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Batalha da Ponte Mílvia: mudanças entre as edições

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A '''Batalha da [[Ponte Mílvia]]''' teve lugar a [[28 de outubro]] de [[312]], entre os [[imperador romano|imperadores romanos]] [[Constantino]] {{nwrap|r.|306|337}} e [[Magêncio]] {{nwrap|r.|306|312}}. Com a vitória de Constantino, o rumo da história da [[Europa]] e, por extensão, do [[Mundo ocidental|Ocidente]], foi alterado radicalmente.
A '''Batalha da [[Ponte Mílvia]]''' teve lugar a [[28 de outubro]] de [[312]], entre os [[imperador romano|imperadores romanos]] [[Constantino]] {{nwrap|r.|306|337}} e [[Magêncio]] {{nwrap|r.|306|312}}. Com a vitória de Constantino, o rumo da história da [[Europa]] e, por extensão, do [[Mundo ocidental|Ocidente]], foi alterado radicalmente.


A causa subjacente da batalha era a disputa que já durava cinco anos entre Constantino e Magêncio sobre o controle da metade ocidental do [[Império Romano]]. Apesar de Constantino ser o filho do co-imperador  [[Constâncio Cloro]], o sistema de poder em vigor na altura, a [[tetrarquia]], que havia sido implantada em [[Roma]] pelo [[Imperador romano|imperador]] [[Diocleciano]], não previa necessariamente uma sucessão hereditária. Quando Constâncio Cloro faleceu a [[25 de julho]] de [[306]], as tropas de seu pai proclamaram Constantino como o [[Augusto (título)|augusto]] (28 de outubro de 306), mas em Roma o favorito era Magêncio, o filho do predecessor de Constâncio Cloro, [[Maximiano]]. Ambos os homens continuaram a clamar o título desde então, apesar de uma conferência que deveria resolver a disputa ter resultado na nomeação de Magêncio como imperador sénior, juntamente com [[Galério]]. A Constantino foi dado o direito de manter as províncias da [[Britânia (província romana)|Britânia]] e na [[Gália]], mas era oficialmente apenas um "[[César (título)|césar]]", ou imperador júnior.
== Antecedentes ==
 
Desde 293, o [[Império Romano]] está dividido em duas metades, cada qual governada por um [[Augusto (título)|Augusto]] (imperador sênior) e um [[César (título)|César]] (imperador júnior). Em 306, o Augusto do Ocidente [[Constâncio Cloro]] {{nwrap|r.|293|306}} falece em [[Eboraco]] (atual [[Iorque]], [[Inglaterra]]){{harvref|DiMaio|1996c}} e seus soldados elevam seu filho {{lknb|Constantino,|o Grande}} {{nwrap|r.|306|337}} como seu sucessor.{{harvref|Eutrópio|século IV|loc=10.1–2}} O Augusto do Oriente [[Galério]] {{nwrap|r.|293|311}}, no entanto, eleva [[Flávio Severo]] {{nwrap|r.|305|307}} à posição de Augusto, pois pelas prerrogativas do [[Tetrarquia|sistema tetrárquico]] vigente, sendo ele o César ocidental, deveria suceder o Augusto morto. Após algumas discussões diplomáticas, Galério demoveu Constantino para a posição de César, o que ele aceitou, permitindo assim que Severo assumisse sua posição.{{harvref|name=Di1996b|DiMaio|1996b}}
 
[[Magêncio]] {{nwrap|r.|306|312}}, filho de [[Maximiano]] (r. 285-305; 310), o Augusto antecessor de Constâncio Cloro, com inveja da posição de Constantino, declara-se imperador na Itália com o título de [[príncipe (Roma Antiga)|príncipe]] e chama seu pai da aposentadoria para co-governar consigo. Por 307, ambos sofrem invasões de Flávio Severo, que é derrotado e morto, e Galério, que decide retirar-se.<ref name=Di1996b />{{harvref|name=Di1997a|DiMaio|1997a}} Em 308, na [[Conferência de Carnunto]] convocada por Galério, o oficial [[Licínio]] {{nwrap|r.|308|324}} foi nomeado Augusto do Ocidente e deveria, portanto, lidar com o usurpador, porém nada fez.{{harvref|DiMaio|1997c}} No mesmo ano, em algum momento antes da conferência, Maximiano tentara depor seu filho num fracassado plano, o que forçou-o a fugir para a corte de Constantino na [[Gália]].<ref name=Di1997a />{{harvref|DiMaio|1997b}}
 
