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{{Ver desambig|o conceito genérico de redes interligadas ("internet")|interligação de redes}} | {{Ver desambig|o conceito genérico de redes interligadas ("internet")|interligação de redes}} | ||
{{não confundir com|World Wide Web}} | {{não confundir com|World Wide Web}} | ||
{{Internet}} | {{Internet}} | ||
A '''Internet'''<ref name=":1" /> é um sistema global de [[redes de computadores]] interligadas que utilizam um conjunto próprio de [[Protocolo (ciência da computação)|protocolo]]s (''[[Internet Protocol Suite]]'' ou [[TCP/IP]]) com o propósito de servir progressivamente usuários no mundo inteiro. É uma rede de várias outras redes, que<ref name=":2" /> consiste de milhões de empresas privadas, públicas, acadêmicas e de governo, com alcance local e global e que está ligada por uma ampla variedade de tecnologias de rede eletrônica, sem fio e ópticas. A internet traz<ref name=":3" /> uma extensa gama de recursos de informação e serviços, tais como os documentos inter-relacionados de [[hipertexto]]s da [[World Wide Web]] (WWW), redes ponto-a-ponto (''[[peer-to-peer]]'') e infraestrutura de apoio a correio eletrônico ([[e-mail]]s). As origens da internet remontam a uma pesquisa encomendada pelo governo dos [[Estados Unidos]] na década de 1960 para construir uma<ref name=":4" /> forma de comunicação robusta e sem falhas através de redes de computadores. Embora este trabalho, juntamente com<ref name=":5" /> projetos no [[Reino Unido]] e na [[França]], tenha levado a criação de redes precursoras importantes, ele não criou a internet. Não há consenso sobre a data exata em que a internet moderna surgiu, mas foi em algum momento em meados da década de 1980. | A '''Internet'''<ref name=":1" /> é um sistema global de [[redes de computadores]] interligadas que utilizam um conjunto próprio de [[Protocolo (ciência da computação)|protocolo]]s (''[[Internet Protocol Suite]]'' ou [[TCP/IP]]) com o propósito de servir progressivamente usuários no mundo inteiro. É uma rede de várias outras redes, que<ref name=":2" /> consiste de milhões de empresas privadas, públicas, acadêmicas e de governo, com alcance local e global e que está ligada por uma ampla variedade de tecnologias de rede eletrônica, sem fio e ópticas. A internet traz<ref name=":3" /> uma extensa gama de recursos de informação e serviços, tais como os documentos inter-relacionados de [[hipertexto]]s da [[World Wide Web]] (WWW), redes ponto-a-ponto (''[[peer-to-peer]]'') e infraestrutura de apoio a correio eletrônico ([[e-mail]]s). As origens da internet remontam a uma pesquisa encomendada pelo governo dos [[Estados Unidos]] na década de 1960 para construir uma<ref name=":4" /> forma de comunicação robusta e sem falhas através de redes de computadores. Embora este trabalho, juntamente com<ref name=":5" /> projetos no [[Reino Unido]] e na [[França]], tenha levado a criação de redes precursoras importantes, ele não criou a internet. Não há consenso sobre a data exata em que a internet moderna surgiu, mas foi em algum momento em meados da década de 1980. | ||
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O financiamento de uma nova estrutura principal de informática (dita ''[[National Science Foundation Network|backbone]]''), para os Estados Unidos pela [[Fundação Nacional da Ciência]] nos anos 1980, bem como o financiamento privado para outros similares ''[[backbone]]s'' comerciais, levou a participação mundial no desenvolvimento de novas tecnologias de rede e da fusão de muitas redes distintas. Embora a internet seja amplamente utilizada pela academia desde os anos 1980, a [[comercialização]] da tecnologia na década de 1990 resultou na sua divulgação e incorporação da rede internacional em praticamente todos os aspectos da vida humana moderna. Em junho de 2012, mais de 2,4 bilhões de pessoas — mais de um terço da população mundial — usaram os serviços da internet, cerca de 100 vezes mais do que em 1995.<ref name=":1">{{Citar web |url=http://www.treese.org/intindex/95-11.htm |título=The Open Market Internet Index |publicado=Treese.org |data=1995-11-11 |acessodata=2013-06-15 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20130601045949/http://www.treese.org/intindex/95-11.htm |arquivodata=2013-06-01 |urlmorta=yes }}</ref><ref name="stats">{{Citar web|url=http://www.internetworldstats.com/stats.htm|título=World Stats|data=30 de junho de 2012|obra=Internet World Stats|publicado=Miniwatts Marketing Group}}</ref> O uso da internet cresceu rapidamente no [[Ocidente]] entre da década de 1990 a início dos anos 2000 e desde a década de 1990 no [[mundo em desenvolvimento]]. Em 1994, apenas 3% das salas de aula estadunidenses tinham internet, enquanto em 2002 esse índice saltou para 92%.<ref>[http://nces.ed.gov/pubs2007/2007020.pdf ''Internet Access in U.S. Public Schools and Classrooms: 1994–2005 Highlights''], National Center for Educational Statistics, U.S. Department of Education (NCES 2007-020), November 2006. Retrieved 22 January 2014.</ref> | O financiamento de uma nova estrutura principal de informática (dita ''[[National Science Foundation Network|backbone]]''), para os Estados Unidos pela [[Fundação Nacional da Ciência]] nos anos 1980, bem como o financiamento privado para outros similares ''[[backbone]]s'' comerciais, levou a participação mundial no desenvolvimento de novas tecnologias de rede e da fusão de muitas redes distintas. Embora a internet seja amplamente utilizada pela academia desde os anos 1980, a [[comercialização]] da tecnologia na década de 1990 resultou na sua divulgação e incorporação da rede internacional em praticamente todos os aspectos da vida humana moderna. Em junho de 2012, mais de 2,4 bilhões de pessoas — mais de um terço da população mundial — usaram os serviços da internet, cerca de 100 vezes mais do que em 1995.<ref name=":1">{{Citar web |url=http://www.treese.org/intindex/95-11.htm |título=The Open Market Internet Index |publicado=Treese.org |data=1995-11-11 |acessodata=2013-06-15 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20130601045949/http://www.treese.org/intindex/95-11.htm |arquivodata=2013-06-01 |urlmorta=yes }}</ref><ref name="stats">{{Citar web|url=http://www.internetworldstats.com/stats.htm|título=World Stats|data=30 de junho de 2012|obra=Internet World Stats|publicado=Miniwatts Marketing Group}}</ref> O uso da internet cresceu rapidamente no [[Ocidente]] entre da década de 1990 a início dos anos 2000 e desde a década de 1990 no [[mundo em desenvolvimento]]. Em 1994, apenas 3% das salas de aula estadunidenses tinham internet, enquanto em 2002 esse índice saltou para 92%.<ref>[http://nces.ed.gov/pubs2007/2007020.pdf ''Internet Access in U.S. Public Schools and Classrooms: 1994–2005 Highlights''], National Center for Educational Statistics, U.S. Department of Education (NCES 2007-020), November 2006. Retrieved 22 January 2014.</ref> | ||
A maioria das comunicações tradicionais dos meios de comunicação (ou [[mídia]]), como [[telefone]], [[música]], [[cinema]] e [[televisão]] estão a ser remodeladas ou redefinidas pela internet, dando origem a novos serviços, como o protocolo de internet de voz ([[VoIP]]) e o protocolo de internet de televisão ([[IPTV]]). Jornais, livros e outras publicações impressas estão-se adaptando à tecnologia ''[[Aplicação web|web]]'' ou têm sido reformulados para ''[[blog]]s'' e ''[[feeds]]''. A internet permitiu e acelerou a criação de novas formas de interações humanas através de [[mensagens instantâneas]], [[Fórum de discussão|fóruns de discussão]] e [[redes sociais]]. O [[comércio on-line]] tem crescido tanto para grandes lojas de<ref name=":6" /> varejo quanto para pequenos artesãos e comerciantes. ''[[Business-to-business]]'' e [[serviços financeiros]] na internet afetam as cadeias de abastecimento por meio de indústrias inteiras. A essa agregação de funcionalidades por meio dum núcleo comum (Internet, no caso), tem-se usado chamar convergência tecnológica ou, simplesmente, | A maioria das comunicações tradicionais dos meios de comunicação (ou [[mídia]]), como [[telefone]], [[música]], [[cinema]] e [[televisão]] estão a ser remodeladas ou redefinidas pela internet, dando origem a novos serviços, como o protocolo de internet de voz ([[VoIP]]) e o protocolo de internet de televisão ([[IPTV]]). Jornais, livros e outras publicações impressas estão-se adaptando à tecnologia ''[[Aplicação web|web]]'' ou têm sido reformulados para ''[[blog]]s'' e ''[[feeds]]''. A internet permitiu e acelerou a criação de novas formas de interações humanas através de [[mensagens instantâneas]], [[Fórum de discussão|fóruns de discussão]] e [[redes sociais]]. O [[comércio on-line]] tem crescido tanto para grandes lojas de<ref name=":6" /> varejo quanto para pequenos artesãos e comerciantes. ''[[Business-to-business]]'' e [[serviços financeiros]] na internet afetam as cadeias de abastecimento por meio de indústrias inteiras. A essa agregação de funcionalidades por meio dum núcleo comum (Internet, no caso), tem-se usado chamar convergência tecnológica ou, simplesmente, quando não for ambíguo, [[convergência]]. | ||
