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Lixa (Portugal): mudanças entre as edições

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{{Cidade de Portugal
|nome        = Lixa
|imagem      =Lixa - Portugal (167027006).jpg
|legenda    =Praça Dr. José Joaquim Coimbra
|brasão      =
|bandeira    =FLG-lixa.png
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|latP= N | latG= 41| latM=19 | latS= 00
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|concelho    = Felgueiras
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|população  = 8 926
|censo      = 2011
|fundação    = agosto de 1995
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|orago      = Nossa Senhora das Vitórias
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|distrito = [[Distrito do Porto|Porto]]
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|subregião = [[Tâmega (sub-região)|Tâmega]]}}
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A '''[Lixa][http://www.lixa.net/main/default.asp]''' é uma [[cidade]] [[Portugal|portuguesa]] do concelho de [[Felgueiras]], com cerca de 5 500 habitantes (2001). Tem quatro freguesias, [[Vila Cova da Lixa]], [[Santão]], [[Borba de Godim]] e [[Macieira da Lixa]], que somam uma área de 12,58 km².
A '''Lixa''' é uma cidade do concelho de [[Felgueiras]], distrito do [[Porto]], com cerca de 9 000 habitantes (2011). Desta fazem parte três freguesias, [[União das Freguesias de Vila Cova da Lixa e Borba de Godim]], a extinta freguesia de Macieira da Lixa e extinta freguesia de Santão (as extintas freguesias de Caramos e Vila Verde não fazem parte da Cidade da Lixa).
[[Imagem:mapa da cidade da lixa.bmp|thumb|mapa da cidade da Lixa.]]


{{esboço-geopt}}
A área da implantação da cidade é de 20,74 km², porém a área de 12,58 km², afeta à [[União das Freguesias de Vila Cova da Lixa e Borba de Godim]], integram as áreas mais nobres da cidade. A cidade da Lixa fica localizada entre as cidades de Amarante e Felgueiras. Foi elevada a cidade em 1995<ref>[https://data.dre.pt/eli/lei/39/1995/08/30/p/dre/pt/html Lei n.º 39/95, de 30 de agosto (Diário da República n.º 200, I Série-A, de 30-VIII-1995).]</ref>. É a chamada "Terra Verde". O natural desta cidade chama-se Lixense.


[[categoria:Cidades de Portugal]]
Contém um relevo montanhoso, destacando-se o monte do Ladário.


[[fr:Lixa]]
As atividades económicas existentes são o [[comércio]] - malhas, bordados, móveis e calçado, também se destaca as feiras); [[agricultura]] ([[milho]], [[centeio]], [[feijão]], [[batata]], [[cebola]], [[fruta]] variada, [[linho]], [[mel]] e o [[vinho verde]] (destacando-se o "Quinta da Lixa" que já ganhou vários prémios a nível nacional e internacional); [[artesanato]] -peças de renda e bordados de linho e algodão; [[pecuária]] -gado bovino e caprino usado na lavoura, vacarias, pocilgas e aviários; [[indústria]] (empresas de calçado (emprega 30% da População Ativa).
[[ro:Lixa]]


'''Lenda'''
==Toponímia==
----
Apesar da natureza controversa, crê-se que o nome da cidade possa advir do [[antropónimo]] latino Lícia.<ref>{{Citar web |ultimo=Infopédia |url=https://www.infopedia.pt/dicionarios/toponimia/lixa |titulo=lixa {{!}} Definição ou significado de lixa no Dicionário Infopédia de Toponímia |acessodata=2021-04-23 |website=Infopédia - Dicionários Porto Editora |lingua=pt}}</ref>
'''Os cães da Lixa'''


== Festa da cidade ==
Anualmente, na primeira semana de Setembro a cidade da Lixa assiste a uma grandiosa romaria: As festas em honra da '''Senhora das Vitórias.'''


Sobre o apodo de Cães da Lixa, muito se tem falado, mas há duas versões para justificar tal facto:
Estas festas costumam durar 6 dias, desde da quarta-feira anterior ao domingo de festa, até à segunda-feira seguinte.
- A primeira é de que na Lixa, dantes chamada Serra Lisa, apenas existia uma casa, cujo dono tinha vários cães. Os viandantes, idos de Guimarães ou outras terras para Trás-os-Montes, ou vice-versa, necessariamente tinham que passar pela Serra Lisa. Então, os ditos cães atacavam-nos, ladrando e mordendo, se o seu dono os não acalmasse. Daí a repugnância do povo, pelos cães da Lisa!!! E quando alguém sabia que um seu familiar ou amigo vinha para estes lados, não deixava de avisar: "Cuidado com o cães da Lisa!!"
- A outra versão, mais documentada, é que o cão deriva de "canne". Canne significa marco, que era um ponto de referência para os encontros dos viandantes. Os "Cannes" mais referenciados, pela sua melhor situação, eram os "cannes" da Lisa. Daí os Cães da Lixa, que maléficamente levaram para a parte zoológica quando na realidade deveria ser na parte toponímica.
Quanto a mim, considero a primeira versão mais verosímil, na medida em que os "Cannes", como marcos, nenhum mal poderiam fazer aos viandantes, enquanto que os cães, como animais, poderiam realmente morder alguém.
Porém, com o decorrer do tempo, estes cães (animais) foram-se adestrando e só consoante as circunstâncias actuam...


Carlos Coelho
Normalmente a quinta-feira é dedicada aos grupos de bombos, a sexta-feira e segunda-feira (último dia de festa) são o dia da atuação de um artista convidado, o sábado dedicado aos ranchos e samba e o domingo dedicado à religião e à Banda de Música da Lixa e à Fanfarra dos Bombeiros Voluntários da Lixa.
(in "Revista das Vitórias 2000")


'''Grilos com óculos'''
Era também tradição, no final de cada noite, assistir-se à largada das chamadas "vacas de fogo". Mas devido a intervenção recente das autoridades locais, esta velha tradição foi proibida.


