guerra e violência, tais como "Guerra". As invasões se deram em duas ondas principais. A primeira com penetração dos bárbaros e a assimilação cultural Romana. Os bárbaros tiveram uma certa "receptividade" a ponto de receber pequenas áreas de terra. Com o passar do tempo, seus costumes, língua, etc. foram se perdendo, mesmo porque não havia uma renovação do contingente de pessoas. Uma segunda leva foi mais vagarosa, não teve os mesmos benefícios dos ganhos de terra e teve seu contingente de pessoas aumentado devido a proximidade das terras ocupadas com as fronteiras internas do Império Romano

Invasão dos mouros

Desde 711, com a invasão dos mouros na península, o Árabe foi adaptado como língua administrativa nas regiões conquistadas. Contudo, a população continuou a falar Romanço; logo que os mouros foram expulsos, a influência exercida na língua foi pequena. O seu efeito principal está no léxico: o português moderno ainda tem um grande número de palavras de origem árabe, especialmente relacionadas com comida e agricultura, o que não tem equivalente noutras línguas latinas. A influência árabe é também visível nos nomes de locais no sul do país, tais como "Algarve" e "Alcácer do Sal".

O despertar da Língua Portuguesa

Arquivo:Ajuda library IPPAR.jpg
Biblioteca da Ajuda, criada no século XV como "Biblioteca Real". A mãe das Bibliotecas Nacionais de Portugal. (cortesia IPPAR)

A antiga província romana da Lusitânia dividiu-se em duas províncias, a Lusitânia a sul e a Galécia a norte. A língua portuguesa se desenvolveu principalmente no norte de Portugal e na Galiza, mas é largamente influenciada por dialectos romanços falados no sul de Portugal. Por bastante tempo, o dialecto latino dessa região desenvolveu-se apenas como uma língua falada.

Os registos mais antigos de uma língua portuguesa distinta aparecem em documentos administrativos do século IX, mas com muitas frases em latim à mistura.

O vernáculo escrito passou gradualmente para uso geral nos séculos seguintes. Portugal tornou-se um país independente em 1143, com o rei D. Afonso I. A separação geográfica e política entre Portugal e Castela (mais tarde, Espanha) permitiu que os dois países desenvolvessem os seus latins vernáculos em direcções opostas. Em 1290, o rei D. Dinis criava a primeira universidade portuguesa em Lisboa (o Estudo Geral) e decretou que o português, que então era chamado de "Língua vulgar" ou "Latim Vulgar" fosse usado em vez do Latim Clássico e conhecido como "Língua Portuguesa". Em 1296, o português é adotado pela Chancelaria Real. Usado agora não só em poesia, mas também quando escrevendo leis e nos notários.

Até 1350, a língua Galaico-Portuguesa permaneceu apenas como língua nativa da Galiza e Portugal; mas pelo século XIV, o Português se tornou uma língua madura com uma tradição literária riquíssima, e também foi adotado por muitos poetas Leoneses, Castelhanos, Aragoneses e Catalães. Durante essa época, a Galiza começou a ser influenciada pelo Castelhano (basicamente o Espanhol moderno), e a variante do sul tornou-se a língua de Portugal.

Os descobrimentos portugueses

Sagres, no antigo "Promontorium Sacrum" romano -dedicado ao deus Saturno. Símbolo dos descobrimentos portugueses, no século XV era o centro mundial e líder em ciência e tecnologia. (cortesia IPPAR)

Entre os séculos XIV e XVI, com os descobrimentos portugueses, a língua portuguesa espalhou-se por muitas regiões da Ásia, África e América. Pelo século XVI tornou-se uma "Língua Franca" na Ásia e África, usada não só pela administração colonial e comércio, mas também para comunicação entre os oficiais locais e os europeus de todas as nacionalidades. No Ceilão (actual Sri Lanka) vários reis tornaram-se falantes de português fluente, e os nobres normalmente adquiriram nomes portugueses. O alastramento da língua foi ajudado por casamentos mistos entre portugueses e as gentes locais (algo muito comum também noutras zonas do mundo), e a sua associação com os esforços missionários católicos que levaram a que a língua fosse chamada de "Cristão" em muitos locais. A língua continuou popular mesmo com várias medidas contra ela levadas a cabo pelos holandeses no Ceilão e Indonésia.

