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A '''Revolução Industrial''' significou a substituição da ferramenta pela máquina, e contribuiu para consolidar o capitalismo como [[modo de produção]] dominante. Esse momento revolucionário, de passagem da energia humana para motriz, é o ponto culminante de uma evolução tecnológica, social | A '''Revolução Industrial''' significou a substituição da ferramenta pela máquina, e contribuiu para consolidar o capitalismo como [[modo de produção]] dominante. Esse momento revolucionário, de passagem da energia humana para motriz, é o ponto culminante de uma evolução tecnológica, social e econômica que vinha se processando na [[Europa]] desde a Baixa [[Idade Média]], com particular incidência nos países onde a [[Reforma Protestante]] tinha conseguido destronar a influência da [[Igreja Católica]]: [[Inglaterra]], [[Escócia]], [[Países Baixos]], [[Suécia]]. Nos países que permaneceram católicos a revolução industrial aparece regra geral mais tarde e num esforço expresso de copiar aquilo que se fazia nos "países mais avançados" (os países protestantes). | ||
Já de acordo com a teoria de [[Karl Marx]], a '''Revolução Industrial''', iniciada na [[Inglaterra]], integra o conjunto das chamadas “Revoluções Burguesas” do [[século XVIII]], responsáveis pela crise do [[Antigo Regime]], na passagem do [[capitalismo]] comercial para o industrial. Os outros dois movimentos que a acompanham são a [[Independência dos Estados Unidos]] e a [[Revolução Francesa]] que, sob influência dos princípios [[Iluminismo|iluministas]], assinalam a transição da [[Idade Moderna]] para a [[Idade Contemporânea]]. | Já de acordo com a teoria de [[Karl Marx]], a '''Revolução Industrial''', iniciada na [[Inglaterra]], integra o conjunto das chamadas “Revoluções Burguesas” do [[século XVIII]], responsáveis pela crise do [[Antigo Regime]], na passagem do [[capitalismo]] comercial para o industrial. Os outros dois movimentos que a acompanham são a [[Independência dos Estados Unidos]] e a [[Revolução Francesa]] que, sob influência dos princípios [[Iluminismo|iluministas]], assinalam a transição da [[Idade Moderna]] para a [[Idade Contemporânea]]. | ||
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Nessa evolução, a produção manual que antecede | Nessa evolução, a produção manual que antecede à industrial conheceu duas etapas bem definidas, dentro do processo de desenvolvimento do capitalismo: | ||
*O [[artesanato]] foi a forma de produção característica da Baixa [[Idade Média]], durante o renascimento urbano e comercial, sendo representado por uma produção de caráter familiar, na qual o produtor (artesão) | *O [[artesanato]] foi a forma de produção característica da Baixa [[Idade Média]], durante o renascimento urbano e comercial, sendo representado por uma produção de caráter familiar, na qual o produtor (artesão) possuía os meios de produção (era o proprietário da oficina e das ferramentas) e trabalhava com a família em sua própria casa, realizando todas as etapas da produção, desde o preparo da matéria-prima, até o acabamento final; ou seja não havia divisão do trabalho ou especialização. Em algumas situações o artesão tinha junto a si um ajudante, porém não assalariado, pois realizava o mesmo trabalho pagando uma “taxa” pelo utilização das ferramentas. | ||
**É importante | **É importante lembrar que nesse período a produção artesanal estava sob controle das corporações de ofício, assim como o comércio também encontrava-se sob controle de associações, limitando o desenvolvimento da produção. | ||
*A [[manufatura]], que predominou ao longo da Idade Moderna, resultando da ampliação do mercado consumidor com o desenvolvimento do [[comércio]] monetário. Nesse momento, já ocorre um aumento na produtividade do trabalho, devido | *A [[manufatura]], que predominou ao longo da Idade Moderna, resultando da ampliação do mercado consumidor com o desenvolvimento do [[comércio]] monetário. Nesse momento, já ocorre um aumento na produtividade do trabalho, devido à divisão social da produção, onde cada trabalhador realizava uma etapa na confecção de um produto. A ampliação do mercado consumidor relaciona-se diretamente ao alargamento do comércio, tanto em direção ao oriente como em direção à América, permanecendo o lucro nas mãos dos grandes mercadores. Outra característica desse período foi a interferência do capitalista no processo produtivo, passando a comprar a matéria-prima e a determinar o ritmo de produção, uma vez que controlava os principais mercados consumidores. | ||
