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Carlos Drummond de Andrade: mudanças entre as edições

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'''Carlos Drummond de Andrade''' ([[Itabira]], [[31 de outubro]] de [[1902]] — [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]], [[17 de agosto]] de [[1987]]) foi um [[poesia|poeta]], [[farmacêutico]], [[conto|contista]] e [[Crônica (literatura e jornalismo)|cronista]] [[brasil]]eiro, considerado por muitos o mais influente poeta brasileiro do [[século XX]].<ref name="UOL - Biografias">{{citar web |url=http://educacao.uol.com.br/biografias/carlos-drummond-de-andrade.jhtm |título=Carlos Drummond de Andrade |acessodata=21 de setembro de 2012 |autor= |coautores= |data= |ano= |mes= |formato= |obra= |publicado=UOL - Biografias |páginas= |língua= |citação= }}</ref> Drummond foi um dos principais poetas da segunda geração do [[modernismo brasileiro]], embora sua obra não se restrinja a formas e temáticas de movimentos específicos.<ref>{{citar web|url=http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/literatura/modernismosegunda-fase-literariapoesia.htm|título=Poesia na Segunda Geração do Modernismo|acessodata=11 de dezembro de 2015}}</ref>  
'''Carlos Drummond de Andrade''' ([[Itabira]], [[31 de outubro]] de [[1902]] — [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]], [[17 de agosto]] de [[1987]]) foi um [[poesia|poeta]], [[farmacêutico]], [[conto|contista]] e [[Crônica (literatura e jornalismo)|cronista]] [[brasil]]eiro, considerado por muitos o mais influente poeta brasileiro do [[século XX]].<ref name="UOL - Biografias">{{citar web |url=http://educacao.uol.com.br/biografias/carlos-drummond-de-andrade.jhtm |título=Carlos Drummond de Andrade |acessodata=21 de setembro de 2012 |autor= |coautores= |data= |ano= |mes= |formato= |obra= |publicado=UOL - Biografias |páginas= |língua= |citação= }}</ref> Drummond foi um dos principais poetas da segunda geração do [[modernismo brasileiro]], embora sua obra não se restrinja a formas e temáticas de movimentos específicos.<ref>{{citar web|url=http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/literatura/modernismosegunda-fase-literariapoesia.htm|título=Poesia na Segunda Geração do Modernismo|acessodata=11 de dezembro de 2015}}</ref>  


Os temas de sua obra são vastos e empreendem desde questões existenciais, como o sentido da vida e da morte, passando por questões cotidianas, familiares e políticas, como a utopia socialista, dialogando sempre com correntes tradicionais e contemporâneas de sua época. As características formais e estilísticas de sua obra também são vastas, destacando-se, por vezes, o [[dialeto mineiro]].<ref>Achcar, Francisco. A rosa do povo e claro enigma: Carlos Drummond de Andrade: roteiro de leitura. Editora Atica, 1993.</ref>
Os temas de sua obra são vastos e empreendem desde questões existenciais, como o sentido da vida e da morte, passando por questões cotidianas, familiares e políticas, como a utopia socialista, dialogando sempre com correntes tradicionais e contemporâneas de sua época. As características formais e estilísticas de sua obra também são vastas, destacando-se, por vezes, o [[dialeto mineiro]].<ref>{{citar livro |último=Achcar |primeiro=Francisco |título=A rosa do povo e claro enigma: Carlos Drummond de Andrade: roteiro de leitura |local=Sâo Paulo |editora=Ática |ano=1993 |isbn=9788508043804}}</ref>