Algumas comunidades cristãs falantes de português na Índia, Sri Lanka, Malásia e Indónesia preservaram as suas línguas mesmo depois de se isolarem de Portugal, e desenvolveram-se pelos séculos em vários Crioulos portugueses. Também, muitas palavras portuguesas entraram no léxico de muitas outras línguas, tais como "sepatu" que vem de "sapato" em Indonésio, "keju" que significa "queijo" em Malaio e "meza" (de "mesa") em Swahili.

A renascença

Com a Renascença, aumenta o número de palavras eruditas com origem no latim clássico e no grego arcaico, o que aumenta a complexidade do português. O fim do "português arcaico" é marcado com a publicação do Cancioneiro Geral de Garcia de Resende, em 1516. Mas o português arcaico é ainda falado por muitas populações em São Tomé e Príncipe, mas também no Brasil e Portugal rural.

Classificação e línguas relacionadas

Indo-Europeu - Itálico - Romance - Italo-Ocidental - Galo-Ibérico - Ibero-Romance - Ibero-Ocidental - Galaico-Português

A língua portuguesa é ortograficamente parecida em muitos aspectos com a língua espanhola, mas é diferente na fonologia. Um falante de uma das línguas requer alguma prática para entender efetivamente um falante da outra. Compare por exemplo:

Ela fecha sempre a janela antes de jantar. (português)
Ella cierra siempre la ventana antes de cenar. (espanhol)

Quase todas as palavras em espanhol e português estão relacionadas, caso você seja culto o suficiente, poderá usar palavras menos comuns:

Ela encerra sempre a janela antes de cear. (português pouco comum)

Em alguns sítios, o português e o espanhol são falados em conjunto. Os falantes de português lêem e entendem espanhol com alguma facilidade, enquanto que espanhóis são capazes de ler português, mas muitas vezes incapazes de perceber a língua falada. Isto leva a que alguns estrangeiros em Portugal e no Brasil tentem comunicar em espanhol, o que faz com que as populações locais se sintam ofendidas ou entusiasmadas com a oportunidade de falar espanhol.

O Português é, naturalmente, relacionado com o catalão, italiano e todas as outras línguas latinas. Falantes de outras línguas latinas podem achar peculiar a conjugação de verbos aparentemente infinitivos.

Distribuição geográfica

Países e territórios de língua portuguesa
país falantes
(nativos)
falantes população
(Julho 2003)
África
Angola 60% NA 10,766,471
Cabo Verde NA 72% 412,137
Guiné-Bissau NA 14% 1,360,827
Moçambique 9% 40% 17,479,266
São Tomé e Príncipe 50% 95% 175,883
não oficial:
Namíbia 20% 20% 1,927,447
África do Sul 2% 2% 42,768,678
Ásia
Timor-Leste NA 15% 997,853
Macau, China 2% 3% 469,903
não oficial:
Damão, Índia 10% 10% NA
Goa, Índia 3-5% 5% NA
Europa
Portugal 100% 100% 10,102,022
não oficial:
Luxemburgo 14% 14% 454,157
Andorra 11% 11% 69,150
Suíça 2% 2% 7,318,638
França 1% 1% 60,180,529
Américas
Brasil 99% 100% 182,032,604
não oficial:
Bermuda 4% 4% 64,482
Venezuela 1-2% 1-2% 24,654,694
Canadá 1-2% 1-2% 32,207,113
Antilhas Holandesas 1% 1% 216,226

O português é primeira língua em Angola, Brasil, Portugal e São Tomé e Príncipe. E, é a língua mais usada em Moçambique.

A língua portuguesa é também uma das línguas oficiais de Timor Leste (com tetum) e Macau (com Chinês). É bastante falado, mas não oficial, em Andorra, Luxemburgo e Namíbia. Crioulos portugueses são a língua materna da população de Cabo Verde e Guiné-Bissau.