A partir da máquina, fala-se numa primeira, numa segunda e até terceira e quarta Revoluções Industriais. Porém, se concebermos a industrialização como um processo, seria mais coerente falar-se num primeiro momento (energia a vapor no século XVIII), num segundo momento (energia elétrica no século XIX) e num terceiro e quarto momentos, representados respectivamente pela energia nuclear e pelo avanço da informática, da robótica e do setor de comunicações ao longo dos século XX e XXI --- aspectos, porém, ainda discutíveis. | A partir da máquina, fala-se numa primeira, numa segunda e até terceira e quarta Revoluções Industriais. Porém, se concebermos a industrialização como um processo, seria mais coerente falar-se num primeiro momento (energia a vapor no [[século XVIII]]), num segundo momento ([[energia elétrica]] no [[século XIX]]) e num terceiro e quarto momentos, representados respectivamente pela [[energia nuclear]] e pelo avanço da [[informática]], da [[robótica]] e do setor de comunicações ao longo dos século XX e XXI --- aspectos, porém, ainda discutíveis. | ||
== O pioneirismo da Inglaterra == | == O pioneirismo da Inglaterra == | ||
A [[Inglaterra]] industrializou-se cerca de um século antes de outras nações, por possuir uma série de condições históricas favoráveis dentre as quais, destacaram-se: a grande quantidade de capital acumulado durante a fase do [[mercantilismo]]; o vasto império colonial consumidor e fornecedor de matérias-primas, especialmente o algodão; a mudança na organização fundiária, com a aprovação dos cercamentos (enclousures) | A [[Inglaterra]] industrializou-se cerca de um século antes de outras nações, por possuir uma série de condições históricas favoráveis dentre as quais, destacaram-se: a grande quantidade de capital acumulado durante a fase do [[mercantilismo]]; o vasto império colonial consumidor e fornecedor de matérias-primas, especialmente o algodão; a mudança na organização fundiária, com a aprovação dos cercamentos (enclousures) responsáveis por um grande êxodo no campo, e consequentemente pela disponibilidade de mão-de-obra abundante e barata nas cidades. | ||
Outro fator determinante | Outro fator determinante foi a existência de um Estado liberal na Inglaterra desde [[1688]], com a [[Revolução Gloriosa]]. Essa revolução, que se seguiu à [[Revolução Puritana]] (1649), transformou a [[Monarquia]] [[Absolutismo|Absolutista]] inglesa em [[Monarquia]] Parlamentar, libertando a burguesia de um Estado centralizado e intervencionista, que dará lugar a um Estado Liberal Burguês na Inglaterra um século antes da [[Revolução Francesa]]. Da mesma forma, a [[Revolução Gloriosa]] de 1688 marcou o fim da influência da religião católica no governo inglês. Desde então nenhum católico subiria ao trono britânico. Um facto importante, uma vez que as nações protestantes como a [[Inglaterra]] e a [[Holanda]] são também as nações onde a revolução industrial e a organização social capitalista tomaram lugar mais cedo relativamente a nações católicas, que segundo autores como [[Ernest Gellner]] ou [[David Landes]], se mantiveram mais longamente no paradigma da organização social feudal, como ele subsistia desde a [[Idade Média]]. | ||
Fundamental para o progresso da Revolução Industrial foi o desenvolvimento, e produção em larga escala, de um material forte mas passível a conformação e usinagem. Com o desenvolvimento no ano de 1740 do aço tipo "crucible", pelo [[Benjamin Huntsman]] na sua oficina em [[Handsworth]] , [[Sheffield]], este material de fato surgiu. Subsequentemente, com a invenção do Conversor de Bessemer (na fábrica do [[Henry Bessemer]], também em Sheffield) a siderurgia moderna começou. | Fundamental para o progresso da Revolução Industrial foi o desenvolvimento, e produção em larga escala, de um material forte mas passível a conformação e usinagem. Com o desenvolvimento no ano de [[1740]] do aço tipo "crucible", pelo [[Benjamin Huntsman]] na sua oficina em [[Handsworth]] , [[Sheffield]], este material de fato surgiu. Subsequentemente, com a invenção do Conversor de Bessemer (na fábrica do [[Henry Bessemer]], também em Sheffield) a siderurgia moderna começou. | ||
== Principais avanços da maquinofatura == | == Principais avanços da maquinofatura == | ||