== Biografia ==
== Biografia ==
Drummond nasceu na cidade de Itabira, em [[Minas Gerais]]. Sua memória dessa cidade viria a permear parte de sua obra. Seus [[antepassado]]s, tanto do lado materno como paterno, pertencem a famílias de origem escocesa remota{{citar livro | Bueno, Antônio Henrique Cunha | 1999 | Dicionário das famílias brasileiras | https://ihgb.org.br/pesquisa/biblioteca/item/5330-dicion%C3%A1rio-das-fam%C3%ADlias-brasileiras-carlos-eduardo-de-almeida-barata,-ant%C3%B4nio-henrique-cunha-bueno.html <ref>{{Citar web|url=https://www.geneaminas.com.br/genealogia-mineira/sobrenome.asp?codsobrenome=49500|titulo=GeneaMinas - genealogia mineira - Drummond|acessodata=2022-02-13|website=www.geneaminas.com.br}}</ref>.de há muito tempo estabelecidas no Brasil.<ref>{{citar web|url=http://www.dn.pt/inicio/interior.aspx?content_id=1000399&page=-1|título=A linha de sangue de Drummond - dn - DN|obra=DN}}</ref> Posteriormente, foi estudar no [[Colégio Arnaldo]], em [[Belo Horizonte]], e no [[Colégio Anchieta (Nova Friburgo)|Colégio Anchieta]], dos [[Companhia de Jesus|jesuítas]], em [[Nova Friburgo]].<ref>{{citar web |url=http://www.projetomemoria.art.br/drummond/ |titulo=Linha do tempo |acessodata=3 de junho de 2012 |publicado=Projeto Memória |autor =|data=|língua=}}</ref> Formado em [[farmácia]] pela [[Universidade Federal de Minas Gerais]],<ref>{{citar web|URL = https://www.ufmg.br/boletim/bol1325/quinta.shtml|título = Farmácia já vive expectativa de mudança para o campus|data = 22/08/2001|acessadoem = 13/11/2014|autor = Boletim da UFMG|publicado = Boletim da UFMG}}</ref> com [[Emílio Moura]] e outros companheiros, fundou "A Revista", para divulgar o [[modernismo]] no Brasil.<ref>{{citar web |url=http://www.projetomemoria.art.br/drummond/vida/as-revistas.jsp|titulo=As Revistas|acessodata=3 de junho de 2012|publicado=Projeto Memória|autor =|data=|língua=}}</ref> <ref>{{Citar web|url=https://www.revistabula.com/43327-carlos-drummond-de-andrade-a-rosa-que-sobreviveu-ao-lodo-do-brasil-getulista-mas-feneceu-com-uma-tragedia-intima/|titulo=Carlos Drummond de Andrade, a rosa que sobreviveu ao lodo do Brasil getulista, mas feneceu com uma tragédia íntima|data=2021-08-17|acessodata=2022-02-11|website=Revista Bula|lingua=pt-BR}}</ref>
Drummond nasceu na cidade de Itabira, em [[Minas Gerais]]. Sua memória dessa cidade viria a permear parte de sua obra. Seus [[antepassado]]s, tanto do lado materno como paterno, pertencem a famílias de origem escoto-madeirense<ref>{{citar web|url=https://acervo.folha.com.br/leitor.do?numero=30755&keyword=Drummond&anchor=4589447&origem=busca&originURL=&pd=9f4a5a23a2b72c9cc5542f039336c9f9|titulo=Os Drummond de Itabira, ascendentes do Barão de Drummond e do poeta Carlos Drummond de Andrade|data=02/06/1957|acessodata=28/02/2022|website=Folha de São Paulo}}</ref><ref>{{citar periódico |titulo=A heráldica da casa de Drummond |data=1937 |acessodata=28/02/2022 |jornal=Revista do Instituto Genealógico Brasileiro |publicado=Instituto Genealógico Brasileiro |ultimo=Drummond |primeiro=Antônio Augusto de Menezes |pagina=pág. 52 |volume=vol. 1}}</ref>há muito tempo estabelecidas no Brasil.<ref>{{citar web |url=https://www.dn.pt/arquivo/2008/a-linha-de-sangue-de-drummond-1000399.html |título=A linha de sangue de Drummond |data=5 de janeiro de 2008 |acessodata=25 de fevereiro de 2022 |publicado=Diário de Notícias}}</ref> Posteriormente, foi estudar no [[Colégio Arnaldo]], em [[Belo Horizonte]], e no [[Colégio Anchieta (Nova Friburgo)|Colégio Anchieta]], dos [[Companhia de Jesus|jesuítas]], em [[Nova Friburgo]].<ref>{{citar web |url=http://www.projetomemoria.art.br/drummond/ |titulo=Linha do tempo |acessodata=3 de junho de 2012 |publicado=Projeto Memória |autor =|data=|língua=}}</ref> Formado em [[farmácia]] pela [[Universidade Federal de Minas Gerais]],<ref>{{citar web|URL = https://www.ufmg.br/boletim/bol1325/quinta.shtml|título = Farmácia já vive expectativa de mudança para o campus|data = 22/08/2001|acessadoem = 13/11/2014|autor = Boletim da UFMG|publicado = Boletim da UFMG}}</ref> com [[Emílio Moura]] e outros companheiros, fundou "A Revista", para divulgar o [[modernismo]] no Brasil.<ref>{{citar web |url=http://www.projetomemoria.art.br/drummond/vida/as-revistas.jsp|titulo=As Revistas|acessodata=3 de junho de 2012|publicado=Projeto Memória|autor =|data=|língua=}}</ref>
Em 1925, casou-se com Dolores Dutra de Morais, com quem teve dois filhos, Carlos Flávio, que viveu apenas meia hora<ref>Santiago, Silviano; Coelho Frota, Lélia. [http://books.google.com.br/books?id=0I0tAAAAYAAJ&q=%22o+que+viveu+meia+hora%22&dq=%22o+que+viveu+meia+hora%22&hl=pt-BR&sa=X&ei=jygMUZq7ELC_0QGQv4CQDA&redir_esc=y ''Correspondência de Carlos Drummond de Andrade e Mário de Andrade''] Rio de Janeiro: Bem-Te-Vi, 2002. pp. 282.</ref> (e a quem é dedicado o poema "O que viveu meia hora", presente em ''Poesia completa'', Ed. Nova Aguilar, 2002), e [[Maria Julieta Drummond de Andrade]].[[Ficheiro:Itabira (MG).tif|esquerda|miniaturadaimagem|Itabira, 1955. [[Arquivo Nacional (Brasil)|Arquivo Nacional.]]|217x217px]]No mesmo ano em que publica a primeira obra poética, "Alguma poesia" (1930), o seu poema Sentimental é [[Spoken word|declamado]] na conferência "Poesia Moderníssima do Brasil",<ref name="UOL - Biografias" /> feita no curso de férias da [[Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra]], pelo professor da Cadeira de Estudos Brasileiros, Dr. Manoel de Souza Pinto, no contexto da política de difusão da [[literatura brasileira]] nas [[Lista de universidades de Portugal|Universidades Portuguesas]]. Nos anos 1940, Drummond ingressou nas fileiras do [[Partido Comunista Brasileiro]] (PCB) e chegou a dirigir um jornal do Partido no Rio de Janeiro, onde realizou uma entrevista com o dirigente do partido [[Luis Carlos Prestes]] ainda na cadeia.