A maioria dos falantes de português vive em quatro continentes: África, América do Sul, Ásia e Europa. Contudo, há quase dois milhões de falantes na América do Norte (a maioria nos Estados Unidos da América, Canadá, Bermuda e Antígua e Barbuda). Menos de 50 mil falantes vivem na Oceania.

A tabela "países e territórios de língua portuguesa" incluem países onde a língua portuguesa é oficial e quando não o é, onde é falado por mais de 1% da população. Os dados são baseados em projeções feitas pelos governos locais, institutos públicos, associações e censos linguísticos oficiais (Angola - 1983; Moçambique - 1997). Na Espanha, Galiza2 (cerca de 90%) e Vale do Xálima3, a língua é bastante falada. Os seus dados não foram incluídos porque estas "línguas" não são oficialmente entendidas como parte da língua portuguesa.

As Américas

No entanto, a língua portuguesa está crescendo em importância na América do Sul. Por causa do Brasil, está sendo ensinada (e é popular, especialmente na Argentina) no resto dos países da América do Sul que constituem o Mercosul. Existem no Brasil 182,1 milhões de pessoas que usam português como sua língua principal, mas também há falantes em língua materna na Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai. No resto das Américas, há também comunidades importantes em: Antigua e Barbuda, Bermudas, Canadá, Guiana, Jamaica, Estados Unidos (2,5 milhões de falantes activos, especialmente em New Jersey, Massachusetts, Rhode Island e Califórnia) e Venezuela.

Europa

Na Europa, o português é falado principalmente em Portugal pelos seus 10,3 milhões de habitantes, como primeira língua. A língua é falada também por toda a Europa por influência de Portugal, por mais de 10% da população do Luxemburgo e Andorra. Existem também fortes comunidades falantes de português na Bélgica, França, Alemanha, Jersey e Suíça. É também falado na Espanha, especialmente na Galiza (reconhecido oficialmente como galego), Olivença (território português ocupado por Espanha) e no Vale do Xalima (conhecido como A fala).

O Galego (também conhecido como Gallego em espanhol) pode ser visto como uma forma castelhanizada de galaico-português. O governo actual da Galiza e a maior parte da população apoia uma variedade padronizada de galego que o distancia do português e o torna mais parecido com espanhol. Contudo, há outro padrão, usado por certos círculos políticos e universidades, que tratam o galego como um dialecto português com pequenas diferenças. Os linguístas sempre reconheceram a unidade destas variedades linguísticas (por exemplo, Coromines, Lindley Cintra, Coriseu entre outros), como eram antes a mesma língua e ambas são variedades relativamente conservadas. No entanto, na prática, são tratadas, muitas vezes, como línguas diferentes por ambas as populações principalmente devido a factores sociolinguísticos, em que obras em galego são traduzidas para português e vice-versa. Durante a Idade Média, o galego e o português eram sem dúvida a mesma língua, conhecida nos dias de hoje como galaico-português, uma língua usada em poesia até em Castela. Um dos seis deputados galegos no parlamento da União Europeia, Camilo Nogueira, fala em português e entende que a sua língua já é oficial nela, ou seja, o português.

África

Na África subsaariana, o português é uma língua crescente e está projetada para ser uma das mais faladas dentro de 50 anos pela UNESCO. À medida que as populações de Angola e Moçambique continuem a crescer, a sua influência no português será cada vez mais importante. Angola e Moçambique, com Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe são conhecidos como "Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa" ou PALOP, formando uma comunidade de quase 9 milhões de falantes nativos. A língua portuguesa cresceu especialmente em uso depois da independência das antigas colónias de Portugal. Os movimentos independentistas desde a Guiné-Bissau a Moçambique viram nela um instrumento para conseguir o desenvolvimento e unidade nacionais. O português é uma língua minoritária na República Democrática do Congo, Malawi, Namíbia (refugiados angolanos, ~ 20% da população), África do Sul (mais de um milhão de falantes), Zâmbia e Zimbabwe.

