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GNOME: mudanças entre as edições

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== História ==
== História ==
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[[File:GNOME-escritorio-1.x.png|thumb|GNOME 1, Março de 1999.]]
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O projeto GNOME foi criado em [[15 de agosto]] de [[1997]] pelos [[México|mexicanos]] [[Miguel de Icaza]] e [[Federico Mena Quintero]], como uma resposta ao [[Windows 95]]. O projeto [[KDE]] já estava em andamento, mas para ser usado ou desenvolvido era necessário instalar o [[Qt]], um conjunto de ferramentas que na época não tinha uma licença livre. Miguel de Icaza descartou a ideia de reimplementar a [[API]] do Qt usando software livre porque projetos análogos, como o [[GNUstep]], [[Wine]] and [[LessTif]], mostravam um progresso muito lento. Antes da criação do GNOME, Miguel e Federico tinham tentado colaborar com o GNUstep, mas desistiram por considerar sua comunidade desorganizada, e seu código cheio de erros.
O projeto GNOME foi criado em [[15 de agosto]] de [[1997]] pelos [[México|mexicanos]] [[Miguel de Icaza]] e [[Federico Mena Quintero]], como uma resposta ao [[Windows 95]]. O projeto [[KDE]] já estava em andamento, mas para ser usado ou desenvolvido era necessário instalar o [[Qt]], um conjunto de ferramentas que na época não tinha uma licença livre. Miguel de Icaza descartou a ideia de reimplementar a [[API]] do Qt usando software livre porque projetos análogos, como o [[GNUstep]], [[Wine]] and [[LessTif]], mostravam um progresso muito lento. Antes da criação do GNOME, Miguel e Federico tinham tentado colaborar com o GNUstep, mas desistiram por considerar sua comunidade desorganizada, e seu código cheio de erros.


[[File:Gnome-screenshot-full.jpg|thumb|GNOME 2.0, junho de 2002.]]
A plataforma de desenvolvimento aproveitou e aprimorou o GTK, um conjunto de ferramentas usado pelo editor de imagens GIMP, em cujo desenvolvimento Federico Quintero estava também envolvido. Miguel de Icaza ficou muito impressionado com a arquitetura [[Component Object Model|COM]] quanto passou por uma entrevista na Microsoft, e o reflexo foi o desenvolvimento da biblioteca Bonobo, incorporada ao GNOME 1.4. Além de permitir o reaproveitamento de componentes de software, o Bonobo colaborou para que o desenvolvimento de aplicativos para o GNOME pudesse ser feito com qualquer linguagem de programação. Outra característica da plataforma de desenvolvimento do GNOME é ser completamente escrita em [[C (linguagem de programação)|C]], o que também facilita a criação de bindings para outras linguagens de programação<ref name="why-c">{{citar web |ultimo=Darren  |primeiro=Kenny |url=https://mail.gnome.org/archives/desktop-devel-list/2006-July/msg00189.html |titulo=Re: Time to heat up the new module discussion |data=14 de julho de 2006 |lingua=en |acessodata=2017-8-5}}</ref>. A plataforma de desenvolvimento do GNOME é escrita principalmente nas linguagens de programação [[C (linguagem de programação)|C]], [[C++]], [[Javascript]], [[Python]] e [[Vala (linguagem de programação)|Vala]].<ref name="programming languages" /> Toda a plataforma de desenvolvimento do GNOME usa a licença [[LGPL|GNU Lesser General Public License]], uma licença livre que permite a utilização da plataforma GNOME por software proprietário<ref name="gnome-technology-overview-by-sun">{{citar web |ultimo=Heard |primeiro=John |url=http://developers.sun.com/solaris/articles/gnome.html |titulo=GNOME Technology Overview |publicado=Sun Developer Network |ano=2002 |acessodata=2017-8-5 |lingua=en}}</ref>.
A plataforma de desenvolvimento aproveitou e aprimorou o GTK, um conjunto de ferramentas usado pelo editor de imagens GIMP, em cujo desenvolvimento Federico Quintero estava também envolvido. Miguel de Icaza ficou muito impressionado com a arquitetura [[Component Object Model|COM]] quanto passou por uma entrevista na Microsoft, e o reflexo foi o desenvolvimento da biblioteca Bonobo, incorporada ao GNOME 1.4. Além de permitir o reaproveitamento de componentes de software, o Bonobo colaborou para que o desenvolvimento de aplicativos para o GNOME pudesse ser feito com qualquer linguagem de programação. Outra característica da plataforma de desenvolvimento do GNOME é ser completamente escrita em [[C (linguagem de programação)|C]], o que também facilita a criação de bindings para outras linguagens de programação<ref name="why-c">{{citar web |ultimo=Darren  |primeiro=Kenny |url=https://mail.gnome.org/archives/desktop-devel-list/2006-July/msg00189.html |titulo=Re: Time to heat up the new module discussion |data=14 de julho de 2006 |lingua=en |acessodata=2017-8-5}}</ref>. A plataforma de desenvolvimento do GNOME é escrita principalmente nas linguagens de programação [[C (linguagem de programação)|C]], [[C++]], [[Javascript]], [[Python]] e [[Vala (linguagem de programação)|Vala]].<ref name="programming languages" /> Toda a plataforma de desenvolvimento do GNOME usa a licença [[LGPL|GNU Lesser General Public License]], uma licença livre que permite a utilização da plataforma GNOME por software proprietário<ref name="gnome-technology-overview-by-sun">{{citar web |ultimo=Heard |primeiro=John |url=http://developers.sun.com/solaris/articles/gnome.html |titulo=GNOME Technology Overview |publicado=Sun Developer Network |ano=2002 |acessodata=2017-8-5 |lingua=en}}</ref>.