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A Revolução Industrial alterou profundamente as condições de vida do trabalhador braçal, provocando inicialmente um intenso deslocamento da população rural para as cidades, com enormes concentrações urbanas. A produção em larga escala e dividida em etapas irá distanciar cada vez mais o trabalhador do produto final, já que cada grupo de trabalhadores irá dominar apenas uma etapa da produção. Na esfera social, o principal desdobramento da revolução foi o surgimento do [[proletariado]] urbano (classe operária), como classe social definida. Vivendo em condições deploráveis, tendo o [[cortiço]] como moradia e submetido a [[salários]] irrisórios com longas jornadas de trabalho, a operariado nascente era facilmente explorado, devido também, à inexistência de [[leis trabalhistas]]. | A Revolução Industrial alterou profundamente as condições de vida do trabalhador braçal, provocando inicialmente um intenso deslocamento da população rural para as cidades, com enormes concentrações urbanas. A produção em larga escala e dividida em etapas irá distanciar cada vez mais o trabalhador do produto final, já que cada grupo de trabalhadores irá dominar apenas uma etapa da produção. Na esfera social, o principal desdobramento da revolução foi o surgimento do [[proletariado]] urbano (classe operária), como classe social definida. Vivendo em condições deploráveis, tendo o [[cortiço]] como moradia e submetido a [[salários]] irrisórios com longas jornadas de trabalho, a operariado nascente era facilmente explorado, devido também, à inexistência de [[leis trabalhistas]]. | ||
O desenvolvimento das [[ferrovias]] irá absorver grande parte da mão-de-obra masculina adulta, provocando em escala crescente a utilização de mulheres a e crianças como trabalhadores nas fábricas têxteis e nas minas. O agravamento dos problemas sócio-econômicos com o [[desemprego]] e a [[fome]] | O desenvolvimento das [[ferrovias]] irá absorver grande parte da mão-de-obra masculina adulta, provocando em escala crescente a utilização de mulheres a e crianças como trabalhadores nas fábricas têxteis e nas minas. O agravamento dos problemas sócio-econômicos com o [[desemprego]] e a [[fome]] foram acompanhados de outros problemas, como a [[prostituição]] e o [[alcoolismo]]. | ||
Contra isso, os trabalhadores reagiam das mais diferentes formas, destacando-se o movimento “ludista” (o nome vem de Ned Ludlan), caracterizado pela destruição das máquinas por operários, e o movimento “cartista”, organizado pela “Associação dos Operários”, que exigia melhores condições de trabalho e o fim do voto censitário. Destaca-se ainda a formação de associações denominadas “trade-unions”, que evoluíram lentamente em suas reivindicações, originando os primeiros [[sindicato]]s modernos. | Contra isso, os trabalhadores reagiam das mais diferentes formas, destacando-se o movimento “ludista” (o nome vem de Ned Ludlan), caracterizado pela destruição das máquinas por operários, e o movimento “cartista”, organizado pela “Associação dos Operários”, que exigia melhores condições de trabalho e o fim do voto censitário. Destaca-se ainda a formação de associações denominadas “trade-unions”, que evoluíram lentamente em suas reivindicações, originando os primeiros [[sindicato]]s modernos. | ||
O divórcio entre capital e trabalho resultante da Revolução Industrial é representado socialmente pela polarização entre burguesia e proletariado. Esse antagonismo define a luta de classes típica do capitalismo, consolidando esse sistema no contexto da crise do Antigo Regime. | O divórcio entre capital e trabalho resultante da Revolução Industrial é representado socialmente pela polarização entre burguesia e proletariado. Esse antagonismo define a luta de classes típica do capitalismo, consolidando esse sistema no contexto da crise do Antigo Regime. | ||
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Edição das 17h05min de 23 de outubro de 2004
A Revolução Industrial significou a substituição da ferramenta pela máquina, e contribuiu para consolidar o capitalismo como modo de produção dominante. Esse momento revolucionário, de passagem da energia humana para motriz, é o ponto culminante de uma evolução tecnológica, social e econômica que vinha se processando na Europa desde a Baixa Idade Média, com particular incidência nos países onde a Reforma Protestante tinha conseguido destronar a influência da Igreja Católica: Inglaterra, Escócia, Países Baixos, Suécia. Nos países que permaneceram católicos a revolução industrial aparece regra geral mais tarde e num esforço expresso de copiar aquilo que se fazia nos "países mais avançados" (os países protestantes).