Em 310, contudo, Maximiano também tentaria depôr Constantino, mas seria derrotado e forçado a suicidar-se.{{harvref|Pohlsander|2004|p=17}}{{harvref|Barnes|1981|p=34–35}}{{harvref|Elliott|1996|p=43}}{{harvref|Lenski|2006|p=65–66}}{{harvref|Odahl|2004|p=93}}{{harvref|Potter|2004|p=352}} No ano seguinte, Magêncio, conclamando vingança pela morte de seu pai, declara guerra a Constantino, que responde com uma invasão à [[Itália do Norte]] com {{formatnum|40000}} soldados;{{harvref|name=Mac71|MacMullen|1969|p=71}}{{harvref|Anônimos|século III-IV|loc=(9)5.1–3}} [[Zósimo]] alega que o exército invasor era de {{formatnum|90000}} [[legião romana|infantes]] e {{formatnum|8000}} [[cavalaria romana|cavaleiros]] provenientes de [[germânicos]] e [[celtas]] subjugados e de parte do exército estacionado na [[Diocese da Britânia|Britânia]].{{harvref|Zósimo|século VI|loc=II.15.1.}} Após o [[cerco de Segúsio]] (atual [[Susa (Itália)|Susa]], [[Itália]]),{{harvref|Odahl|2004|p=101}} Constantino dirige-se para o interior e depara-se com uma força de Magêncio acampada nas imediações de [[Augusta dos Taurinos]] (atual [[Turim]]).{{harvref|name=Ba41|Barnes|1981|p=41}}{{harvref|Jones|1978|p=70}}{{harvref|Odahl|2004|p=101–2}}
 
== Batalha ==
 
Magêncio preparou-se para o mesmo tipo de guerra que travou contra Severo e Galério: ele permaneceu em Roma e preparou-se para um cerco.{{harvref|name=Ba42|Barnes|1981|p=42}}{{harvref|name=Od105|Odahl|2004|p=105}} Ele ainda controlava os [[guarda pretoriana|guardas pretorianos]] em Roma, estava bem abastecido com cereais africanos e estava cercado por todos os lados pelas aparentemente impenetráveis [[Muralhas Aurelianas]]. Ele ordenou que todas as pontas através do [[rio Tibre]] fossem cortadas, relatadamente sob conselho dos deuses,{{harvref|Jones|1978|p=71}} e deixou o resto da Itália Central indefesa; Constantino assegurou o apoio da região sem problemas.{{harvref|Odahl|2004|p=104}} Constantino prosseguiu vagarosamente<ref name=Ba42 /> através da [[Via Flamínia]],{{harvref|Odahl|2004|p=107}}{{harvref|MacMullen|1969|p=72}} permitindo que a fraqueza de Magêncio suscitasse mais tumulto em seu regime. O apoio a Magêncio continuou a enfraquecer: nas corridas de biga em 27 de outubro, a multidão abertamente zombou de Magêncio, gritando que Constantino era invencível.<ref name=Ba42 />{{harvref|name=Cu67|Curran|2000|p=67}}{{harvref|Jones|1978|p=71–72}}{{harvref|Odahl|2004|p=107–8}} Magêncio, não mais certo que emergiria vitorioso de um sítio, construiu uma [[ponte flutuante]] temporária através do Tibre próximo a [[ponte Mílvia]] em preparação para uma batalha campal contra Constantino.{{harvref|name=Mac78|MacMullen|1969|p=78}}{{harvref|Barnes|1981|p=42–43}} Em 28 de outubro de 312, o sexto aniversário de seu reinado, ele se aproximou dos protetores dos ''[[Livros Sibilinos]]'' para conselho. Os protetores profetizaram que, naquele dia, "o inimigo dos romanos" morreria. Magêncio avançou para norte para encontrar Constantino em batalha.<ref name=Cu67 />{{harvref|name=Od108|Odahl|2004|p=108}}{{harvref|Lactâncio|1871|loc=44.8}}{{harvref|name=Ba43|Barnes|1981|p=43}}{{harvref|name=Jo72|Jones|1978|p=72}}
 
Magêncio organizou suas forças — duas vezes maior que as de Constantino - em longas filas de frente para o campo de batalha, com suas costas para o rio.<ref name=Od108 /> O exército de Constantino chegou no campo portanto símbolos incomuns sobre seus estandartes ou sobre seus escudos.<ref name=Ba43 /><ref name=Jo72 />{{harvref|Digeser|2000|p=122}}{{harvref|Odahl|2004|p=106}} Segundo [[Lactâncio]], Constantino foi visitado em sonho na noite anterior a batalha, no qual foi aconselhado a "marcar o sinal divino de [[Deus]] nos escudos de seus soldados [[...]] por meio de uma letra inclinada ''X'' com a parte superior de sua cabeça inclinada arredondada, ele marcou Cristo nos escudos deles."{{harvref|Lactâncio|1871|loc=44.4–6}}{{harvref|name=Le71|Lenski|2006|p=71}}
 