== Área metropolitana ==
A área metropolitana da Lixa está inserida em 4 freguesias: [[União das Freguesias de Vila Cova da Lixa e Borba de Godim]], [[União das Freguesias de Macieira da Lixa e Caramos]], [[União das Freguesias de Vila Verde e Santão]] e [[União das Freguesias de Freixo de Cima e de Baixo]], estando contido, portanto, em 2 concelhos: [[Felgueiras]] e [[Amarante (Portugal)|Amarante]]. Esta área é um lugar INE 009175 (Lixa). Esta área tem cerca de 3 km² e um perímetro de 14 km e aqui vivem 5957 habitantes.


O senhor Roberto exercia as profissões de alfaiate, vendedor de lotarias, reparava e alugava bicicletas, além de comprar morrão e outros cereais.
[[Imagem:Área metropolitana da Lixa.JPG|thumb|Imagem de mapa da área metropolitana da cidade da Lixa (com base nas zonas BRIG11)]]
De espírito alegre e brincalhão, divertia-se e divertia os outros, sempre que conseguia pregar partidas a todos os que na sua ingenuidade acabavam por cair nas suas trapalhadas. Um dia, um lavrador de Fervença vendeu-lhe determinada quantidade de morrão. Quando foi entregar o cereal, o senhor Roberto aproveitou para lhe encomendar certa quantidade de grilos "mas com óculos" assim como bogalhos, mas estes não poderiam flutuar quando deitados em água.
Passados dias, o citado lavrador, apareceu com um "burrico" carregado de sacos com bogalhos e uma caixa com grilos. O senhor Roberto após exame minucioso aos grilos, não encontrou nenhum que lhe servisse, pois nenhum tinha óculos!...
De seguida, foi verificar se os bogalhos correspondiam ás características por ele exigidas, e para tal, aproveitou um tanque público que ainda existe de fronte da sua oficina, onde saco a saco foi despejando os bogalhos. Claro que nenhum deles se afundou na água, para desalento do lavrador que começava a ficar desconfiado.
Face à desconfiança do lavrador, o senhor Roberto foi à oficina buscar um bogalho que previamente furara e onde havia metido uma esfera de aço. Quando o pôs no tanque de água, de imediato este foi ao fundo. Perante a estupefacção do lavrador, o senhor Roberto disse:
- Está a ver? São deste bogalhos que eu quero...
Esta foi uma das muitas "maroteiras" do senhor Roberto, que quando contadas, serviam para diversão de todos os que nelas não estavam envolvidos.


Carlos Coelho
== [[Futebol Clube da Lixa]] ==
(in "Revista das Vitórias 2000")
'''Futebol Clube da Lixa''' é um clube desportivo da cidade de Lixa, concelho de Felgueiras, distrito do Porto, fundado a 1 de abril de 1934. Atualmente, tem equipa de futebol Sénior, Juniores, Juvenis, Iniciados, infantis A, Infantis B, Escolas A, Escolas B, Escola de Futebol, Veteranos e, na modalidade de futsal, Futsal Sénior Masculino e Futsal Júnior Feminino.


==[[Banda de Música da Lixa]]==
A Banda de Música da Lixa é das mais antigas do Norte do País e terá nascido no ano de 1807.


'''Os efeitos do 'Volfrâmio''''
Soube-se que a 29 de Setembro de 1807 terá aparecido em público pela primeira vez, abrilhantando as festividades de S. Miguel, padroeiro de Borba de Godim, uma das freguesias da Lixa.


Durante o período áureo das minas do Seixoso de 1940 a 1944, muita gente dos arredores da Lixa lá trabalhava. Os ordenados eram bons e muitos eram os que aproveitavam os resíduos do Volfrâmio que se escapavam pelas águas abaixo.
Fundada como “Música do Rancho da Lixa” e, tendo como maestro o Regente Manuel Joaquim de Freitas, a Banda foi autorizada por alvará de 09/09/1796, passado em Braga pelo Arcebispo D. Frei Caetano Brandão.
Daí que se chegou a comer pão-de-ló com caldo e cabrito servido num bidé...


Sobre este último caso, conto-o por ter ouvido falar nele; nessa altura, Junho de 1941 a Dezembro de 1943 estive no Faial (Açores) como militar.
Seus executantes eram oriundos da orquestra Privativa da Casa do Paço – conjunto que terá existido entre os anos de 1803 e 1805. Foi no ano de 1803 que Francisco Diogo de Moura Coutinho, Senhor e Fidalgo da Casa do Paço, assumiu contratar alguns músicos de Barcelos, executantes que a partir daí atuaram não apenas nas festas da casa senhorial, mas também nas celebrações religiosas que aconteciam na capela privativa da mesma.


Carlos Coelho
Após a morte do fidalgo, em 1805, os seus herdeiros, que pela divina arte não nutriam a mesma paixão do predecessor, dispensaram os serviços dos executantes, os quais, dois anos depois, e após um período de ensaios, apareceram na citada Festa de S. Miguel, agrupados na Filarmónica de que emana a Banda de Música da Lixa.
(in "Revista das Vitórias 2000")


Encontramos referências de que a Banda, em 1898, se denominava Banda dos Bombeiros Voluntários da Lixa, sendo referenciada a 5 de Fevereiro de 1928 como Banda marcial “Bombeiros Voluntários da Lixa”, nome que ostentou até 1981, embora os últimos anos já os tenha vivido sem que á Associação estivesse mais ou menos ligada.


'''Os efeitos do Vinho Verde da Lixa'''
A 5 de Março de 1981, fez-se a escritura no Cartório Notarial de Amarante, denominando esta associação de carácter cultural e recreativo de “Banda de Música da Lixa”, estando inscrita no INATEL com o n.º 2710 desde 17 de Agosto de 1984.