Já de acordo com a teoria de Karl Marx, a Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra, integra o conjunto das chamadas “Revoluções Burguesas” do século XVIII, responsáveis pela crise do Antigo Regime, na passagem do capitalismo comercial para o industrial. Os outros dois movimentos que a acompanham são a Independência dos Estados Unidos e a Revolução Francesa que, sob influência dos princípios iluministas, assinalam a transição da Idade Moderna para a Idade Contemporânea.
O processo de produção
Nessa evolução, a produção manual que antecede à industrial conheceu duas etapas bem definidas, dentro do processo de desenvolvimento do capitalismo:
- O artesanato foi a forma de produção característica da Baixa Idade Média, durante o renascimento urbano e comercial, sendo representado por uma produção de caráter familiar, na qual o produtor (artesão) possuía os meios de produção (era o proprietário da oficina e das ferramentas) e trabalhava com a família em sua própria casa, realizando todas as etapas da produção, desde o preparo da matéria-prima, até o acabamento final; ou seja não havia divisão do trabalho ou especialização. Em algumas situações o artesão tinha junto a si um ajudante, porém não assalariado, pois realizava o mesmo trabalho pagando uma “taxa” pelo utilização das ferramentas.
- É importante lembrar que nesse período a produção artesanal estava sob controle das corporações de ofício, assim como o comércio também encontrava-se sob controle de associações, limitando o desenvolvimento da produção.
- A manufatura, que predominou ao longo da Idade Moderna, resultando da ampliação do mercado consumidor com o desenvolvimento do comércio monetário. Nesse momento, já ocorre um aumento na produtividade do trabalho, devido à divisão social da produção, onde cada trabalhador realizava uma etapa na confecção de um produto. A ampliação do mercado consumidor relaciona-se diretamente ao alargamento do comércio, tanto em direção ao oriente como em direção à América, permanecendo o lucro nas mãos dos grandes mercadores. Outra característica desse período foi a interferência do capitalista no processo produtivo, passando a comprar a matéria-prima e a determinar o ritmo de produção, uma vez que controlava os principais mercados consumidores.
A partir da máquina, fala-se numa primeira, numa segunda e até terceira e quarta Revoluções Industriais. Porém, se concebermos a industrialização como um processo, seria mais coerente falar-se num primeiro momento (energia a vapor no século XVIII), num segundo momento (energia elétrica no século XIX) e num terceiro e quarto momentos, representados respectivamente pela energia nuclear e pelo avanço da informática, da robótica e do setor de comunicações ao longo dos século XX e XXI --- aspectos, porém, ainda discutíveis.
O pioneirismo da Inglaterra
A Inglaterra industrializou-se cerca de um século antes de outras nações, por possuir uma série de condições históricas favoráveis dentre as quais, destacaram-se: a grande quantidade de capital acumulado durante a fase do mercantilismo; o vasto império colonial consumidor e fornecedor de matérias-primas, especialmente o algodão; a mudança na organização fundiária, com a aprovação dos cercamentos (enclousures) responsáveis por um grande êxodo no campo, e consequentemente pela disponibilidade de mão-de-obra abundante e barata nas cidades.