A internet não tem governança centralizada em qualquer aplicação tecnológica ou políticas de acesso e uso; cada rede constituinte define suas próprias políticas. Apenas as definições de excesso dos dois principais [[Espaço de nomes|espaços de nomes]] na internet — o espaço de endereçamento [[Endereço IP|Protocolo de Internet]] e [[Domain Name System]] — são dirigidos por uma organização mantenedora, a [[Corporação da Internet para Atribuição de Nomes e Números]] (ICANN). A sustentação técnica e a padronização dos protocolos de núcleo ([[IPv4]] e [[IPv6]]) é uma atividade do [[Internet Engineering Task Force]] (IETF), uma [[organização sem fins lucrativos]] de participantes internacionais vagamente filiados, sendo que qualquer pessoa pode se associar contribuindo com a perícia técnica. | A internet não tem governança centralizada em qualquer aplicação tecnológica ou políticas de acesso e uso; cada rede constituinte define suas próprias políticas. Apenas as definições de excesso dos dois principais [[Espaço de nomes|espaços de nomes]] na internet — o espaço de endereçamento [[Endereço IP|Protocolo de Internet]] e [[Domain Name System]] — são dirigidos por uma organização mantenedora, a [[Corporação da Internet para Atribuição de Nomes e Números]] (ICANN). A sustentação técnica e a padronização dos protocolos de núcleo ([[IPv4]] e [[IPv6]]) é uma atividade do [[Internet Engineering Task Force]] (IETF), uma [[organização sem fins lucrativos]] de participantes internacionais vagamente filiados, sendo que qualquer pessoa pode se associar contribuindo com a perícia técnica. | ||
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== História == | == História == | ||
{{Artigo principal|História da Internet}} | {{Artigo principal|História da Internet|História da World Wide Web}} | ||
[[Imagem:Arpanet 1974.svg|miniatura|esquerda|[[Mapa]] da rede [[ARPANET]] em 1972.]] | [[Imagem:Arpanet 1974.svg|miniatura|esquerda|[[Mapa]] da rede [[ARPANET]] em 1972.]] | ||
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Em Dezembro de 1974, o ''RFC 675 - Specification of Internet Transmission Control Program'', de Vinton Cerf, Yogen Dalal e Carl Sunshine usou o termo ''internet'' como uma abreviação para ''[[internetworking]]'' e [[Request for Comments|RFCs]] posteriores repetiram esse termo.<ref>{{citar periódico|autor =[[Barry M. Leiner]], [[Vinton G. Cerf]], [[David D. Clark]], [[Robert E. Kahn]], [[Leonard Kleinrock]], [[Daniel C. Lynch]], [[Jon Postel]], [[Lawrence Roberts (scientist)|Larry G. Roberts]], [[Stephen Wolff]] |título=A Brief History of Internet |ano=2003 | url=http://www.isoc.org/internet/history/brief.shtml |acessodata=28 de maio de 2009 | bibcode=1999cs........1011L |último2 =Cerf |último3 =Clark |último4 =Kahn |último5 =Kleinrock |último6 =Lynch |último7 =Postel |último8 =Roberts |último9 =Wolf |página=1011 |arxiv = cs/9901011 }}</ref> O acesso à ARPANET foi ampliado em 1981, quando a [[Fundação Nacional da Ciência]] (NSF), desenvolvido a Computer Science Network (CSNET). Em 1982, o Internet Protocol Suite ([[TCP/IP]]) foi padronizada e o conceito de uma rede mundial de redes TCP/IP totalmente interligadas chamado de internet foi introduzido. | Em Dezembro de 1974, o ''RFC 675 - Specification of Internet Transmission Control Program'', de Vinton Cerf, Yogen Dalal e Carl Sunshine usou o termo ''internet'' como uma abreviação para ''[[internetworking]]'' e [[Request for Comments|RFCs]] posteriores repetiram esse termo.<ref>{{citar periódico|autor =[[Barry M. Leiner]], [[Vinton G. Cerf]], [[David D. Clark]], [[Robert E. Kahn]], [[Leonard Kleinrock]], [[Daniel C. Lynch]], [[Jon Postel]], [[Lawrence Roberts (scientist)|Larry G. Roberts]], [[Stephen Wolff]] |título=A Brief History of Internet |ano=2003 | url=http://www.isoc.org/internet/history/brief.shtml |acessodata=28 de maio de 2009 | bibcode=1999cs........1011L |último2 =Cerf |último3 =Clark |último4 =Kahn |último5 =Kleinrock |último6 =Lynch |último7 =Postel |último8 =Roberts |último9 =Wolf |página=1011 |arxiv = cs/9901011 }}</ref> O acesso à ARPANET foi ampliado em 1981, quando a [[Fundação Nacional da Ciência]] (NSF), desenvolvido a Computer Science Network (CSNET). Em 1982, o Internet Protocol Suite ([[TCP/IP]]) foi padronizada e o conceito de uma rede mundial de redes TCP/IP totalmente interligadas chamado de internet foi introduzido. | ||
O acesso à rede TCP/IP expandiu-se novamente em 1986, quando o [[National Science Foundation Network]] (NSFNET) proveu acesso a sites de [[supercomputador]]es nos Estados Unidos a partir de organizações de pesquisa e de educação, o primeiro a 56 [[kbit/s]] e, mais tarde, 1,5 [[Mbit/s]] e 45 Mbit/s.<ref>[http://www.merit.edu/about/history/pdf/NSFNET_final.pdf ''NSFNET: A Partnership for High-Speed Networking, Final Report 1987-1995''] {{Wayback|url=http://www.merit.edu/about/history/pdf/NSFNET_final.pdf |date=20150210181738 }}, Karen D. Frazer, Merit Network, Inc., 1995</ref> | O acesso à rede TCP/IP expandiu-se novamente em 1986, quando o [[National Science Foundation Network]] (NSFNET) proveu acesso a sites de [[supercomputador]]es nos Estados Unidos a partir de organizações de pesquisa e de educação, o primeiro a 56 [[kbit/s]] e, mais tarde, 1,5 [[Mbit/s]] e 45 Mbit/s.<ref>[http://www.merit.edu/about/history/pdf/NSFNET_final.pdf ''NSFNET: A Partnership for High-Speed Networking, Final Report 1987-1995''] {{Wayback|url=http://www.merit.edu/about/history/pdf/NSFNET_final.pdf |date=20150210181738 }}, Karen D. Frazer, Merit Network, Inc., 1995</ref> | ||
[[Imagem:First Web Server.jpg|miniatura|[[Tim Berners-Lee]] usou este [[NeXT]]cube no [[CERN]] para criar o primeiro [[servidor web]] do mundo.]] | |||
A | A [[Organização Europeia para a Investigação Nuclear]] (CERN) foi a responsável pela invenção da [[World Wide Web]], ou simplesmente a ''Web'', como hoje a conhecemos. Corria o ano de 1990, e o que, numa primeira fase, permitia apenas aos cientistas trocar dados, acabou por se tornar a complexa e essencial Web. O responsável pela invenção chama-se [[Tim Berners-Lee]], que construiu o seu primeiro computador na [[Universidade de Oxford]], onde se formou em 1976. Quatro anos depois, tornava-se consultor de engenharia de software no CERN e escrevia o seu primeiro programa para armazenamento de informação – chamava-se Enquire e, embora nunca tenha sido publicada, foi a base para o desenvolvimento da Web. Em 1989, propôs um projecto de [[hipertexto]] que permitia às pessoas trabalhar em conjunto, combinando o seu conhecimento numa rede de documentos. Foi esse projecto que ficou conhecido como a [[World Wide Web]]. A Web funcionou primeiro dentro do CERN, e no Verão de 1991 foi disponibilizada mundialmente.<ref>{{citar web|url=http://www.lip.pt/outreach/oldweb/brochures/www_pt.html|título=World Wide Web: Inventada no CERN|acessodata=10 de julho de 2016|publicado=Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas (Grupo Outreach)}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.spiegel.de/international/world/interview-with-tim-berners-lee-on-25th-anniversary-of-world-wide-web-a-958304.html|título='Nothing Is Perfect': Tim Berners-Lee on 25 Years of the Web|data=março de 2014|acessodata=10 de julho de 2016|publicado=Spiegel Online|língua=en}}</ref> | ||
=== | A internet foi totalmente comercializada nos Estados Unidos em 1995, quando a NSFNET foi desmantelada, removendo as últimas restrições sobre o uso da internet para transportar o tráfego comercial.<ref name=ConneXions-April1996>{{citar periódico|url=http://www.merit.edu/research/nsfnet_article.php|título=Retiring the NSFNET Backbone Service: Chronicling the End of an Era|primeiro=Susan R.|último=Harris|primeiro2=Elise|último2=Gerich|periódico=ConneXions|volume=10|número=4|data=abril de 1996|acessodata=2014-03-28|arquivourl=https://web.archive.org/web/20130817124939/http://merit.edu/research/nsfnet_article.php|arquivodata=2013-08-17|urlmorta=yes}}</ref> A internet começou uma rápida expansão para a [[Europa]] e [[Austrália]] em meados da década de 1980<ref>{{citar periódico|autor =Ben Segal|autorlink =Ben Segal|título=A Short History of Internet Protocols at CERN |ano=1995 | url=http://www.cern.ch/ben/TCPHIST.html}}</ref><ref>[[RIPE|Réseaux IP Européens]] (RIPE)</ref> e para a [[Ásia]] no final dos anos 1980 e início dos anos 1990.<ref>{{Citar web| título=Internet History in Asia | obra=16th APAN Meetings/Advanced Network Conference in Busan | url=http://www.apan.net/meetings/busan03/cs-history.htm |acessodata=25 de dezembro de 2005}}</ref> | ||
[[Imagem:Internet users per 100 inhabitants ITU.svg|miniatura|Gráfico mostrando a proporção de usuários de Internet a cada 100 pessoas, entre 1996 e 2014, feita pela [[União Internacional de Telecomunicações]].<ref>{{citar web|url=https://www.itu.int/en/ITU-D/Statistics/Documents/facts/ICTFactsFigures2014-e.pdf|titulo=ICT Facts and Figures|data=|acessodata=9 de Setembro de 2017|publicado=[[União Internacional de Telecomunicações]]|ultimo=|primeiro=|ano=2014|lingua=en|formato=pdf}}</ref>]] | |||
Desde meados da década de 1990 a internet teve um enorme impacto sobre a [[cultura]] e o [[comércio]] mundiais, como pelo aumento da comunicação instantânea através de [[e-mail]]s, [[mensagens instantâneas]], "telefonemas" [[VoIP]], chamadas de vídeo interativas, com a [[World Wide Web]] e seus [[fóruns de discussão]], [[blogs]], [[redes sociais]] e sites de [[Comércio eletrônico|compras online]]. Quantidades crescentes de dados são transmitidos em velocidades cada vez mais elevadas em redes de [[fibra óptica]] operando a 1 [[Gigabit|Gbit/s]], 10 Gbit/s, ou mais.<ref>[http://news.bbc.co.uk/2/hi/science/nature/5242252.stm How the web went world wide], Mark Ward, Technology Correspondent, BBC News. Acessado em 24 de janeiro de 2011</ref> | |||
