𝖂𝖎ƙ𝖎𝖊

Beatriz de Portugal: mudanças entre as edições

imported>Andreas Herzog
mSem resumo de edição
imported>Santosga
(formatação)
Linha 1: Linha 1:
{{minidesambig|por outras princesas portuguesas de nome Beartiz|Beatriz de Portugal (desambiguação)}}
{{minidesambig|por outras princesas portuguesas de nome Beartiz|Beatriz de Portugal (desambiguação)}}
[[Image:Rainha_D._Beatriz_de_Portugal_filha_Rei_D._Fernando_I_(1).jpg|thumb|right|D. Beatriz de Portugal, rainha de Direito.]]
[[Image:Rainha_D._Beatriz_de_Portugal_filha_Rei_D._Fernando_I_(1).jpg|thumb|right|D. Beatriz de Portugal, rainha de Direito.]]
A rainha '''D. Beatriz de Portugal''' (ou '''D. Brites de Portugal''', [[Coimbra]], [[1372]], - [[Madrigal]], [[1410]]) foi filha do Rei [[Fernando I de Portugal|D. Fernando I de Portugal]] e de sua mulher, a rainha [[Leonor Teles de Menezes|D. Leonor Teles]]. Foi a última soberana (''de jure'') da Casa de Borgonha, destronada pela Revolução de 1383-85.
A rainha '''D. Beatriz de Portugal''' (ou '''D. Brites de Portugal''', [[Coimbra]], [[1372]] - [[Madrigal]], [[1410]]) foi filha do Rei [[Fernando I de Portugal|D. Fernando I de Portugal]] e de sua mulher, a rainha [[Leonor Teles de Menezes|D. Leonor Teles]]. Foi a última soberana (''[[de jure]]'') da [[Dinastia de Borgonha|Casa de Borgonha]], destronada pela [[Crise de 1383-1385|Revolução de 1383-85]].


No início de [[1383]], a infanta D. Beatriz era a única descendente do rei moribundo, depois da morte prematura dos seus irmãos mais novos D. Pedro em [[1380]] e [[Afonso de Portugal (1382)|D. Afonso]] em [[1382]]. Como herdeira aparente do trono, o seu casamento dominava a agenda política em Portugal e era objecto de intriga e manipulação das várias facções. D. Fernando arranjou e cancelou o casamento de Beatriz por diversas vezes, até finalmente por motivos militares optar pela primeira escolha da sua mulher, o rei [[João I de Castela]]. Viúvo desde o ano anterior de uma princesa aragonesa, João de Castela encontrou vantagens políticas na união e exigiu o casamento no quadro da assinatura da paz. A cerimónia teve lugar a [[17 de Maio]] de [[1383]], na cidade fronteiriça de [[Elvas]]. D. Beatriz tinha apenas 11 anos.
==A herdeira legítima==
No início de [[1383]], a infanta D. Beatriz era a única descendente do rei moribundo, depois da morte prematura dos seus irmãos mais novos D. Pedro em [[1380]] e [[Afonso de Portugal (1382)|D. Afonso]] em [[1382]]. Como herdeira aparente do trono, o seu casamento dominava a agenda política em Portugal e era objecto de intriga e manipulação das várias facções.


O rei D. Fernando morre pouco depois, tuberculoso, a [[22 de Outubro]]. De acordo com o tratado de casamento assinado por Portugal e Castela, a Rainha Mãe, D. Leonor Teles de Menezes, mandou aclamar sua filha como Rainha, e assumiu a regência do reino, em nome dela. Este facto não era, no entanto, do agrado dos portugueses em geral, uma vez que implicava uma [[união pessoal]] com o reino de Castela. Apoiado nas classes médias e aristocracia tradicional, [[João I de Portugal|João, o Grão-Mestre de Aviz]] iniciou uma revolta nesse mesmo ano, iniciando-se a chamada  [[crise de 1383-1385]], ou Interregno. No ano seguinte D. Beatriz I dá à luz um bébé, Miguel, que ao contrário do que costuma ser afirmado, era apenas herdeiro da Coroa portuguesa, visto seu pai ter outros dois filhos varões mais velhos, nascidos de anterior casamento, filhos esses que aliás virão a dividir entre si as coroas de Aragão, para o secundogénito, e de Leão e Castela, para o primogénito.  
D. Fernando arranjou e cancelou o casamento de Beatriz por diversas vezes, até finalmente, por motivos militares, optar pela primeira escolha da sua mulher, o rei [[João I de Castela]]. Viúvo desde o ano anterior de uma princesa aragonesa, João de Castela encontrou vantagens políticas na união e exigiu o casamento no quadro da assinatura da paz. A cerimónia teve lugar a [[17 de Maio]] de [[1383]], na cidade fronteiriça de [[Elvas]]. D. Beatriz tinha apenas 11 anos.