[[Imagem:23 Estancia de Constantino (Visión de la Cruz).jpg|thumb|[[Afresco]] ''Visão da Cruz'', representação da Escola de [[Rafael]] da visão de Constantino. 1520-1524]]
[[Imagem:Batalla en Puente Milvio entre Constantino y Majencio.jpg|thumb|Afresco ''[[Batalha da Ponte Mílvia]]'', representação da [[Júlio Romano]]. 1520-1524]]


Em 312, os dois homens estavam de novo em conflito, apesar de serem cunhados. Muito disto era por obra do pai de Magêncio, Maximiano, que tinha sido retirado à força do cargo de imperador em [[305]] por pressão de Diocleciano. Maximiniano maquinou e enganou quer o próprio filho como também Constantino, tentando reaver o poder. Acabou por ser executado por Constantino em [[310]]. Quando Galério morreu, em 312, a luta pelo poder estava aberta. No verão de 312, Constantino reuniu as suas forças e decidiu resolver a contenda pela força.
Eusébio descreve outra versão, onde, enquanto marchando ao meio-dia, "ele viu com seus próprios olhos nos céus um troféu da cruz aparecendo da luz do sol, carregando a mensagem, ''[[In Hoc Signo Vinces]]'' ou 'Por este sinal vencerás'";<ref name=Od105 />{{harvref|name=Dra113|Drake|2006|p=113}}{{harvref|Eusébio de Cesareia|século IVb|loc=1.28}} no relato de Eusébio, Constantino teve um sonho na noite seguinte, no qual Cristo apareceu com o mesmo sinal divino, e contou-lhe para fazer um estandarte, o [[lábaro]], para seu exército naquela forma.<ref name=Ba43 />{{harvref|Eusébio de Cesareia|século IVb|loc=1.27–29}}{{harvref|Odahl|2004|p=105–6, 319–20}} Eusébio é vago sobre quando e onde estes eventos ocorreram,<ref name=Dra113 /> mas sua narrativa ocorre antes da guerra contra Magêncio começar.{{harvref|Cameron|1999|p=208}} Ele descreve o sinal como [[Qui]] (Χ) atravessado por [[Rô]] (Ρ) ou [[Chi Rho|☧]], um símbolo representando as primeiras duas letras da grafia grega da palavra Cristo (''Christos'').{{harvref|name=Ba306|Barnes|1981|p=306}}{{harvref|MacMullen|1969|p=73}}{{harvref|Odahl|2004|p=319}} A descrição eusebiana da visão tem sido explicada como um "[[Halo (fenómeno óptico)|halo]] solar", um fenômeno meteorológico que pode produzir efeitos similares.<ref name=Ba306 />{{harvref|Cameron|1999|p=206–7}}{{harvref|Drake|2006|p=114}}{{harvref|Nicholson|2000|p=311}} Em 315, um medalhão foi emitido em [[Ticino]] mostrando Constantino trajando um [[elmo]] brasonado com o Qui-Rô,<ref name=Le71 /> e moedas emitidas em [[Síscia]] em 317/318 repetem a imagem.{{harvref|Holloway|2004|p=3}} A figura era de outra forma rara e é incomum na iconografia e propaganda imperial antes dos anos 320.<ref name=Le71 />


[[Ficheiro:Raphael-Constantine at Milvian Bridge.jpg|thumb|300px|A Batalha da Ponte Mílvia por [[Giulio Romano]].]]
Constantino dispôs suas próprias forças junto ao longo de todo o comprimento da linha de Magêncio. Ele ordenou que sua cavalaria atacasse, e eles conseguiram quebraram a cavalaria inimiga. Ele então enviou sua infantaria contra a infantaria inimiga, empurrando muitos deles para o Tibre, onde foram abatidos ou se afogaram. As tropas de Magêncio quebraram antes do primeiro ataque. Os cavalos da guarda e pretorianos de Magêncio inicialmente mantiveram suas posições, mas quebraram sob a força do ataque da cavalaria constantiniana. Magêncio fugiu com eles, e tentou cruzar a ponte flutuante, mas foi empurrado pela massa de soldados em fuga no rio e afogou-se.<ref name=Ba43 /><ref name=Mac78 />{{harvref|name=Le70|Lenski|2006|p=70}}{{harvref|Curran|2000|p=68}}


Ele conquistou facilmente o norte da [[península Itálica]], e estava a menos de 15 quilômetros de [[Roma]] quando Magêncio decidiu defrontá-lo frente à [[ponte Mílvia]], uma ponte de pedra (ainda existente) sobre o [[rio Tibre]], na [[Via Flamínia]], que continua até Roma. Dominar a ponte seria crucial para Magêncio manter o rival fora de Roma, onde o senado decidiria seguramente por quem quer que conquistasse a cidade.
== Rescaldo ==


