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Edição das 18h52min de 2 de junho de 2017
Italiano (Italiano) | ||
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Falado(a) em: | Itália, Suíça, San Marino, Vaticano, Malta, Mônaco, Eritreia, Albânia, Brasil, Etiópia, Líbia, Tunísia, etc. | |
Região: | Europa ocidental | |
Total de falantes: | 65 milhões | |
Posição: | 21 | |
Família: | Indo-europeu Itálico Românico Ítalo-ocidental Ítalo-dalmato Italiano (Italiano) | |
Escrita: | Alfabeto latino | |
Estatuto oficial | ||
Língua oficial de: | Predefinição:Country data Itália Predefinição:Country data San Marino Predefinição:Country data Suíça Predefinição:Country data Vaticano Predefinição:Country data Malta Predefinição:Country data União Europeia | |
Regulado por: | Accademia della Crusca | |
Códigos de língua | ||
ISO 639-1: | it
| |
ISO 639-2: | ita | |
ISO 639-3: | ita
| |
Italiano ou língua italiana é uma língua românica, a segunda mais próxima do latim em termos de vocabulário, depois do sardenho.[1][2] O italiano é a língua oficial de Itália, Suíça, San Marino, Vaticano e Ístria (na Eslovênia e na Croácia). É utilizado como co-oficial na Albânia, Malta e Mônaco, onde ainda é amplamente falado, bem como na antiga África Oriental Italiana e as regiões do Norte de África onde o italiano desempenha um papel significativo em vários setores. O idioma também é falado por grandes comunidades de expatriados nas Américas e por pequenas minorias em lugares como Crimeia, França (especialmente na Córsega), Montenegro e Tunísia.[3] Muitos falantes são bilíngues nativos das línguas regionais italianas e de outros idiomas regionais.[4]
O italiano é uma língua europeia importante, sendo uma das línguas oficiais da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa e uma das línguas de trabalho do Conselho da Europa. É a terceira língua materna mais falada na União Europeia, com 65 milhões de falantes nativos (13% da população da UE) e é falado como segunda língua por 14 milhões de cidadãos da UE (3%).[5] Incluindo falantes italianos em países europeus não pertencentes à UE (como Suíça e Albânia) e de outros continentes, o número total de falantes é de cerca de 85 milhões.[6]
O idioma é a principal língua de trabalho da Santa Sé, servindo como a língua franca na hierarquia da Igreja Católica, bem como a língua oficial da Soberana Ordem Militar de Malta. O italiano é conhecido como a linguagem da música por causa de seu uso na terminologia musical e na ópera. Sua influência também é generalizada nas artes e no mercado de bens de luxo, sendo foi classificado como a quarta ou quinta língua estrangeira mais ensinada no mundo.[7][8]
O italiano foi adotada pelo Estado após a Unificação da Itália e é baseado na Toscana, sendo que previamente era uma língua falada principalmente pela elite da sociedade florentina.[9] Seu desenvolvimento foi também influenciado por outras línguas italianas e, em certa medida menor, pelas línguas germânicas dos invasores pós-romanos.
História
A língua italiana atual deriva-se em grande parte do latim vulgar. Inicialmente, existiam dois tipos de latim falados até à Idade Média: o latim clássico falado pelos romanos mais cultos e influentes ou pelos moradores da área original de Roma, mais complexo, e o latim vulgar, que era falado pelos soldados romanos e pelos povos dominados por estes.[carece de fontes]
Uma vez que os soldados se mantinham por determinados períodos de tempo nos locais ocupados, eram, de certa forma, encarregados em impor a língua latina aos colonos, pelo que, a variante de latim vulgar se tornou a mais falada em toda a extensão do vasto Império Romano. Com a ocorrência de misturas de dialetos locais com o latim formaram-se várias das línguas atuais, tais como o português, o espanhol, o francês, o romeno e muito da essência do inglês.[carece de fontes]
O italiano é assim um caso à parte, uma vez que, com a queda do Império Romano do Ocidente e o extermínio e dispersão dos romanos, deu-se um impedimento à difusão e conservação da tradição, preservando-se apenas o latim vulgar durante a Idade Média, usado como língua de alguns pequenos estados da península Itálica e regiões circundantes, bem como a língua oficial da Igreja Católica, que exercia um grande poder na época, ajudando na preservação da língua (atualmente, no Estado do Vaticano, a língua oficial ainda é o latim, o que não dificulta em nada o contato com os italianos).[carece de fontes]
No século XIX, com a unificação dos pequenos estados da península Itálica cuja ligação comum era, basicamente, a língua, promulgou-se o italiano como língua oficial, que só não pode ser considerada como latim vulgar "puro" por ter influências dos dialetos neolatinos da região da Toscânia.[carece de fontes]