Outro fator determinante foi a existência de um Estado liberal na Inglaterra desde 1688, com a Revolução Gloriosa. Essa revolução, que se seguiu à Revolução Puritana (1649), transformou a Monarquia Absolutista inglesa em Monarquia Parlamentar, libertando a burguesia de um Estado centralizado e intervencionista, que dará lugar a um Estado Liberal Burguês na Inglaterra um século antes da Revolução Francesa. Da mesma forma, a Revolução Gloriosa de 1688 marcou o fim da influência da religião católica no governo inglês. Desde então nenhum católico subiria ao trono britânico. Um facto importante, uma vez que as nações protestantes como a Inglaterra e a Holanda são também as nações onde a revolução industrial e a organização social capitalista tomaram lugar mais cedo relativamente a nações católicas, que segundo autores como Ernest Gellner ou David Landes, se mantiveram mais longamente no paradigma da organização social feudal, como ele subsistia desde a Idade Média.
Fundamental para o progresso da Revolução Industrial foi o desenvolvimento, e produção em larga escala, de um material forte mas passível a conformação e usinagem. Com o desenvolvimento no ano de 1740 do aço tipo "crucible", pelo Benjamin Huntsman na sua oficina em Handsworth , Sheffield, este material de fato surgiu. Subsequentemente, com a invenção do Conversor de Bessemer (na fábrica do Henry Bessemer, também em Sheffield) a siderurgia moderna começou.
Principais avanços da maquinofatura
- Em 1733, John Kay inventa a lançadeira volante.
- Em 1740, Benjamin Huntsman desenvolve o processo de produzir aço tipo "crucible".
- Em 1767 James Hargreaves inventa a “spinning jenny”, que permitia a um só artesão fiar 80 fios de uma única vez.
- Em 1768 James Watt inventa a máquina a vapor.
- Em 1769 Richard Arkwright inventa a “water frame”.
- Em 1779 Samuel Crompton inventa a “mule”, uma combinação da “water frame” com a “spinning jenny” com fios finos e resistentes.
- Em 1785 Edmond Cartwright inventa o tear mecânico.
Desdobramentos sociais
A Revolução Industrial alterou profundamente as condições de vida do trabalhador braçal, provocando inicialmente um intenso deslocamento da população rural para as cidades, com enormes concentrações urbanas. A produção em larga escala e dividida em etapas irá distanciar cada vez mais o trabalhador do produto final, já que cada grupo de trabalhadores irá dominar apenas uma etapa da produção. Na esfera social, o principal desdobramento da revolução foi o surgimento do proletariado urbano (classe operária), como classe social definida. Vivendo em condições deploráveis, tendo o cortiço como moradia e submetido a salários irrisórios com longas jornadas de trabalho, a operariado nascente era facilmente explorado, devido também, à inexistência de leis trabalhistas.
O desenvolvimento das ferrovias irá absorver grande parte da mão-de-obra masculina adulta, provocando em escala crescente a utilização de mulheres a e crianças como trabalhadores nas fábricas têxteis e nas minas. O agravamento dos problemas sócio-econômicos com o desemprego e a fome foram acompanhados de outros problemas, como a prostituição e o alcoolismo.
Contra isso, os trabalhadores reagiam das mais diferentes formas, destacando-se o movimento “ludista” (o nome vem de Ned Ludlan), caracterizado pela destruição das máquinas por operários, e o movimento “cartista”, organizado pela “Associação dos Operários”, que exigia melhores condições de trabalho e o fim do voto censitário. Destaca-se ainda a formação de associações denominadas “trade-unions”, que evoluíram lentamente em suas reivindicações, originando os primeiros sindicatos modernos.
O divórcio entre capital e trabalho resultante da Revolução Industrial é representado socialmente pela polarização entre burguesia e proletariado. Esse antagonismo define a luta de classes típica do capitalismo, consolidando esse sistema no contexto da crise do Antigo Regime.
Ver Também
en:Industrial Revolution
fr:Révolution Industrielle
cy:Y Chwyldro Diwydiannol
de:Industrielle Revolution
en:Industrial Revolution
es:Revolución industrial
ja:産業革命
nl:Industriële revolutie
no:Industrielle revolusjon
sv:Industriella revolutionen
zh:工业革命