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# ''Ontologia do [[Devir]] (ou do tempo)''<br />É a que vem se afirmando desde o início da era moderna. Seus representantes são [[Hegel]], [[Heidegger]], e em alguma medida [[Friedrich Nietzsche|Nietzsche]]. Pretendem reintroduzir a dinâmica no ser, e, com isto, sua oposição ao não-ser, como momento de interioridade de vida e do ser. | # ''Ontologia do [[Devir]] (ou do tempo)''<br />É a que vem se afirmando desde o início da era moderna. Seus representantes são [[Hegel]], [[Heidegger]], e em alguma medida [[Friedrich Nietzsche|Nietzsche]]. Pretendem reintroduzir a dinâmica no ser, e, com isto, sua oposição ao não-ser, como momento de interioridade de vida e do ser. | ||
A partir do [[platonismo]], alguns filósofos alegam que todos os substantivos referem-se a entidades existentes, e que inclusive o [[não ser]] é um princípio essencial qualificado como um tipo diferente de ser (seu estudo foi chamado de meontologia).<ref name=":0">ALMEIDA, Nazareno. [https://moodle.ufsc.br/pluginfile.php/1063272/mod_resource/content/1/A%20OPOSI%C3%87%C3%83O%20ENTRE%20HER%C3%81CLITO%20E%20PARM%C3%8ANIDES%20E%20SUA%20RESOLU%C3%87%C3%83O%20EM%20EMP%C3%89DOCLES%2C%20ANAX%C3%81GORAS%20E%20DEM%C3%93CRITO.pdf A Oposição entre Heráclito e Parmênides e sua "Resolução" em Empédocles, Anaxágoras e Demócrito]: suas tentativas de resolução e como ela é fundamental para compreender o pensamento de Platão e Aristóteles.</ref><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=V2iPDwAAQBAJ&pg=PA112|título=Signposts to Silence: Metaphysical mysticism: theoretical map and historical pilgrimages|ultimo=Krüger|primeiro=J. S.|data=2018-12-01|editora=AOSIS|lingua=en}}</ref> Outros filósofos sustentam que nem sempre substantivos nomeiam entidades, mas que alguns fornecem uma espécie de atalho para a referência, para uma coleção de objetos, ou eventos quaisquer. Neste último ponto de vista, [[mente]], pois em vez de se referir a uma [[Ente|entidade]], refere-se a eventos mentais vividos por uma pessoa. Por exemplo, [[sociedade]] remete para um conjunto de pessoas com algumas características comuns, e [[geometria]] refere-se a um tipo específico de atividade intelectual. Entre estes pólos de [[realismo]] e [[nominalismo]], há também uma variedade de outras posições; mas em qualquer uma, a ontologia deve dar conta de que palavras referem-se a entidades que não "são". Quando se aplica a este processo, substantivos, tais como "elétrons", "energia", "contrato", "felicidade", "tempo", "verdade", "causalidade", e "Deus", a ontologia torna-se fundamental para muitos ramos da filosofia. | |||
Questões ontológicas também foram levantadas e debatidas pelos pensadores nas civilizações antigas da [[Índia]] e da [[China]], e talvez antes dos pensadores gregos que se tornaram associados com o conceito.{{Reciclagem|data=junho de 2012}} | Questões ontológicas também foram levantadas e debatidas pelos pensadores nas civilizações antigas da [[Índia]] e da [[China]], e talvez antes dos pensadores gregos que se tornaram associados com o conceito.{{Reciclagem|data=junho de 2012}} |
Edição das 13h17min de 11 de fevereiro de 2021
Ontologia (do grego ontos "ente" e logoi, "ciência do ser") é a parte da metafísica que trata da natureza, realidade e existência dos entes.[1][2] A ontologia trata do ser enquanto ser, isto é, do ser concebido como tendo uma natureza comum que é inerente a todos e a cada um dos seres objeto de seu estudo. A aparição do termo data do século XVII, e corresponde à divisão que Christian Wolff realizou quanto à metafísica, seccionando-a em metafísica geral (ontologia) e as especiais (Cosmologia Racional, Psicologia Racional e Teologia Racional). Embora haja uma especificação quanto ao uso do termo, a filosofia contemporânea entende que metafísica e ontologia são, na maior parte das vezes, sinônimos, muito embora a metafísica seja o estudo do ser e dos seus princípios gerais e primeiros, sendo portanto, mais ampla que o escopo da ontologia.
História antiga da ontologia
O conceito de ontologia originou-se na Grécia Antiga, tendo ocupado as mentes de Platão, Aristóteles e Parmênides. O mais antigo registro da palavra ontologia é o latino ontologia, que surgiu em 1606, no trabalho Ogdoas Scholastica, de Jacob Loard (Lorhardus), e em 1613 no Lexicon philosophicum, de Rudolf Göckel.