Uma representação da colocação do padrão de Portugal depois da descoberta do Rio Congo no século XV. No século XXI, é em África que a língua portuguesa mais cresce, tornando-a importante no futuro desenvolvimento do português.

Existe crioulos portugueses noutras partes de África. O sul do Senegal, conhecido como Casamança tem uma comunidade ativa que está ligada cultural e linguisticamente à Guiné-Bissau e aprender português é popular. Um crioulo português ligado a São Tomé e Príncipe é a língua da Ilha de Ano Bom, na Guiné Equatorial.

Em Angola, o português está a tornar-se rapidamente uma língua nacional, e não só oficial ou como veículo de coesão nacional. Pelo censo de 1983, na capital, Luanda, o português era a primeira língua de 75% da população de 2,5 milhões. Em todo o país, 60% dos 12,5 milhões falava o português como língua principal. A maioria dos jovens angolanos só consegue falar português. Angola recebe vários canais de TV portugueses e brasileiros, o canal de notícias português (SIC Notícias) tornou-se muito popular em Angola num tempo recorde depois de ter começado a emitir em 2003. Há também muitas outras línguas nativas em Angola, mas a população as trata como dialetos e não como línguas. Algumas palavras dessas línguas foram emprestadas ao português, quando os 'retornados' regressaram a Portugal depois da indepedência de Angola. Palavras como "iá" (sim), "bué" (muito) ou "bazar" (ir embora), comuns na população jovem e urbana portuguesa, têm origem nas línguas angolanas usadas no português de Angola.

Moçambique está entre os países onde o português tem o estatuto de língua oficial, mas falado essencialmente como segunda língua. Contudo, é a língua principal das cidades. De acordo com o censo de 1997, os falantes de português eram mais de 40% da população, este número cresce para 72% nas áreas urbanas. Mas só 9% considerou o português como língua principal (26% nas cidades). Todos os escritores moçambicanos escrevem em português, e a língua ficou ligada à cor e textura da cultura moçambicana.

Em Cabo Verde e na Guiné-Bissau, as línguas mais faladas são crioulos portugueses conhecidos como Crioulos. A maioria dos caboverdianos também sabe falar português de Portugal. Existe alguma descrioulização devido à educação e à "Febre Caboverdiana" - a popularidade dos canais nacionais de TV portugueses. O caso é ligeiramente diferente na Guiné-Bissau, onde o português e o seu crioulo são falados por mais de 60% dos habitantes, e a língua portuguesa, ela mesma, é falada só por 14%.

Em São Tomé e Príncipe, o português usado pela população é um português arcaico, conhecido como Português Santomense, apresentando muitas semelhanças com o Português do Brasil. Os políticos e a alta-sociedade usam a variedade europeia moderna, tal como nos outros países do PALOP. Três crioulos diferentes são também falados em São Tomé e Príncipe. As crianças só conseguem falar português, por causa da escolha dos seus pais, e não por causa da escola, na altura em que chegam a adultos aprendem o crioulo português conhecido como Forro.

Ásia

O português também é falado na Ásia, especialmente em Timor Leste, Goa e Damão na Índia, e Macau na China. Em Goa, é falado por uma comunidade cada vez mais pequena, é vista como a 'língua dos avós', porque já não é ensinada nas escolas, nem é língua oficial. Em Macau, o português permanece como língua oficial com estatuto idêntico ao chinês, mas só a pequena população euroasiática (ou Macaense) o usa e há apenas uma escola secundária portuguesa.

Em Malaca na Malásia, há um crioulo português conhecido como Cristão ou Papiá Kristang ainda falado por alguma população euroasiática. Há também outros crioulos portugueses vivos, especialmente na Índia (Damão e Korlai) e Sri Lanka. No Japão, o português é falado por brasileiros de ascêndencia japonesa, conhecido como "dekasegui", cuja população aproxima-se das 250 mil pessoas.