Constantino, à sua chegada, compreendeu que tinha feito um erro de cálculo e que Magêncio tinha muitos mais soldados à disposição do que ele. Algumas fontes dizem que a vantagem era de 19 para um a favor de Magêncio, mas a proporção mais provável era de quatro para um. De qualquer forma, Constantino tinha um desafio pela frente.
Constantino entrou em Roma em 29 de outubro.<ref name=Od108 />{{harvref|name=Ba44|Barnes|1981|p=44}}{{harvref|MacMullen|1969|p=81}} Ele encenou um grande [[advento (cerimônia)|advento]] na cidade e deparou-se com grande júbilo popular.{{harvref|Curran|2000|p=71–74}}{{harvref|Odahl|2004|p=105–6, 319–20}}{{harvref|Cameron|1999|p=93}} O corpo de Magêncio foi fisgado do Tibre e decapitado. Sua cabeça foi exibida através das ruas para todos verem.<ref name=Jo72 /><ref name=Le70 /><ref name=Od108 /><ref name=Mac78 /><ref name=Ba44 />{{harvref|Curran|2000|p=72}} Após as cerimônias, a cabeça decepada de Magêncio foi enviado para Cartago, o que teria encerrado a resistência na cidade.{{harvref|Barnes|1981|p=44–45}}


A tradição sustenta que, ao anoitecer de [[27 de outubro]], quando os exércitos se preparavam para a batalha, Constantino teve uma visão quando olhava para o sol que se punha. As [[Alfabeto grego|letras gregas]] '''XP''' (''[[Χ|Chi]]-[[Ρ|Rho]]'', as primeiras duas letras de Χριστός, "Cristo") entrelaçadas com uma cruz apareceram-lhe enfeitando o sol, juntamente com a inscrição "''In Hoc Signo Vinces''" — [[latim]] para "Sob este signo vencerás". Constantino, que era pagão na altura (apesar de que provavelmente sua mãe fosse cristã), colocou o símbolo nos escudos dos seus soldados. De fato, existem duas narrativas mais ou menos contemporâneas do episódio: Segundo o historiador [[Lactâncio]], Constantino teria recebido num sonho a ordem de inscrever "o sinal celeste nos escudos dos seus soldados"<ref>''de mort. pers.'' 44,5</ref> - o que teria feito ordenando que fosse neles traçado um "estaurograma", uma cruz latina com sua extremidade superior arredondada em "P". Segundo [[Eusébio de Cesareia]], o próprio Constantino teria lhe dito que, numa data incerta - e não necessariamente na véspera da batalha - teria tido, ao olhar para o sol, uma visão de uma cruz luminosa sobre a qual estaria escrito, em grego, "Εν Τουτω Νικα", ou, em latim, ''in hoc signo vinces'' - "com este sinal vencerás", e que, na noite seguinte, Cristo lhe teria explicado em sonho que esta frase deveria ser usada contra seus inimigos.
A tradição sustenta que, ao anoitecer de [[27 de outubro]], quando os exércitos se preparavam para a batalha, Constantino teve uma visão quando olhava para o sol que se punha. As [[Alfabeto grego|letras gregas]] '''XP''' (''[[Χ|Chi]]-[[Ρ|Rho]]'', as primeiras duas letras de Χριστός, "Cristo") entrelaçadas com uma cruz apareceram-lhe enfeitando o sol, juntamente com a inscrição "''In Hoc Signo Vinces''" — [[latim]] para "Sob este signo vencerás". Constantino, que era pagão na altura (apesar de que provavelmente sua mãe fosse cristã), colocou o símbolo nos escudos dos seus soldados. De fato, existem duas narrativas mais ou menos contemporâneas do episódio: Segundo o historiador [[Lactâncio]], Constantino teria recebido num sonho a ordem de inscrever "o sinal celeste nos escudos dos seus soldados"<ref>''de mort. pers.'' 44,5</ref> - o que teria feito ordenando que fosse neles traçado um "estaurograma", uma cruz latina com sua extremidade superior arredondada em "P". Segundo [[Eusébio de Cesareia]], o próprio Constantino teria lhe dito que, numa data incerta - e não necessariamente na véspera da batalha - teria tido, ao olhar para o sol, uma visão de uma cruz luminosa sobre a qual estaria escrito, em grego, "Εν Τουτω Νικα", ou, em latim, ''in hoc signo vinces'' - "com este sinal vencerás", e que, na noite seguinte, Cristo lhe teria explicado em sonho que esta frase deveria ser usada contra seus inimigos.