A internet continua a crescer, impulsionando quantidades cada vez maiores de informações ''[[on-line]]'' e de conhecimento, comércio, entretenimento e redes sociais.<ref>{{Citar web |url=http://clickz.com/showPage.html?page=3626274 |título=Brazil, Russia, India and China to Lead Internet Growth Through 2011 |publicado=Clickz.com |acessodata=28 de maio de 2009 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20081004000237/http://www.clickz.com/showPage.html?page=3626274 |arquivodata=2008-10-04 |urlmorta=yes }}</ref> Durante a década de 1990, estimou-se que o tráfego na internet pública cresceu cerca 100% ao ano, enquanto estima-se que o crescimento anual do número de usuários seja de algo entre 20% e 50%.<ref>{{citar periódico| url=http://www.dtc.umn.edu/~odlyzko/doc/internet.size.pdf |formato=PDF|título=The size and growth rate of the Internet |acessodata=21 de maio de 2007 |autor =Coffman, K. G; [[Odlyzko]], A. M. |publicadopor=AT&T Labs |data=2 de outubro de 1998}}</ref> Este crescimento é muitas vezes atribuído à falta de uma administração central, que permita o crescimento orgânico da rede, bem como pela natureza não-proprietária e aberta dos [[TCP/IP|protocolos de internet]], o que incentiva o fornecedor de interoperabilidade e impede qualquer empresa de exercer muito controle sobre a rede.<ref>{{citar livro|último = Comer |primeiro = Douglas |título= The Internet book |publicadopor=Prentice Hall |página= 64 | isbn = 0-13-233553-0 |ano= 2006}}</ref> Em 31 de março de 2011, o número total estimado de usuários da internet foi de cerca de 2 bilhões de pessoas (ou cerca de 30% da população mundial).<ref name="stats1">{{Citar web|url=http://www.internetworldstats.com/stats.htm|título=World Internet Users and Population Stats|data=22 de junho de 2011|acessodata=23 de junho de 2011|obra=Internet World Stats|publicado=Miniwatts Marketing Group}}<!-- previous cite {{Citar web|url=http://www.50x15.com/en-us/internet_usage.aspx |título=AMD 50x15 - World Internet Usage |publicado=50x15.com |acessodata=6 de Novembro de 2009}} --></ref> Estima-se que em 1993 a internet realizou apenas 1% do fluxo de informações através de duas vias de telecomunicações; em 2000 este valor tinha aumentado para 51% e, até 2007, mais do que 97% de todas as informações telecomunicadas foi realizada através da rede mundial.<ref>{{citar periódico|url=http://www.sciencemag.org/content/suppl/2011/02/08/science.1200970.DC1/Hilbert-SOM.pdf|formato=PDF|título=The World's Technological Capacity to Store, Communicate, and Compute Information|primeiro =Martin|último =Hilbert|primeiro2 =Priscila|último2 =López|data=abril de 2011|periódico=[[Science (journal)|Science]]|volume=332|páginas=60–65|doi=10.1126/science.1200970|número=6025|bibcode = 2011Sci...332...60H|pmid=21310967}}</ref> | |||
=== No Brasil === | === No Brasil === | ||
{{Artigo principal|História da Internet no Brasil}} | {{Artigo principal|História da Internet no Brasil}} | ||
No Brasil existe o [[Comitê Gestor da Internet no Brasil|Comitê Gestor da Internet]] e um órgão para o registro de [[Nome de domínio|domínios]] ([[FAPESP]] - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).<ref>{{citar web|url=http://www.cgi.br/publicacoes/artigos/artigo32.htm|titulo=Nomes de domínio na internet|publicado=[[Comitê Gestor da Internet no Brasil]]|data=|acessodata=30 de junho de 2012|arquivourl=https://web.archive.org/web/20120629073616/http://cgi.br/publicacoes/artigos/artigo32.htm|arquivodata=2012-06-29|urlmorta=yes}}</ref> Atualmente há cerca de 3,8 milhões de domínios registrados.<ref>{{citar web|url=http://www.telesintese.com.br/brasil-possui-38-milhoes-de-dominios-registrados/|titulo=Brasil possui 3,8 milhões de domínios registrados|data=3 de junho de 2016|acessodata=3 de março de 2018}}</ref> | No Brasil existe o [[Comitê Gestor da Internet no Brasil|Comitê Gestor da Internet]] e um órgão para o registro de [[Nome de domínio|domínios]] ([[FAPESP]] - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).<ref>{{citar web|url=http://www.cgi.br/publicacoes/artigos/artigo32.htm|titulo=Nomes de domínio na internet|publicado=[[Comitê Gestor da Internet no Brasil]]|data=|acessodata=30 de junho de 2012|arquivourl=https://web.archive.org/web/20120629073616/http://cgi.br/publicacoes/artigos/artigo32.htm|arquivodata=2012-06-29|urlmorta=yes}}</ref> Atualmente há cerca de 3,8 milhões de domínios registrados.<ref>{{citar web|url=http://www.telesintese.com.br/brasil-possui-38-milhoes-de-dominios-registrados/|titulo=Brasil possui 3,8 milhões de domínios registrados|data=3 de junho de 2016|acessodata=3 de março de 2018}}</ref> No final de 1997, o Comitê Gestor liberou novos domínios de segundo nível.<ref>{{citar web|url=http://www.cgi.br/acoes/1997/reunioes97.htm|titulo=Reuniões Realizadas em 1997|publicado=[[Comitê Gestor da Internet no Brasil]]|data=|acessodata=30 de junho de 2012}}</ref> Antes desses e além o domínio de primeiro nível .br, o Brasil tinha apenas cinco domínios de segundo nível.<ref>{{citar web |ultimo= |primeiro= |url=https://www.cgi.br/noticia/releases/dominio-br-completa-30-anos-um-marco-para-a-internet-no-brasil/ |titulo=Domínio ".br" completa 30 anos, um marco para a Internet no Brasil |data=17/04/2019 |acessodata=30/07/2020 |publicado=Comitê Gestor da Internet no Brasil}}</ref> Em 23 de abril de 2014 foi sancionada a Lei Federal 12 965, que estabeleceu os princípios, garantias, direitos e deveres para a utilização da internet no Brasil.<ref name= "Lei 12.965">{{citar web|URL=http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l12965.htm|título= Lei n.º 12.965, de 23 de abril de 2014|publicado= Casa Civil da Presidência da República do Brasil|acessodata= 7 de agosto de 2015}}</ref> | ||
No final de 1997, o Comitê Gestor liberou novos domínios de segundo nível | |||
Antes desses e além o domínio de primeiro nível .br, o Brasil tinha apenas cinco domínios de segundo | |||
Em 23 de abril de 2014 foi sancionada a Lei Federal 12 965, que estabeleceu os princípios, garantias, direitos e deveres para a utilização da internet no Brasil.<ref name= "Lei 12.965">{{citar web|URL=http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l12965.htm|título= Lei n.º 12.965, de 23 de abril de 2014|publicado= Casa Civil da Presidência da República do Brasil|acessodata= 7 de agosto de 2015}}</ref> | |||
== Arquitetura == | == Arquitetura == | ||
{{ | {{Anexo|Lista de TLDs}} | ||
[[Imagem:Internet map 1024 - transparent, inverted.png|miniatura|upright=1. | [[Imagem:Internet map 1024 - transparent, inverted.png|miniatura|esquerda|upright=1.3|Visualização gráfica de várias rotas em uma porção da Internet mostrando a escalabilidade da rede.]] | ||
Muitos [[ciência da computação|cientistas de computação]] veem a Internet como o "maior exemplo de sistema de grande escala altamente engenharizado, ainda muito complexo".<ref>{{en}} Walter Willinger, Ramesh Govindan, Sugih Jamin, Vern Paxson, and Scott Shenker (2002). [http://www.pnas.org/cgi/content/full/99/suppl_1/2573 Scaling phenomena in the Internet]. In ''Proceedings of the National Academy of Sciences, 99'', suppl. 1, 2573–2580.</ref> A Internet é extremamente heterogênea, por exemplo, as [[taxa de transferência de dados|taxas de transferências de dados]] e as características físicas das conexões variam grandemente. A Internet exibe "[[emergência|fenômenos emergentes]]" que dependem de sua organização de grande escala. Por exemplo, as taxas de transferências de dados exibem [[autossimilaridade]] temporal. Adicionando ainda mais à complexidade da Internet, está a habilidade de mais de um computador de usar a Internet através de um elo de conexão, assim criando a possibilidade de uma sub-rede profunda e hierárquica que pode teoricamente ser estendida infinitivamente, desconsiderando as limitações programáticas do protocolo [[IPv4]]. Os princípios desta arquitetura de dados se originam na década de 1960, que pode não ser a melhor solução de adaptação para os tempos modernos. Assim, a possibilidade de desenvolver estruturas alternativas está atualmente em planejamento.<ref>{{en}} [http://seattletimes.nwsource.com/html/businesstechnology/2003667811_btrebuildnet16.html "Internet Makeover? Some argue it's time"]. The Seattle Times, April 16, 2007.</ref> | Muitos [[ciência da computação|cientistas de computação]] veem a Internet como o "maior exemplo de sistema de grande escala altamente engenharizado, ainda muito complexo".<ref>{{en}} Walter Willinger, Ramesh Govindan, Sugih Jamin, Vern Paxson, and Scott Shenker (2002). [http://www.pnas.org/cgi/content/full/99/suppl_1/2573 Scaling phenomena in the Internet]. In ''Proceedings of the National Academy of Sciences, 99'', suppl. 1, 2573–2580.</ref> A Internet é extremamente heterogênea, por exemplo, as [[taxa de transferência de dados|taxas de transferências de dados]] e as características físicas das conexões variam grandemente. A Internet exibe "[[emergência|fenômenos emergentes]]" que dependem de sua organização de grande escala. Por exemplo, as taxas de transferências de dados exibem [[autossimilaridade]] temporal. Adicionando ainda mais à complexidade da Internet, está a habilidade de mais de um computador de usar a Internet através de um elo de conexão, assim criando a possibilidade de uma sub-rede profunda e hierárquica que pode teoricamente ser estendida infinitivamente, desconsiderando as limitações programáticas do protocolo [[IPv4]]. Os princípios desta arquitetura de dados se originam na década de 1960, que pode não ser a melhor solução de adaptação para os tempos modernos. Assim, a possibilidade de desenvolver estruturas alternativas está atualmente em planejamento.<ref>{{en}} [http://seattletimes.nwsource.com/html/businesstechnology/2003667811_btrebuildnet16.html "Internet Makeover? Some argue it's time"]. The Seattle Times, April 16, 2007.</ref> | ||
