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História da Etiópia: mudanças entre as edições

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{{História da Etiópia}}
{{História da Etiópia}}
A '''[[história]] da [[Etiópia]]''' está [[documento histórico|documentada]] como uma das mais antigas do mundo. Segundo descobertas recentes, a espécie ''[[Homo sapiens]]'' seria originária dessa região e daí se teria espalhado pelo mundo.
A '''[[história]] da [[Etiópia]]''' está [[documento histórico|documentada]] como uma das mais antigas do mundo. Segundo descobertas recentes, a espécie ''[[Homo sapiens]]'' seria originária dessa região e daí se teria espalhado pelo mundo.


Junto com os países vizinhos de [[Eritreia]], [[Sudão]], [[Djibouti]], [[Somália]] e [[Somalilândia]], esta região hospedou também o [[Império de Axum]]. A origem de Axum, por sua vez, remonta ao reino de [[Sabá]] (ou Shebah), no [[Iêmen]], referido na [[Bíblia]], que, por volta do ano 1000 a.C., se estendia, aparentemente, por todo o [[Corno de África]] e por parte da [[Península Arábica]].<ref name="Axum">[http://www.geocities.com/CollegePark/Classroom/9912/ancientabyssinia.html Sankofa Project Guide - Ancient African History – Ancient Abyssinia]</ref>
Junto com os países vizinhos de [[Eritreia]], [[Sudão]], [[Djibouti]], [[Somália]] e [[Somalilândia]], esta região hospedou também o [[Império de Axum]]. A origem de Axum, por sua vez, remonta ao reino de [[Sabá]] (ou Shebah), no [[Iêmen]], referido na [[Bíblia]], que, por volta do ano 1000 a.C., se estendia, aparentemente, por todo o [[Corno de África]] e por parte da [[Península Arábica]].<ref name="Axum">{{Citar web |url=http://www.geocities.com/CollegePark/Classroom/9912/ancientabyssinia.html |titulo=Sankofa Project Guide - Ancient African History – Ancient Abyssinia |acessodata=2009-04-08 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20090130063545/http://geocities.com/CollegePark/Classroom/9912/ancientabyssinia.html |arquivodata=2009-01-30 |urlmorta=yes}}</ref>


Desde aproximadamente o [[século IV a.C.]] os gregos chamavam de "Etiópia" a todos os países com população de [[negros|raça negra]], sem distinguir reinos nem países. Portanto, a Etiópia, segundo os gregos poderia ser a [[Núbia]] do sul de [[Egito]] e [[Sudão]], ou poderia ser o Império de Axum, que se concentrava nos arredores da [[Eritreia]] e ao norte da própria Etiópia, mas não há certeza histórica sobre isso.
Desde aproximadamente o [[século IV a.C.]] os gregos chamavam de "Etiópia" a todos os países com população de [[negros|raça negra]], sem distinguir reinos nem países. Portanto, a Etiópia, segundo os gregos poderia ser a [[Núbia]] do sul de [[Egito]] e [[Sudão]], ou poderia ser o Império de Axum, que se concentrava nos arredores da [[Eritreia]] e ao norte da própria Etiópia, mas não há certeza histórica sobre isso.


Fontes gregas referem que o Império de Axum era extremamente rico no [[século I]] e a cidade de [[Adúlis]] (que fica no país vizinho da [[Eritreia]]) é frequentemente mencionada como um dos mais importantes portos de África. Documentos oficiais, contudo, colocam a cidade de [[Axum]] como a capital onde se encontrava a corte da [[Rainha de Sabá]]. Esse reino tinha, no [[século II]], direito de receber tributos de estados da [[Península Arábica]] e tinha inclusivamente conquistado o [[Reino de Cuche]], no actual Sudão.  
Fontes gregas referem que o Império de Axum era extremamente rico no [[século I]] e a cidade de [[Adúlis]] (que fica no país vizinho da [[Eritreia]]) é frequentemente mencionada como um dos mais importantes portos de África. Documentos oficiais, contudo, colocam a cidade de [[Axum]] como a capital onde se encontrava a corte da [[Rainha de Sabá]]. Esse reino tinha, no [[século II]], direito de receber tributos de estados da [[Península Arábica]] e tinha inclusivamente conquistado o [[Reino de Cuxe]], no actual Sudão.  