[[Ficheiro:labarum.svg|esquerda|180px|thumb|[[Cristograma]] de Constantino]]
Constantino entrou em Roma pouco depois, onde foi aclamado como o único Augusto ocidental. Ele teve creditada a vitória na ponte Mílvia à "Divindade" - ou a "uma Divindade" (na formulação deliberadamente ambígua escolhida pelo [[senado romano]], simpatizante do paganismo, para ser colocada no seu arco do triunfo<ref>[http://penelope.uchicago.edu/Thayer/E/Gazetteer/Places/Europe/Italy/Lazio/Roma/Rome/Arch_of_Constantine/inscriptions.html]</ref>), e ordenou o fim de todas as perseguições aos cristãos nos seus domínios, um passo que ele já tinha tomado na [[Britânia (província romana)|Britânia]],na [[Gália]] e [[Hispânia]] em [[306]]. Com o imperador como patrono, o [[cristianismo]], que já era muito difundido no império, explodiu em conversões e poder.
No dia seguinte, os dois exércitos confrontaram-se e Constantino saiu vitorioso. Já conhecido como um general hábil, Constantino começou a empurrar o exército de Magêncio de volta ao [[rio Tibre]] e Magêncio decidiu recuar, para defender-se mais próximo de Roma. Mas só havia uma escapatória, pela ponte, e os homens de Constantino infligiram grandes perdas no exército em fuga. Finalmente, uma ponte de barcas colocada ao lado da ponte Mílvia, pela qual muitas das tropas escapavam, sofreu o colapso, tendo os homens que ficaram na margem norte do rio Tibre sido mortos, ou feitos prisioneiros, com Magêncio entre os mortos.
 
{{referências|col=3}}
 
== Bibliografia ==
 
{{refbegin|2}}
 
* {{Citar livro|sobrenome=Anônimos|título=[[Doze Panegíricos Latinos]]|ano=século III-IV|ref=harv}}
 
* {{Citar livro|sobrenome=Barnes|nome=Timothy D.|título=Constantine and Eusebius|local=Cambridge, MA|editora=Harvard University Press|ano=1981|isbn=978-0-674-16531-1|ref=harv}}


Constantino entrou em Roma pouco depois, onde foi aclamado como o único Augusto ocidental. Ele teve creditada a vitória na ponte Mílvia à "Divindade" - ou a "uma Divindade" (na formulação deliberadamente ambígua escolhida pelo [[senado romano]], simpatizante do paganismo, para ser colocada no seu arco do triunfo<ref>[http://penelope.uchicago.edu/Thayer/E/Gazetteer/Places/Europe/Italy/Lazio/Roma/Rome/Arch_of_Constantine/inscriptions.html]</ref>), e ordenou o fim de todas as perseguições aos cristãos nos seus domínios, um passo que ele já tinha tomado na [[Britânia (província romana)|Britânia]],na [[Gália]] e [[Hispânia]] em [[306]]. Com o imperador como patrono, o [[cristianismo]], que já era muito difundido no império, explodiu em conversões e poder.
* {{Citar web|sobrenome=DiMaio|nome=Michael|autor=Michael DiMaio|título=Maxentius (306-312 A.D.)|url=http://www.roman-emperors.org/maxentiu.htm|publicado=Salve Regina University|ano=1997a|ref=harv}}
 
* {{Citar web|sobrenome=DiMaio|nome=Michael|autor=Michael DiMaio|título=Galerius (305-311 A.D.)|url=http://www.roman-emperors.org/galerius.htm|publicado=Salve Regina University|ano=1996b|ref=harv}}
 
* {{Citar web|sobrenome=DiMaio|nome=Michael|autor=Michael DiMaio|título=Constantius I Chlorus (305-306 A.D.)|url=http://www.roman-emperors.org/chlorus.htm|publicado=Salve Regina University|ano=1996c|ref=harv}}
 
* {{Citar web|sobrenome=DiMaio|nome=Michael|autor=Michael DiMaio|título=Licinius (308-324 A.D.)|url=http://www.roman-emperors.org/licinius.htm|publicado=Salve Regina University|ano=1997c|ref=harv}}
 
* {{Citar web|sobrenome=DiMaio|nome=Michael|autor=Michael DiMaio|título=Maximianus Herculius (286-305 A.D)|url=http://www.roman-emperors.org/maxherc.htm|publicado=Salve Regina University|ano=1997b|ref=harv}}
 
* {{Citar livro|sobrenome=Elliott|nome=T. G.|título=The Christianity of Constantine the Great|local=Scranton, PA|editora=University of Scranton Press|ano=1996|isbn=0-940866-59-5|ref=harv}}
 
* {{Citar livro|sobrenome=Eutrópio|autorlink=Eutrópio (historiador)|título=[[Breviário da História Romana]]|url=http://www.forumromanum.org/literature/eutropius/|ano=século IV|ref=harv}}
 
* {{Citar livro|sobrenome=Jones|nome=A. H. M.|título=Constantine and the Conversion of Europe|local=Buffalo|editora=University of Toronto Press|ano=1978|ref=harv}}
 
