imported>JotaCartas |
|||
Linha 65: | Linha 65: | ||
Após uma visita ao [[Mosteiro da Batalha]] (que encontrava-se abandonado, depois das [[extinção das ordens religiosas]]), D. Fernando passa a dedicar parte das suas preocupações à causas de cariz nacionalistas com a protecção do património arquitectónico português edificado, tendo também impulsionado aspectos culturais e financeiros, a par do estímulo à acção desenvolvida por sociedades eruditas, como projectos de restauração e manutenção respeitantes não só a vila da Batalha, mas também ao [[Convento de Mafra]], [[Convento de Cristo (Tomar)|Convento de Cristo, em Tomar]], ao [[Mosteiro dos Jerónimos]], [[Sé de Lisboa]], e [[Torre de Belém]].<ref>{{Citar livro |sobrenome=Correia |nome=Luís Miguel Maldonado de Vasconcelos |título=Castelos em Portugal |subtítulo=Retrato do seu perfil arquitectónico [1509-1949] |url=https://books.google.pt/books?id=NvrKKADg2M4C&printsec=frontcover&hl=pt-PT&source=gbs_ge_summary_r&cad=0#v=onepage&q&f=false |edição=1.ª |local=Coimbra |editora=Imprensa da Universidade de Coimbra |ano=2010 |página=175 |capítulo=A Presença do Castelo na (re)Definição da Imagem do Território |isbn=978-989-26-0022-2 |acessodata=11 de Março de 2015 }}</ref> | Após uma visita ao [[Mosteiro da Batalha]] (que encontrava-se abandonado, depois das [[extinção das ordens religiosas]]), D. Fernando passa a dedicar parte das suas preocupações à causas de cariz nacionalistas com a protecção do património arquitectónico português edificado, tendo também impulsionado aspectos culturais e financeiros, a par do estímulo à acção desenvolvida por sociedades eruditas, como projectos de restauração e manutenção respeitantes não só a vila da Batalha, mas também ao [[Convento de Mafra]], [[Convento de Cristo (Tomar)|Convento de Cristo, em Tomar]], ao [[Mosteiro dos Jerónimos]], [[Sé de Lisboa]], e [[Torre de Belém]].<ref>{{Citar livro |sobrenome=Correia |nome=Luís Miguel Maldonado de Vasconcelos |título=Castelos em Portugal |subtítulo=Retrato do seu perfil arquitectónico [1509-1949] |url=https://books.google.pt/books?id=NvrKKADg2M4C&printsec=frontcover&hl=pt-PT&source=gbs_ge_summary_r&cad=0#v=onepage&q&f=false |edição=1.ª |local=Coimbra |editora=Imprensa da Universidade de Coimbra |ano=2010 |página=175 |capítulo=A Presença do Castelo na (re)Definição da Imagem do Território |isbn=978-989-26-0022-2 |acessodata=11 de Março de 2015 }}</ref> | ||
Como amante de pintura que era, colaborou com algumas gravuras de sua autoria, na ''[[Revista Contemporânea de Portugal e Brasil]]'' (1859-1865). | Como amante de pintura que era, colaborou com algumas gravuras de sua autoria, na ''[[Revista Contemporânea de Portugal e Brasil]]'' (1859-1865).<ref>{{Citar web |autor=Pedro Mesquita |data=6 de dezembro de 2013 |título= Ficha histórica:Revista Contemporânea de Portugal e Brasil (1859-1865) |url=http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/FichasHistoricas/RevistaContemporaneadePortugaleBrasil.pdf | formato=pdf |publicado=[[Hemeroteca Municipal de Lisboa]] |acessodata=13 de Abril de 2014}}</ref> | ||
===Segundo casamento=== | ===Segundo casamento=== | ||
Linha 147: | Linha 147: | ||
|width="40%" style="text-align: center;"|[[Ficheiro:Coat of Arms of the Kingdom of Portugal (1640-1910).png|130px]]<br/>'''[[Lista de monarcas de Portugal|Rei de Portugal e Algarves]]'''<br/>16 de setembro de 1837 – 15 de novembro de 1853<br/><small>''com [[Maria II de Portugal|Maria II]]''</small> | |width="40%" style="text-align: center;"|[[Ficheiro:Coat of Arms of the Kingdom of Portugal (1640-1910).png|130px]]<br/>'''[[Lista de monarcas de Portugal|Rei de Portugal e Algarves]]'''<br/>16 de setembro de 1837 – 15 de novembro de 1853<br/><small>''com [[Maria II de Portugal|Maria II]]''</small> | ||
|} | |} | ||
{{Monarcas de Portugal}} | {{Monarcas de Portugal}} | ||
Linha 161: | Linha 160: | ||
[[Categoria:Grã-Cruzes da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa]] | [[Categoria:Grã-Cruzes da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa]] | ||
[[Categoria:Grão-Mestres da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa]] | [[Categoria:Grão-Mestres da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa]] | ||
[[Categoria: | [[Categoria:Comendadores da Ordem da Torre e Espada]] | ||
[[Categoria:Grã-Cruzes da Ordem | [[Categoria:Grã-Cruzes da Ordem de Cristo]] | ||
[[Categoria:Grã-Cruzes da Ordem | [[Categoria:Grã-Cruzes da Ordem de Avis]] | ||
[[Categoria:Grã-Cruzes da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada]] | [[Categoria:Grã-Cruzes da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada]] | ||
[[Categoria:Banda das Três Ordens]] | [[Categoria:Banda das Três Ordens]] |
Edição das 22h46min de 24 de agosto de 2019
Predefinição:Info/Nobre Fernando II (nome completo em alemão: Ferdinand August Franz Anton von Sachsen-Coburg und Gotha; Viena, 29 de outubro de 1816 – Lisboa, 15 de dezembro de 1885) foi o segundo marido da rainha D. Maria II e Príncipe Consorte de Portugal, reinando entre de 1836 até 1837, altura em que tornou-se Rei de Portugal e Algarves por direito da sua esposa. Era o filho mais velho do príncipe Fernando de Saxe-Coburgo-Gota e da sua esposa, a princesa Maria Antónia de Koháry.
