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O '''coqueiro''' (''Cocos nucifera''), é um membro da família [[Arecaceae]] (família das [[palmeira]]s). É a única espécie classificada no [[Género (biologia)|gênero]] ''[[Cocos (botânica)|Cocos]]''.
O '''coqueiro''' (''Cocos nucifera''), é um membro da família [[Arecaceae]] (família das [[palmeira]]s). É a única espécie classificada no [[Género (biologia)|gênero]] ''[[Cocos (botânica)|Cocos]]''.


É uma planta que pode crescer até 30 m de altura, com [[folha (botânica)|folhas]] pinadas de 4–6 m de comprimento, com pinas de 60–90 cm. As folhas caem completamente, deixando o [[tronco (órgão vegetal)|tronco]] liso.
É uma planta que pode crescer até 30 metros de altura, com [[folha (botânica)|folhas]] pinadas de 4–6 m de comprimento, com pinas de 60–90 cm. As folhas caem completamente, deixando o [[tronco (órgão vegetal)|tronco]] liso.


== Origens ==
== Distribuição ==
O coqueiro tem origem no [[Sudeste Asiático|Sudeste da Ásia]]. A planta foi introduzida no Brasil pelos colonizadores portugueses no século XVI, disseminando-se por muitas regiões, principalmente pelo litoral nordestino.<ref>{{Citar web|url=http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&view=article&id=515&Itemid=181|título=Coco|autor=Semira Adler Vainsencher|publicado=Fundação Joaquim Nabuco|acessodata=19 de agosto de 2019}}</ref>
O coqueiro tem origem no [[Sudeste Asiático|Sudeste da Ásia]]. No século XVI, a planta foi introduzida no Brasil por [[Duarte Coelho]], primeiro capitão-donatário da [[Capitania de Pernambuco]], disseminando-se por muitas regiões, principalmente pelo litoral nordestino.<ref>{{Citar web|url=http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&view=article&id=484&Itemid=1|título=Brites de Albuquerque|autor=Lúcia Gaspar|publicado=Fundação Joaquim Nabuco|acessodata=5-1-2020}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&view=article&id=515&Itemid=181|título=Coco|autor=Semira Adler Vainsencher|publicado=Fundação Joaquim Nabuco|acessodata=19 de agosto de 2019}}</ref>
 
Registros [[fóssil|fósseis]] da [[Nova Zelândia]] indicam a existência de pequenas plantas similares ao coqueiro de mais de 15&nbsp;milhões de anos.{{Carece de fontes|ci|data=novembro de 2016}}
 
Fósseis ainda mais antigos foram também descobertos no [[Rajastão]], na [[Índia]].{{Carece de fontes|ci|data=novembro de 2016}}


Os cocos espalharam-se através dos trópicos, em particular ao longo da linha costeira [[tropical]].
Os cocos espalharam-se através dos trópicos, em particular ao longo da linha costeira [[tropical]].


Como o seu [[fruto]] é pouco denso e flutua, a planta é espalhada prontamente pelas [[corrente (oceanografia)|correntes]] marinhas que podem carregar os cocos a distâncias significativas. A palmeira do coco prospera em solos arenosos e salinos nas áreas com luz solar abundante e pancadas de chuva regular (75–100&nbsp;cm anualmente), o que torna a colonização da costa relativamente fácil.
Como o seu [[fruto]] é pouco denso e flutua, a planta é espalhada prontamente pelas [[corrente (oceanografia)|correntes]] marinhas que podem carregar os cocos a distâncias significativas. A palmeira do coco prospera em solos arenosos e salinos nas áreas com luz solar abundante e pancadas de chuva regulares (75–100&nbsp;cm anualmente).