<ref>{{Citar web |url=https://www.acessa.com/gramsci/?page=visualizar&id=1417 |titulo=.: Gramsci e o Brasil :. |acessodata=2020-12-12 |website=www.acessa.com}}</ref><ref>{{Citar web |ultimo=admin |url=https://pcb.org.br/portal2/16820/carlos-drummond-de-andrade/ |titulo=Carlos Drummond de Andrade |data=2017-10-31 |acessodata=2020-12-12 |website=PCB - Partido Comunista Brasileiro |lingua=pt-BR}}</ref> Existe colaboração de sua autoria no semanário ''[[Mundo Literário]]''<ref>{{Citar web|url=http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/FichasHistoricas/MundoLiterario.pdf |autor=Helena Roldão |data=27-01-2014 |título=Ficha histórica: Mundo literário : semanário de crítica e informação literária, científica e artística (1946–1948)|formato=pdf|publicado=[[Hemeroteca Municipal de Lisboa]] |acessodata=3 de Novembro de 2014}}</ref> (1946–1948) e na revista luso-brasileira ''[[Atlântico: revista luso-brasileira|Atlântico]]'' <ref>{{Citar web|título=Ficha histórica:Atlântico: revista luso-brasileira (1942-1950)|url=http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/FichasHistoricas/Atlantico.pdf  |formato=pdf |publicado=[[Hemeroteca Municipal de Lisboa]]|autor=Helena Roldão|data=12/12/2012|acessodata=25 de Novembro de 2019}}</ref>. A 5 de abril de 1975, foi agraciado com o grau de Grande-Oficial da [[Ordem Militar de Sant'Iago da Espada]], de Portugal.<ref>{{citar web |url=http://www.ordens.presidencia.pt/?idc=154 |título=Entidades Estrangeiras Agraciadas com Ordens Portuguesas|autor=|data=|publicado=Presidência da República Portuguesa|acessodata=2020-09-07 |notas=Resultado da busca de "Carlos Drummond de Andrade".}}</ref>[[Ficheiro:Carlos Drummond de Andrade e Manuel Bandeira.tif|esquerda|miniaturadaimagem|Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade, 1954. [[Arquivo Nacional (Brasil)|Arquivo Nacional.]]|218x218px]]Durante a maior parte da vida, Drummond foi [[funcionário público]], embora tenha começado a escrever cedo e prosseguisse escrevendo até seu falecimento, que se deu em [[1987]] no [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]], doze dias após a morte de sua filha.<ref name="Y">{{citar web |url=http://veja.abril.com.br/idade/estacao/drummond/biografia.html# |publicado=[[Veja]] |autor= |titulo=Carlos Drummond de Andrade - Biografia |data= |acessodata=29 de setembro de 2008}}</ref> Além de [[poesia]], produziu [[literatura infantil|livros infantis]], [[conto]]s e crônicas. Sua morte ocorreu por [[infarto do miocárdio]] e [[insuficiência respiratória]].<ref>Veja. São Paulo: edição 990, 26 de agosto de 1987, pág. 109.</ref>
Em 1925, casou-se com Dolores Dutra de Morais, com quem teve dois filhos, Carlos Flávio, que viveu apenas meia hora<ref>Santiago, Silviano; Coelho Frota, Lélia. [http://books.google.com.br/books?id=0I0tAAAAYAAJ&q=%22o+que+viveu+meia+hora%22&dq=%22o+que+viveu+meia+hora%22&hl=pt-BR&sa=X&ei=jygMUZq7ELC_0QGQv4CQDA&redir_esc=y ''Correspondência de Carlos Drummond de Andrade e Mário de Andrade''] Rio de Janeiro: Bem-Te-Vi, 2002. pp. 282.</ref> (e a quem é dedicado o poema "O que viveu meia hora", presente em ''Poesia completa'', Ed. Nova Aguilar, 2002), e [[Maria Julieta Drummond de Andrade]].[[Ficheiro:Itabira (MG).tif|esquerda|miniaturadaimagem|Itabira, 1955. [[Arquivo Nacional (Brasil)|Arquivo Nacional.]]|217x217px]]No mesmo ano em que publica a primeira obra poética, "Alguma poesia" (1930), o seu poema Sentimental é [[Spoken word|declamado]] na conferência "Poesia Moderníssima do Brasil",<ref name="UOL - Biografias" /> feita no curso de férias da [[Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra]], pelo professor da Cadeira de Estudos Brasileiros, Dr. Manoel de Souza Pinto, no contexto da política de difusão da [[literatura brasileira]] nas [[Lista de universidades de Portugal|Universidades Portuguesas]]. Nos anos 1940, Drummond ingressou nas fileiras do [[Partido Comunista Brasileiro]] (PCB) e chegou a dirigir um jornal do Partido no Rio de Janeiro, onde realizou uma entrevista com o dirigente do partido [[Luis Carlos Prestes]] ainda na cadeia.<ref>{{Citar web |url=https://www.acessa.com/gramsci/?page=visualizar&id=1417 |titulo=.: Gramsci e o Brasil :. |acessodata=2020-12-12 |website=www.acessa.com}}</ref><ref>{{Citar web |ultimo=admin |url=https://pcb.org.br/portal2/16820/carlos-drummond-de-andrade/ |titulo=Carlos Drummond de Andrade |data=2017-10-31 |acessodata=2020-12-12 |website=PCB - Partido Comunista Brasileiro |lingua=pt-BR}}</ref> Existe colaboração de sua autoria no semanário ''[[Mundo Literário]]''<ref>{{Citar web|url=http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/FichasHistoricas/MundoLiterario.pdf |autor=Helena Roldão |data=27-01-2014 |título=Ficha histórica: Mundo literário : semanário de crítica e informação literária, científica e artística (1946–1948)|formato=pdf|publicado=[[Hemeroteca Municipal de Lisboa]] |acessodata=3 de Novembro de 2014}}</ref> (1946–1948) e na revista luso-brasileira ''[[Atlântico: revista luso-brasileira|Atlântico]]'' <ref>{{Citar web|título=Ficha histórica:Atlântico: revista luso-brasileira (1942-1950)|url=http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/FichasHistoricas/Atlantico.pdf  |formato=pdf |publicado=[[Hemeroteca Municipal de Lisboa]]|autor=Helena Roldão|data=12/12/2012|acessodata=25 de Novembro de 2019}}</ref>. A 5 de abril de 1975, foi agraciado com o grau de Grande-Oficial da [[Ordem Militar de Sant'Iago da Espada]], de Portugal.<ref>{{citar web |url=http://www.ordens.presidencia.pt/?idc=154 |título=Entidades Estrangeiras Agraciadas com Ordens Portuguesas|autor=|data=|publicado=Presidência da República Portuguesa|acessodata=2020-09-07 |notas=Resultado da busca de "Carlos Drummond de Andrade".}}</ref>[[Ficheiro:Carlos Drummond de Andrade e Manuel Bandeira.tif|esquerda|miniaturadaimagem|Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade, 1954. [[Arquivo Nacional (Brasil)|Arquivo Nacional.]]|218x218px]]Durante a maior parte da vida, Drummond foi [[funcionário público]], embora tenha começado a escrever cedo e prosseguisse escrevendo até seu falecimento, que se deu em [[1987]] no [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]], doze dias após a morte de sua filha.<ref name="Y">{{citar web |url=http://veja.abril.com.br/idade/estacao/drummond/biografia.html# |publicado=[[Veja]] |autor= |titulo=Carlos Drummond de Andrade - Biografia |data= |acessodata=29 de setembro de 2008}}</ref> Além de [[poesia]], produziu [[literatura infantil|livros infantis]], [[conto]]s e crônicas. Sua morte ocorreu por [[infarto do miocárdio]] e [[insuficiência respiratória]].<ref>Veja. São Paulo: edição 990, 26 de agosto de 1987, pág. 109.</ref>