No dia 18 de Novembro de 1948, deu-se um caso pitoresco que, pelas circunstancias pouco vulgares de que se revestiu, não posso deixar de incluir nestas Lendas e Narrativas. A Sr.ª Laura da Conceição "Barria", já falecida há muitos anos e mãe do Sr. Silva da Pensão e da D. Emília Pinto, com estabelecimento de vinhos nesta vila, comprara meia pipa de vinho ao Sr. António Teixeira Bessa, do lugar de Campelo em Vila Cova da Lixa.
Naturalmente, passou por diversas crises, mas havia sempre um ou outro “carola” para resolver os problemas. O Martinho e A. Mendes de Caramos foram alguns desses apaixonados pela música da Lixa que não a deixaram morrer. Mas não se pode esquecer a carolice dos Maias, do Manuel Correia, do Cândido da S. Leite, do Casimiro Mendes ( que além de ter sido executante, foi também director durante 39 anos) e do José Lachado (que também foi executante e director), Bernardino A. Sampaio, Rodrigo Ferreira, Vítor Coelho, Alberto da S. e Costa, Hijino R. Correia, Joaquim de S. Barboba, José Marinho, José C. Amorim e Clemente Quintela Teixeira.
A referida taberneira que gozou sempre de fama possuir os melhores vinhos da região, encarregou um seu jornaleiro e dois vizinhos, um deles familiar seu - o tio Quim - , de ir buscar o citado vinho a casa do Sr. Bessa.
Após "provas e atestos", formalidades da praxe, procedeu-se ao carregamento da meia pipa, e ainda, de dois sacos de castanhas. No fim do serviço o Sr. Bessa que não era velhaco não hesitou em dar mais um bocadinho de "atesto", tirando mais algumas canecas do apreciado verdasco, satisfazendo assim os desejos dos quatro circunstantes. Todo isto, levou o seu tempo, quando partiram já era noite. O jornaleiro a conduzir os bois e o tio Quim à frente alumiava o condutor com um gasómetro. Todavia, percorridos uns escassos quinhentos metros cai um saco de castanhas; um pouco mais adiante cai o outro, e mais acima sai a chavelha ao carro, ficando este para trás, enquanto os bois e o seu condutor, sem se terem apercebido do que se passara, continuavam o seu caminho até à casa da compradora do vinho. O mesmo sucedeu aos outros dois que vinham atrás, pois embora tivessem tropeçado nos sacos das castanhas e de terem passado junto ao carro, continuaram alegremente o seu caminho. Ao chegarem a casa da Sr.ª Laurinha foi o espanto! - É que além de faltar o vinho e as castanhas, também não havia carro!!
Foi então que um dos membros da comitiva disse:
- Foram as bruxas que ficaram com as coisas!
Mas, na duvida, sempre voltaram atrás e lá encontraram a mercadoria e o "veículo", que levaram para a casa da compradora.
O que se passou para descarregar a meia pipa e a meter dentro da loja da comerciante, não merece a pena descreve-lo, pois, facilmente se calcula.


Numa das últimas noites de Outono de 1975, um grupo composto pelos Srs. Sousa, Teixeira, Babo, Teles, Jorge, Martins, Nelo e Monteirinho viram um clarão ali para os lados de Todeia. Julgando tratar-se de uma "queima" das que todos os dias martirizam os nossos montes e florestas, para seguiram pressurosos, em dois automóveis na disposição de colaborarem no ataque ao fogo.
Outros regentes por passaram: Álvaro Augusto, Mário de Jesus Moreira, Prof. Alberto Teixeira Douro.
Chegados àquela freguesia, viram o clarão mais além e com mais intensidade.
Então os nossos "astronautas" não desistiram e só quando chegaram a Celorico de Basto é que repararam que esse clarão era da Lua.
Como para lá "chegarem" lhes demorou muito tempo, resolveram voltar para trás, não sem beberem no "Maria Alice" ou no "Brás" uns copitos, para esquecerem a triste figura que fizeram...


Carlos Coelho
Em 1936, o então aluno do Conservatório de Música do Porto, Alberto Teixeira Douro, tomou conta da regência da banda de Música da Lixa, estando alguns tempos fora dela, devido à sua formatura no acima citado conservatório, sendo substituído por Óscar Machado e depois por Leonardo Vieira, tendo posteriormente reassumido a regência.
(in "Revista das Vitórias 2000")


'''O 'Carriço''''
O Sr. Prof. Teixeira Douro merece aqui uma referência especial porque não usufruía de ordenado, mas sim de uma parte dos contratos. É de referir que a Câmara Municipal de Felgueiras o distingui com a medalha de mérito e a gente da Lixa prestou-lhe uma singela, mas significativa homenagem, pelo seu esforço e dedicação à Banda.


Aureliano Vitorino da Silva, mais conhecido pelo Aureliano "Carriço", morreu nos anos 30 com cerca de 70 anos. Era uma figura típica da Lixa, pois "sabia fazer tudo". Era uma espécie de FAZ TUDO.
Passaram ainda por esta instituição os regentes Sr. José Freitas, o Sr. Vítor Sampaio e o Sr. Manuel M. Moreira, tendo estes último estado 15 anos, apostando sempre no ensaio de jovens músicos da Lixa.
Tinha uma barbearia no local onde existiu até há bem pouco tempo o talho do Carlos Ferrador. Além das barbas e cortes de cabelo fazia outras coisas como amolar tesouras e navalhas, reparação de louças e guarda-chuvas, etc...
O "Carriço" era tanoeiro, electricista... e até muito poupado, pois só gastava dois ou três fósforos por dia, para acender os seus cigarros. Acendia o primeiro de manhã, e antes de deitar a beata fora, acendia o segundo cigarro, o terceiro com o segundo e assim sucessivamente.
Bebia o seu copito, mas do que ele mais gostava era de aguardente.
Uma noite, cerca da meia hora, o Dr. Leonardo Coimbra, acompanhado de seu irmão Dr. António e do Dr. Ludgero Basto, encontraram o "Carriço" em cima do tanque da feira, a fazer tentativas para beber. O facto chamou a atenção dos três, tendo-lhe perguntado Dr. Leonardo:
- Que estás aí a fazer Aureliano?
- Ó senhor Doutor, tenho muita sede, mas a água que eu beber pode fazer falta ao milho ou ás videiras.
E logo saltou para o chão, preferindo ir ao Café Lima, hoje café Marley, beber dois tostões de aguardente...