João I de Castela invade Portugal para defender os direitos de D. Beatriz e D. Miguel, mas é derrotado na [[batalha de Aljubarrota]], a [[14 de Agosto]] de [[1385]] e D. João I, mestre de Aviz, é universalmente reconhecido como rei de Portugal depois de aclamado nas Cortes de Coimbra, que decidiram do melhor direito de sucessão, em textos elaborados pelo Doutor João das Regras, que procuraram retirar a legitimidade não só a D. Beatriz, como aos infantes D. João e D. Diniz. A partir de então, D. Beatriz I deixa de ser rainha de Portugal e torna-se apenas rainha consorte de Castela. D. Beatriz enviuvou e foi-lhe concedido um convento, junto a Toro, aonde residiu e aonde está sepultada em magnífico mausoléu.  Faleceu em [[1410]] em Madrigal (Castela).
==Crise de 1383-85==
[[Imagem:AljubarrotaBattle.jpg|thumb|280px|left|Batalha de Aljubarrota]]
O rei D. Fernando morre pouco depois, tuberculoso, a [[22 de Outubro]]. De acordo com o tratado de casamento assinado por Portugal e Castela, a Rainha Mãe, D. [[Leonor Teles de Menezes]], mandou aclamar sua filha como [[Lista de rainhas de Portugal|Rainha]] e assumiu a regência do reino, em nome dela. Este facto não era, no entanto, do agrado dos portugueses em geral, uma vez que implicava uma [[união pessoal]] com o reino de Castela.
 
Apoiado nas classes médias e aristocracia tradicional, [[João I de Portugal|João, o Grão-Mestre de Aviz]] iniciou uma revolta nesse mesmo ano, iniciando-se a chamada  [[crise de 1383-1385]], ou ''[[Interregno]]''. No ano seguinte D. Beatriz I dá à luz um bébé, Miguel, que ao contrário do que costuma ser afirmado, era apenas herdeiro da Coroa portuguesa. D. João de Castela tinha outros dois filhos varões mais velhos, nascidos de anterior casamento, que aliás viriam a dividir entre si as coroas de [[Lista de reis de Aragão|Aragão]], para o [[Fernando I de Aragão|secundogénito]], e de [[Lista de reis de Castela|Leão e Castela]], para o [[Henrique III de Castela|primogénito]].
 
D. [[João I de Castela]] invade Portugal para defender os direitos de D. Beatriz e D. Miguel, mas é derrotado na [[batalha de Aljubarrota]], a [[14 de Agosto]] de [[1385]].
 
==Fim da pretenção à coroa portuguesa==
[[Imagem:10-_Rei_D._João_I_-_O_de_Boa_Memória.jpg|thumb|150px|right|D. João I, Mestre de Aviz]]
[[João I de Portugal|D. João I]], [[Ordem de Aviz|Mestre de Aviz]], é universalmente reconhecido como [[Lista de reis de Portugal|rei de Portugal]] depois de aclamado nas [[Cortes de Coimbra]]. Aqui se evidenciou o Doutor [[João das Regras]], que elaborou textos que procuraram retirar a legitimidade não só a D. Beatriz, como aos infantes [[João de Portugal (1349)|D. João]] e [[Dinis de Portugal (1354)|D. Diniz]]. A partir de então, D. Beatriz I deixa de ser rainha de Portugal e torna-se apenas [[Lista de rainhas de Castela|rainha consorte de Castela]].
 
Quando D. Beatriz enviuvou, foi-lhe concedido um convento, junto a [[Toro (Espanha)|Toro]], aonde residiu e aonde está sepultada em magnífico mausoléu.  Faleceu em [[1410]], em [[Madrigal]] ([[Castela]]).
 
==Rainha ''de jure''==
Por razões de conveniência política do regime saído da Revolução, não é tradicionalmente ensinada como rainha reinante de Portugal, pois o mesmo teria sido reconhecer o seu melhor direito à Coroa, sobre D. João I e seus sucessores. Tendo embora reinado ''[[de jure]]'', através da regência de sua mãe, tanto tempo como [[Pedro IV de Portugal|D. Pedro IV]], por exemplo, que reinou o mesmo período de tempo também apenas por interposta regência de sua irmã, a infanta [[Isabel Maria de Bragança|D. Isabel Maria]], entre [[1826]]-[[1828]]. Assim se vê como os vencedores de todos os tempos tendem a reformular a História.


Por razões de conveniência política do regime saído da Revolução, não é tradicionalmente ensinada como rainha reinante de Portugal, pois o mesmo teria sido reconhecer o seu melhor direito à Coroa, sobre D. João I e seus sucessores.  Tendo embora reinado de jure, através da regência de sua mãe, tanto tempo como D. Pedro IV, por exemplo, que reinou o mesmo período de tempo também apenas por interposta regência de sua irmã, a infanta D. Isabel Maria, entre 1826-1828. Assim se vê como os vencedores de todos os tempos tendem a reformular a História.