Já foram encontrados cocos transportados pelo mar tão ao norte como na [[Noruega]] em estado viável, que germinaram subsequentemente em circunstâncias apropriadas. Entretanto, nas ilhas do [[Havaí]], o coco é considerado como introdução, trazida primeiramente às ilhas há muito tempo por viajantes [[Polinésia|polinésios]] de sua terra natal no Sul do [[Pacífico]].
Já foram encontrados cocos transportados pelo mar tão ao norte como na [[Noruega]] em estado viável, que germinaram subsequentemente em circunstâncias apropriadas. Entretanto, nas ilhas do [[Havaí]], o coco é considerado como introdução, trazida primeiramente às ilhas há muito tempo por viajantes [[Polinésia|polinésios]] de sua terra natal no Sul do [[Pacífico]].


== Fruto ==
== Fruto ==
[[Imagem:Crackedcoconut PT.JPG|right|thumb|250px|Coco.]]
[[Imagem:Crackedcoconut PT.JPG|right|thumb|280x280px|Coco]]
[[botânica|Botanicamente]] falando, um [[coco]] é um ''[[fruto]] seco simples'' classificado como [[drupa]]<ref name="Cravo">Antonieta Barreira Cravo. ''[http://books.google.com/books?id=vjl8F1S1v0oC&pg=PA80 frutas & ervas que curam]''. Hemus; ISBN 978-85-289-0489-5. p. 80.</ref> fibrosa (não uma ''[[noz]]''). A casca ([[mesocarpo]]) é fibrosa e existe um "caroço" interno (o [[endocarpo]] [[lenho]]so). Este endocarpo duro tem três poros de [[germinação]] que são claramente visíveis na superfície exterior, uma vez que a casca é removida. É através de um destes que a pequena [[raiz]] emerge quando o [[embrião]] germina.
[[Imagem:Coconut trunk.jpg|thumb|Tronco de coco]]
[[botânica|Botanicamente]] falando, um [[coco]] é um ''[[fruto]] seco simples'' classificado como [[drupa]]<ref name="Cravo">Antonieta Barreira Cravo. ''[http://books.google.com/books?id=vjl8F1S1v0oC&pg=PA80 frutas & ervas que curam]''. Hemus; ISBN 978-85-289-0489-5. p. 80.</ref> fibrosa (não uma ''[[noz]]''). A casca ([[mesocarpo]]) é fibrosa e envolve um ''caroço'' (o [[endocarpo]] [[lenho]]so). Este endocarpo duro tem três poros de [[germinação]], visíveis ao remover a casca. É através de um destes que o [[embrião]] e a [[radícula]] rompem o [[tegumento]] do endocarpo.


O termo "coco" foi desenvolvido pelos portugueses no território asiático de [[Malabar]], na viagem de [[Vasco da Gama]] à Índia (1497-1498), a partir da associação da aparência do fruto, visto da extremidade, em que o endocarpo e os poros de germinação assemelham-se à face de um "[[coca (folclore)|coco]]" (monstro imaginário com que se assusta as crianças; papão; ogro), conforme conta o historiador [[João de Barros]] no seu livro [[Décadas da Ásia]] (1563) "''[...]por razão da qual figura, sem ser figura, os nossos lhe chamaram coco, nome imposto pelas mulheres a qualquer coisa, com que querem fazer medo às crianças, o qual nome assim lhe ficou, que ninguém lhe sabe outro, [...]''."
=== Origem do nome ===
<ref>Barros, João de. ''Da Ásia de João de Barros Dos feitos que os Portuguezes fizeram no Descubrimento, e conquista dos Mares, e Terras do Oriente''. Década Terceira. Lisboa : Na Régia Officina Typografica, 1777-1788 (Biblioteca Nacional Digital)</ref>
O termo ''coco'' foi atribuído pelos portugueses no território asiático de [[Malabar]], durante a viagem de [[Vasco da Gama]] à Índia (1497-1498), a partir da associação da aparência do fruto, visto da extremidade, em que o endocarpo e os poros de germinação assemelham-se à face de uma [[coca (folclore)|''coca'']] (masculino, ''coco''), monstro imaginário com que se assustam as crianças (o mesmo que papão; ogro), conforme conta o historiador [[João de Barros]] no seu livro ''[[Décadas da Ásia]]'' (1563) {{Quote|"''[...]por razão da qual figura, sem ser figura, os nossos lhe chamaram coco, nome imposto pelas mulheres a qualquer coisa, com que querem fazer medo às crianças, o qual nome assim lhe ficou, que ninguém lhe sabe outro, [...]''".<ref>Barros, João de. ''Da Ásia de João de Barros Dos feitos que os Portuguezes fizeram no Descubrimento, e conquista dos Mares, e Terras do Oriente''. Década Terceira. Lisboa : Na Régia Officina Typografica, 1777-1788 (Biblioteca Nacional Digital)</ref>}}<gallery>
. Do português o termo passou ao espanhol, francês e inglês "coco", ao italiano "cocco", ao alemão "Kokos" e aos compostos "coconut", inglês, e "Kokosnuss", alemão.
 