Carlos Coelho
Atualmente, a Banda de Música da Lixa é composta por 52 elementos, sendo o seu maestro o Sr. José Machado. Apesar de muito antiga, é uma banda muito jovem, composta, na sua grande maioria, por jovens, e que aposta na formação dos seus executantes, visto ter a sua própria escola de música. Pode-se referir que costuma ter cerca de 20 a 30 atuações por ano, entre as quais se destacam Concertos, Festas, Romarias…
(in "Revista das Vitórias 2000")


'''O Boticário 'Santo''''
É evidente que todos os elementos desta instituição são apaixonados pela música, e neste caso pela Banda de Música da Lixa. Sempre que pedido, dão o seu melhor (músicos e dirigentes), mas não se pode deixar de destacar o nome de um singelo lixense, o Sr. Álvaro da Silva, na medida em que, em 1987, não só desempenha as suas funções na direção, como também “permite que toda a instituição funcione”… É mais um carola a juntar aos atrás referidos…


Em meados do século XVIII viveram na Lixa, dois irmãos boticários João Pinheiro e António Pinheiro e cada um possuía a sua botica. Ao último o povo denominava-o de Boticário Santo.
==Estância do Seixoso==
Soube-se mais tarde que o Antoninho Boticário, era um refinado charlatão e malandrete.
O Seixoso é um Edifício de grande envergadura, rodeado por enormes pinheirais e velhíssimos eucaliptos, construído no século passado para sanatório.
Certo dia escreveu uma "memória" para combater a febre amarela e, pensando tratar-se de caso inédito, enviou-a ao Imperador do Brasil, D. Pedro II! O Antoninho Boticário não honra a Lixa, mas eu estou apenas fazendo história...
Roubou muito desgraçado, praticou muita patifaria, mas, como todos os charlatães fez milagres, e tinha uma grande clientela uma vez que o povo parece gostar de ser intrujado...


Carlos Coelho
Em 1904 um pavoroso incêndio destruiu-o parcialmente. O seu proprietário, Dr. António Cerqueira Magro, mandou-o reconstruir não para continuar como sanatório, mas para Estância de Repouso. Tinha como médico permanente o distinto Dr. Eduardo Freitas, natural e residente na Lixa na Casa da Prelada. Depois da sua morte sucedeu-lhe o Dr. Manuel Cerqueira.
(in "Revista das Vitórias 2000")


'''A Srª Maria Louceira'''
Pela sua mesa, pelos seus belos ares, pelo seu sossego e pela maneira lhana como os seus hóspedes eram tratados, o Seixoso que só funcionava de Maio a Outubro, tinha grande afluência de hóspedes. Por lá passaram Condes, Marquesas, Generais, Médicos, etc...
Gente rica, não só portugueses como estrangeiros, passava as suas férias no Seixoso!


A Maria Louceira era vendedeira de louças de barro, e vendia-as nas feiras da Lixa e Amarante.
Nesses seis meses, o Dr. Cerqueira Magro dava esta estância à exploração a duas senhoras de Matosinhos - a D. Eulália e a D. Ritinha. Porque havia muitas raparigas ao serviço do hotel, os rapazes da Lixa passavam lá as tardes domingueiras. Alguns, munidos de instrumentos musicais, originavam danças e cantares populares, fazendo a delícia dos comensais.
O meio de transporte que utilizava para as suas deslocações era um carro de bois. Um dos seus "motoristas" era o Álvaro Almeida.
Foi casada com Manuel de Cabeceiras, regedor de Vila Cova durante muitos anos.
A "semaria louceira" era uma pessoa característica desta terra. Possuía um temperamento franco e afável e essencialmente espirituoso, era respeitadora e respeitada, sendo estimada e fazendo amizades nas regiões mais próximas, pois na Lixa nem vale a pena falar!
Nunca ninguém deixava de ser servido, quando a ela recorria e diz-se mesmo que os seus conhecimentos lhe davam um à vontade tão grande com determinado Juiz, de Amarante, que quando a ele se dirigia o fazia nestes termos:
- Olha lá meu menino, eu precisava deste favor...
E a "coisa" pegava!
O vício do rapé, que lhe era característico, contribui para a popularidade que granjeou, havendo até quem tenha escrito alguns versos sobre o assunto:
A semaria louceira
Digo dai, digo dai, dai, dai
Vende a loucinha barata, té
Oh tirolé, té, té, oh tirolé.


E também tem p'ró rapé
Desses encontros resultaram alguns casamentos, entre os quais o de meus pais, o D. José d'Avilez, etc...
Digo dai, digo dai, dai, daí
Entre 1934 e 1935, por morte das duas senhoras e do Dr. Cerqueira Magro, a exploração do hotel ficou a cargo do genro do proprietário, o Sr. Ferreira, acabando em breve por falecimento deste.
Uma caixinha de prata
, oh tirolé, , , oh tirolé.


Carlos Coelho
O Seixoso é hoje propriedade dos netos do Dr. Cerqueira Magro, (entre os quais o Professor Dr. Fernando Cerqueira Magro, médico e professor na Universidade do Porto), família bastante numerosa que o utiliza para passar férias bem como alguns fins-de-semana.
(in "Revista das Vitórias 2000")
 
Dos anos 20 até aos anos 30, o Dr. Cerqueira Magro, sabedor profundo da pureza e qualidade diurética da água do Juvêncio, pola à venda em garrafas e garrafões, sendo comercializada não só no mercado nacional mas também no estrangeiro.
 