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* ''Os Ombros Suportam o Mundo'' ([[1935]])
* ''Os Ombros Suportam o Mundo'' ([[1935]])
* ''Futebol a Arte '' ([[1970]])
* ''Futebol a Arte '' ([[1970]])
* ''Naróta do Coxordão '' ([[1971]])
* ''Da Utilidade dos Animais''
* ''Da Utilidade dos Animais''
* ''Elegia'' ([[1938]])
* ''Elegia'' ([[1938]])
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== Representações na cultura ==
== Representações na cultura ==
[[Imagem:Carlos Drummond.jpg|thumb|Famosa estátua de Drummond na [[Praia de Copacabana]].]]
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[[Imagem:Two Poets (1900566981).jpg|thumb|Estátuas ''Dois poetas'', na cidade de [[Porto Alegre]].
[[Imagem:Two Poets (1900566981).jpg|thumb|Estátuas ''Dois poetas'', na cidade de [[Porto Alegre]].
Em pé, Carlos Drummond de Andrade. Sentado, [[Mário Quintana]]. Drummond tinha um livro de bronze nas mãos, que foi roubado. As pessoas agora colocam sempre um livro nas mãos do poeta. Na foto, o livro que está com ele é "Diário de um Ladrão", do [[Jean Genet]].&nbsp;
Em pé, Carlos Drummond de Andrade. Sentado, [[Mário Quintana]]. Drummond tinha um livro de bronze nas mãos, que foi roubado. As pessoas agora colocam sempre um livro nas mãos do poeta. Na foto, o livro que está com ele é "Diário de um Ladrão", do [[Jean Genet]].&nbsp;
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Edição atual tal como às 00h11min de 17 de agosto de 2022