Em algumas partes do mundo, [[macaco]]s treinados são usados na colheita do coco. Escolas de treinamentos para macacos ainda existem no sul da [[Tailândia]]. Todos os anos são realizadas competições para identificar o mais rápido colhedor.
 
A Tailândia exporta 25 mil toneladas de coco por ano, os maiores compradores são, Brasil, China, Canadá, Índia e Inglaterra, o país é o terceiro maior produtor de coco do mundo, perdendo apenas para Cuba e Brasil, relativamente países de clima tropical.
# No Brasil se produz muita cocada feito do fruto da polpa do coco da baia.
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Cocos nucifera8.jpg | Frutos na árvore
Cocos nucifera8.jpg | Frutos na árvore
Tender coconut.jpg | Coco verde
Tender coconut.jpg | Coco verde
P Cocn D1766.JPG | Cocos secos
P Cocn D1766.JPG | Cocos secos
Cocos nucifera.jpg | Copa do coqueiro
Cocos nucifera.jpg | Copa do coqueiro
Coqueiro.jpg
Getting the coconut the Timorese way.jpg
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==Produção mundial de coco==
{| border="1" cellpadding="4" cellspacing="1" style="margin: 1em 1em 1em 0; background: #f9f9f9; border: 1px #aaa solid; text-align:left; border-collapse: collapse; font-size: 95%;"
|-
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!style="background-color:#E9E9E9" align=right|Produção em 2018 <br><small>(milhões de toneladas anuais)</small>
|-
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|-
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|-
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|-
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|-
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|colspan=2|''Fonte: Food and Agriculture Organization''<ref>{{citar web| url=http://www.fao.org/faostat/en/#data/QC/|título=Coconut production in 2018, Crops/World regions/Production quantity (from pick lists)|último =fao.org (FAOSTAT)|acessodata=29 de agosto de 2020}}</ref>
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== Produção no Brasil ==
[[Ficheiro:Brazil Coconut production regions 2020.jpg|thumb|right|Principais estados produtores de coco no Brasil.|249x249px]]
Em 2017, a Região Nordeste foi a maior produtora de coco do país, com 74,0% da produção nacional. A [[Bahia]] produziu 351 milhões de  frutos, o [[Sergipe]], 234 milhões, e o [[Ceará]] 187 milhões. Porém, o setor vem sofrendo forte concorrência e perdendo mercado para Indonésia, Filipinas e Índia, os maiores produtores mundiais, que chegam a exportar água de coco para o Brasil. Além dos problemas climáticos, a baixa  produtividade dos coqueiros na Região Nordeste é o resultado de fatores relacionados à variedade de coco explorada e ao nível tecnológico empregado nas regiões litorâneas. Nessas áreas, ainda predomina o sistema de cultivo semiextrativista, com baixa fertilidade e sem adoção de práticas de manejo cultural. Os três estados que possuem as maiores produções, Bahia, Sergipe e Ceará, apresentam rendimento três vezes menor que o de [[Pernambuco]], que está em 5º na produção nacional. Isso porque grande parte dos coqueirais desses três estados estão localizados em zonas litorâneas e cultivados em sistemas semiextrativistas. Em 2019, o [[Pará]] era o 3° maior produtor do país, com 191,8 milhões de frutos, perdendo apenas para a Bahia e o Ceará.<ref>[https://www.bnb.gov.br/documents/80223/4296541/61_coco.pdf/c172dd8f-3044-f1db-5d0c-a94c5eb735e0 PRODUÇÃO DE COCO: O NORDESTE É DESTAQUE NACIONAL]</ref>