De acordo com um artigo de junho de 2007, na revista [[Discover]], o peso combinado de todos os elétrons que se movem dentro da Internet num dia é de 2<sup>−6</sup> gramas.<ref>{{en}} [http://discovermagazine.com/2007/jun/how-much-does-the-internet-weigh/?searchterm=weight%20internet "How Much Does The Internet Weigh?"]. Discover Magazine, June 2007.</ref> Outras estimativas dizem que o peso total dos [[elétron]]s que se movem na Internet diariamente chega a 2 gramas.<ref>{{Citar web|lingua=Inglês|url= http://adamant.typepad.com/seitz/2007/06/the_sincerest_f.html|titulo= ''Weighing The Web''|acessodata= 2008-05-26|data= 2007-06-01}}</ref> | De acordo com um artigo de junho de 2007, na revista [[Discover]], o peso combinado de todos os elétrons que se movem dentro da Internet num dia é de 2<sup>−6</sup> gramas.<ref>{{en}} [http://discovermagazine.com/2007/jun/how-much-does-the-internet-weigh/?searchterm=weight%20internet "How Much Does The Internet Weigh?"]. Discover Magazine, June 2007.</ref> Outras estimativas dizem que o peso total dos [[elétron]]s que se movem na Internet diariamente chega a 2 gramas.<ref>{{Citar web|lingua=Inglês|url= http://adamant.typepad.com/seitz/2007/06/the_sincerest_f.html|titulo= ''Weighing The Web''|acessodata= 2008-05-26|data= 2007-06-01}}</ref> | ||
Existem muitas análises da Internet e de sua estrutura. Por exemplo, foi determinado que tanto a estrutura de rotas IP da Internet quanto as ligações de hipertexto da [[World Wide Web]] são exemplos de redes de escala livre. Semelhantemente aos provedores comerciais de Internet, que se conectam através de pontos neutros, as redes de pesquisa tendem a se interconectar com subredes maiores, como [[GEANT]]; GLORIAD; [[Internet2]] (conhecido anteriormente como Rede Abilene) e JANET (A Rede Nacional de Pesquisa e Educação do [[Reino Unido]]). Essas, então, são construídas em torno de redes relativamente menores. Diagramas de redes de computador representam frequentemente a Internet usando um símbolo de nuvem, pelo qual as comunicações de rede passam.<ref>{{citar web|url=http://www.thestandard.com/article/0,1902,5466,00.html|título=InfoWorld - Technology insight for the enterprise|website=InfoWorld}}</ref> | |||
=== Protocolos === | === Protocolos === | ||
{{ProtocolosIP}} | |||
{{AP|Protocolo de Internet}} | |||
{{Anexo|Lista de protocolos de redes|Lista de portas dos protocolos TCP e UDP}} | {{Anexo|Lista de protocolos de redes|Lista de portas dos protocolos TCP e UDP}} | ||
Para o funcionamento da Internet existem três camadas de [[Protocolo de Internet|protocolo]]s. Na camada mais baixa está o Protocolo de Internet (''Internet Protocol''), que define datagramas ou pacotes que carregam blocos de dados de um nó da rede para outro. A maior parte da Internet atual (2007) ainda utiliza a [[IPv4]], quarta versão do protocolo, apesar de o [[IPv6]] já estar padronizado, sendo usado em algumas redes específicas somente. Independentemente da [[arquitetura de computador]] usada, dois computadores podem se comunicar entre si na Internet, desde que compreendam o protocolo de Internet. Isso permite que diferentes tipos de máquinas e sistemas possam conectar-se à grande rede, seja um [[PDA]] conectando-se a um [[servidor WWW]] ou um computador pessoal executando [[Microsoft Windows]] conectando-se a outro computador pessoal executando [[Linux]]. | Para o funcionamento da Internet existem três camadas de [[Protocolo de Internet|protocolo]]s. Na camada mais baixa está o Protocolo de Internet (''Internet Protocol''), que define datagramas ou pacotes que carregam blocos de dados de um nó da rede para outro. A maior parte da Internet atual (2007) ainda utiliza a [[IPv4]], quarta versão do protocolo, apesar de o [[IPv6]] já estar padronizado, sendo usado em algumas redes específicas somente. Independentemente da [[arquitetura de computador]] usada, dois computadores podem se comunicar entre si na Internet, desde que compreendam o protocolo de Internet. Isso permite que diferentes tipos de máquinas e sistemas possam conectar-se à grande rede, seja um [[PDA]] conectando-se a um [[servidor WWW]] ou um [[computador pessoal]] executando [[Microsoft Windows]] conectando-se a outro computador pessoal executando [[Linux]].{{carece de fontes}} | ||
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Na camada média está o [[Transmission Control Protocol|TCP]], [[User Datagram Protocol|UDP]] e [[Internet Control Message Protocol|ICMP]]. Esses são protocolos no qual os dados são transmitidos. O TCP é capaz de realizar uma conexão virtual, fornecendo certo grau de garantia na comunicação de dados. Na camada mais alta estão os protocolos de aplicação, que definem mensagens específicas e [[formato de arquivo|formatos digitais]] comunicados por aplicações. Alguns dos protocolos de aplicação mais usados incluem [[DNS]] (informações sobre [[Nome de domínio|domínio]]), [[POP3]] (recebimento de ''[[e-mail]]''), [[IMAP]] (acesso de ''e-mail''), [[SMTP]] (envio de ''e-mail''), [[HTTP]] (documentos da [[WWW]]) e [[FTP]] (transferência de dados). Todos os serviços da Internet fazem uso dos protocolos de aplicação, sendo o correio eletrônico e a World Wide Web os mais conhecidos. A partir desses protocolos é possível criar aplicações como listas de discussão ou ''blogs''.{{carece de fontes}} | |||
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=== Tipos de conexão === | === Tipos de conexão === | ||
{{Artigo principal|Acesso à Internet}} | {{Artigo principal|Acesso à Internet}} | ||
[[Imagem:Submarine cable map umap.png|miniatura|upright=1.6|Mapa da rede de [[Cabo submarino|cabos submarinos]] ao redor da [[Terra]].]] | [[Imagem:Submarine cable map umap.png|miniatura|upright=1.6|Mapa da rede de [[Cabo submarino|cabos submarinos]] ao redor da [[Terra]].]] | ||
Os meios de acesso direto à Internet são a conexão [[dial-up]], a [[banda larga]] (em cabos coaxiais, [[fibra óptica|fibras ópticas]] ou cabos metálicos), [[Wi-Fi]], [[Satélite artificial|satélites]] e [[telefone celular|telefones celulares]] com tecnologia [[3G]] ou [[4G]]. Há ainda aqueles locais onde o acesso é provido por uma instituição ou empresa e o usuário se conecta à rede destas que provêm então acesso a Internet. Entre esses locais, encontram-se aqueles públicos com computadores para acesso à Internet, como centros comunitários, centros de [[inclusão digital]], bibliotecas e [[cyber café]]s, além de pontos de acesso à Internet, como aeroportos e outros. Alguns desses locais limitam o uso por usuário a breves períodos de tempo. Para nomear estes locais, vários termos são usados, como "terminal de acesso público", "quiosques de acesso a Internet", "[[Rede de área local|LAN]] houses" ou ainda "[[telefone público|telefones públicos]] com acesso à Internet". Muitos hotéis também têm pontos públicos de conexão à Internet, embora na maior parte dos casos, é necessário pagar pelos momentos de acesso. Existem, ainda, locais de acesso à Internet sem fio ([[Wi-Fi]]), onde usuários precisam trazer seus próprios aparelhos dotados de tecnologia [[Wi-Fi]], como [[laptop]]s ou [[PDA]]s. Estes serviços de acesso a redes sem fio podem estar confinados a um edifício, uma loja ou restaurante, a um campus ou parque inteiro, ou mesmo cobrir toda uma cidade. Eles podem ser gratuitos para todos, livres somente para clientes, ou pagos. Iniciativas ''[[grassroots]]'' levaram à formação de redes de comunidades sem fio. Serviços comerciais Wi-Fi já estão cobrindo grandes áreas de cidades, como [[Londres]], [[Viena]], [[Toronto]], [[San Francisco]], [[Filadélfia]], [[Chicago]] e [[Pittsburgh]]. A Internet pode ser acessada nessas cidades em parques ou mesmo nas ruas.<ref>{{en}}[http://www.bloomberg.com/apps/news?pid=10000082&sid=aQ0ZfhMa4XGQ&refer=canada "Toronto Hydro to Install Wireless Network in Downtown Toronto"]. Bloomberg.com. Acessado em 19-Mar-2006.</ref> | |||
== Impacto social == | |||
A Internet tem possibilitado a formação de novas formas de interação, organização e atividades sociais, graças as suas características básicas, como o uso e o acesso difundido. | |||
[[Rede social|Redes sociais]], como [[Facebook]], [[Instagram]], [[MySpace]], [[Orkut]], [[Twitter]], entre outras, têm criado uma nova forma de socialização e interação. Os usuários desses serviços são capazes de adicionar uma grande variedade de itens as suas páginas pessoais, de indicar interesses comuns, e de entrar em contato com outras pessoas. Também é possível encontrar um grande círculo de conhecimentos existentes, especialmente se o site permite que usuários utilizem seus nomes reais, e de permitir a comunicação entre os grandes grupos existentes de pessoas.<ref>{{citar web|url=http://meiobit.com/71095/top-20-dos-paises-com-mais-usuarios-de-internet/|titulo=TOP 20 dos países com mais usuários de Internet|publicado=Meio Bit|data=30 de julho de 2010|acessodata=30 de junho de 2012}}</ref> | |||
=== Uso mundial === | |||
== Uso mundial == | |||
{{Artigo principal|Uso da Internet no mundo}} | {{Artigo principal|Uso da Internet no mundo}} | ||
[[Imagem:InternetPenetrationWorldMap.svg|miniatura | [[Imagem:InternetPenetrationWorldMap.svg|miniatura|upright=1.6|[[Lista de países por número de usuários de Internet|Porcentagem de usuários da internet em relação a população total do país]] <small>Fonte: [[União Internacional de Telecomunicações]].<ref name=ITU-IndividualsUsingTheInternet>[http://www.itu.int/en/ITU-D/Statistics/Documents/statistics/2013/Individuals_Internet_2000-2012.xls "Percentage of Individuals using the Internet 2000-2012"], International Telecommunications Union (Geneva), Junho de 2013, acessado em 22 de junho de 2013</ref></small>]] | ||