O lançamento do GNOME 2.0 marcou uma guinada nos rumos do projeto, que passou a enfatizar a usabilidade em vez da configurabilidade. A plataforma foi quase inteiramente reescrita, trazendo várias melhorias como melhoria de desempenho, melhor internacionalização (usando Unicode internamente), suavização da renderização de fontes, e principalmente a estreia de sua plataforma de acessibilidade.<ref>{{citar web |ultimo=Loli |primeiro=Eugenia |url=http://www.osnews.com/story/1280 |titulo=A User's First Look at GNOME 2.0. |publicado=OS News |data=28 de junho de 2002 |acessodata=2017-8-5 |lingua=en}}.</ref>
=== GNOME 2 ===
[[File:Gnome-screenshot-full.jpg|thumb|GNOME 2.0 em junho de 2002.]]O lançamento do GNOME 2.0 marcou uma guinada nos rumos do projeto, que passou a enfatizar a usabilidade em vez da configurabilidade. A plataforma foi quase inteiramente reescrita, trazendo várias melhorias como melhoria de desempenho, melhor internacionalização (usando Unicode internamente), suavização da renderização de fontes, e principalmente a estreia de sua plataforma de acessibilidade.<ref>{{citar web |ultimo=Loli |primeiro=Eugenia |url=http://www.osnews.com/story/1280 |titulo=A User's First Look at GNOME 2.0. |publicado=OS News |data=28 de junho de 2002 |acessodata=2017-8-5 |lingua=en}}.</ref>
 
=== GNOME 3 ===
[[File:GNOME_Shell_-_Applications_menu_(v3.22).png|ligação=https://en.wikipedia.org/wiki/File:GNOME_Shell_-_Applications_menu_(v3.22).png|miniaturadaimagem|O GNOME Shell mudou o jeito tradicional de manusear o desktop com um paradigma que é eficiente tanto no desktop quanto em um tablet.]]<figure class="mw-default-size" data-ve-attributes="{&quot;typeof&quot;:&quot;mw:Image/Thumb&quot;}">[https://en.wikipedia.org/wiki/File:GThumb_v3.4--Edit_mode.png [[File:GThumb_v3.4--Edit_mode.png|ligação=|220x220px]]]<figcaption>Ao usar Client-Side Decoration (CSD) e modernos princípios de design de interface de usuário, o GNOME oferece um eficiente, fácil de usar, e experiência de usuário de alta qualidade em desktops e tablets.</figcaption></figure>Anteriormente, o GNOME usava a metáfora tradicional da área de trabalho, mas no GNOME 3 isso foi substituído pelo GNOME Shell, uma metáfora mais abstrata em que a alternância entre diferentes tarefas e áreas de trabalho virtuais ocorre em uma área separada chamada Visão Geral(''Overview''). Além disso, como o ''Mutter'' substituiu o ''Metacity'' como gerenciador de janelas padrão, os botões minimizar e maximizar não aparecem mais por padrão, e a barra de título, a barra de menus e a barra de ferramentas são substituídas pela barra de cabeçalho por meio da "Decoração do lado do cliente"(''Client-Side Decoration - CSD''). ''Adwaita'' substituiu o ''Clearlooks'' como o tema padrão.<ref>{{cite web|title=A new default theme for GTK+|url=https://blogs.gnome.org/mclasen/2014/06/13/a-new-default-theme-for-gtk/|website=blogs.gnome.org|accessdate=24 December 2014}}</ref> Muitos aplicativos principais do GNOME também passaram por reformulações para fornecer uma experiência de usuário mais consistente.
 