Por ontologia, portanto, entenda-se o estudo do ser enquanto ser, suas categorias, princípios e essência. Três são as grandes linhas ontológicas consolidadas na matriz do pensamento ocidental:
- A ontologia do Uno
Cuja ideia dominante assevera que toda a realidade procede do Uno, ou manifestação do mesmo ou que se reduza a ele. Seus representantes são Parmênides, Platão, Plotino, Escoto Erígena, Spinoza e vertentes do pensamento oriental. - Ontologia do Ser
Que parte não do Uno, mas daquilo que é, e, por conseguinte, do conhecimento empírico e da experiência. Por meio desta vertente da ontologia, o ser se diz de várias maneiras (analogia), cuja maior expressão é a da substância, que, em grau máximo, corresponde a Deus (Primeiro Motor), sem movimento ou mudança. Seus maiores representantes são Aristóteles e Tomás de Aquino, que à luz da Revelação Bíblica conceitua Deus como Ipsum Esse per se subsistens. - Ontologia do Devir (ou do tempo)
É a que vem se afirmando desde o início da era moderna. Seus representantes são Hegel, Heidegger, e em alguma medida Nietzsche. Pretendem reintroduzir a dinâmica no ser, e, com isto, sua oposição ao não-ser, como momento de interioridade de vida e do ser.
A partir do platonismo, alguns filósofos alegam que todos os substantivos referem-se a entidades existentes, e que inclusive o não ser é um princípio essencial qualificado como um tipo diferente de ser (seu estudo foi chamado de meontologia).[3][4] Outros filósofos sustentam que nem sempre substantivos nomeiam entidades, mas que alguns fornecem uma espécie de atalho para a referência, para uma coleção de objetos, ou eventos quaisquer. Neste último ponto de vista, mente, pois em vez de se referir a uma entidade, refere-se a eventos mentais vividos por uma pessoa. Por exemplo, sociedade remete para um conjunto de pessoas com algumas características comuns, e geometria refere-se a um tipo específico de atividade intelectual. Entre estes pólos de realismo e nominalismo, há também uma variedade de outras posições; mas em qualquer uma, a ontologia deve dar conta de que palavras referem-se a entidades que não "são". Quando se aplica a este processo, substantivos, tais como "elétrons", "energia", "contrato", "felicidade", "tempo", "verdade", "causalidade", e "Deus", a ontologia torna-se fundamental para muitos ramos da filosofia.
Questões ontológicas também foram levantadas e debatidas pelos pensadores nas civilizações antigas da Índia e da China, e talvez antes dos pensadores gregos que se tornaram associados com o conceito.
Predefinição:Manutenção/Categorizando por assunto
Ontologistas Proeminentes
- Anselmo de Cantuária
- Tomás de Aquino
- Aristóteles
- Avicena
- David Malet Armstrong
- Alain Badiou
- Gustav Bergmann
- Bernard Bolzano
- Franz Brentano
- Mario Bunge
- Rudolf Carnap
- Ernst Cassirer
- Gilles Deleuze
- Daniel Dennett
- Jacques Derrida
- René Descartes
- Fyodor Dostoevsky
- Michel Foucault
- Hans-Georg Gadamer
- Al-Ghazali
- Étienne Gilson
- Nicolai Hartmann
- Georg Wilhelm Friedrich Hegel
- Martin Heidegger
- Heráclito
- Edmund Husserl
- Roman Ingarden
- Immanuel Kant
- Leszek Kołakowski
- Julia Kristeva
- Susanne Langer
- Gottfried Leibniz
- Stanisław Leśniewski
- Leucipo
- David Lewis
- Emmanuel Levinas
- John Locke
- Madhva
- Alexius Meinong
- Nagarjuna
- Friedrich Nietzsche
- Keiji Nishitani
- Parmênides
- Charles Sanders Peirce
- Platão
- Plotino
- Karl Popper
- Proclo
- Willard van Orman Quine
- Bertrand Russell
- Gilbert Ryle
- Jean-Paul Sartre
- Arthur Schopenhauer
- Duns Scotus
- John Searle
- Mário Ferreira dos Santos
- Shânkara
- Baruch Spinoza
- Shahab al-Din Yahya ibn Habash Suhrawardi
- Peter van Inwagen
- Gianni Vattimo
- Swami Vivekananda
- Alfred North Whitehead
- William de Ockham
- Ludwig Wittgenstein
- Slavoj Žižek
- Louis Lavelle
- Ram Roy BhaskarPredefinição:Colend
Bibliografia relacionada
- Fenomenologia do espírito, Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1806)
- O mundo como vontade e representação, Arthur Schopenhauer (1818)
- Ser e tempo, Martin Heidegger (1927)
- O ser e o nada, Jean-Paul Sartre (1943)
Ver também
- Absoluto
- Argumento ontológico
- Árvore de Porfírio
- Cadeia dos seres
- Filosofia do espaço e tempo
- Gnoseologia
- Monadologia
- Ontologia física
- Ontologia quântica
- Paradoxo ontológico
- Solipsismo
- Teoria do conhecimento
- Teoria semiótica da complexidade
Referências
- ↑ «Definition of ONTOLOGY». Merriam-Webster (em English). Consultado em 20 de fevereiro de 2020
- ↑ «ontology - Origin and meaning of ontology». www.etymonline.com (em English). Online Etymology Dictionary. Consultado em 20 de fevereiro de 2020
- ↑ ALMEIDA, Nazareno. A Oposição entre Heráclito e Parmênides e sua "Resolução" em Empédocles, Anaxágoras e Demócrito: suas tentativas de resolução e como ela é fundamental para compreender o pensamento de Platão e Aristóteles.
- ↑ Krüger, J. S. (1 de dezembro de 2018). Signposts to Silence: Metaphysical mysticism: theoretical map and historical pilgrimages (em English). [S.l.]: AOSIS