O uso geral da internet tem tido um enorme crescimento. De 2000 a 2009, o número de usuários da rede mundial no mundo subiu de 394 para 1,858 [[bilhão]].<ref>[http://www.itu.int/ITU-D/ict/statistics/ Internet users graphs], Market Information and Statistics, International Telecommunications Union</ref> Em 2010, 22% da população mundial tinha acesso a computadores, tendo ocorrências no mesmo ano de cerca de 1 bilhão de buscas no [[Google]] todos os dias, 300 milhões de usuários de internet lendo [[blog]]s e 2 bilhões de vídeos assistidos diariamente no [[YouTube]].<ref>{{Citar web|url=http://www.antaranews.com/en/news/71940/google-earth-demonstrates-how-technology-benefits-ris-civil-society-govt |título=Google Earth demonstrates how technology benefits RI`s civil society, govt |publicado=Antara News |data=26 de maio de 2011 |acessodata=19 de novembro de 2012}}</ref> | O uso geral da internet tem tido um enorme crescimento. De 2000 a 2009, o número de usuários da rede mundial no mundo subiu de 394 para 1,858 [[bilhão]].<ref>[http://www.itu.int/ITU-D/ict/statistics/ Internet users graphs], Market Information and Statistics, International Telecommunications Union</ref> Em 2010, 22% da população mundial tinha acesso a computadores, tendo ocorrências no mesmo ano de cerca de 1 bilhão de buscas no [[Google]] todos os dias, 300 milhões de usuários de internet lendo [[blog]]s e 2 bilhões de vídeos assistidos diariamente no [[YouTube]].<ref>{{Citar web|url=http://www.antaranews.com/en/news/71940/google-earth-demonstrates-how-technology-benefits-ris-civil-society-govt |título=Google Earth demonstrates how technology benefits RI`s civil society, govt |publicado=Antara News |data=26 de maio de 2011 |acessodata=19 de novembro de 2012}}</ref> | ||
Por comparação, em 2008, as 10 línguas mais usadas na [[World Wide Web]] são o inglês (28,6%), o [[língua chinesa|chinês]] (20,3%), [[língua castelhana|espanhol]] (8,2%), [[língua japonesa|japonês]] (5,9%), [[língua francesa|francês]] (4,6%), [[língua portuguesa|português]] (4,6%), [[língua alemã|alemão]] (4,1%), [[língua árabe|árabe]] (2,6%), [[língua russa|russo]] (2,4%) e [[língua coreana|coreano]] (2,3%).<ref>[http://www.internetworldstats.com/stats7.htm Internet World Stats], Atualizado em 31/12/2008</ref> Também em 2008, por região, 41% dos usuários de Internet do mundo estavam localizados na [[Ásia]], 25% na [[Europa]], 16% na [[América do Norte]], 11% na [[América Latina]] e [[Caribe]], 3% na [[África]], 3% no [[Oriente Médio]] e 1% na [[Austrália]].<ref name=inetstats>[http://www.internetworldstats.com/stats.htm World Internet Usage Statistics News and Population Stats] Atualizado em 31/12/2008</ref> | |||
Por comparação, em 2008, as 10 línguas mais usadas na [[World Wide Web]] são o inglês (28,6%), o [[língua chinesa|chinês]] (20,3%), [[língua castelhana|espanhol]] (8,2%), [[língua japonesa|japonês]] (5,9%), [[língua francesa|francês]] (4,6%), [[língua portuguesa|português]] (4,6%), [[língua alemã|alemão]] (4,1%), [[língua árabe|árabe]] (2,6%), [[língua russa|russo]] (2,4%) e [[língua coreana|coreano]] (2,3%).<ref>[http://www.internetworldstats.com/stats7.htm Internet World Stats], Atualizado em 31/12/2008</ref> | |||
Também em 2008, por região, 41% dos usuários de Internet do mundo estavam localizados na [[Ásia]], 25% na [[Europa]], 16% na [[América do Norte]], 11% na [[América Latina]] e [[Caribe]], 3% na [[África]], 3% no [[Oriente Médio]] e 1% na [[Austrália]].<ref name=inetstats>[http://www.internetworldstats.com/stats.htm World Internet Usage Statistics News and Population Stats] Atualizado em 31/12/2008 | |||
=== Controle e censura === | === Controle e censura === | ||
{{Artigo principal|Censura na Internet}} | {{Artigo principal|Censura na Internet}} | ||
[[Imagem:Internet Censorship and Surveillance World Map.svg|upright= | [[Imagem:Internet Censorship and Surveillance World Map.svg|upright=1.6|miniatura|<span style="text-align:center;">[[Censura na Internet|Censura na Internet por país]]<ref name=ONISS-Nov2011>OpenNet Initiative [http://opennet.net/research/data "Summarized global Internet filtering data spreadsheet"], 8 November 2011 and [http://opennet.net/research/profiles "Country Profiles"], the OpenNet Initiative is a collaborative partnership of the Citizen Lab at the Munk School of Global Affairs, University of Toronto; the Berkman Center for Internet & Society at Harvard University; and the SecDev Group, Ottawa</ref><ref name=ONIChildPornLegal>Due to legal concerns the [[OpenNet Initiative]] does not check for filtering of [[child pornography]] and because their classifications focus on technical filtering, they do not include other types of censorship.</ref><ref name=RWBEnemies>[http://march12.rsf.org/i/Report_EnemiesoftheInternet_2012.pdf ''Internet Enemies''] {{Wayback|url=http://march12.rsf.org/i/Report_EnemiesoftheInternet_2012.pdf |date=20120323215225 }}, Reporters Without Borders (Paris), 12 March 2012</ref></span> | ||
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{{legenda|#F9D|Censura geral}} | {{legenda|#F9D|Censura geral}} | ||
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Em [[Democracia|sociedades democráticas]], a Internet tem alcançado uma nova relevância como uma ferramenta política. A campanha presidencial de [[Barack Obama]] em [[Eleições presidenciais nos Estados Unidos em 2008|2008]] nos [[Estados Unidos]] ficou famosa pela sua habilidade de gerar doações por meio da Internet. Muitos grupos políticos usam a rede global para alcançar um novo método de organização, com o objetivo de criar e manter o [[ativismo na Internet]]. | Em [[Democracia|sociedades democráticas]], a Internet tem alcançado uma nova relevância como uma ferramenta política. A campanha presidencial de [[Barack Obama]] em [[Eleições presidenciais nos Estados Unidos em 2008|2008]] nos [[Estados Unidos]] ficou famosa pela sua habilidade de gerar doações por meio da Internet. Muitos grupos políticos usam a rede global para alcançar um novo método de organização, com o objetivo de criar e manter o [[ativismo na Internet]]. Governos de países como Arábia Saudita, Bielorrússia, China, Coreia do Norte, Cuba, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Irã, Mianmar, Paquistão, Rússia, Síria, Tunísia, Turcomenistão, Turquia, Uzbequistão, Vietnã e Zimbábue, restringem o que as pessoas em seus países podem acessar na Internet, especialmente conteúdos políticos, de direitos humanos, e religiosos. Isto é conseguido por meio de softwares que filtram determinados domínios e conteúdos. Assim, esses domínios e conteúdos não podem ser acessados facilmente sem burlar de forma elaborada o sistema de bloqueio.<ref name="Censura"/><ref>{{citar livro|título=Access Controlled - The Shaping of Power, Rights, and Rule in Cyberspace|ultimo=Deibert|primeiro=Ronald (editor) e outros|editora=MIT ( Massachusetts Institute of Technology)|ano=2010|local=|páginas=617|acessodata=}}</ref> Segundo a organização [[Repórteres Sem Fronteiras]], "esses países transformaram a internet em uma intranet, para que os usuários não obtenham informações consideradas indesejáveis”. Além do mais, todas essas nações têm em comum governos autoritários, que se mantêm no poder por meio de um controle ideológico".<ref name="Censura"/> | ||
A Coreia do Norte por exemplo é o país que possui apenas dois websites registrados: o órgão de controle de uso da rede (Centro Oficial de Computação) e o portal oficial do governo. Para população, é completamente vetado o uso de internet até porque não existem provedores no país. Existem [[Cyber café|cyber’s]] autorizados pelo governo, com conteúdo controlado e ainda assim as idas e vindas dos policiais são indispensáveis. Apenas os governantes tem acesso a conexão via-satélite.<ref name="Censura"/> Já em Cuba, existe apenas um cyber e o preço para acessar sites estrangeiros (e controlado) é de cerca de 6 dólares por hora, sendo que o salário médio da população é de 17 dólares por mês. Com a velocidade da informação que a internet proporciona, os governantes desses países omitem informações da população, pois elas não tem acesso a esse emaranhado de notícias em tempo real.<ref name="Censura">{{citar web|url=http://revistaescola.abril.com.br/geografia/fundamentos/paises-controlam-acesso-populacao-internet-474815.shtml|titulo=Em que países a internet não é livre?|publicado=[[Editora Abril|Revista Nova Escola]]|data=|acessodata=30 de junho de 2012}}</ref> | |||
A Coreia do Norte por exemplo é o país que possui apenas dois websites registrados: o órgão de controle de uso da rede (Centro Oficial de Computação) e o portal oficial do governo. Para população, é completamente vetado o uso de internet até porque não existem provedores no país. Existem [[Cyber café|cyber’s]] autorizados pelo governo, com conteúdo controlado e ainda assim as idas e vindas dos policiais são indispensáveis. Apenas os governantes tem acesso a conexão via-satélite.<ref name="Censura"/> | |||
Já em Cuba, existe apenas um cyber e o preço para acessar sites estrangeiros (e controlado) é de cerca de 6 dólares por hora, sendo que o salário médio da população é de 17 dólares por mês. Com a velocidade da informação que a internet proporciona, os governantes desses países omitem informações da população, pois elas não tem acesso a esse emaranhado de notícias em tempo real.<ref name="Censura">{{citar web|url=http://revistaescola.abril.com.br/geografia/fundamentos/paises-controlam-acesso-populacao-internet-474815.shtml|titulo=Em que países a internet não é livre?|publicado=[[Editora Abril|Revista Nova Escola]]|data=|acessodata=30 de junho de 2012}}</ref> | |||