Em setembro de 2017, o Projeto GNOME lançou o GNOME 3.26, fornecendo correções de bugs e novos recursos principais.<ref>{{cite web|url=https://www.gnome.org/news/2017/09/gnome-3-26-released/|title=GNOME 3.26 Released|date=September 13, 2017|website=gnome.org|publisher=The GNOME Project|access-date=November 8, 2017}}</ref>
 
O GNOME Shell é a interface padrão do [[Ubuntu]] desde a versão 17.10, substituindo o [[Unity (interface de usuário)|Unity]].<ref name="omg5">{{cite web|url=http://www.omgubuntu.co.uk/2017/04/ubuntu-18-04-ship-gnome-desktop-not-unity|title=Ubuntu 18.04 To Ship with GNOME Desktop, Not Unity|date=5 April 2017|first=Joey|last=Sneddon|work=OMG Ubuntu|accessdate=5 April 2017}}</ref><ref name="ubt5">{{cite web|url=https://insights.ubuntu.com/2017/04/05/growing-ubuntu-for-cloud-and-iot-rather-than-phone-and-convergence/|title=Growing Ubuntu for Cloud and IoT, rather than Phone and convergence|first=Mark|last=Shuttleworth|work=Canonical|accessdate=5 April 2017}}</ref>
 
==== Críticas ao GNOME 3.x ====
Devido a mudança "agressiva" de visual e de usabilidade do GNOME 2 para o GNOME 3, vários usuários criticaram a nova versão, dentre eles [[Linus Torvalds]]<ref>https://tecnoblog.net/72647/gnome-3-linus-torvalds/</ref>, fazendo surgir o ambiente [[MATE]] como uma alternativa ao GNOME 3.<ref>http://mate-desktop.org/</ref>
 
As grandes mudanças na versão 3 inicialmente provocaram críticas generalizadas. O ambiente de desktop [[MATE]] foi bifurcado a partir da base de código do GNOME 2 com a intenção de manter a interface tradicional do GNOME 2, mantendo-o compatível com a moderna tecnologia Linux, como o GTK + 3. A equipe do [[Linux Mint]] abordou a questão de outra maneira ao desenvolver o ''Mint GNOME Shell Extensions'' que funcionava em cima do GNOME 3 e permitia que ele fosse usado pela metáfora tradicional da área de trabalho. Isso eventualmente levou à criação da interface de usuário do [[Cinnamon (interface de usuário)|Cinnamon]], que foi bifurcada a partir da base de código do GNOME 3.
 