Na verdade, a Fonte Juvêncio, que ainda hoje existe, fornece uma água maravilhosa, abastecendo muitos "clientes" que ao Seixoso a vão buscar, sem que o seu actual proprietário (Prof. Dr. Cerqueira Magro) lhes leve nada por isso...
 
==Fonte de Juvêncio ==
Em  Águas e Termas de Portugal (1918 89): “No Sanatório do Seixoso há” o regime de hotel, para pessoas sãs e para visitantes; o regime normaliano para os artríticos em geral, regime vegetariano para neurasténicos, epiléticos, herpéticos, dispépticos, etc., bem como outros vários regimes terapêuticos.   As águas são consideradas puríssimas e de excelentes efeitos diuréticos, atribuídas ao seu poder osmótico, atento à sua fraquíssima mineralização. (Correia,1922). 
 
A nascente que brota do granito, fracamente mineralizada. (Acciaiuoli, 1944,V)          
 
Em  Águas e Termas de Portugal (1918) as águas do Seixoso têm como subtítulo “A Evian portuguesa”, apresentando uma gravura   onde se vê um chalet entre pinheiros. Este edifício e descrito como conhecido pelo nome de Sanatório, mas tratava-se de um: “estabelecimento hidroterápico… hotel de repouso e regimes”.   Silicatadas, hipomineralizadas (0,036), carbogasosas, frias (12º) (Correia, 1922). Fracamente mineralizadas (Contreiras, 1951)          
 
Em 1900 o médico António Cerqueira Magro, compra a mata do Seixoso para aí instalar o que seria o primeiro Sanatório particular em Portugal, aberto em 1903. No ano seguinte as intempéries danificaram gravemente o estabelecimento que só voltou a abrir em 1910, como “estabelecimento hidroterápico… hotel de repouso e regimes”.
 
Apesar de referenciada por vários hidrologistas de renome, e elogiadas as suas instalações, nunca foi pedido um Alvará de Concessão, mas isso não impediu que na década de 20 as águas do Seixoso contassem com uma oficina de engarrafamento das suas águas.
 
== Comboio Joaninha ==
 
A organização desta empresa foi obra inicial do Dr. Cerqueira Magro, espírito trabalhador e tenaz na realização do que pensa executar.  Por volta de 1900, adquiriu a mata do Seixoso e, aí construiu um sanatório que iria ser parcialmente devorado pelo fogo em 1904. Após a sua reconstrução deu lugar a um prédio com outro fim: uma estância de repouso, hoje habitação sazonal da família, e que se encontra em estado de conservação precária. Dada a grande afluência de visitantes, e porque os meios de transporte eram raros. O Dr. Cerqueira Magro apresentou o plano da criação do Caminho de Ferro a um grupo de proprietários de Penafiel, Lousada, Felgueiras e Lixa, que, se colocaram ao seu lado, desejosos de colaborarem na obra que conduziria aquelas regiões ao grau de prosperidade a que tinham direito pela riqueza natural e densa população mal servidas pelos meios de viação usados até ali. Mas esse privilégio durou apenas oito ou nove anos, pois, em 1922 ou 1923, a Joaninha -como chamavam ao comboio de Penafiel à Lixa deixou de transitar. Pode dizer-se abertamente que o Caminho de Ferro de Penafiel à Lixa se deve ao Dr. Cerqueira Magro, como iniciador da empresa, e aos capitalistas de Penafiel, Lousada, Felgueiras e Lixa, porque forneceram somas valiosas para a realização do seu ideal: a viação acelerada. O Caminho de Ferro de Penafiel à Lixa, foi inaugurado oficialmente no dia 16 de Fevereiro de 1913, embora a 10 de Novembro de 1912, dia de S. Martinho já circulasse o comboio no troço de Penafiel-Novelas.
 
Na altura da inauguração oficial, a companhia possuía duas máquinas: a máquina n.º 1, denominada "Penafiel" e a n.º 2 "Lixa". Em Junho de 1913 foram adquiridas duas novas máquinas: a n.º 3 "Lousada" e a n.º 4 "Seixoso". Mais tarde foram adquiridas as máquinas n.º 5, "Felgueiras", e a n.º 6, "Margarida".
 
A inauguração do troço Felgueiras-Lixa teve lugar em Setembro de 1914, com muita alegria, e com a presença das bandas de música dos Bombeiros da Lixa e do Regimento de Infantaria 32. Houve missa solene pelo abade de Moura e, fogo pirotécnico, que veio de Viana do Castelo.
 
O comboio da inauguração chegou à Lixa às 10.15 h e era rebocado pela máquina "Seixoso". Os preços dos bilhetes de ida e volta de Penafiel à Lixa "era de 60 centavos, 50 centavos ou 40 centavos", conforme a classe em que se viajasse.
 
Com esta inauguração, estavam construídos 33 km de linha, assente no leito das estradas em terra desde a cidade de Penafiel até à povoação da Lixa. A linha de tipo americano, era percorrida em "2 horas no sentido de Penafiel - Lixa" e " em sentido inverso em 1 hora e 50 minutos, por causa das muitas paragens
 
Na Lixa a principal estação ficava situada, em Borba  de Godim num local onde hoje existe uma urbanização, logo no início da cidade.
 