{{Começa caixa}}
{{Começa caixa}}
Linha 31: Linha 46:
}}
}}
{{Termina caixa}}
{{Termina caixa}}


{{Biografias}}
{{Biografias}}

Edição das 18h28min de 8 de janeiro de 2007

Disambig grey.svg Nota: Se procura por outras princesas portuguesas de nome Beartiz, veja Beatriz de Portugal (desambiguação).
D. Beatriz de Portugal, rainha de Direito.

A rainha D. Beatriz de Portugal (ou D. Brites de Portugal, Coimbra, 1372 - Madrigal, 1410) foi filha do Rei D. Fernando I de Portugal e de sua mulher, a rainha D. Leonor Teles. Foi a última soberana (de jure) da Casa de Borgonha, destronada pela Revolução de 1383-85.

A herdeira legítima

No início de 1383, a infanta D. Beatriz era a única descendente do rei moribundo, depois da morte prematura dos seus irmãos mais novos D. Pedro em 1380 e D. Afonso em 1382. Como herdeira aparente do trono, o seu casamento dominava a agenda política em Portugal e era objecto de intriga e manipulação das várias facções.

D. Fernando arranjou e cancelou o casamento de Beatriz por diversas vezes, até finalmente, por motivos militares, optar pela primeira escolha da sua mulher, o rei João I de Castela. Viúvo desde o ano anterior de uma princesa aragonesa, João de Castela encontrou vantagens políticas na união e exigiu o casamento no quadro da assinatura da paz. A cerimónia teve lugar a 17 de Maio de 1383, na cidade fronteiriça de Elvas. D. Beatriz tinha apenas 11 anos.

Crise de 1383-85

Batalha de Aljubarrota

O rei D. Fernando morre pouco depois, tuberculoso, a 22 de Outubro. De acordo com o tratado de casamento assinado por Portugal e Castela, a Rainha Mãe, D. Leonor Teles de Menezes, mandou aclamar sua filha como Rainha e assumiu a regência do reino, em nome dela. Este facto não era, no entanto, do agrado dos portugueses em geral, uma vez que implicava uma união pessoal com o reino de Castela.

Apoiado nas classes médias e aristocracia tradicional, João, o Grão-Mestre de Aviz iniciou uma revolta nesse mesmo ano, iniciando-se a chamada crise de 1383-1385, ou Interregno. No ano seguinte D. Beatriz I dá à luz um bébé, Miguel, que ao contrário do que costuma ser afirmado, era apenas herdeiro da Coroa portuguesa. D. João de Castela tinha outros dois filhos varões mais velhos, nascidos de anterior casamento, que aliás viriam a dividir entre si as coroas de Aragão, para o secundogénito, e de Leão e Castela, para o primogénito.

D. João I de Castela invade Portugal para defender os direitos de D. Beatriz e D. Miguel, mas é derrotado na batalha de Aljubarrota, a 14 de Agosto de 1385.

Fim da pretenção à coroa portuguesa

D. João I, Mestre de Aviz

D. João I, Mestre de Aviz, é universalmente reconhecido como rei de Portugal depois de aclamado nas Cortes de Coimbra. Aqui se evidenciou o Doutor João das Regras, que elaborou textos que procuraram retirar a legitimidade não só a D. Beatriz, como aos infantes D. João e D. Diniz. A partir de então, D. Beatriz I deixa de ser rainha de Portugal e torna-se apenas rainha consorte de Castela.

Quando D. Beatriz enviuvou, foi-lhe concedido um convento, junto a Toro, aonde residiu e aonde está sepultada em magnífico mausoléu. Faleceu em 1410, em Madrigal (Castela).

Rainha de jure

Por razões de conveniência política do regime saído da Revolução, não é tradicionalmente ensinada como rainha reinante de Portugal, pois o mesmo teria sido reconhecer o seu melhor direito à Coroa, sobre D. João I e seus sucessores. Tendo embora reinado de jure, através da regência de sua mãe, tanto tempo como D. Pedro IV, por exemplo, que reinou o mesmo período de tempo também apenas por interposta regência de sua irmã, a infanta D. Isabel Maria, entre 1826-1828. Assim se vê como os vencedores de todos os tempos tendem a reformular a História.


  1. RedirecionamentoPredefinição:fim

fi:Portugalin Beatriz ca:Beatriu de Portugal en:Beatrice of Portugal es:Beatriz de Portugal (1372-1410) fr:Béatrice de Portugal

Precedido por
Fernando I
Monarca de Portugal
de jure: 13831385
Sucedido por
João I
Precedido por
Leonor Teles de Menezes
Rainhas de Portugal
de jure: 13831385
Sucedido por
Filipa de Lencastre
Precedido por
Leonor de Aragão
Rainha consorte de Castela
13831390
Sucedido por
Catarina de Lencastre

talvez você goste