Língua da Itália unificada
O italiano padronizado, usado hoje na Itália, é descendente dos dialetos da Toscana, especialmente aquele falado em Florença, um dos mais importantes centros culturais da História italiana. Este dialeto ganhou prestígio sobretudo após ser usado por Dante Alighieri, o maior escritor italiano. Desta forma, o italiano padrão só era falado na região da Toscana. Com a unificação italiana, o dialeto de Florença foi escolhido como língua oficial da Itália.[carece de fontes]
A Itália, anteriormente dividida em diversos reinos, com línguas e dialetos próprios, só se unificou na segunda metade do século XIX. Diversos idiomas e dialetos prevaleciam entre a população do país. Estes dialetos eram, na maioria das vezes, incompreensíveis entre si. Por exemplo, um italiano que fale um dialeto do sul da Calábria não entende o dialeto de alguém do norte da Calábria. De uma cidade para outra, os dialetos italianos podem mudar completamente. Em consequência, era necessário unificar a população italiana dentro de um único dialeto que, no caso escolhido, foi o dialeto toscano.[10][11]
Em 1861, ano do Risorgimento italiano, apenas 2,5% da população italiana se comunicava em italiano e outros 10% compreendiam a língua. A esmagadora maioria da população nem ao menos possuía conhecimento da língua. O italiano só se tornou dominante nos últimos cinquenta anos, com a alfabetização em massa da população italiana e o desenvolvimento de tecnologias como a televisão, que contribuiu para a divulgação da língua italiana. Na década de 1950, o italiano ainda perdia para os dialetos: 18% da população se comunicava na língua oficial, 18% alternava entre dialeto e italiano e 64% usava algum dialeto. Atualmente, 46% da população italiana usa apenas o italiano, 50% alterna entre italiano e dialeto e apenas 4% fala apenas dialeto. Para muitos italianos, falar dialeto é sinônimo de ignorância e falta de estudos. O italiano padrão é, então, considerado o idioma da escolaridade e da população bem-educada, enquanto os dialetos são usados sobretudo no meio rural e para se comunicar com os familiares.[10]
Distribuição geográfica
O italiano é língua oficial na Itália e em San Marino, e uma das línguas oficiais da Suíça. Também é a segunda língua oficial do Vaticano e em algumas áreas da Ístria, na Eslovênia e Croácia, como uma minoria italiana. Também é constantemente falado na Córsega e em Nice, antigas possessões italianas, além da Albânia.
É falado em certas partes da África, que incluem a Etiópia, Líbia, Tunísia e Eritreia. É constantemente usado por comunidades italianas vivendo no Luxemburgo, na Alemanha, Bélgica, nos Estados Unidos, no Canadá, na Venezuela, no Brasil, Uruguai, na Argentina e Austrália.
A presença de italianos é marcante em toda a América Latina. Neste caso, a presença da língua italiana, na maior parte dialetos nortenhos, é abundante no Brasil, Argentina e Uruguai. Nesses países, o espanhol e o português foram influenciados pelo italiano, particularmente em algumas regiões: (Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Santa Catarina, Córdoba, Buenos Aires, Chipilo, etc).[carece de fontes]
Os dialetos
Ao lado do italiano, diversos dialetos ainda são falados pela população italiana. Porém, pesquisas mostram que, ano após ano, o uso exclusivo do italiano vem crescendo, enquanto que o uso da fala dialetal vai perdendo espaço. Em pesquisa de 2006, declararam falar exclusivamente ou prevalentemente o italiano: em família, 45,5% dos entrevistados, com amigos 48,9% e com estranhos 72,8%. Nota-se, portanto, que o dialeto é ainda bastante forte entre pessoas que têm maior grau de intimidade (familiares e amigos), enquanto o italiano prevalece nas relações com estranhos.[carece de fontes]
O uso do dialeto difere em relação às principais variáveis sociais: idade, escolaridade, sexo (este menos influente). Quem usa mais os dialetos são os idosos, os iletrados e os homens, principalmente entre amigos e familiares e pouco com desconhecidos. Também há notável variação regional: na região Noroeste da Itália, assim como na região central, o dialeto é pouco usado. Por outro lado, seu uso é mais forte no Sul, nas ilhas e no Nordeste, sendo o Vêneto a região onde o dialeto tem mais força. Deve ser ressaltado, porém, que os dialetos centrais da Toscana e do Lácio são mais próximos do italiano padrão, o que diminui o uso do dialeto. Assim, 63,6% das pessoas residentes no Centro usam prevalentemente o italiano com a família, porcentagem que cai para 28,3% no Sul e 32,8% nas ilhas. Quanto às regiões, o italiano é falado com predominância na Toscana (83,9%), na Ligúria (68,5%) e no Lácio (60,7%) e menos na Calábria (20,4%), Vêneto (23,6%) e em Campânia (25,5%).[12]