* {{Citar livro|sobrenome=Lenski|nome=Noel Emmanuel|título=The Cambridge companion to the Age of Constantine|editora=Cambridge University Press|ano=2006|isbn=0-521-52157-2|ref=harv}}
 
* {{Citar livro|sobrenome=MacMullen|nome=Ramsay|título=Constantine|local=Nova Iorque|editora=Dial Press|ano=1969|isbn=0-7099-4685-6|ref=harv}}
 
* {{Citar livro|sobrenome=Odahl|nome=Charles Matson|título=Constantine and the Christian Empire|local=Nova Iorque|editora=Routledge|ano=2004|0-415-38655-1|ref=harv}}
 
* {{Citar livro|sobrenome=Pohlsander|nome=Hans|título=The Emperor Constantine|local=Londres & Nova Iorque|editora=Routledge|ano=2004|isbn=0-415-31937-4|ref=harv}}
 
* {{Citar livro|sobrenome=Potter|nome=David Stone|título=The Roman Empire at Bay AD 180–395|editora=Routledge|local=Londres/Nova Iorque|ano=2004|isbn=0-415-10057-7|ref=harv}}
 
*{{Citar livro|sobrenome=Zósimo|autorlink=Zósimo|título=[[História Nova (Zósimo)|História Nova]]|ano=século VI|ref=harv}} ''In'' {{Citar livro|ultimo=Ridley|primeiro=R.T.|título=Zosimus: New History|editora=Byzantina Australiensia 2|lingua3=en|ano=1982|local=Camberra}}


{{Referências}}
{{refend}}


{{DEFAULTSORT:Batalha Ponte Milvia}}
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{{Commonscat|Battle of Milvian Bridge}}
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{{Portal3|História militar|Roma Antiga}}
{{Categorização AD e AB de outras wikis}}


[[Categoria:312]]
[[Categoria:Batalhas das Guerras Civis da Tetrarquia]]
[[Categoria:Batalhas de Constantino, o Grande]]
[[Categoria:Batalhas de Constantino, o Grande]]
[[Categoria:Batalhas das Guerras Civis da Tetrarquia]]
[[Categoria:Batalhas de Magêncio]]

Edição das 02h50min de 9 de outubro de 2015

Predefinição:Info/Batalha

A Batalha da Ponte Mílvia teve lugar a 28 de outubro de 312, entre os imperadores romanos Constantino Predefinição:Nwrap e Magêncio Predefinição:Nwrap. Com a vitória de Constantino, o rumo da história da Europa e, por extensão, do Ocidente, foi alterado radicalmente.

Antecedentes

Desde 293, o Império Romano está dividido em duas metades, cada qual governada por um Augusto (imperador sênior) e um César (imperador júnior). Em 306, o Augusto do Ocidente Constâncio Cloro Predefinição:Nwrap falece em Eboraco (atual Iorque, Inglaterra)Predefinição:Harvref e seus soldados elevam seu filho Predefinição:Lknb Predefinição:Nwrap como seu sucessor.Predefinição:Harvref O Augusto do Oriente Galério Predefinição:Nwrap, no entanto, eleva Flávio Severo Predefinição:Nwrap à posição de Augusto, pois pelas prerrogativas do sistema tetrárquico vigente, sendo ele o César ocidental, deveria suceder o Augusto morto. Após algumas discussões diplomáticas, Galério demoveu Constantino para a posição de César, o que ele aceitou, permitindo assim que Severo assumisse sua posição.Predefinição:Harvref

Magêncio Predefinição:Nwrap, filho de Maximiano (r. 285-305; 310), o Augusto antecessor de Constâncio Cloro, com inveja da posição de Constantino, declara-se imperador na Itália com o título de príncipe e chama seu pai da aposentadoria para co-governar consigo. Por 307, ambos sofrem invasões de Flávio Severo, que é derrotado e morto, e Galério, que decide retirar-se.[1]Predefinição:Harvref Em 308, na Conferência de Carnunto convocada por Galério, o oficial Licínio Predefinição:Nwrap foi nomeado Augusto do Ocidente e deveria, portanto, lidar com o usurpador, porém nada fez.Predefinição:Harvref No mesmo ano, em algum momento antes da conferência, Maximiano tentara depor seu filho num fracassado plano, o que forçou-o a fugir para a corte de Constantino na Gália.[2]Predefinição:Harvref