Em Timor-Leste, a língua mais falada é o Tetum, uma língua austronésia, mas é bastante influenciada pelo português. A reintrodução do português como língua oficial causou suspeição nalguns jovens timorenses que foram educados no sistema indonésio e não o falam. O português em Timor Leste é falado por menos de 20% da sua população, na sua maioria a geração mais velha, mas esta percentagem está a crescer assim que o português é ensinado à geração mais nova e a adultos interessados. Timor-Leste pediu às outras nações da CPLP para os ajudar na reintrodução do português como língua oficial. Timor-Leste usa o português para se ligar a uma comunidade internacional maior e para diferenciar-se da Indonésia. Xanana Gusmão, presidente de Timor-Leste, acredita que o português será bastante falado, de novo, dentro de dez anos.

Estatuto oficial

A CPLP ou Comunidade dos Países de Língua Portuguesa é uma organização internacional que consiste de oito países independentes que têm o português como língua oficial. O português é também uma língua oficial da União Europeia, Mercosul e da União Africana (e uma das três línguas internacionais de trabalho. As outras são francês e inglês), também é uma língua oficial de outras organizações. Exceptuando os territórios asiáticos (Timor-Leste e Macau), o português é a única língua oficial em cada país.

Padrões

O português tem duas variedades escritas (padrões ou standards):

  • Português Europeu e Africano
  • Português do Brasil

As diferenças entre as variedades do português da Europa e do Brasil são no vocabulário, pronúncia e sintaxe, especialmente nas variedades vernáculas, enquanto nos textos formais estas diferenças diminuem bastante. As diferenças são menores que as existentes entre o inglês dos Estados Unidos e do Reino Unido. Ambas as variedades são, sem dúvida, dialetos da mesma língua e os falantes de ambas as variedades podem entender-se perfeitamente.

Algumas diferenças aparentes em léxico entre os dois padrões não são, na verdade, diferenças. No Brasil, "tapete" é o termo padrão para uma peça de têxtil, e em Portugal seria "Alcatifa". Contudo, nalgumas zonas dialectais em Portugal, a palavra "tapete" é usada e certas áreas do Brasil usa-se "alcatifa". Isto aplica-se a quase todas as diferenças aparentes, excepto nos novos termos, como "ônibus" no Brasil, que é um "Autocarro" em Portugal.

O que a versão brasileira do português tem de notório não é o seu léxico ou pronúncia distintos (considerados naturais até num mesmo país) mas antes a forma escrita. O Brasil eliminou a maioria dos primeiros "c" quando "cc", "cç" ou "ct"; e "p" quando "pc", "pç" ou "pt" porque não são pronunciados na forma culta da língua, um remanescente do passado latino desta (alguns continuam a existir no português do Brasil, e mais ainda no Europeu).

Portugal e África Brasil
acção ação
contacto contato
direcção direção
eléctrico elétrico
óptimo ótimo

Também, existem diferenças em acentos, devido a:

  1. Pronúncia diferente. O Brasil em palavras como "Antônio" ou "anônimo" usa vogais fechadas, onde Portugal e África usam abertas, "António" ou "anónimo", respectivamente.
  2. Facilitar a leitura. Porque "qu" pode ser lido de duas diferentes forma em português: "ku" ou "k", o Brasil decidiu facilitar, usando a trema. Em vez de "cinquenta" como é escrito em Portugal e África, no Brasil se escreve "cinqüenta".

Uma Reforma Ortográfica foi tentada em 1990 para criar um padrão de Português Internacional, que foi ratificado pelo Brasil, Cabo Verde e Portugal. Timor-Leste, não sendo um subscritor do acordo original, irá ratificar em breve. Os países africanos de língua portuguesa ainda não decidiram, possivelmente devido a problemas na implementação. O acordo estabelece que a sua entrada em prática irá apenas ocorrer quando todos os países da CPLP ratificarem, e este processo pode não ocorrer em breve. Esta questão está atualmente em debate na CPLP. O acordo irá eliminar a maioria dos "c" quando "cc", "cç" ou "ct"; e "p" (quando "pc", "pç" ou "pt") do Português Europeu, a trema e acentos em palavras terminadas em "eia" no Brasil e irá adicionar pequenas novas regras.

Um outro acordo foi feito para as novas palavras que entrarão na língua.