No Brasil
Entre 1875 e 1935, aproximadamente 1,5 milhão de italianos emigraram para o Brasil.[13] Atualmente, 30 milhões de brasileiros são descendentes de italianos, contabilizando a maior população de origem italiana fora da Itália.[14]
Os imigrantes não falavam o italiano padrão existente hoje, mas dialetos. Na época em que estes imigrantes partiram para o Brasil, no fim do século XIX, o uso do dialeto era ainda mais forte, visto que poucos italianos eram alfabetizados e tinham conhecimento suficiente do italiano padrão que ainda começava a se difundir. A imigração vêneta se concentrou no Sul do Brasil, palco para a criação de colônias rurais isoladas quase sem comunicação. Tais fatores contribuíram para o enraizamento do dialeto vêneto em certas porções do Brasil meridional. A maior parte dos falantes de vêneto no Brasil se concentra nas zonas vinícolas do Rio Grande do Sul. Por viverem de certa forma isolados na zona rural, esses italianos e descendentes foram o único grupo que conseguiu manter o idioma vivo no Brasil, falado atualmente por alguns milhares de brasileiros. O dialeto, contudo, sofreu forte influência do português, e manteve expressões e léxicos que desapareceram na Itália. Para diferenciá-lo, utiliza-se hoje o nome talian.[carece de fontes]
Desta forma, apenas o dialeto vêneto sobreviveu no Brasil. Diversos outros falares itálicos, como o napolitano (bastante difundido em São Paulo no início do século passado), emiliano, siciliano, lombardo, etc, desapareceram no Brasil. É notório, porém, que o vêneto também está ameaçado, visto que está restrito a ambientes rurais, em um país de forte aceleração urbana como é o Brasil. Em centros urbanos, como Caxias do Sul, o vêneto foi, outrora, língua corrente porém hoje é difícil encontrar seus falantes. Atualmente verifica-se um renovado interesse em se manter esse idioma minoritário do Brasil meridional através de sua inserção em currículos escolares, da mesma forma que se está fazendo com o idioma alemão nas zonas de colonização alemã e com o espanhol nas zonas fronteiriças à Argentina e ao Uruguai. O ensino da língua é obrigatório nas escolas dos municípios de Francisco Beltrão (Paraná)[15][16] e Antônio Prado (Rio Grande do Sul)[17][18]
Gramática
Como em português, os substantivos italianos declinam-se em função de gênero (feminino e masculino) e número (singular e plural).
A língua italiana possui três conjugações verbais.
- 1ª - verbos que terminam em -are;
- 2ª - verbos que terminam em -ere;
- 3ª - verbos que terminam em -ire;
Vários linguistas e gramáticos evidenciam quatro ou cinco conjugações na língua italiana, assim querendo diferenciar na segunda os verbos com infinitivo rizotônico (prèndere, stèndere, vòlgere) dos verbos com infinitivo arrizotônicos (vedére, sapére, temére) e evidenciar na terceira a presença de verbos incoativos com interfixo -isc- no presente do indicativo e do subjuntivo e no imperativo.[carece de fontes]
Os verbos podem ser postos em quatro modos pessoais (indicativo, conjuntivo, condicional e imperativo) e três modos impessoais (infinitivo, gerúndio, e particípio).
Ver também
Referências
- ↑ Ver Italica 1950: 46 (cf. [1] and [2]).
- ↑ Ver Koutna et al. (1990: 294)
- ↑ Ethnologue report for language code:ita (Italy) – Gordon, Raymond G., Jr. (ed.), 2005. Ethnologue: Languages of the World, Fifteenth edition. Dallas, Tex.: SIL International. Online version
- ↑ «Italy». Ethnologue. 19 de fevereiro de 1999. Consultado em 22 de outubro de 2015
- ↑ Eurobarometer – Europeans and their languages PDF (485 KB), Fevereiro de 2006
- ↑ «Italian — University of Leicester». .le.ac.uk. Consultado em 22 de outubro de 2015
- ↑ «Becoming Italian Word by Word: Italian Becomes the Fourth Most Studied Language in the World». Becomingitalianwordbyword.typepad.com. 25 de junho de 2014. Consultado em 22 de outubro de 2015
- ↑ «German is world's fourth most popular language – The Local». Thelocal.de. Consultado em 22 de outubro de 2015
- ↑ [1] Arquivado em 3 de outubro de 2009 no Wayback Machine.
- ↑ 10,0 10,1 Italianistica Online
- ↑ Calabria; Storia, Cultura, Il Dialetto Calabrese, I Cognomi Calabresi
- ↑ Língua italiana e os dialetos
- ↑ Nossos Imigrantes… Nossa História
- ↑ Gli italiani in Brasile
- ↑ LEI Nº 3018/2003 - 02.10.03 - Dispõe sobre a oficialização de aulas de língua italiana nas escolas da Rede Municipal de Ensino
- ↑ Lei Ordinária nº 3018/2003 de Francisco Beltrão, dispõe sobre a oficialização de aulas de língua italiana nas escolas
- ↑ Elaboração de Projeto de Lei para o ensino obrigatório da língua italiana nas escolas municipais
- ↑ Língua italiana em Antônio Prado, Italiano integra currículo escolar