Em 310, contudo, Maximiano também tentaria depôr Constantino, mas seria derrotado e forçado a suicidar-se.Predefinição:HarvrefPredefinição:HarvrefPredefinição:HarvrefPredefinição:HarvrefPredefinição:HarvrefPredefinição:Harvref No ano seguinte, Magêncio, conclamando vingança pela morte de seu pai, declara guerra a Constantino, que responde com uma invasão à Itália do Norte com 40 000 soldados;Predefinição:HarvrefPredefinição:Harvref Zósimo alega que o exército invasor era de 90 000 infantes e 8 000 cavaleiros provenientes de germânicos e celtas subjugados e de parte do exército estacionado na Britânia.Predefinição:Harvref Após o cerco de Segúsio (atual Susa, Itália),Predefinição:Harvref Constantino dirige-se para o interior e depara-se com uma força de Magêncio acampada nas imediações de Augusta dos Taurinos (atual Turim).Predefinição:HarvrefPredefinição:HarvrefPredefinição:Harvref

Batalha

Magêncio preparou-se para o mesmo tipo de guerra que travou contra Severo e Galério: ele permaneceu em Roma e preparou-se para um cerco.Predefinição:HarvrefPredefinição:Harvref Ele ainda controlava os guardas pretorianos em Roma, estava bem abastecido com cereais africanos e estava cercado por todos os lados pelas aparentemente impenetráveis Muralhas Aurelianas. Ele ordenou que todas as pontas através do rio Tibre fossem cortadas, relatadamente sob conselho dos deuses,Predefinição:Harvref e deixou o resto da Itália Central indefesa; Constantino assegurou o apoio da região sem problemas.Predefinição:Harvref Constantino prosseguiu vagarosamente[3] através da Via Flamínia,Predefinição:HarvrefPredefinição:Harvref permitindo que a fraqueza de Magêncio suscitasse mais tumulto em seu regime. O apoio a Magêncio continuou a enfraquecer: nas corridas de biga em 27 de outubro, a multidão abertamente zombou de Magêncio, gritando que Constantino era invencível.[3]Predefinição:HarvrefPredefinição:HarvrefPredefinição:Harvref Magêncio, não mais certo que emergiria vitorioso de um sítio, construiu uma ponte flutuante temporária através do Tibre próximo a ponte Mílvia em preparação para uma batalha campal contra Constantino.Predefinição:HarvrefPredefinição:Harvref Em 28 de outubro de 312, o sexto aniversário de seu reinado, ele se aproximou dos protetores dos Livros Sibilinos para conselho. Os protetores profetizaram que, naquele dia, "o inimigo dos romanos" morreria. Magêncio avançou para norte para encontrar Constantino em batalha.[4]Predefinição:HarvrefPredefinição:HarvrefPredefinição:HarvrefPredefinição:Harvref

Magêncio organizou suas forças — duas vezes maior que as de Constantino - em longas filas de frente para o campo de batalha, com suas costas para o rio.[5] O exército de Constantino chegou no campo portanto símbolos incomuns sobre seus estandartes ou sobre seus escudos.[6][7]Predefinição:HarvrefPredefinição:Harvref Segundo Lactâncio, Constantino foi visitado em sonho na noite anterior a batalha, no qual foi aconselhado a "marcar o sinal divino de Deus nos escudos de seus soldados ... por meio de uma letra inclinada X com a parte superior de sua cabeça inclinada arredondada, ele marcou Cristo nos escudos deles."Predefinição:HarvrefPredefinição:Harvref

Afresco Visão da Cruz, representação da Escola de Rafael da visão de Constantino. 1520-1524
Afresco Batalha da Ponte Mílvia, representação da Júlio Romano. 1520-1524

Eusébio descreve outra versão, onde, enquanto marchando ao meio-dia, "ele viu com seus próprios olhos nos céus um troféu da cruz aparecendo da luz do sol, carregando a mensagem, In Hoc Signo Vinces ou 'Por este sinal vencerás'";[8]Predefinição:HarvrefPredefinição:Harvref no relato de Eusébio, Constantino teve um sonho na noite seguinte, no qual Cristo apareceu com o mesmo sinal divino, e contou-lhe para fazer um estandarte, o lábaro, para seu exército naquela forma.[6]Predefinição:HarvrefPredefinição:Harvref Eusébio é vago sobre quando e onde estes eventos ocorreram,[9] mas sua narrativa ocorre antes da guerra contra Magêncio começar.Predefinição:Harvref Ele descreve o sinal como Qui (Χ) atravessado por (Ρ) ou , um símbolo representando as primeiras duas letras da grafia grega da palavra Cristo (Christos).Predefinição:HarvrefPredefinição:HarvrefPredefinição:Harvref A descrição eusebiana da visão tem sido explicada como um "halo solar", um fenômeno meteorológico que pode produzir efeitos similares.[10]Predefinição:HarvrefPredefinição:HarvrefPredefinição:Harvref Em 315, um medalhão foi emitido em Ticino mostrando Constantino trajando um elmo brasonado com o Qui-Rô,[11] e moedas emitidas em Síscia em 317/318 repetem a imagem.Predefinição:Harvref A figura era de outra forma rara e é incomum na iconografia e propaganda imperial antes dos anos 320.[11]