== Uso ==
== Uso ==
[[Ficheiro:Punaú.jpg|thumb|200px|Coqueiros em um [[clima tropical]] em [[Barra de Punaú]] no [[Brasil]].]]
[[Ficheiro:Recife - Pernambuco - Brasil(2).jpg|thumb|250px|Coqueirais na área metropolitana do [[Recife]], em [[Pernambuco]], [[Brasil]].]]
Todas as partes do coco, salvo talvez as [[raiz]]es, são úteis e as árvores têm comparativamente um alto rendimento (até 75 cocos por ano); ele então possui significativo valor econômico. De fato em [[Sânscrito]] o nome para o coqueiro é ''kalpa vriksha'', o qual se traduz como "a árvore que fornece todas as necessidades da vida". Os usos das várias peças da palma incluem:
[[Ficheiro:Segunda Praia - Morro de São Paulo - Bahia (2).jpg|thumb|250px|Coqueiros em [[Morro de São Paulo]], no estado brasileiro da [[Bahia]].]]
[[Ficheiro:Punaú.jpg|thumb|250px|Coqueiros em Barra de Punaú, no [[Rio Grande do Norte]], Brasil.]]
Todas as partes do coco, salvo talvez as [[raiz|raízes]], são úteis e as árvores têm comparativamente um alto rendimento (até 75 cocos por ano); ele então possui significativo valor econômico. De fato em [[Sânscrito]] o nome para o coqueiro é ''kalpa vriksha'', o qual se traduz como "a árvore que fornece todas as necessidades da vida". Os usos das várias peças da palma incluem:
# O branco, parte gorda da [[semente]], é comestível (fresco) e usado (seco e dissecado) em [[culinária]];
# O branco, parte gorda da [[semente]], é comestível (fresco) e usado (seco e dissecado) em [[culinária]];
# A cavidade é cheia de "água de coco" que contém os [[açúcar]]es que são usados como uma bebida refrescante, e na composição da sobremesa gelatinosa ''[[nata de coco]]'';
# A cavidade é cheia de "[[água de coco]]", líquido que contém os [[açúcar]]es que são usados como uma bebida refrescante, e na composição da sobremesa gelatinosa ''[[nata de coco]]'';
# [[Leite de coco]] (que tem aproximadamente 17% de gordura) é feito processando o coco ralado com água quente que extrai o óleo e os [[compostos aromáticos]];
# [[Leite de coco]] (que tem aproximadamente 17% de gordura) é feito processando o [[coco ralado]] com água quente que extrai o óleo e os [[compostos aromáticos]];
# O líquido obtido da incisão da base das [[inflorescência]]s do coqueiro forma uma bebida conhecida em [[língua inglesa|inglês]] por "toddy", nas [[Filipinas]] chamada ''tuba'' e em [[Moçambique]], ''sura'';
# O [[Vinho de palma]], obtido da fermentação da [[seiva]] obtido pela incisão da base das [[inflorescência]]s do coqueiro forma uma bebida conhecida em [[língua inglesa|inglês]] por "toddy", nas [[Filipinas]] chamada ''tuba'' e em [[Moçambique]], ''sura'';<ref>[http://www.botgard.ucla.edu/html/MEMBGNewsletter/Volume5number4/Thechileanwinepalm.html Rundel, Philip W. ''The Chilean Wine Palm''] {{Wayback|url=http://www.botgard.ucla.edu/html/MEMBGNewsletter/Volume5number4/Thechileanwinepalm.html |date=20060104073913 }} no ''Mildred E. Mathias Botanical Garden Newsletter'', Fall 2002, Volume 5(4). Retrieved 2008-08-31</ref>
# Os botões da ponta de plantas adultas são comestíveis e são conhecidos como "cabaço de coco" (embora a colheita desta mate a árvore);
# Os botões da ponta de plantas adultas são comestíveis e são conhecidos como "cabaço de coco" (embora a colheita desta mate a árvore);
# O interior da ponta crescente é chamado ''coração-da-palma'' ou "[[palmito]]" e comido em saladas, chamadas às vezes "salada do milionário" (isto também mata a árvore);
# O interior da ponta crescente é chamado ''coração-da-palma'' ou "[[palmito]]" e comido em saladas, chamadas às vezes "salada do milionário" (isto também mata a árvore);
# [[Copra]] é a carne seca da semente, usada para preparar o [[óleo do coco]];
# [[Copra]] é a carne seca da semente, usada para preparar o [[óleo de coco]];
# O resíduo que fica depois de preparar o óleo é usado como ração para animais;
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# O tronco fornece [[madeira (material)|madeira]] para construção;
# As folhas fornecem materiais para cestas e palha de telhado;
# As folhas fornecem materiais para cestas e palha de telhado;
# A casca e a fibra do coco podem ser usados para combustível e são uma fonte boa do carvão de lenha;
# A casca e a [[fibra de coco]] podem ser usados para combustível e são uma fonte boa do carvão de lenha;
# Servem ainda em [[artesanato]] no fabrico de joias, utensílios domésticos, objetos decorativos entre outros;
# Servem ainda em [[artesanato]] no fabrico de joias, utensílios domésticos, objetos decorativos entre outros;
# Nos teatros, usavam-se metades de casca de coco que, batidas, davam o som de [[Casco (navio)|cascos]] de [[cavalo]];
# Nos teatros, usavam-se metades de casca de coco que, batidas, davam o som de [[Casco (navio)|cascos]] de [[cavalo]];
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== Coco no folclore ==
== Coco no folclore ==
A lenda popular da [[Indonésia]] denominada [[Hainuwele]] ("A rapariga do coco") conta a história da introdução do coqueiro em [[Seram]].
A lenda popular da [[Indonésia]] denominada [[Hainuwele]] ("A rapariga do coco") conta a história da introdução do coqueiro em [[Seram]].{{carece de fonte|data=janeiro de 2021}}