Em 2005, nas listas oficiais de desenvolvimento do GNOME, [[Linus Torvalds]] encorajou os usuários a mudar para o [[KDE]] 3 ao invés de usar o GNOME.<ref>{{cite web|url=http://mail.gnome.org/archives/usability/2005-December/msg00021.html|title=Printing dialog and GNOME|publisher=Mail.gnome.org|accessdate=March 13, 2010}}</ref><ref>{{cite web|url=http://www.desktoplinux.com/news/NS8745257437.html|title=Linus versus GNOME|publisher=Desktoplinux.com|date=February 23, 2007|accessdate=March 13, 2010|deadurl=yes|archiveurl=https://web.archive.org/web/20100209010328/http://www.desktoplinux.com/news/NS8745257437.html|archivedate=February 9, 2010|df=mdy-all}}</ref> Em 2009, ele tentou novamente o GNOME<ref>{{cite web|last=Gedda|first=Rodney|url=http://www.computerworld.com/action/article.do?command=viewArticleBasic&taxonomyName=Software&articleId=9126619&taxonomyId=18&pageNumber=5|title=Q&A: Linux founder Linus Torvalds talks about open-source identity|publisher=Computerworld|date=January 22, 2009|accessdate=April 24, 2012|quote=it was a half-baked release (...) I'll revisit it when I reinstall the next machine|deadurl=yes|archiveurl=https://web.archive.org/web/20090416163529/http://www.computerworld.com/action/article.do?command=viewArticleBasic&taxonomyName=Software&articleId=9126619&taxonomyId=18&pageNumber=5|archivedate=April 16, 2009|df=mdy}}</ref>, mas, insatisfeito com sua percepção de perda de produtividade, ele mudou para o [[Xfce]], fazendo outra publicação dura contra o GNOME.<ref>{{cite web|url=http://linux.slashdot.org/story/11/08/04/0115232/linus-torvalds-ditches-gnome-3-for-xfce|title=Linus Torvalds Ditches GNOME 3 For Xfce - Slashdot|publisher=Linux.slashdot.org|date=August 3, 2011|accessdate=June 19, 2013}}</ref> Em 2013, ele voltou ao GNOME 3 afirmando que "está ficando menos doloroso" e "as coisas estão melhores do que há um ano".<ref>{{cite web|url=https://www.theregister.co.uk/2012/11/07/passion_of_torvalds/|title=Torvalds: I want to be nice, and curse less, but it's just not in me|publisher=The Register|date=November 7, 2012|accessdate=January 2, 2013}}</ref><ref>{{cite web|last=Heath|first=Nick|date=March 4, 2013|url=http://www.zdnet.com/linus-torvalds-switches-back-to-gnome-3-x-desktop-7000012083/|title=Linus Torvalds switches back to Gnome 3.x desktop|publisher=ZDNet|accessdate=June 19, 2013}}</ref>
 
A partir de 2015, a recepção crítica foi muito mais positiva.<ref name="pcworld">{{cite web|last1=Hoffman|first1=Chris|title=How GNOME 3.14 is winning back disillusioned Linux users|url=http://www.pcworld.com/article/2691192/how-gnome-3-14-is-winning-back-disillusioned-linux-users.html|website=PC World|publisher=IDG TechNetwork|accessdate=5 April 2015}}</ref> Por exemplo, o Debian, uma distribuição do Linux que tinha usado historicamente o GNOME 2, mudou para o Xfce quando o GNOME 3 foi lançado mas readopted o GNOME 3 a tempo para o lançamento do Debian 8 "Jessie".<ref name="pcworld2">{{cite web|last1=Hoffman|first1=Chris|title=How GNOME 3.14 is winning back disillusioned Linux users|url=http://www.pcworld.com/article/2691192/how-gnome-3-14-is-winning-back-disillusioned-linux-users.html|website=PC World|publisher=IDG TechNetwork|accessdate=5 April 2015}}</ref><ref name="varguy">{{cite web|last1=Tozzi|first1=Christopher|title=Open Source GNOME 3 Desktop Environment Wins Back Fans|url=http://thevarguy.com/open-source-application-software-companies/100614/open-source-gnome-3-desktop-environment-wins-back-fans|website=The VAR Guy|publisher=Penton|accessdate=5 April 2015}}</ref>