Predefinição:Info/Escritor

Carlos Drummond de Andrade
Chefe de Gabinete do Ministério da Educação do Brasil
Período 23 de julho de 1934
até 30 de outubro de 1945
Ministro Gustavo Capanema
Chefe de Gabinete do Presidente de Minas Gerais
Período 5 de setembro de 1933
até 15 de dezembro de 1933
Presidente Gustavo Capanema

Carlos Drummond de Andrade (Itabira, 31 de outubro de 1902Rio de Janeiro, 17 de agosto de 1987) foi um poeta, farmacêutico, contista e cronista brasileiro, considerado por muitos o mais influente poeta brasileiro do século XX.[1] Drummond foi um dos principais poetas da segunda geração do modernismo brasileiro, embora sua obra não se restrinja a formas e temáticas de movimentos específicos.[2]

Os temas de sua obra são vastos e empreendem desde questões existenciais, como o sentido da vida e da morte, passando por questões cotidianas, familiares e políticas, como a utopia socialista, dialogando sempre com correntes tradicionais e contemporâneas de sua época. As características formais e estilísticas de sua obra também são vastas, destacando-se, por vezes, o dialeto mineiro.[3]

Biografia

Drummond nasceu na cidade de Itabira, em Minas Gerais. Sua memória dessa cidade viria a permear parte de sua obra. Seus antepassados, tanto do lado materno como paterno, pertencem a famílias de origem escoto-madeirense[4][5]há muito tempo estabelecidas no Brasil.[6] Posteriormente, foi estudar no Colégio Arnaldo, em Belo Horizonte, e no Colégio Anchieta, dos jesuítas, em Nova Friburgo.[7] Formado em farmácia pela Universidade Federal de Minas Gerais,[8] com Emílio Moura e outros companheiros, fundou "A Revista", para divulgar o modernismo no Brasil.[9]

Em 1925, casou-se com Dolores Dutra de Morais, com quem teve dois filhos, Carlos Flávio, que viveu apenas meia hora[10] (e a quem é dedicado o poema "O que viveu meia hora", presente em Poesia completa, Ed. Nova Aguilar, 2002), e Maria Julieta Drummond de Andrade.