Constantino dispôs suas próprias forças junto ao longo de todo o comprimento da linha de Magêncio. Ele ordenou que sua cavalaria atacasse, e eles conseguiram quebraram a cavalaria inimiga. Ele então enviou sua infantaria contra a infantaria inimiga, empurrando muitos deles para o Tibre, onde foram abatidos ou se afogaram. As tropas de Magêncio quebraram antes do primeiro ataque. Os cavalos da guarda e pretorianos de Magêncio inicialmente mantiveram suas posições, mas quebraram sob a força do ataque da cavalaria constantiniana. Magêncio fugiu com eles, e tentou cruzar a ponte flutuante, mas foi empurrado pela massa de soldados em fuga no rio e afogou-se.[6][12]Predefinição:HarvrefPredefinição:Harvref

Rescaldo

Constantino entrou em Roma em 29 de outubro.[5]Predefinição:HarvrefPredefinição:Harvref Ele encenou um grande advento na cidade e deparou-se com grande júbilo popular.Predefinição:HarvrefPredefinição:HarvrefPredefinição:Harvref O corpo de Magêncio foi fisgado do Tibre e decapitado. Sua cabeça foi exibida através das ruas para todos verem.[7][13][5][12][14]Predefinição:Harvref Após as cerimônias, a cabeça decepada de Magêncio foi enviado para Cartago, o que teria encerrado a resistência na cidade.Predefinição:Harvref

A tradição sustenta que, ao anoitecer de 27 de outubro, quando os exércitos se preparavam para a batalha, Constantino teve uma visão quando olhava para o sol que se punha. As letras gregas XP (Chi-Rho, as primeiras duas letras de Χριστός, "Cristo") entrelaçadas com uma cruz apareceram-lhe enfeitando o sol, juntamente com a inscrição "In Hoc Signo Vinces" — latim para "Sob este signo vencerás". Constantino, que era pagão na altura (apesar de que provavelmente sua mãe fosse cristã), colocou o símbolo nos escudos dos seus soldados. De fato, existem duas narrativas mais ou menos contemporâneas do episódio: Segundo o historiador Lactâncio, Constantino teria recebido num sonho a ordem de inscrever "o sinal celeste nos escudos dos seus soldados"[15] - o que teria feito ordenando que fosse neles traçado um "estaurograma", uma cruz latina com sua extremidade superior arredondada em "P". Segundo Eusébio de Cesareia, o próprio Constantino teria lhe dito que, numa data incerta - e não necessariamente na véspera da batalha - teria tido, ao olhar para o sol, uma visão de uma cruz luminosa sobre a qual estaria escrito, em grego, "Εν Τουτω Νικα", ou, em latim, in hoc signo vinces - "com este sinal vencerás", e que, na noite seguinte, Cristo lhe teria explicado em sonho que esta frase deveria ser usada contra seus inimigos.

Constantino entrou em Roma pouco depois, onde foi aclamado como o único Augusto ocidental. Ele teve creditada a vitória na ponte Mílvia à "Divindade" - ou a "uma Divindade" (na formulação deliberadamente ambígua escolhida pelo senado romano, simpatizante do paganismo, para ser colocada no seu arco do triunfo[16]), e ordenou o fim de todas as perseguições aos cristãos nos seus domínios, um passo que ele já tinha tomado na Britânia,na Gália e Hispânia em 306. Com o imperador como patrono, o cristianismo, que já era muito difundido no império, explodiu em conversões e poder.

Referências

  1. Erro de citação: Marca <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs chamadas Di1996b
  2. Erro de citação: Marca <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs chamadas Di1997a
  3. 3,0 3,1 Erro de citação: Marca <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs chamadas Ba42
  4. Erro de citação: Marca <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs chamadas Cu67
  5. 5,0 5,1 5,2 Erro de citação: Marca <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs chamadas Od108
  6. 6,0 6,1 6,2 Erro de citação: Marca <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs chamadas Ba43
  7. 7,0 7,1 Erro de citação: Marca <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs chamadas Jo72
  8. Erro de citação: Marca <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs chamadas Od105
  9. Erro de citação: Marca <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs chamadas Dra113
  10. Erro de citação: Marca <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs chamadas Ba306
  11. 11,0 11,1 Erro de citação: Marca <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs chamadas Le71
  12. 12,0 12,1 Erro de citação: Marca <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs chamadas Mac78
  13. Erro de citação: Marca <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs chamadas Le70
  14. Erro de citação: Marca <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs chamadas Ba44
  15. de mort. pers. 44,5
  16. [1]

Bibliografia

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