== Figuras ilustres ==
* [[Leonardo Coimbra]] (1883-1936) - docente universitário, filósofo, tribuno, político, escritor e ministro
* Prof. Teixeira Douro- respeitado e distinguido regente da Banda de Música da Lixa
* António Cerqueira Magro (?-?) - médico, responsável pela construção do [[sanatório]] do Seixoso (1º privado construído em Portugal) e pelo [[Caminho de Ferro de Penafiel à Lixa e Entre-os-Rios]]
* [[António Pereira Nobre|António Nobre]] (1867-1900) - ilustre poeta Português da época
* Dr. Eduardo Freitas (1866-1926),escritor
* Sebastião Babo (1933-1988) - pintor
* [[Fernando Horta]] (1953-) - é um [[dirigente de carnaval]] brasileiro, presidente da escola de samba [[GRES Unidos da Tijuca]]
*Inês Silva (1993-) - primeiro cândido da linhagem dos cândidos fossa
 
{{Referências}}
 
== Ligações externas ==
 
==== '''Proteção''' ====
*[http://www.bombeiroslixa.pt Bombeiros Voluntários da Lixa]
 
==== '''Ativismo''' ====
*[http://gritah.org GRITAH Associação]
 
==== '''Cultura''' ====
*[http://www.rfmlixa.com/ Rancho Folclórico de Macieira da Lixa]
*[https://www.facebook.com/bandamusicalixa/ Banda de Música da Lixa]
*Associação Desportiva e Cultural de Vila Cova da Lixa
 
==== '''Desporto''' ====
 
*[https://www.facebook.com/futebolclubedalixa Futebol Clube da Lixa]
*[https://www.facebook.com/groups/BorgasCuptorneiofutsal BorgasCUP - Torneio de Futsal]
*[http://www.facebook.com/RolLixa/ Carros Rolamentos Lixa]
 
==== '''Educação''' ====
*[http://www.aelixa.pt Agrupamento de Escolas da Lixa]
*[http://fisicanalixa.blogspot.pt Física na Lixa]
*[http://www.geopalavras.pt/ Geopalavras]
 
==== '''Entretenimento''' ====
*[https://www.facebook.com/lixanima/ LixAnima]
*[https://facebook.com/vitoriasofficial Comissão de Festas "Vitórias"]
[[Categoria:Lixa| ]]

Edição atual tal como às 20h27min de 31 de agosto de 2022

Predefinição:Cidade de Portugal

A Lixa é uma cidade do concelho de Felgueiras, distrito do Porto, com cerca de 9 000 habitantes (2011). Desta fazem parte três freguesias, União das Freguesias de Vila Cova da Lixa e Borba de Godim, a extinta freguesia de Macieira da Lixa e extinta freguesia de Santão (as extintas freguesias de Caramos e Vila Verde não fazem parte da Cidade da Lixa).

A área da implantação da cidade é de 20,74 km², porém a área de 12,58 km², afeta à União das Freguesias de Vila Cova da Lixa e Borba de Godim, integram as áreas mais nobres da cidade. A cidade da Lixa fica localizada entre as cidades de Amarante e Felgueiras. Foi elevada a cidade em 1995[1]. É a chamada "Terra Verde". O natural desta cidade chama-se Lixense.

Contém um relevo montanhoso, destacando-se o monte do Ladário.

As atividades económicas existentes são o comércio - malhas, bordados, móveis e calçado, também se destaca as feiras); agricultura (milho, centeio, feijão, batata, cebola, fruta variada, linho, mel e o vinho verde (destacando-se o "Quinta da Lixa" que já ganhou vários prémios a nível nacional e internacional); artesanato -peças de renda e bordados de linho e algodão; pecuária -gado bovino e caprino usado na lavoura, vacarias, pocilgas e aviários; indústria (empresas de calçado (emprega 30% da População Ativa).

Toponímia

Apesar da natureza controversa, crê-se que o nome da cidade possa advir do antropónimo latino Lícia.[2]

Festa da cidade

Anualmente, na primeira semana de Setembro a cidade da Lixa assiste a uma grandiosa romaria: As festas em honra da Senhora das Vitórias.

Estas festas costumam durar 6 dias, desde da quarta-feira anterior ao domingo de festa, até à segunda-feira seguinte.

Normalmente a quinta-feira é dedicada aos grupos de bombos, a sexta-feira e segunda-feira (último dia de festa) são o dia da atuação de um artista convidado, o sábado dedicado aos ranchos e samba e o domingo dedicado à religião e à Banda de Música da Lixa e à Fanfarra dos Bombeiros Voluntários da Lixa.

Era também tradição, no final de cada noite, assistir-se à largada das chamadas "vacas de fogo". Mas devido a intervenção recente das autoridades locais, esta velha tradição foi proibida.

Área metropolitana

A área metropolitana da Lixa está inserida em 4 freguesias: União das Freguesias de Vila Cova da Lixa e Borba de Godim, União das Freguesias de Macieira da Lixa e Caramos, União das Freguesias de Vila Verde e Santão e União das Freguesias de Freixo de Cima e de Baixo, estando contido, portanto, em 2 concelhos: Felgueiras e Amarante. Esta área é um lugar INE 009175 (Lixa). Esta área tem cerca de 3 km² e um perímetro de 14 km e aqui vivem 5957 habitantes.

Imagem de mapa da área metropolitana da cidade da Lixa (com base nas zonas BRIG11)

Futebol Clube da Lixa

Futebol Clube da Lixa é um clube desportivo da cidade de Lixa, concelho de Felgueiras, distrito do Porto, fundado a 1 de abril de 1934. Atualmente, tem equipa de futebol Sénior, Juniores, Juvenis, Iniciados, infantis A, Infantis B, Escolas A, Escolas B, Escola de Futebol, Veteranos e, na modalidade de futsal, Futsal Sénior Masculino e Futsal Júnior Feminino.

Banda de Música da Lixa

A Banda de Música da Lixa é das mais antigas do Norte do País e terá nascido no ano de 1807.

Soube-se que a 29 de Setembro de 1807 terá aparecido em público pela primeira vez, abrilhantando as festividades de S. Miguel, padroeiro de Borba de Godim, uma das freguesias da Lixa.