Fernando casou-se com D. Maria em 1836, tornando-se príncipe consorte de Portugal. Em conformidade com a lei portuguesa da época, D. Fernando apenas seria rei com a sua esposa após o nascimento do seu primeiro filho, que nasceria um ano depois, o futuro rei D. Pedro V.
D. Maria morre em 1853 e Fernando serve assim como regente de D. Pedro até 1855. Ele evitou envolver-se na política, deixando sempre os assuntos de estado para a sua esposa.
Como amante das belas artes, focou-se durante toda a sua vida nas artes, o que lhe valeu o apelido de "o Rei Artista".
Biografia
Família
Foi o primogénito do príncipe Fernando de Saxe-Coburgo-Gota, irmão do duque Ernesto I e do rei Leopoldo I dos Belgas, e da sua esposa, Maria Antónia de Koháry. Teve três irmãos mais novos: Augusto, Vitória e Leopoldo.
Durante a infância o príncipe cresceu em várias terras pertencentes à sua família na actual Eslováquia e nas cortes austríaca e germânica.
Rei de Portugal
Em 1835, como D. Maria II enviuvou meses depois do seu primeiro casamento com o príncipe Augusto de Beauharnais, D. Fernando foi escolhido para novo esposo da soberana.
As negociações do casamento foram dirigidas por D. Francisco de Almeida Portugal, Conde de Lavradio, tendo o contrato matrimonial sido assinado em 1 de Dezembro de 1835, com o barão de Carlowit em representação do duque reinante de Saxe-Coburgo, e o barão de Stockmar em representação do príncipe Fernando, seu pai.
A 1 de Janeiro de 1836, casa-se com D. Maria II por procuração, e assina o decreto nomeando D. Fernando marechal-general do Exército, posto reservado ao próprio Rei, na sua função de Comandante Supremo do Exército.
D. Fernando partiu de Coburgo, atravessou a Bélgica, e embarcou em Oostende para Lisboa, onde chegou a 8 de Abril. A cerimónia do casamento realizou-se no dia seguinte. A nomeação de D. Fernando enquanto marechal-general gerou polémica entre os liberais mas, uma vez que essa dignidade já houvera sido conferida ao príncipe D. Augusto, o governo não podia deixar de comprometer-se com a rainha.
De acordo com a lei Portuguesa, enquanto marido da rainha reinante, D. Fernando só poderia receber o título de rei após o nascimento do primeiro herdeiro (foi por este motivo que o primeiro marido da rainha, Augusto de Beauharnais, nunca foi rei) D. Fernando foi, portanto, príncipe de Portugal até ao nascimento do futuro D. Pedro V em 1837.
Foi eleito, a 4 de Maio de 1836, presidente da Academia Real das Ciências.
D. Fernando evitou envolver-se no panorama político, preferindo dedicar-se às artes. Por ocasião da fundação da Academia de Belas-Artes de Lisboa a 25 de Outubro de 1836, D. Fernando e a rainha declaram-se seus protectores.
Após uma visita ao Mosteiro da Batalha (que encontrava-se abandonado, depois das extinção das ordens religiosas), D. Fernando passa a dedicar parte das suas preocupações à causas de cariz nacionalistas com a protecção do património arquitectónico português edificado, tendo também impulsionado aspectos culturais e financeiros, a par do estímulo à acção desenvolvida por sociedades eruditas, como projectos de restauração e manutenção respeitantes não só a vila da Batalha, mas também ao Convento de Mafra, Convento de Cristo, em Tomar, ao Mosteiro dos Jerónimos, Sé de Lisboa, e Torre de Belém.[1]
Como amante de pintura que era, colaborou com algumas gravuras de sua autoria, na Revista Contemporânea de Portugal e Brasil (1859-1865).[2]
Segundo casamento
Em 1869, D. Fernando casa-se pela segunda vez, morganaticamente, com Elise Hensler, depois tornada Condessa d'Edla, que era uma cantora de ópera e mãe solteira, a quem viria a deixar como herança o Palácio da Pena, cuja construção foi da sua inteira responsabilidade, sendo entregue ao engenheiro alemão Wilhelm Ludwig von Eschwege que realizou projecto.