Dialetos

Os falantes de língua portuguesa não entendem que os seus dialetos sejam "dialetos", mas sejam "sotaques" ou até "pronúncias", mesmo entre países diferentes, mas especialmente dentro do mesmo. Principalmente, porque o termo "dialeto" tem sido usado para classificar línguas sem prestígio.

O português europeu padrão (também conhecido como "estremenho") modificou-se mais que as outras variedades. Mesmo assim, todos os aspectos e sons de todos os dialectos de Portugal podem ser encontrados nalgum dialecto no Brasil. O português africano, em especial o português santomense tem muitas semelhanças com o português do Brasil (também conhecido como "fluminense"), também os dialetos do sul de Portugal apresentam muitas semelhanças, especialmente o uso excessivo do gerúndio. Na Europa, o alto-minhoto e o transmontano são muito semelhante ao galego.

Mesmo com a independência das antigas colónias africanas, o português padrão de Portugal é o padrão preferido pelos países africanos de língua portuguesa. Logo, o português apenas tem dois sotaques de aprendizagem, o europeu e o brasileiro. Note que, na língua portuguesa há quatro sotaques preferidos: o de Coimbra, o de Lisboa, o do Rio de Janeiro e o de São Paulo; estes quatro influenciam a maioria dos outros dialetos.

Maiores dialetos portugueses:


Brasil

  1. Caipira - interior do estado de São Paulo, norte do Paraná e sul de Minas Gerais
  2. Cearense - Ceará
  3. Baiano - região da Bahia
  4. Fluminense (ouvir) - Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo (a cidade do Rio de Janeiro tem um falar próprio)
  5. Gaúcho - Rio Grande do Sul
  6. Mineiro - Minas Gerais
  7. Nordestino (ouvir) - Estados do nordeste brasileiro (o interior e Recife têm falares próprios)
  8. Nortista - estados da bacia do Amazonas
  9. Paulistano - cidade de São Paulo
  10. Sertão - Estados de Goiás e Mato Grosso
  11. Sulista - Estados do Paraná e Santa Catarina (a cidade de Curitiba tem um falar próprio, e há ainda um pequeno dialeto no litoral catarinense, próximo ao açoriano).


Portugal

  1. Açoriano (ouvir) - Açores
  2. Alentejano (ouvir) - Alentejo
  3. Algarvio (ouvir) - Algarve (há um pequeno dialeto na parte ocidental)
  4. Alto-Minhoto (ouvir) - Norte de Braga (interior)
  5. Baixo-Beirão; Alto-Alentejano (ouvir) - Centro de Portugal (interior)
  6. Beirão (ouvir) - centro de Portugal
  7. Estremenho (ouvir) - Regiões de Coimbra e Lisboa (pode ser subdividido em lisboeta e coimbrão)
  8. Madeirense (ouvir) - Madeira
  9. Nortenho (ouvir) - Regiões de Braga e Porto
  10. Transmontano (ouvir) Trás-os-Montes

Angola

  1. Benguelense - província de Benguela
  2. Luandense (ouvir) - provincía de Luanda
  3. Sulista - Sul de Angola


Outras áreas

  • Caboverdiano (ouvir) - Cabo Verde
  • Galego - Galiza, Espanha (oficialmente considerada como língua isolada e independente)
  • Guineense (ouvir) - Guiné-Bissau
  • Macaense (ouvir) - Macau, China
  • Moçambicano (ouvir) - Moçambique
  • Santomense (ouvir) - São Tomé e Principe
  • Timorense (ouvir) - Timor-Leste

Exemplos de palavras que são diferentes nos dialetos de língua portuguesa de três continentes diferentes: Angola (África), Portugal (Europa) e Brasil (América do Sul).

  • Angola: bazar, ir embora
  • Brasil: ir embora; (ou vazar entre adolescentes)
  • Portugal: ir embora; (ou bazar entre adolescentes)


  • Angola: machimbombo
  • Brasil: ônibus
  • Portugal: autocarro


  • Angola: muceque
  • Brasil: favela
  • Portugal: bairro de lata

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