== Design ==
== Design ==
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== O Office do GNOME ==
== O Office do GNOME ==
A distribuição completa do GNOME inclui uma suite para escritório (''Office'') através da integração de vários projectos independentes: [[processador de texto]] ([[AbiWord]]), [[folha de cálculo]] ([[Gnumeric]]), [[gestão de projetos]] ([[Planner]]), editor de diagramas ([[Dia (GNOME)|Dia]]), programa para desenhos vetoriais ([[Inkscape]]) e de imagem ([[GIMP]]).
A distribuição completa do GNOME inclui uma suite para escritório (''Office'') através da integração de vários projectos independentes: [[processador de texto]] ([[AbiWord]]), [[folha de cálculo]] ([[Gnumeric]]), [[gestão de projetos]] ([[Planner]]), editor de diagramas ([[Dia (GNOME)|Dia]]), programa para desenhos vetoriais ([[Inkscape]]) e de imagem ([[GIMP]]).
== Críticas ao GNOME 3.x ==
Devido a mudança "agressiva" de visual e de usabilidade do GNOME 2 para o GNOME 3, vários usuários criticaram a nova versão, dentre eles [[Linus Torvalds]]<ref>https://tecnoblog.net/72647/gnome-3-linus-torvalds/</ref>, fazendo surgir o ambiente [[MATE]] como uma alternativa ao GNOME 3.<ref>http://mate-desktop.org/</ref>


== Software livre ==
== Software livre ==

Edição das 23h11min de 1 de junho de 2018

Disambig grey.svg Nota: Este artigo é sobre o projeto de software livre. Para outros significados, veja Gnomo (desambiguação).
GNOME
Gnomelogo.svg
Gnome-3.18.2-showing-overview.png
GNOME 3.18.2
Desenvolvedor Projeto GNOME
Lançamento 3 de março de 1999 (25 anos)
Versão estável 3.28[1] (Predefinição:Data de lançamento)
Idioma(s) mais de 50 línguas [2]
Escrito em C, C++, Python, Vala, JavaScript[3]
Sistema operativo Linux com systemd sobre X11 ou Wayland
Gênero(s) Ambiente Gráfico
Licença GPL, LGPL
Página oficial www.gnome.org

GNOME (acrônimo para GNU Network Object Model Environment) é um projeto de software livre abrangendo o Ambiente de Trabalho GNOME, para os usuários, e a Plataforma de Desenvolvimento GNOME, para os desenvolvedores. O projeto dá ênfase especial a usabilidade, acessibilidade e internacionalização.[4]

O desenvolvimento do GNOME é supervisionado pela Fundação GNOME, que representa oficialmente o projeto junto a empresas, organizações e a sociedade como um todo[5]. O projeto conta ainda com uma série de equipes com missões específicas, inclusive com uma equipe de engenharia de lançamentos, responsável pelo característico calendário de lançamentos semestrais.[4]

A comunidade de desenvolvimento do GNOME conta tanto com voluntários quanto com empregados de várias empresas, inclusive grandes empresas como Hewlett-Packard, IBM, Novell, Red Hat, Oracle, entre outras. Por sua vez, o GNOME é filiado ao Projeto GNU, de onde herdou a missão de prover um ambiente de trabalho composto inteiramente por software livre.

Metas

O projeto GNOME dá ênfase à simplicidade, usabilidade, e fazer as coisas simplesmente funcionarem. As outras metas do projeto são:

  • Liberdade - para criar um ambiente de trabalho que sempre terá o código fonte disponível para reutilização.
  • Acessibilidade - assegurar que o ambiente pode ser usado por qualquer pessoa, independentemente de habilidades técnicas, ou deficiências físicas.
  • Internacionalização - fazer o ambiente disponível em vários idiomas. No momento o GNOME está sendo traduzido para mais de 160 idiomas.
  • Facilidade para o desenvolvedor - assegurar que seja fácil escrever um programa que se integra com o ambiente, e dar aos desenvolvedores liberdade de escolher sua linguagem de programação.
  • Organização - um ciclo de versões regular e uma estrutura disciplinada.
  • Suporte - assegurar suporte a outras instituições fora da comunidade GNOME.

História

GNOME 1, Março de 1999.

O projeto GNOME foi criado em 15 de agosto de 1997 pelos mexicanos Miguel de Icaza e Federico Mena Quintero, como uma resposta ao Windows 95. O projeto KDE já estava em andamento, mas para ser usado ou desenvolvido era necessário instalar o Qt, um conjunto de ferramentas que na época não tinha uma licença livre. Miguel de Icaza descartou a ideia de reimplementar a API do Qt usando software livre porque projetos análogos, como o GNUstep, Wine and LessTif, mostravam um progresso muito lento. Antes da criação do GNOME, Miguel e Federico tinham tentado colaborar com o GNUstep, mas desistiram por considerar sua comunidade desorganizada, e seu código cheio de erros.