Tronos grego e espanhol
Em 1862, depois de uma revolta na Grécia contra o rei Oto I, D. Fernando II foi convidado a subir ao trono grego, proposta que recusou.
Em 1868, com a revolução que expulsou a rainha Isabel II da Espanha e toda a sua família, e o governo provisório espanhol, não se desejando estabelecer uma república, ofereceram a coroa a D. Fernando II, então com quarenta e nove anos, proposta que D. Fernando também rejeitou.
Morte
Pouco antes da sua morte D. Fernando começou a sofrer a dolorosa enfermidade a que não resistiu, o seu corpo jaz ao lado de D. Maria II, sua primeira esposa, no Panteão Real da Dinastia de Bragança, no Mosteiro de São Vicente de Fora, em Lisboa.
Títulos, estilos e honrarias
Predefinição:Info/Estilos reais
Títulos e estilos
- 29 de outubro de 1816 – 12 de novembro de 1826: "Sua Alteza Sereníssima, Príncipe Fernando de Saxe-Coburgo-Saalfeld"
- 12 de novembro de 1826 – 1 de janeiro de 1836: "Sua Alteza Sereníssima, Príncipe Fernando de Saxe-Coburgo-Gota"
- 1 de janeiro de 1836 – 16 de setembro de 1837: "Sua Alteza Real, o Príncipe Consorte"
- 16 de setembro de 1837 – 15 de novembro de 1853: "Sua Majestade Fidelíssima, o Rei"
- 15 de novembro de 1853 – 15 de dezembro de 1885: "Sua Majestade Fidelíssima", o Rei D. Fernando II"
Honrarias
- Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo
- Grã-Cruz da Ordem Militar de Avis
- Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada
- Grã-Cruz da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa
- Grã-Cruz da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito
- Medalha Militar de Bons Serviços (Grau Ouro)
- Cavaleiro da Ordem do Tosão de Ouro, de Espanha
- Cavaleiro da Ordem Suprema da Santíssima Anunciação, da Sardenha
- Grã-Cruz da Ordem de Ernesto Pio, de Saxe-Coburgo-Gotha
- Grã-Cruz da Ordem de Santo Estêvão, da Áustria
- Grã-Cruz da Imperial Ordem do Cruzeiro, do Brasil
- Grã-Cruz da Imperial Ordem de Pedro Primeiro, do Brasil
- Grã-Cruz da Imperial Ordem da Rosa, do Brasil
- Grã-Cruz da Ordem de Leopoldo, da Bélgica
- Grã-Cruz da Ordem da Coroa, da Saxónia
- Grã-Cruz da Ordem do Rei Frederico Augusto, da Saxónia
- Grã-Cruz da Ordem da Águia Negra, da Prússia
- Grã-Cruz da Ordem da Águia Vermelha, da Prússia
- Grã-Cruz da Ordem de Santo Alexandre Nevsky, da Rússia
- Grã-Cruz da Ordem de Santo André, da Rússia
- Grã-Cruz da Ordem de Santa Ana, da Rússia
- Grã-Cruz da Ordem da Águia Branca, da Rússia
- Grã-Cruz da Ordem da Legião de Honra, de França
- Grã-Cruz da Ordem do Elefante, da Dinamarca
- Grã-Cruz da Ordem do Leão Neerlandês, dos Países Baixos
- Grã-Cruz da Ordem dos Serafins, da Suécia
- Grã-Cruz da Ordem de São Fernando, de Nápoles
Ver também
Referências
- ↑ Correia, Luís Miguel Maldonado de Vasconcelos (2010). «A Presença do Castelo na (re)Definição da Imagem do Território». Castelos em Portugal. Retrato do seu perfil arquitectónico [1509-1949] 1.ª ed. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra. p. 175. ISBN 978-989-26-0022-2. Consultado em 11 de Março de 2015
- ↑ Pedro Mesquita (6 de dezembro de 2013). «Ficha histórica:Revista Contemporânea de Portugal e Brasil (1859-1865)» (pdf). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 13 de Abril de 2014
Fernando II de Portugal Casa de Saxe-Coburgo-Gota-Koháry Ramo da Casa de Wettin 29 de outubro de 1816 – 15 de dezembro de 1885 | ||
---|---|---|
Precedido por Augusto de Beauharnais |
Príncipe Consorte de Portugal 9 de abril de 1836 – 16 de setembro de 1837 |
Sucedido por Estefânia de Hohenzollern-Sigmaringen |
Precedido por Maria II (sozinha) |
Rei de Portugal e Algarves 16 de setembro de 1837 – 15 de novembro de 1853 com Maria II |
Predefinição:Consortes de Portugal Predefinição:Príncipes de Saxe-Coburgo-Gota