Na [[Noruega]], [[Dinamarca]], [[Finlândia]]<ref name="The Register">{{citar web |lingua=Inglês| titulo=Finland censors anti-censorship site | publicado=[[The Register]] | url=http://www.theregister.co.uk/2008/02/18/finnish_policy_censor_activist/ | data=2008-02-18 | acessodata=2008-02-19}}</ref> e na [[Suécia]], grandes provedores de serviços de Internet arranjaram voluntariamente a restrição (possivelmente para evitar que tal arranjo se torne uma lei) ao acesso a sites listados pela polícia. Enquanto essa lista de [[URL]] proibidos contém supostamente apenas endereços URL de sites de pornografia infantil, o conteúdo desta lista é secreta. Muitos países, incluindo os [[Estados Unidos]], elaboraram leis que fazem da posse e da distribuição de certos materiais, como [[pornografia infantil]], ilegais, mas não bloqueiam estes sites com a ajuda de softwares. Há muitos programas de software livres ou disponíveis comercialmente, com os quais os usuários podem escolher bloquear websites ofensivos num computador pessoal ou mesmo numa rede. Esses softwares podem bloquear, por exemplo, o acesso de crianças à pornografia ou à violência. | Na [[Noruega]], [[Dinamarca]], [[Finlândia]]<ref name="The Register">{{citar web |lingua=Inglês| titulo=Finland censors anti-censorship site | publicado=[[The Register]] | url=http://www.theregister.co.uk/2008/02/18/finnish_policy_censor_activist/ | data=2008-02-18 | acessodata=2008-02-19}}</ref> e na [[Suécia]], grandes provedores de serviços de Internet arranjaram voluntariamente a restrição (possivelmente para evitar que tal arranjo se torne uma lei) ao acesso a sites listados pela polícia. Enquanto essa lista de [[URL]] proibidos contém supostamente apenas endereços URL de sites de pornografia infantil, o conteúdo desta lista é secreta. Muitos países, incluindo os [[Estados Unidos]], elaboraram leis que fazem da posse e da distribuição de certos materiais, como [[pornografia infantil]], ilegais, mas não bloqueiam estes sites com a ajuda de softwares. Há muitos programas de software livres ou disponíveis comercialmente, com os quais os usuários podem escolher bloquear websites ofensivos num computador pessoal ou mesmo numa rede. Esses softwares podem bloquear, por exemplo, o acesso de crianças à pornografia ou à violência. | ||
=== Publicidade === | === Publicidade === | ||
{{AP|Marketing digital}} | |||
A publicidade na Internet é um fenômeno bastante recente, que transformou em pouco tempo todo o mercado publicitário mundial. Hoje, estima-se que a sua participação em todo o mercado publicitário é de 10%, com grande potencial de crescimento nos próximos anos. Todo esse fenômeno ocorreu em curtíssimo espaço de tempo: basta lembrar que foi apenas em 1994 que ocorreu a primeira ação publicitária na Internet. O primeiro anúncio foi em forma de banner, criado pela empresa Hotwired para a divulgação da empresa norte-americana AT&T, que entrou no ar em 25 de outubro de 1994.<ref>{{citar web|url=http://www.propagandasantigas.com/2008/11/o-primeiro-banner-da-histria.html|título=propagandasantigas.com - Resources and Information.|website=www.propagandasantigas.com}}</ref> | A publicidade na Internet é um fenômeno bastante recente, que transformou em pouco tempo todo o mercado publicitário mundial. Hoje, estima-se que a sua participação em todo o mercado publicitário é de 10%, com grande potencial de crescimento nos próximos anos. Todo esse fenômeno ocorreu em curtíssimo espaço de tempo: basta lembrar que foi apenas em 1994 que ocorreu a primeira ação publicitária na Internet. O primeiro anúncio foi em forma de banner, criado pela empresa Hotwired para a divulgação da empresa norte-americana AT&T, que entrou no ar em 25 de outubro de 1994.<ref>{{citar web|url=http://www.propagandasantigas.com/2008/11/o-primeiro-banner-da-histria.html|título=propagandasantigas.com - Resources and Information.|website=www.propagandasantigas.com}}</ref> | ||
== | === Crimes === | ||
{{Artigo principal|Crime informático}} | {{Artigo principal|Crime informático}} | ||
Os crimes mais usuais na rede incluem o envio de e-mails com falsos pedidos de atualização de dados bancários e senhas, conhecidos como [[phishing]]. Da mesma forma, e-mails prometendo falsos prêmios também são práticas onde o internauta é induzido a enviar dinheiro ou dados pessoais. Também há o envio de arquivos anexados contaminados com [[vírus de computador]]. Em 2004, os prejuízos com perdas on-line causadas por fraudes virtuais foram de 80% em relações às perdas por razões diversas.<ref name=":2">IPDI ''apud'' [[Gazeta Mercantil]], [[11 de janeiro]] de [[2006]].</ref> | Os crimes mais usuais na rede incluem o envio de e-mails com falsos pedidos de atualização de dados bancários e senhas, conhecidos como [[phishing]]. Da mesma forma, e-mails prometendo falsos prêmios também são práticas onde o internauta é induzido a enviar dinheiro ou dados pessoais. Também há o envio de arquivos anexados contaminados com [[vírus de computador]]. Em 2004, os prejuízos com perdas on-line causadas por fraudes virtuais foram de 80% em relações às perdas por razões diversas.<ref name=":2">IPDI ''apud'' [[Gazeta Mercantil]], [[11 de janeiro]] de [[2006]].</ref> | ||
A praticidade em disseminar informações na Internet também contribui para que as pessoas tenham o acesso a elas, sobre diversos assuntos e diferentes pontos de vista. Mas nem todas as informações encontradas na Internet podem ser verídicas. Existe uma grande força no termo "[[liberdade de expressão]]" quando se fala de Internet, e isso possibilita a qualquer indivíduo publicar informações ilusórias sobre algum assunto, prejudicando, assim, a consistência dos dados disponíveis na rede.<ref name=":3">{{citar web|url=http://www.portal-rp.com.br/bibliotecavirtual/comunicacaoecidadania/0021.htm|titulo=Ética comunicacional na Internet|autor=Dênis de Moraes|acessodata=28 de novembro de 2005}}</ref> Um outro facto relevante sobre a Internet é o [[plágio]], já que é muito comum as pessoas copiarem o material disponível. "O plagiador raramente melhora algo e, pior, não atualiza o material que copiou. O plagiador é um ente daninho que não colabora para deixar a Internet mais rica; ao contrário, gera cópias degradadas e desatualizadas de material que já existe, tornando mais difícil encontrar a informação completa e atual".<ref name=":6">{{citar web|url=http://www.persocom.com.br/brasilia/plagio1.htm|titulo=Plágio e direito autoral na Internet brasileira|autor=Augusto C. B. Areal|acessodata=28 de novembro de 2005}}</ref> | |||
== Ver também == | == Ver também == | ||
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* [[Internet art|Arte na internet (Internet art)]] | * [[Internet art|Arte na internet (Internet art)]] | ||
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== Ligações externas == | |||
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Edição atual tal como às 00h57min de 11 de agosto de 2022
Predefinição:Internet A Internet[1] é um sistema global de redes de computadores interligadas que utilizam um conjunto próprio de protocolos (Internet Protocol Suite ou TCP/IP) com o propósito de servir progressivamente usuários no mundo inteiro. É uma rede de várias outras redes, que[2] consiste de milhões de empresas privadas, públicas, acadêmicas e de governo, com alcance local e global e que está ligada por uma ampla variedade de tecnologias de rede eletrônica, sem fio e ópticas. A internet traz[3] uma extensa gama de recursos de informação e serviços, tais como os documentos inter-relacionados de hipertextos da World Wide Web (WWW), redes ponto-a-ponto (peer-to-peer) e infraestrutura de apoio a correio eletrônico (e-mails). As origens da internet remontam a uma pesquisa encomendada pelo governo dos Estados Unidos na década de 1960 para construir uma[4] forma de comunicação robusta e sem falhas através de redes de computadores. Embora este trabalho, juntamente com[5] projetos no Reino Unido e na França, tenha levado a criação de redes precursoras importantes, ele não criou a internet. Não há consenso sobre a data exata em que a internet moderna surgiu, mas foi em algum momento em meados da década de 1980.
O financiamento de uma nova estrutura principal de informática (dita backbone), para os Estados Unidos pela Fundação Nacional da Ciência nos anos 1980, bem como o financiamento privado para outros similares backbones comerciais, levou a participação mundial no desenvolvimento de novas tecnologias de rede e da fusão de muitas redes distintas. Embora a internet seja amplamente utilizada pela academia desde os anos 1980, a comercialização da tecnologia na década de 1990 resultou na sua divulgação e incorporação da rede internacional em praticamente todos os aspectos da vida humana moderna. Em junho de 2012, mais de 2,4 bilhões de pessoas — mais de um terço da população mundial — usaram os serviços da internet, cerca de 100 vezes mais do que em 1995.[1][6] O uso da internet cresceu rapidamente no Ocidente entre da década de 1990 a início dos anos 2000 e desde a década de 1990 no mundo em desenvolvimento. Em 1994, apenas 3% das salas de aula estadunidenses tinham internet, enquanto em 2002 esse índice saltou para 92%.[7]
A maioria das comunicações tradicionais dos meios de comunicação (ou mídia), como telefone, música, cinema e televisão estão a ser remodeladas ou redefinidas pela internet, dando origem a novos serviços, como o protocolo de internet de voz (VoIP) e o protocolo de internet de televisão (IPTV). Jornais, livros e outras publicações impressas estão-se adaptando à tecnologia web ou têm sido reformulados para blogs e feeds. A internet permitiu e acelerou a criação de novas formas de interações humanas através de mensagens instantâneas, fóruns de discussão e redes sociais. O comércio on-line tem crescido tanto para grandes lojas de[8] varejo quanto para pequenos artesãos e comerciantes. Business-to-business e serviços financeiros na internet afetam as cadeias de abastecimento por meio de indústrias inteiras. A essa agregação de funcionalidades por meio dum núcleo comum (Internet, no caso), tem-se usado chamar convergência tecnológica ou, simplesmente, quando não for ambíguo, convergência.