A plataforma de desenvolvimento aproveitou e aprimorou o GTK, um conjunto de ferramentas usado pelo editor de imagens GIMP, em cujo desenvolvimento Federico Quintero estava também envolvido. Miguel de Icaza ficou muito impressionado com a arquitetura COM quanto passou por uma entrevista na Microsoft, e o reflexo foi o desenvolvimento da biblioteca Bonobo, incorporada ao GNOME 1.4. Além de permitir o reaproveitamento de componentes de software, o Bonobo colaborou para que o desenvolvimento de aplicativos para o GNOME pudesse ser feito com qualquer linguagem de programação. Outra característica da plataforma de desenvolvimento do GNOME é ser completamente escrita em C, o que também facilita a criação de bindings para outras linguagens de programação[6]. A plataforma de desenvolvimento do GNOME é escrita principalmente nas linguagens de programação C, C++, Javascript, Python e Vala.[3] Toda a plataforma de desenvolvimento do GNOME usa a licença GNU Lesser General Public License, uma licença livre que permite a utilização da plataforma GNOME por software proprietário[7].

GNOME 2

GNOME 2.0 em junho de 2002.

O lançamento do GNOME 2.0 marcou uma guinada nos rumos do projeto, que passou a enfatizar a usabilidade em vez da configurabilidade. A plataforma foi quase inteiramente reescrita, trazendo várias melhorias como melhoria de desempenho, melhor internacionalização (usando Unicode internamente), suavização da renderização de fontes, e principalmente a estreia de sua plataforma de acessibilidade.[8]

GNOME 3

O GNOME Shell mudou o jeito tradicional de manusear o desktop com um paradigma que é eficiente tanto no desktop quanto em um tablet.

<figure class="mw-default-size" data-ve-attributes="{"typeof":"mw:Image/Thumb"}">GThumb v3.4--Edit mode.png<figcaption>Ao usar Client-Side Decoration (CSD) e modernos princípios de design de interface de usuário, o GNOME oferece um eficiente, fácil de usar, e experiência de usuário de alta qualidade em desktops e tablets.</figcaption></figure>Anteriormente, o GNOME usava a metáfora tradicional da área de trabalho, mas no GNOME 3 isso foi substituído pelo GNOME Shell, uma metáfora mais abstrata em que a alternância entre diferentes tarefas e áreas de trabalho virtuais ocorre em uma área separada chamada Visão Geral(Overview). Além disso, como o Mutter substituiu o Metacity como gerenciador de janelas padrão, os botões minimizar e maximizar não aparecem mais por padrão, e a barra de título, a barra de menus e a barra de ferramentas são substituídas pela barra de cabeçalho por meio da "Decoração do lado do cliente"(Client-Side Decoration - CSD). Adwaita substituiu o Clearlooks como o tema padrão.[9] Muitos aplicativos principais do GNOME também passaram por reformulações para fornecer uma experiência de usuário mais consistente.

Em setembro de 2017, o Projeto GNOME lançou o GNOME 3.26, fornecendo correções de bugs e novos recursos principais.[10]

O GNOME Shell é a interface padrão do Ubuntu desde a versão 17.10, substituindo o Unity.[11][12]

Críticas ao GNOME 3.x

Devido a mudança "agressiva" de visual e de usabilidade do GNOME 2 para o GNOME 3, vários usuários criticaram a nova versão, dentre eles Linus Torvalds[13], fazendo surgir o ambiente MATE como uma alternativa ao GNOME 3.[14]

As grandes mudanças na versão 3 inicialmente provocaram críticas generalizadas. O ambiente de desktop MATE foi bifurcado a partir da base de código do GNOME 2 com a intenção de manter a interface tradicional do GNOME 2, mantendo-o compatível com a moderna tecnologia Linux, como o GTK + 3. A equipe do Linux Mint abordou a questão de outra maneira ao desenvolver o Mint GNOME Shell Extensions que funcionava em cima do GNOME 3 e permitia que ele fosse usado pela metáfora tradicional da área de trabalho. Isso eventualmente levou à criação da interface de usuário do Cinnamon, que foi bifurcada a partir da base de código do GNOME 3.