Fundada como “Música do Rancho da Lixa” e, tendo como maestro o Regente Manuel Joaquim de Freitas, a Banda foi autorizada por alvará de 09/09/1796, passado em Braga pelo Arcebispo D. Frei Caetano Brandão.

Seus executantes eram oriundos da orquestra Privativa da Casa do Paço – conjunto que terá existido entre os anos de 1803 e 1805. Foi no ano de 1803 que Francisco Diogo de Moura Coutinho, Senhor e Fidalgo da Casa do Paço, assumiu contratar alguns músicos de Barcelos, executantes que a partir daí atuaram não apenas nas festas da casa senhorial, mas também nas celebrações religiosas que aconteciam na capela privativa da mesma.

Após a morte do fidalgo, em 1805, os seus herdeiros, que pela divina arte não nutriam a mesma paixão do predecessor, dispensaram os serviços dos executantes, os quais, dois anos depois, e após um período de ensaios, apareceram na citada Festa de S. Miguel, agrupados na Filarmónica de que emana a Banda de Música da Lixa.

Encontramos referências de que a Banda, em 1898, se denominava Banda dos Bombeiros Voluntários da Lixa, sendo referenciada a 5 de Fevereiro de 1928 como Banda marcial “Bombeiros Voluntários da Lixa”, nome que ostentou até 1981, embora os últimos anos já os tenha vivido sem que á Associação estivesse mais ou menos ligada.

A 5 de Março de 1981, fez-se a escritura no Cartório Notarial de Amarante, denominando esta associação de carácter cultural e recreativo de “Banda de Música da Lixa”, estando inscrita no INATEL com o n.º 2710 desde 17 de Agosto de 1984.

Naturalmente, passou por diversas crises, mas havia sempre um ou outro “carola” para resolver os problemas. O Martinho e A. Mendes de Caramos foram alguns desses apaixonados pela música da Lixa que não a deixaram morrer. Mas não se pode esquecer a carolice dos Maias, do Manuel Correia, do Cândido da S. Leite, do Casimiro Mendes ( que além de ter sido executante, foi também director durante 39 anos) e do José Lachado (que também foi executante e director), Bernardino A. Sampaio, Rodrigo Ferreira, Vítor Coelho, Alberto da S. e Costa, Hijino R. Correia, Joaquim de S. Barboba, José Marinho, José C. Amorim e Clemente Quintela Teixeira.

Outros regentes por lá passaram: Álvaro Augusto, Mário de Jesus Moreira, Prof. Alberto Teixeira Douro.

Em 1936, o então aluno do Conservatório de Música do Porto, Alberto Teixeira Douro, tomou conta da regência da banda de Música da Lixa, estando alguns tempos fora dela, devido à sua formatura no acima citado conservatório, sendo substituído por Óscar Machado e depois por Leonardo Vieira, tendo posteriormente reassumido a regência.

O Sr. Prof. Teixeira Douro merece aqui uma referência especial porque não usufruía de ordenado, mas sim de uma parte dos contratos. É de referir que a Câmara Municipal de Felgueiras o distingui com a medalha de mérito e a gente da Lixa prestou-lhe uma singela, mas significativa homenagem, pelo seu esforço e dedicação à Banda.

Passaram ainda por esta instituição os regentes Sr. José Freitas, o Sr. Vítor Sampaio e o Sr. Manuel M. Moreira, tendo estes último estado 15 anos, apostando sempre no ensaio de jovens músicos da Lixa.

Atualmente, a Banda de Música da Lixa é composta por 52 elementos, sendo o seu maestro o Sr. José Machado. Apesar de muito antiga, é uma banda muito jovem, composta, na sua grande maioria, por jovens, e que aposta na formação dos seus executantes, visto ter a sua própria escola de música. Pode-se referir que costuma ter cerca de 20 a 30 atuações por ano, entre as quais se destacam Concertos, Festas, Romarias…

É evidente que todos os elementos desta instituição são apaixonados pela música, e neste caso pela Banda de Música da Lixa. Sempre que pedido, dão o seu melhor (músicos e dirigentes), mas não se pode deixar de destacar o nome de um singelo lixense, o Sr. Álvaro da Silva, na medida em que, em 1987, não só desempenha as suas funções na direção, como também “permite que toda a instituição funcione”… É mais um carola a juntar aos atrás referidos…

Estância do Seixoso

O Seixoso é um Edifício de grande envergadura, rodeado por enormes pinheirais e velhíssimos eucaliptos, construído no século passado para sanatório.

Em 1904 um pavoroso incêndio destruiu-o parcialmente. O seu proprietário, Dr. António Cerqueira Magro, mandou-o reconstruir não para continuar como sanatório, mas para Estância de Repouso. Tinha como médico permanente o distinto Dr. Eduardo Freitas, natural e residente na Lixa na Casa da Prelada. Depois da sua morte sucedeu-lhe o Dr. Manuel Cerqueira.

Pela sua mesa, pelos seus belos ares, pelo seu sossego e pela maneira lhana como os seus hóspedes eram tratados, o Seixoso que só funcionava de Maio a Outubro, tinha grande afluência de hóspedes. Por lá passaram Condes, Marquesas, Generais, Médicos, etc... Gente rica, não só portugueses como estrangeiros, passava as suas férias no Seixoso!

Nesses seis meses, o Dr. Cerqueira Magro dava esta estância à exploração a duas senhoras de Matosinhos - a D. Eulália e a D. Ritinha. Porque havia muitas raparigas ao serviço do hotel, os rapazes da Lixa passavam lá as tardes domingueiras. Alguns, munidos de instrumentos musicais, originavam danças e cantares populares, fazendo a delícia dos comensais.

Desses encontros resultaram alguns casamentos, entre os quais o de meus pais, o D. José d'Avilez, etc... Entre 1934 e 1935, por morte das duas senhoras e do Dr. Cerqueira Magro, a exploração do hotel ficou a cargo do genro do proprietário, o Sr. Ferreira, acabando em breve por falecimento deste.

