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Henrique III de Castela

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Henrique III de Castela, o Enfermiço (Burgos, 4 de Agosto de 1379Toledo, 25 de Dezembro de 1406) foi rei de Castela e Leão desde 1390 até à sua morte.[1][2]

Nascido de João I de Castela e Leonor de Aragão,[1] foi cognominado de el Doliente (o Enfermiço) por ser pequeno e delicado.[2] Antes de ser elevado ao trono recebeu do seu pai o título de 1º Príncipe das Astúrias, como forma de o designar como herdeiro da coroa.

Em 1390 foi proclamado rei de Castela e Leão, e da Galícia.[1][2] Em 1406, as cortes de Castela em Toledo apoiaram sua proposta para a grande guerra contra Granada, mas o rei caiu gravemente doente e morreu. Herdou o trono muito moço, sendo tratado com pouco cuidado, sem consideração pela sua dignidade. Instalou-se na corte um ambiente de terror e anarquia que conseguiu dominar quando assumiu o governo. Impôs-se de forma enérgica, obrigando os nobres que se tinham locupletado com bens da coroa a restituir o que haviam subtraído. Os acusados de de lapidarem o património real submeteram-se, pois começava a manifestar-se já o absolutismo dos monarcas, que tinha no carrasco valioso auxiliar. Em seu reinado, Portugal e Castela estavam em guerra mas passou-se quase todo sem combates, com repetidas tréguas. Procurou estabelecer nas Canárias um ponto de apoio que permitisse novas empresas guerreiras na África como Portugal fez com a conquista de Ceuta! Os estados peninsulares começavam a olhar com interesse para o mar.

Tomou o governo em 1393. Governou com ajuda de burgueses, afastando os nobres e as Cortes, perseguindo o chefe da oposição, don Fadrique, Duque de Benavente. Guerreou Portugal, e preparava uma guerra contra Granada quando morreu. Patrocinou a conquista das Canárias pelo normando Jean de Béthencourt e o poitevin Gadifer de La Salle. João ficou entregue à mãe e ao tio de Antequera e o pai dividiu em seu testamento as esferas territoriais da regência, a Espanha meridional, fronteira moura, cabendo ao irmão.

Reinado

A primeira década está marcada por certa paralisia e vai de 1390 a 1406. A reconquista parecia, de 1350-1400, pelo menos por parte da Coroa, ter atingido o período de nadir desde 1095. No início do século XV, porém, tudo mudou e Henrique III demonstrou ter a intenção de recomeçar a Reconquista e em escala enorme, desconhecida desde Afonso XI de Castela.

As causas de tal nova política ofensiva são pouco estudadas e incluem sua própria propensão a cruzada, as convicções ainda mais fortes do irmão, o infante Fernando, um aumento da força militar real devido ao novo sistema ordenado pelas Cortes em Guadalajara em 1390, a intensificação das tensões sociais e religiosas em Castela, pois se vivia a época do Grande Cisma e do movimento conciliar, que encontrou sua expressão num impulso para substituir a uniformidade de crença pelo tri-fideismo tradicional peninsular, o aumento do observantismo nas ordens monásticas, a pregação popular de São Vicente Ferrer e outros mendicantes, os pogroms contra os judeus de 1391.

Sem dúvida também a chegada dos portugueses a Ceuta em 1415, levando a reconquista para o Marrocos, fez a monarquia castelhana despertar e reconsiderar suas próprias possibilidades de expansão em Granada e na África. Já em 1399, Henrique III de Castela conquistou e ocupou durante pouco tempo a cidade marroquina de Tetuão.

Cerca de 1400, houve maior belicosidade em Granada, não se sabe bem se por ter o governo transformado as pelejas internas entre os nobres nacérida em uma luta comum contra os cristãos, ou por uma reação a pressões crescente de Castela. Em 1401, uma grande algara moura atravessou a fronteira. Cinco anos depois o rei Muhammad VII invadiu Múrcia e Jaén, violando a trégua, mas suas tropas foram repelidas em Vera, Lorca, e Caravaca. Na Andaluzia, porém, tomaram Ayamonte, perto de Setenil, devastaram a terra selvagemente até que o adelantado de la frontera Pedro Manrique os derrotou, perto de Quesada, na batalha de Los Collejares (outubro de 1406). Assim, em 1406, as cortes de Castela em Toledo apoiaram a proposta de Henrique III para a guerra em Granada.

Sua morte transferiu a regência do jovem João II e a liderança na guerra para as mãos do Infante Fernando.

Está sepultado na Igreja de Santo Antolin, em Fuenterrabia. Sua morte transferiu a regência do jovem João II e a liderança na guerra para as mãos do Infante Fernando.

Casamento e descendência

Casou em Madrid em 1388 (1393?) com Catarina de Lancaster, filha de João de Gante, conde de Richmond, Duque de Lancaster, e de Constança de Castela.[1][2] Seu casamento findou a querela das pretensões de Gaunt a Castela. Tiveram três filhos.[1] A irmã de Catarina, dona Filipa de Lencastre, era Rainha de Portugal.

Referências

  1. 1,0 1,1 1,2 1,3 1,4 1,5 1,6 1,7 Cooper, Edward (1991). Castillos señoriales en la Corona de Castilla (em español). Salamanca: Universidad de Salamanca. p. 89 
  2. 2,0 2,1 2,2 2,3 «Enrique III». Real Academia de la Historia. Consultado em 13 de agosto de 2021 


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Árvore genealógica baseada no texto, e nos artigos dos personagens citados:

Precedido por
Novo título
Príncipe das Astúrias
1388 - 1390
Sucedido por
Príncipe João de Trastâmara
1405
Precedido por
João I
Armas de Castela e Leão
Rei de Castela e Leão

1390 - 1406
Sucedido por
João II
Pedro IV de Aragão
Leonor da Sicília
Henrique II de Castela
Dona Joana Manuel
João de Gante
Constança de Castela
Leonor
João I de Castela
Beatriz de Portugal
Catarina de Lencastre
Henrique III de Castela
Fernando I de Aragão
Leonor
Maria de Castela
João II de Castela
Catarina de Castela


Predefinição:Príncipe das Astúrias

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