Em 2005, nas listas oficiais de desenvolvimento do GNOME, Linus Torvalds encorajou os usuários a mudar para o KDE 3 ao invés de usar o GNOME.[15][16] Em 2009, ele tentou novamente o GNOME[17], mas, insatisfeito com sua percepção de perda de produtividade, ele mudou para o Xfce, fazendo outra publicação dura contra o GNOME.[18] Em 2013, ele voltou ao GNOME 3 afirmando que "está ficando menos doloroso" e "as coisas estão melhores do que há um ano".[19][20]

A partir de 2015, a recepção crítica foi muito mais positiva.[21] Por exemplo, o Debian, uma distribuição do Linux que tinha usado historicamente o GNOME 2, mudou para o Xfce quando o GNOME 3 foi lançado mas readopted o GNOME 3 a tempo para o lançamento do Debian 8 "Jessie".[22][23]

Design

Human Interface Guidelines (HIG)

Desde o GNOME 2, a produtividade tem sido o foco principal do GNOME. Para este fim, as Diretrizes de Interface Humana do GNOME (Human Interface Guidelines - HIG) foram criadas. Todos os programas do GNOME compartilham um estilo coerente de interface gráfica do usuário (GUI), mas não estão limitados ao emprego dos mesmos widgets da GUI. Em vez disso, o design da GUI do GNOME é guiado por conceitos descritos no GNOME HIG, ele próprio baseado em insights da ergonomia cognitiva.[24] Seguindo o HIG, os desenvolvedores podem criar programas GUI de alta qualidade, consistentes e utilizáveis, já que ele trata de tudo, desde o design da GUI até o layout recomendado de widgets baseados em pixels.

Durante a reescrita do GNOME 2, muitas configurações consideradas de pouco valor para a maioria dos usuários foram removidas. Havoc Pennington resumiu o trabalho de usabilidade em seu ensaio de 2002 "Free Software UI", enfatizando a ideia de que todas as preferências têm um custo, e é melhor fazer o software se comportar corretamente por padrão do que adicionar uma preferência de interface para obter o comportamento desejado: Página Predefinição:Quote/styles.css não tem conteúdo.

Um aplicativo tradicional de software livre é configurável para que tenha a união de todos os recursos que qualquer um já viu em qualquer aplicativo equivalente em qualquer outra plataforma histórica. Ou até mesmo configurável para ser a união de todos os aplicativos que qualquer um já viu em qualquer plataforma histórica (Emacs * tosse *).
Isso machuca alguma coisa? Sim. Acontece que as preferências têm um custo. Naturalmente, algumas preferências também têm benefícios importantes - e podem ser recursos de interface cruciais. Mas cada um tem um preço e você deve considerar cuidadosamente seu valor. Muitos usuários e desenvolvedores não entendem isso e acabam com muito custo e pouco valor para suas preferências em dólar.

GNOME Shell

Predefinição:OverlayO GNOME Shell é a interface oficial de usuários do ambiente de desktop GNOME. Possui uma barra superior contendo (da esquerda para a direita): um botão de Atividades, um menu de aplicativos, um relógio e um menu de status do sistema integrado.[26][27] O menu do aplicativo exibe o nome do aplicativo em foco e fornece acesso a funções como acessar as preferências do aplicativo, fechar o aplicativo ou criar uma nova janela do aplicativo. O menu de status contém vários indicadores de status do sistema, atalhos para as configurações do sistema e ações de sessão, incluindo o logout, alternar usuários, bloquear a tela e suspender o computador.