O Seixoso é hoje propriedade dos netos do Dr. Cerqueira Magro, (entre os quais o Professor Dr. Fernando Cerqueira Magro, médico e professor na Universidade do Porto), família bastante numerosa que o utiliza para passar férias bem como alguns fins-de-semana.

Dos anos 20 até aos anos 30, o Dr. Cerqueira Magro, sabedor profundo da pureza e qualidade diurética da água do Juvêncio, pola à venda em garrafas e garrafões, sendo comercializada não só no mercado nacional mas também no estrangeiro.

Na verdade, a Fonte Juvêncio, que ainda hoje existe, fornece uma água maravilhosa, abastecendo muitos "clientes" que ao Seixoso a vão buscar, sem que o seu actual proprietário (Prof. Dr. Cerqueira Magro) lhes leve nada por isso...

Fonte de Juvêncio

Em  Águas e Termas de Portugal (1918 89): “No Sanatório do Seixoso há” o regime de hotel, para pessoas sãs e para visitantes; o regime normaliano para os artríticos em geral, regime vegetariano para neurasténicos, epiléticos, herpéticos, dispépticos, etc., bem como outros vários regimes terapêuticos.   As águas são consideradas puríssimas e de excelentes efeitos diuréticos, atribuídas ao seu poder osmótico, atento à sua fraquíssima mineralização. (Correia,1922). 

A nascente que brota do granito, fracamente mineralizada. (Acciaiuoli, 1944,V)          

Em  Águas e Termas de Portugal (1918) as águas do Seixoso têm como subtítulo “A Evian portuguesa”, apresentando uma gravura   onde se vê um chalet entre pinheiros. Este edifício e descrito como conhecido pelo nome de Sanatório, mas tratava-se de um: “estabelecimento hidroterápico… hotel de repouso e regimes”.   Silicatadas, hipomineralizadas (0,036), carbogasosas, frias (12º) (Correia, 1922). Fracamente mineralizadas (Contreiras, 1951)          

Em 1900 o médico António Cerqueira Magro, compra a mata do Seixoso para aí instalar o que seria o primeiro Sanatório particular em Portugal, aberto em 1903. No ano seguinte as intempéries danificaram gravemente o estabelecimento que só voltou a abrir em 1910, como “estabelecimento hidroterápico… hotel de repouso e regimes”.

Apesar de referenciada por vários hidrologistas de renome, e elogiadas as suas instalações, nunca foi pedido um Alvará de Concessão, mas isso não impediu que na década de 20 as águas do Seixoso contassem com uma oficina de engarrafamento das suas águas.

Comboio Joaninha

A organização desta empresa foi obra inicial do Dr. Cerqueira Magro, espírito trabalhador e tenaz na realização do que pensa executar. Por volta de 1900, adquiriu a mata do Seixoso e, aí construiu um sanatório que iria ser parcialmente devorado pelo fogo em 1904. Após a sua reconstrução deu lugar a um prédio com outro fim: uma estância de repouso, hoje habitação sazonal da família, e que se encontra em estado de conservação precária. Dada a grande afluência de visitantes, e porque os meios de transporte eram raros. O Dr. Cerqueira Magro apresentou o plano da criação do Caminho de Ferro a um grupo de proprietários de Penafiel, Lousada, Felgueiras e Lixa, que, se colocaram ao seu lado, desejosos de colaborarem na obra que conduziria aquelas regiões ao grau de prosperidade a que tinham direito pela riqueza natural e densa população mal servidas pelos meios de viação usados até ali. Mas esse privilégio durou apenas oito ou nove anos, pois, em 1922 ou 1923, a Joaninha -como chamavam ao comboio de Penafiel à Lixa deixou de transitar. Pode dizer-se abertamente que o Caminho de Ferro de Penafiel à Lixa se deve ao Dr. Cerqueira Magro, como iniciador da empresa, e aos capitalistas de Penafiel, Lousada, Felgueiras e Lixa, porque forneceram somas valiosas para a realização do seu ideal: a viação acelerada. O Caminho de Ferro de Penafiel à Lixa, foi inaugurado oficialmente no dia 16 de Fevereiro de 1913, embora a 10 de Novembro de 1912, dia de S. Martinho já circulasse o comboio no troço de Penafiel-Novelas.

Na altura da inauguração oficial, a companhia possuía duas máquinas: a máquina n.º 1, denominada "Penafiel" e a n.º 2 "Lixa". Em Junho de 1913 foram adquiridas duas novas máquinas: a n.º 3 "Lousada" e a n.º 4 "Seixoso". Mais tarde foram adquiridas as máquinas n.º 5, "Felgueiras", e a n.º 6, "Margarida".

A inauguração do troço Felgueiras-Lixa teve lugar em Setembro de 1914, com muita alegria, e com a presença das bandas de música dos Bombeiros da Lixa e do Regimento de Infantaria 32. Houve missa solene pelo abade de Moura e, fogo pirotécnico, que veio de Viana do Castelo.

O comboio da inauguração chegou à Lixa às 10.15 h e era rebocado pela máquina "Seixoso". Os preços dos bilhetes de ida e volta de Penafiel à Lixa "era de 60 centavos, 50 centavos ou 40 centavos", conforme a classe em que se viajasse.

Com esta inauguração, estavam construídos 33 km de linha, assente no leito das estradas em terra desde a cidade de Penafiel até à povoação da Lixa. A linha de tipo americano, era percorrida em "2 horas no sentido de Penafiel - Lixa" e " em sentido inverso em 1 hora e 50 minutos, por causa das muitas paragens

Na Lixa a principal estação ficava situada, em Borba de Godim num local onde hoje existe uma urbanização, logo no início da cidade.

Figuras ilustres

Referências

Ligações externas

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