{{Referências}}
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== Ligações externas ==
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{{Commons|Cocos nucifera}}
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* [http://www.coconut-info.com/ Informações adicionais sobre cocos]
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[[Categoria:Arecaceae]]
[[Categoria:Arecaceae]]
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Edição atual tal como às 11h42min de 18 de agosto de 2022

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Como ler uma infocaixa de taxonomiaCoqueiro
Ilustração de um coqueiro
Ilustração de um coqueiro
Classificação científica
Reino: Plantae
Ordem: Arecales
Família: Arecaceae
Género: Cocos
Nome binomial
Cocos nucifera
( L.)

O coqueiro (Cocos nucifera), é um membro da família Arecaceae (família das palmeiras). É a única espécie classificada no gênero Cocos.

É uma planta que pode crescer até 30 metros de altura, com folhas pinadas de 4–6 m de comprimento, com pinas de 60–90 cm. As folhas caem completamente, deixando o tronco liso.

Distribuição

O coqueiro tem origem no Sudeste da Ásia. No século XVI, a planta foi introduzida no Brasil por Duarte Coelho, primeiro capitão-donatário da Capitania de Pernambuco, disseminando-se por muitas regiões, principalmente pelo litoral nordestino.[1][2]

Os cocos espalharam-se através dos trópicos, em particular ao longo da linha costeira tropical.

Como o seu fruto é pouco denso e flutua, a planta é espalhada prontamente pelas correntes marinhas que podem carregar os cocos a distâncias significativas. A palmeira do coco prospera em solos arenosos e salinos nas áreas com luz solar abundante e pancadas de chuva regulares (75–100 cm anualmente).

Já foram encontrados cocos transportados pelo mar tão ao norte como na Noruega em estado viável, que germinaram subsequentemente em circunstâncias apropriadas. Entretanto, nas ilhas do Havaí, o coco é considerado como introdução, trazida primeiramente às ilhas há muito tempo por viajantes polinésios de sua terra natal no Sul do Pacífico.