A internet não tem governança centralizada em qualquer aplicação tecnológica ou políticas de acesso e uso; cada rede constituinte define suas próprias políticas. Apenas as definições de excesso dos dois principais espaços de nomes na internet — o espaço de endereçamento Protocolo de Internet e Domain Name System — são dirigidos por uma organização mantenedora, a Corporação da Internet para Atribuição de Nomes e Números (ICANN). A sustentação técnica e a padronização dos protocolos de núcleo (IPv4 e IPv6) é uma atividade do Internet Engineering Task Force (IETF), uma organização sem fins lucrativos de participantes internacionais vagamente filiados, sendo que qualquer pessoa pode se associar contribuindo com a perícia técnica.
Terminologia
O termo internet, como um sistema global específico de redes de IPs interconectados, é um nome próprio. A Internet também é muitas vezes referida como Net. A palavra "internet" foi utilizado historicamente, com inicial minúscula, logo em 1883 como um verbo e adjetivo para se referir a movimentos interligados. No início dos anos 1970, o termo internet começou a ser usado como uma forma abreviada do conjunto de redes técnicas, o resultado da interligação de redes de computadores com gateways especiais ou roteadores. Ele também foi usado como um verbo que significa "conectar", especialmente redes.[5][9]
Os termos internet e World Wide Web são frequentemente usados como sinônimos na linguagem corrente, é comum falar-se de "navegar na internet", em referências ao navegador web para exibir páginas web. No entanto, a internet é uma rede mundial de computadores especial conectando milhões de dispositivos de computação, enquanto a World Wide Web é apenas um dos muitos serviços que funcionam dentro da internet. A Web é uma coleção de documentos interligados (páginas web) e outros recursos da internet, ligadas por hiperlinks e URLs. Além da web, muitos outros serviços são implementados através da internet, como e-mail, transferência de arquivos, controle remoto de computador, grupos de notícias e jogos online. Todos esses serviços podem ser implementados em qualquer intranet, acessível para os usuários da rede.[10]
História
A pesquisa sobre a comutação de pacotes começou na década de 1960 e redes de comutação de pacotes, como Mark I, no NPL no Reino Unido,[11] ARPANET, CYCLADES,[12][13] Merit Network,[14] Tymnet e Telenet, foram desenvolvidas em final dos anos 1960 e início dos anos 1970, usando uma variedade de protocolos. A ARPANET, em particular, levou ao desenvolvimento de protocolos para internetworking, onde várias redes separadas poderiam ser unidas em uma rede de redes. Os dois primeiros nós do que viria a ser a ARPANET foram interconectados entre o Network Measurement Center de Leonard Kleinrock na Escola de Engenharia e Ciências Aplicadas da UCLA e o sistema NLS de Douglas Engelbart no SRI International (SRI), em Menlo Park, Califórnia, em 29 de outubro de 1969.[14] O terceiro nó da ARPANET era o Culler-Fried Interactive Mathematics Center da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara e o quarto era o Departamento Gráfico da Universidade de Utah. Em um sinal precoce de crescimento futuro, já havia quinze sites conectados à jovem ARPANET até o final de 1971.[15][4]
Em Dezembro de 1974, o RFC 675 - Specification of Internet Transmission Control Program, de Vinton Cerf, Yogen Dalal e Carl Sunshine usou o termo internet como uma abreviação para internetworking e RFCs posteriores repetiram esse termo.[16] O acesso à ARPANET foi ampliado em 1981, quando a Fundação Nacional da Ciência (NSF), desenvolvido a Computer Science Network (CSNET). Em 1982, o Internet Protocol Suite (TCP/IP) foi padronizada e o conceito de uma rede mundial de redes TCP/IP totalmente interligadas chamado de internet foi introduzido.
O acesso à rede TCP/IP expandiu-se novamente em 1986, quando o National Science Foundation Network (NSFNET) proveu acesso a sites de supercomputadores nos Estados Unidos a partir de organizações de pesquisa e de educação, o primeiro a 56 kbit/s e, mais tarde, 1,5 Mbit/s e 45 Mbit/s.[17]
A Organização Europeia para a Investigação Nuclear (CERN) foi a responsável pela invenção da World Wide Web, ou simplesmente a Web, como hoje a conhecemos. Corria o ano de 1990, e o que, numa primeira fase, permitia apenas aos cientistas trocar dados, acabou por se tornar a complexa e essencial Web. O responsável pela invenção chama-se Tim Berners-Lee, que construiu o seu primeiro computador na Universidade de Oxford, onde se formou em 1976. Quatro anos depois, tornava-se consultor de engenharia de software no CERN e escrevia o seu primeiro programa para armazenamento de informação – chamava-se Enquire e, embora nunca tenha sido publicada, foi a base para o desenvolvimento da Web. Em 1989, propôs um projecto de hipertexto que permitia às pessoas trabalhar em conjunto, combinando o seu conhecimento numa rede de documentos. Foi esse projecto que ficou conhecido como a World Wide Web. A Web funcionou primeiro dentro do CERN, e no Verão de 1991 foi disponibilizada mundialmente.[18][19]
A internet foi totalmente comercializada nos Estados Unidos em 1995, quando a NSFNET foi desmantelada, removendo as últimas restrições sobre o uso da internet para transportar o tráfego comercial.[20] A internet começou uma rápida expansão para a Europa e Austrália em meados da década de 1980[21][22] e para a Ásia no final dos anos 1980 e início dos anos 1990.[23]
Desde meados da década de 1990 a internet teve um enorme impacto sobre a cultura e o comércio mundiais, como pelo aumento da comunicação instantânea através de e-mails, mensagens instantâneas, "telefonemas" VoIP, chamadas de vídeo interativas, com a World Wide Web e seus fóruns de discussão, blogs, redes sociais e sites de compras online. Quantidades crescentes de dados são transmitidos em velocidades cada vez mais elevadas em redes de fibra óptica operando a 1 Gbit/s, 10 Gbit/s, ou mais.[25]
A internet continua a crescer, impulsionando quantidades cada vez maiores de informações on-line e de conhecimento, comércio, entretenimento e redes sociais.[26] Durante a década de 1990, estimou-se que o tráfego na internet pública cresceu cerca 100% ao ano, enquanto estima-se que o crescimento anual do número de usuários seja de algo entre 20% e 50%.[27] Este crescimento é muitas vezes atribuído à falta de uma administração central, que permita o crescimento orgânico da rede, bem como pela natureza não-proprietária e aberta dos protocolos de internet, o que incentiva o fornecedor de interoperabilidade e impede qualquer empresa de exercer muito controle sobre a rede.[28] Em 31 de março de 2011, o número total estimado de usuários da internet foi de cerca de 2 bilhões de pessoas (ou cerca de 30% da população mundial).[29] Estima-se que em 1993 a internet realizou apenas 1% do fluxo de informações através de duas vias de telecomunicações; em 2000 este valor tinha aumentado para 51% e, até 2007, mais do que 97% de todas as informações telecomunicadas foi realizada através da rede mundial.[30]
No Brasil
No Brasil existe o Comitê Gestor da Internet e um órgão para o registro de domínios (FAPESP - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).[31] Atualmente há cerca de 3,8 milhões de domínios registrados.[32] No final de 1997, o Comitê Gestor liberou novos domínios de segundo nível.[33] Antes desses e além o domínio de primeiro nível .br, o Brasil tinha apenas cinco domínios de segundo nível.[34] Em 23 de abril de 2014 foi sancionada a Lei Federal 12 965, que estabeleceu os princípios, garantias, direitos e deveres para a utilização da internet no Brasil.[35]
Arquitetura
- REDIRECIONAMENTO Predefinição:VT
Muitos cientistas de computação veem a Internet como o "maior exemplo de sistema de grande escala altamente engenharizado, ainda muito complexo".[36] A Internet é extremamente heterogênea, por exemplo, as taxas de transferências de dados e as características físicas das conexões variam grandemente. A Internet exibe "fenômenos emergentes" que dependem de sua organização de grande escala. Por exemplo, as taxas de transferências de dados exibem autossimilaridade temporal. Adicionando ainda mais à complexidade da Internet, está a habilidade de mais de um computador de usar a Internet através de um elo de conexão, assim criando a possibilidade de uma sub-rede profunda e hierárquica que pode teoricamente ser estendida infinitivamente, desconsiderando as limitações programáticas do protocolo IPv4. Os princípios desta arquitetura de dados se originam na década de 1960, que pode não ser a melhor solução de adaptação para os tempos modernos. Assim, a possibilidade de desenvolver estruturas alternativas está atualmente em planejamento.[37]
De acordo com um artigo de junho de 2007, na revista Discover, o peso combinado de todos os elétrons que se movem dentro da Internet num dia é de 2−6 gramas.[38] Outras estimativas dizem que o peso total dos elétrons que se movem na Internet diariamente chega a 2 gramas.[39]
Existem muitas análises da Internet e de sua estrutura. Por exemplo, foi determinado que tanto a estrutura de rotas IP da Internet quanto as ligações de hipertexto da World Wide Web são exemplos de redes de escala livre. Semelhantemente aos provedores comerciais de Internet, que se conectam através de pontos neutros, as redes de pesquisa tendem a se interconectar com subredes maiores, como GEANT; GLORIAD; Internet2 (conhecido anteriormente como Rede Abilene) e JANET (A Rede Nacional de Pesquisa e Educação do Reino Unido). Essas, então, são construídas em torno de redes relativamente menores. Diagramas de redes de computador representam frequentemente a Internet usando um símbolo de nuvem, pelo qual as comunicações de rede passam.[40]
Protocolos
- REDIRECIONAMENTO Predefinição:VT