Clicar no botão Atividades, mover o mouse para o canto superior esquerdo ou pressionar a tecla Super exibe o Overview(Visão Geral).[28] A Visão Geral oferece aos usuários uma visão geral das atividades atuais e fornece uma maneira de alternar entre janelas e espaços de trabalho e iniciar aplicativos. O Dash(Painel) à esquerda abriga atalhos para aplicativos favoritos e janelas abertas e um botão de seleção de aplicativo para mostrar uma lista de todos os aplicativos instalados.[29] Uma barra de pesquisa é exibida na parte superior e uma lista de espaços de trabalho para alternar entre espaços de trabalho está à direita. As notificações aparecem na parte inferior da tela.[30]

Começando com o GNOME 3.8, o GNOME fornece um Modo Clássico para aqueles que preferem uma experiência de área de trabalho tradicional (semelhante ao GNOME 2).[31]

GNOME 3 Modo Clássico

Compatibilidade

O GNOME é executado no Wayland e no X Window System.[32] O suporte a Wayland foi introduzido no GNOME 3.10[33] e considerado “para a maioria dos usuários […] uma experiência utilizável no dia-a-dia” na versão 3.20[34] e priorizados em relação às sessões X.[35] O GNOME 3.24 irá estender a compatibilidade do Wayland para os drivers da NVidia.[36]

Versões do GNOME estão disponíveis na maioria das distribuições do Linux como o ambiente de desktop padrão ou como uma opção instalável e também nas coleções de portas da maioria dos BSDs.

Em maio de 2011, Lennart Poettering propôs o systemd como uma dependência do GNOME.[37] Como o systemd está disponível apenas no Linux, a proposta levou a uma discussão sobre a possível queda do suporte para outras plataformas em futuras versões do GNOME. Já que o suporte multi-terminal do GNOME 3.2 só está disponível em sistemas que usam o systemd.[38] Em novembro de 2012, a equipe de lançamento do GNOME concluiu que o systemd pode ser usado para funcionalidades não básicas.[39]

Desenvolvimento

O GNOME é desenvolvido pelo Projeto GNOME e fornece o GNOME Desktop Environment, uma interface gráfica com o usuário e um conjunto de aplicativos principais, e a Plataforma de Desenvolvimento GNOME(GNOME Development Platform), uma estrutura para criar aplicativos que se integram à área de trabalho.[40]

Tal como acontece com a maioria dos projetos de software livre, o desenvolvimento do GNOME é gerenciado de forma livre. A discussão ocorre principalmente em várias listas de discussão públicas.[41] Os desenvolvedores e usuários do GNOME se reúnem em uma reunião anual do GUADEC para discutir o estado atual e a direção futura do GNOME.[42] O GNOME incorpora padrões e programas do Freedesktop.org para melhor interoperar com outros desktops.

O GNOME é escrito principalmente em C, C ++, Vala, Python e JavaScript. Várias vinculações de nomes estão disponíveis.

Sistemas suportados

Inúmeras distribuições suportam o GNOME, alguns exemplos são Ubuntu, Fedora, OpenSUSE, Debian, Arch Linux e Gentoo.

Suporte experimental ao Wayland

A partir da versão 3.14 do GNOME 3, distros de alta tecnologia (Arch Linux ou Fedora Linux) tem suporte parcial ao Wayland e a partir da versão 3.16 do GNOME 3, terá suporte quase total ao Wayland.

Desenvolvimento de Aplicações

O GNOME conta com uma coleção rica de ferramentas, bibliotecas, e dos componentes para desenvolver aplicações para sistemas baseados em Linux e em Unix.

O Office do GNOME

A distribuição completa do GNOME inclui uma suite para escritório (Office) através da integração de vários projectos independentes: processador de texto (AbiWord), folha de cálculo (Gnumeric), gestão de projetos (Planner), editor de diagramas (Dia), programa para desenhos vetoriais (Inkscape) e de imagem (GIMP).

Software livre

O projeto GNOME foi um dos primeiros a oferecer um desktop inteiramente livre para sistemas baseados em Linux e Unix. Software livre é um software que garante aos usuários:

  • O direito de utilizar o software para qualquer fim;
  • O direito de alterar o software (todo o código fonte, arquivos de dados e imagens) para qualquer fim; e
  • O direito de redistribuir o software (original ou modificado) para quem quer que seja, sem a cobrança de taxas para tal;

Estes direitos e liberdades estão no núcleo do projeto GNOME. São as mesmas liberdades que o projeto GNU promove e que a Free Software Foundation define.

Ver também

Referências

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Ligações externas

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Predefinição:Ambientes gráficos para Unix

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