Fruto

Coco
Tronco de coco

Botanicamente falando, um coco é um fruto seco simples classificado como drupa[3] fibrosa (não uma noz). A casca (mesocarpo) é fibrosa e envolve um caroço (o endocarpo lenhoso). Este endocarpo duro tem três poros de germinação, visíveis ao remover a casca. É através de um destes que o embrião e a radícula rompem o tegumento do endocarpo.

Origem do nome

O termo coco foi atribuído pelos portugueses no território asiático de Malabar, durante a viagem de Vasco da Gama à Índia (1497-1498), a partir da associação da aparência do fruto, visto da extremidade, em que o endocarpo e os poros de germinação assemelham-se à face de uma coca (masculino, coco), monstro imaginário com que se assustam as crianças (o mesmo que papão; ogro), conforme conta o historiador João de Barros no seu livro Décadas da Ásia (1563) Página Predefinição:Quote/styles.css não tem conteúdo.

"[...]por razão da qual figura, sem ser figura, os nossos lhe chamaram coco, nome imposto pelas mulheres a qualquer coisa, com que querem fazer medo às crianças, o qual nome assim lhe ficou, que ninguém lhe sabe outro, [...]".[4]

Produção mundial de coco

País Produção em 2018
(milhões de toneladas anuais)
Indonésia 18,5
Filipinas 14,7
 Índia 11,7
Sri Lanka 2,6
 Brasil 2,3
 Vietnã 1,5
Papua-Nova Guiné 1,2
Predefinição:Country data México 1,1
 Tailândia 0,8
Myanmar Myanmar 0,5
Total mundial 61,8
Fonte: Food and Agriculture Organization[5]

Produção no Brasil

Principais estados produtores de coco no Brasil.

Em 2017, a Região Nordeste foi a maior produtora de coco do país, com 74,0% da produção nacional. A Bahia produziu 351 milhões de frutos, o Sergipe, 234 milhões, e o Ceará 187 milhões. Porém, o setor vem sofrendo forte concorrência e perdendo mercado para Indonésia, Filipinas e Índia, os maiores produtores mundiais, que chegam a exportar água de coco para o Brasil. Além dos problemas climáticos, a baixa produtividade dos coqueiros na Região Nordeste é o resultado de fatores relacionados à variedade de coco explorada e ao nível tecnológico empregado nas regiões litorâneas. Nessas áreas, ainda predomina o sistema de cultivo semiextrativista, com baixa fertilidade e sem adoção de práticas de manejo cultural. Os três estados que possuem as maiores produções, Bahia, Sergipe e Ceará, apresentam rendimento três vezes menor que o de Pernambuco, que está em 5º na produção nacional. Isso porque grande parte dos coqueirais desses três estados estão localizados em zonas litorâneas e cultivados em sistemas semiextrativistas. Em 2019, o Pará era o 3° maior produtor do país, com 191,8 milhões de frutos, perdendo apenas para a Bahia e o Ceará.[6]

Uso

Coqueirais na área metropolitana do Recife, em Pernambuco, Brasil.
Coqueiros em Morro de São Paulo, no estado brasileiro da Bahia.
Coqueiros em Barra de Punaú, no Rio Grande do Norte, Brasil.

Todas as partes do coco, salvo talvez as raízes, são úteis e as árvores têm comparativamente um alto rendimento (até 75 cocos por ano); ele então possui significativo valor econômico. De fato em Sânscrito o nome para o coqueiro é kalpa vriksha, o qual se traduz como "a árvore que fornece todas as necessidades da vida". Os usos das várias peças da palma incluem:

  1. O branco, parte gorda da semente, é comestível (fresco) e usado (seco e dissecado) em culinária;
  2. A cavidade é cheia de "água de coco", líquido que contém os açúcares que são usados como uma bebida refrescante, e na composição da sobremesa gelatinosa nata de coco;
  3. Leite de coco (que tem aproximadamente 17% de gordura) é feito processando o coco ralado com água quente que extrai o óleo e os compostos aromáticos;
  4. O Vinho de palma, obtido da fermentação da seiva obtido pela incisão da base das inflorescências do coqueiro forma uma bebida conhecida em inglês por "toddy", nas Filipinas chamada tuba e em Moçambique, sura;[7]
  5. Os botões da ponta de plantas adultas são comestíveis e são conhecidos como "cabaço de coco" (embora a colheita desta mate a árvore);
  6. O interior da ponta crescente é chamado coração-da-palma ou "palmito" e comido em saladas, chamadas às vezes "salada do milionário" (isto também mata a árvore);
  7. Copra é a carne seca da semente, usada para preparar o óleo de coco;
  8. A torta de coco, ou resíduo, ou farelo de coco, é o resíduo que fica depois de preparar o óleo é usado como ração para animais;[8][9]
  9. O tronco fornece madeira para construção;
  10. As folhas fornecem materiais para cestas e palha de telhado;
  11. A casca e a fibra de coco podem ser usados para combustível e são uma fonte boa do carvão de lenha;
  12. Servem ainda em artesanato no fabrico de joias, utensílios domésticos, objetos decorativos entre outros;
  13. Nos teatros, usavam-se metades de casca de coco que, batidas, davam o som de cascos de cavalo;
  14. A fibra pode ainda ser usada para a fabricação de cordas e tapetes, para enchimento de estofos e para o cultivo de orquídeas e outras plantas;
  15. Havaianos usam o tronco oco para dar forma a um cilindro, que pode servir como recipiente, ou mesmo canoas pequenas.
  16. A água do coco tem componentes presentes no plasma do sangue e é conhecida por ter sido usada como um líquido endovenoso de hidratação no passado quando havia uma falta de líquido próprio para transfusão de sangue. A água do coco tem teores elevados de potássio, cloreto e cálcio, porém sua osmolaridade média é de cerca de 500mOsm, contra 300mOsm do plasma sanguíneo. Já foi indicada em situações emergenciais em que se pretendia o aumento destes eletrólitos , porém, sabe-se hoje que seu uso endovenoso deve ser proscrito visto que além de haver diferença nas osmolaridades, os antígenos ali presentes podem desencadear choque por anafilaxia ou hemólise autoimune.
  17. As raízes do coqueiro são flexíveis e eram empregadas para confecção de cestos conhecidos como samburás, utilizados por pescadores para guardar os peixes, enquanto pescavam em canoas ou jangadas.

Coco no folclore

A lenda popular da Indonésia denominada Hainuwele ("A rapariga do coco") conta a história da introdução do coqueiro em Seram.Predefinição:Carece de fonte

Referências

  1. Lúcia Gaspar. «Brites de Albuquerque». Fundação Joaquim Nabuco. Consultado em 5 de janeiro de 2020 
  2. Semira Adler Vainsencher. «Coco». Fundação Joaquim Nabuco. Consultado em 19 de agosto de 2019 
  3. Antonieta Barreira Cravo. frutas & ervas que curam. Hemus; ISBN 978-85-289-0489-5. p. 80.
  4. Barros, João de. Da Ásia de João de Barros Dos feitos que os Portuguezes fizeram no Descubrimento, e conquista dos Mares, e Terras do Oriente. Década Terceira. Lisboa : Na Régia Officina Typografica, 1777-1788 (Biblioteca Nacional Digital)
  5. fao.org (FAOSTAT). «Coconut production in 2018, Crops/World regions/Production quantity (from pick lists)». Consultado em 29 de agosto de 2020 
  6. PRODUÇÃO DE COCO: O NORDESTE É DESTAQUE NACIONAL
  7. Rundel, Philip W. The Chilean Wine Palm Arquivado em 4 de janeiro de 2006, no Wayback Machine. no Mildred E. Mathias Botanical Garden Newsletter, Fall 2002, Volume 5(4). Retrieved 2008-08-31
  8. https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/30484/1/AvaliacaoValorNutr.pdf
  9. http://repositorio.ufpa.br/jspui/bitstream/2011/5222/1/Dissertacao_ValorNutritivoFarelo.pdf

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