Itabira, 1955. Arquivo Nacional.

No mesmo ano em que publica a primeira obra poética, "Alguma poesia" (1930), o seu poema Sentimental é declamado na conferência "Poesia Moderníssima do Brasil",[1] feita no curso de férias da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, pelo professor da Cadeira de Estudos Brasileiros, Dr. Manoel de Souza Pinto, no contexto da política de difusão da literatura brasileira nas Universidades Portuguesas. Nos anos 1940, Drummond ingressou nas fileiras do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e chegou a dirigir um jornal do Partido no Rio de Janeiro, onde realizou uma entrevista com o dirigente do partido Luis Carlos Prestes ainda na cadeia.[11][12] Existe colaboração de sua autoria no semanário Mundo Literário[13] (1946–1948) e na revista luso-brasileira Atlântico [14]. A 5 de abril de 1975, foi agraciado com o grau de Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, de Portugal.[15]

Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade, 1954. Arquivo Nacional.

Durante a maior parte da vida, Drummond foi funcionário público, embora tenha começado a escrever cedo e prosseguisse escrevendo até seu falecimento, que se deu em 1987 no Rio de Janeiro, doze dias após a morte de sua filha.[16] Além de poesia, produziu livros infantis, contos e crônicas. Sua morte ocorreu por infarto do miocárdio e insuficiência respiratória.[17]

Em 1987, meses antes de sua morte, a escola de samba Mangueira o homenageou no Carnaval com o enredo "O Reino das Palavras", sagrando-se campeã do Carnaval Carioca naquele ano.[18]

Drummond e o modernismo brasileiro

Drummond, como os modernistas, segue a libertação proposta por Mário de Andrade e Oswald de Andrade; com a instituição do verso livre, mostrando que este não depende de um metro fixo.[1] Se dividirmos o modernismo numa corrente mais lírica e subjetiva e outra mais objetiva e concreta, Drummond faria parte da segunda, ao lado do próprio Oswald de Andrade.[1]

Poesia de Drummond

Troféu Carlos Drummond Andrade, uma láurea da coluna social itabirana para personalidades de destaque.

Quando se diz que Drummond foi o primeiro grande poeta a se afirmar depois das estreias modernistas, não se está querendo dizer que Drummond seja um modernista. De fato, herda a liberdade linguística, o verso livre, o metro livre, as temáticas cotidianas.[1]

Mas vai além. "A obra de Drummond alcança — como Fernand

Poema Papel, de Drummond, pintado numa parede da cidade de Leida, nos Países Baixos

o Pessoa ou Jorge de Lima, Herberto Helder ou Murilo Mendes — um coeficiente de solidão, que o desprende do próprio solo da história, levando o leitor a uma atitude livre de referências, ou de marcas ideológicas, ou prospectivas", afirma Alfredo Bosi (1994).

Affonso Romano de Sant'ana costuma estabelecer a poesia de Carlos Drummond a partir da dialética "eu x mundo", desdobrando-se em três atitudes:

  • Eu maior que o mundo — marcada pela poesia irônica
  • Eu menor que o mundo — marcada pela poesia social
  • Eu igual ao mundo — abrange a poesia metafísica
Foto do "Memorial Carlos Drummond de Andrade", em Itabira.

Sobre a poesia política, algo incipiente até então, deve-se notar o contexto em que Drummond escreve. A civilização que se forma a partir da Guerra Fria está fortemente amarrada ao neocapitalismo, à tecnocracia, às ditaduras de toda sorte, e ressoou dura e secamente no eu artístico do último Drummond, que volta, com frequência, à aridez desenganada dos primeiros versos: A poesia é incomunicável / Fique quieto no seu canto. / Não ame.[1] Muito a propósito da sua posição política, Drummond diz, curiosamente, na página 82 da sua obra "O Observador no Escritório", Rio de Janeiro, Editora Record, 1985, que "Mietta Santiago, a escritora, expõe-me sua posição filosófica: Do pescoço para baixo sou marxista, porém do pescoço para cima sou espiritualista e creio em Deus." No final da década de 1980, o erotismo ganha espaço na sua poesia até seu último livro.

Obra literária

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