Para o funcionamento da Internet existem três camadas de protocolos. Na camada mais baixa está o Protocolo de Internet (Internet Protocol), que define datagramas ou pacotes que carregam blocos de dados de um nó da rede para outro. A maior parte da Internet atual (2007) ainda utiliza a IPv4, quarta versão do protocolo, apesar de o IPv6 já estar padronizado, sendo usado em algumas redes específicas somente. Independentemente da arquitetura de computador usada, dois computadores podem se comunicar entre si na Internet, desde que compreendam o protocolo de Internet. Isso permite que diferentes tipos de máquinas e sistemas possam conectar-se à grande rede, seja um PDA conectando-se a um servidor WWW ou um computador pessoal executando Microsoft Windows conectando-se a outro computador pessoal executando Linux.[carece de fontes]
Na camada média está o TCP, UDP e ICMP. Esses são protocolos no qual os dados são transmitidos. O TCP é capaz de realizar uma conexão virtual, fornecendo certo grau de garantia na comunicação de dados. Na camada mais alta estão os protocolos de aplicação, que definem mensagens específicas e formatos digitais comunicados por aplicações. Alguns dos protocolos de aplicação mais usados incluem DNS (informações sobre domínio), POP3 (recebimento de e-mail), IMAP (acesso de e-mail), SMTP (envio de e-mail), HTTP (documentos da WWW) e FTP (transferência de dados). Todos os serviços da Internet fazem uso dos protocolos de aplicação, sendo o correio eletrônico e a World Wide Web os mais conhecidos. A partir desses protocolos é possível criar aplicações como listas de discussão ou blogs.[carece de fontes]
Tipos de conexão
Os meios de acesso direto à Internet são a conexão dial-up, a banda larga (em cabos coaxiais, fibras ópticas ou cabos metálicos), Wi-Fi, satélites e telefones celulares com tecnologia 3G ou 4G. Há ainda aqueles locais onde o acesso é provido por uma instituição ou empresa e o usuário se conecta à rede destas que provêm então acesso a Internet. Entre esses locais, encontram-se aqueles públicos com computadores para acesso à Internet, como centros comunitários, centros de inclusão digital, bibliotecas e cyber cafés, além de pontos de acesso à Internet, como aeroportos e outros. Alguns desses locais limitam o uso por usuário a breves períodos de tempo. Para nomear estes locais, vários termos são usados, como "terminal de acesso público", "quiosques de acesso a Internet", "LAN houses" ou ainda "telefones públicos com acesso à Internet". Muitos hotéis também têm pontos públicos de conexão à Internet, embora na maior parte dos casos, é necessário pagar pelos momentos de acesso. Existem, ainda, locais de acesso à Internet sem fio (Wi-Fi), onde usuários precisam trazer seus próprios aparelhos dotados de tecnologia Wi-Fi, como laptops ou PDAs. Estes serviços de acesso a redes sem fio podem estar confinados a um edifício, uma loja ou restaurante, a um campus ou parque inteiro, ou mesmo cobrir toda uma cidade. Eles podem ser gratuitos para todos, livres somente para clientes, ou pagos. Iniciativas grassroots levaram à formação de redes de comunidades sem fio. Serviços comerciais Wi-Fi já estão cobrindo grandes áreas de cidades, como Londres, Viena, Toronto, San Francisco, Filadélfia, Chicago e Pittsburgh. A Internet pode ser acessada nessas cidades em parques ou mesmo nas ruas.[41]
Impacto social
A Internet tem possibilitado a formação de novas formas de interação, organização e atividades sociais, graças as suas características básicas, como o uso e o acesso difundido.
Redes sociais, como Facebook, Instagram, MySpace, Orkut, Twitter, entre outras, têm criado uma nova forma de socialização e interação. Os usuários desses serviços são capazes de adicionar uma grande variedade de itens as suas páginas pessoais, de indicar interesses comuns, e de entrar em contato com outras pessoas. Também é possível encontrar um grande círculo de conhecimentos existentes, especialmente se o site permite que usuários utilizem seus nomes reais, e de permitir a comunicação entre os grandes grupos existentes de pessoas.[42]
Uso mundial
O uso geral da internet tem tido um enorme crescimento. De 2000 a 2009, o número de usuários da rede mundial no mundo subiu de 394 para 1,858 bilhão.[44] Em 2010, 22% da população mundial tinha acesso a computadores, tendo ocorrências no mesmo ano de cerca de 1 bilhão de buscas no Google todos os dias, 300 milhões de usuários de internet lendo blogs e 2 bilhões de vídeos assistidos diariamente no YouTube.[45]
Por comparação, em 2008, as 10 línguas mais usadas na World Wide Web são o inglês (28,6%), o chinês (20,3%), espanhol (8,2%), japonês (5,9%), francês (4,6%), português (4,6%), alemão (4,1%), árabe (2,6%), russo (2,4%) e coreano (2,3%).[46] Também em 2008, por região, 41% dos usuários de Internet do mundo estavam localizados na Ásia, 25% na Europa, 16% na América do Norte, 11% na América Latina e Caribe, 3% na África, 3% no Oriente Médio e 1% na Austrália.[47]
Controle e censura
Em sociedades democráticas, a Internet tem alcançado uma nova relevância como uma ferramenta política. A campanha presidencial de Barack Obama em 2008 nos Estados Unidos ficou famosa pela sua habilidade de gerar doações por meio da Internet. Muitos grupos políticos usam a rede global para alcançar um novo método de organização, com o objetivo de criar e manter o ativismo na Internet. Governos de países como Arábia Saudita, Bielorrússia, China, Coreia do Norte, Cuba, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Irã, Mianmar, Paquistão, Rússia, Síria, Tunísia, Turcomenistão, Turquia, Uzbequistão, Vietnã e Zimbábue, restringem o que as pessoas em seus países podem acessar na Internet, especialmente conteúdos políticos, de direitos humanos, e religiosos. Isto é conseguido por meio de softwares que filtram determinados domínios e conteúdos. Assim, esses domínios e conteúdos não podem ser acessados facilmente sem burlar de forma elaborada o sistema de bloqueio.[51][52] Segundo a organização Repórteres Sem Fronteiras, "esses países transformaram a internet em uma intranet, para que os usuários não obtenham informações consideradas indesejáveis”. Além do mais, todas essas nações têm em comum governos autoritários, que se mantêm no poder por meio de um controle ideológico".[51]
A Coreia do Norte por exemplo é o país que possui apenas dois websites registrados: o órgão de controle de uso da rede (Centro Oficial de Computação) e o portal oficial do governo. Para população, é completamente vetado o uso de internet até porque não existem provedores no país. Existem cyber’s autorizados pelo governo, com conteúdo controlado e ainda assim as idas e vindas dos policiais são indispensáveis. Apenas os governantes tem acesso a conexão via-satélite.[51] Já em Cuba, existe apenas um cyber e o preço para acessar sites estrangeiros (e controlado) é de cerca de 6 dólares por hora, sendo que o salário médio da população é de 17 dólares por mês. Com a velocidade da informação que a internet proporciona, os governantes desses países omitem informações da população, pois elas não tem acesso a esse emaranhado de notícias em tempo real.[51]
Na Noruega, Dinamarca, Finlândia[53] e na Suécia, grandes provedores de serviços de Internet arranjaram voluntariamente a restrição (possivelmente para evitar que tal arranjo se torne uma lei) ao acesso a sites listados pela polícia. Enquanto essa lista de URL proibidos contém supostamente apenas endereços URL de sites de pornografia infantil, o conteúdo desta lista é secreta. Muitos países, incluindo os Estados Unidos, elaboraram leis que fazem da posse e da distribuição de certos materiais, como pornografia infantil, ilegais, mas não bloqueiam estes sites com a ajuda de softwares. Há muitos programas de software livres ou disponíveis comercialmente, com os quais os usuários podem escolher bloquear websites ofensivos num computador pessoal ou mesmo numa rede. Esses softwares podem bloquear, por exemplo, o acesso de crianças à pornografia ou à violência.
Publicidade
A publicidade na Internet é um fenômeno bastante recente, que transformou em pouco tempo todo o mercado publicitário mundial. Hoje, estima-se que a sua participação em todo o mercado publicitário é de 10%, com grande potencial de crescimento nos próximos anos. Todo esse fenômeno ocorreu em curtíssimo espaço de tempo: basta lembrar que foi apenas em 1994 que ocorreu a primeira ação publicitária na Internet. O primeiro anúncio foi em forma de banner, criado pela empresa Hotwired para a divulgação da empresa norte-americana AT&T, que entrou no ar em 25 de outubro de 1994.[54]
Crimes
Os crimes mais usuais na rede incluem o envio de e-mails com falsos pedidos de atualização de dados bancários e senhas, conhecidos como phishing. Da mesma forma, e-mails prometendo falsos prêmios também são práticas onde o internauta é induzido a enviar dinheiro ou dados pessoais. Também há o envio de arquivos anexados contaminados com vírus de computador. Em 2004, os prejuízos com perdas on-line causadas por fraudes virtuais foram de 80% em relações às perdas por razões diversas.[2]
A praticidade em disseminar informações na Internet também contribui para que as pessoas tenham o acesso a elas, sobre diversos assuntos e diferentes pontos de vista. Mas nem todas as informações encontradas na Internet podem ser verídicas. Existe uma grande força no termo "liberdade de expressão" quando se fala de Internet, e isso possibilita a qualquer indivíduo publicar informações ilusórias sobre algum assunto, prejudicando, assim, a consistência dos dados disponíveis na rede.[3] Um outro facto relevante sobre a Internet é o plágio, já que é muito comum as pessoas copiarem o material disponível. "O plagiador raramente melhora algo e, pior, não atualiza o material que copiou. O plagiador é um ente daninho que não colabora para deixar a Internet mais rica; ao contrário, gera cópias degradadas e desatualizadas de material que já existe, tornando mais difícil encontrar a informação completa e atual".[8]
Ver também
- Arte na internet (Internet art)
- Comércio eletrônico
- Deep web
- DNS
- Internet 2
- Internet em Portugal
- Intranet
- IPv6
- Lista de domínios de topo da Internet
- Marketing de Internet
- Meme (Internet)
- Novas tecnologias de informação e comunicação (NTICs)
- P2P
- Rede de computadores
- ROT13
- Usenet
- World Wide Web
- Protocolos
- Órgãos reguladores
Referências
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