Há indicações do carácter cosmopolita desse reino, com populações [[judeu|judaicas]], [[núbia]]s, [[cristão|cristãs]] e mesmo minorias [[budista]]s.<ref name="Axum" />
Há indicações do carácter cosmopolita desse reino, com populações [[judeu|judaicas]], [[núbia]]s, [[cristão|cristãs]] e mesmo minorias [[budista]]s.<ref name="Axum" />
== Linha do tempo ==
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  from:1855 till:1936 text:[[Tewodros II|Reunificação]]
  from:1936 till:1941 text:[[África Oriental Italiana|Itália]]
  from:1941 till:1974 text:[[Haile Selassie|Selassie]]
  from:1974 till:1991 text:[[Derg]]
  from:1991 till:2013 text:[[Ethiopia|Federal]]
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== Pré-história ==
== Pré-história ==
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=== Dinastias Etíopes ===
=== Dinastias Etíopes ===
A dinastia Zagwe governou algumas partes da região em que atualmente se situam a Etiópia e a Eritreia de, aproximadamente, 1137 a 1270. O nome da dinastia vem do povo Agaw, que falam línguas cuchíticas, ao norte da Etiópia. De 1270, durante muitos séculos, a dinastia salomônica governou a região.
o [[Reino Zagué]] governou algumas partes da região em que atualmente se situam a Etiópia e a Eritreia de, aproximadamente, 1137 a 1270. O nome da dinastia vem do povo Agau, que falam línguas cuxíticas, ao norte da Etiópia. De 1270, durante muitos séculos, a dinastia salomônica governou a região.


=== Contacto restaurado com a Europa ===
=== Contacto restaurado com a Europa ===
No início do século XV, a Etiópia procurou realizar contactos diplomáticos com reinos europeus pela primeira vez desde os tempos dos [[Império de Axum|axumitas]]. Uma carta do Rei [[Henrique IV de Inglaterra]] ao Imperador da Abissínia ainda existe.<ref>Ian Mortimer, ''The Fears of Henry IV'' (2007), p.111</ref> Em 1428, o Imperador Yeshaq, da Etiópia, enviou dois emissários para [[Afonso V de Aragão]], que enviou emissários retornando, porém estes falharam em completar a viagem de retorno.<ref>Girma Beshah and Merid Wolde Aregay, ''The Question of the Union of the Churches in Luso-Ethiopian Relations (1500–1632)'' (Lisbon: [[Junta de Investigações do Ultramar]] and Centro de Estudos Históricos Ultramarinos, 1964), pp. 13–4.</ref> As primeiras relações contínuas com um país europeu começaram em 1508, com [[Portugal]], sob o Imperador Lebna Dengel, que havia acabado de herdar o trono de seu pai..<ref>Girma and Merid, ''Question of the Union of the Churches'', pp. 25.</ref> Na embaixada enviada em 1515 em resposta ao envio a Portugal do [[Mateus da Etiópia|embaixador etiope Mateus]], seguia [[Francisco Álvares]], que faria um relato do reino, incluindo o testemunho de [[Pêro da Covilhã]].<ref>Beckingham and Huntingford, translators, ''Prester John'', p.307.</ref>
No início do século XV, a Etiópia procurou realizar contactos diplomáticos com reinos europeus pela primeira vez desde os tempos dos [[Império de Axum|axumitas]]. Uma carta do Rei [[Henrique IV de Inglaterra]] ao Imperador da Abissínia ainda existe.<ref>Ian Mortimer, ''The Fears of Henry IV'' (2007), p.111</ref> Em 1428, o Imperador Yeshaq, da Etiópia, enviou dois emissários para [[Afonso V de Aragão]], que enviou emissários retornando, porém estes falharam em completar a viagem de retorno.<ref>Girma Beshah and Merid Wolde Aregay, ''The Question of the Union of the Churches in Luso-Ethiopian Relations (1500–1632)'' (Lisbon: [[Junta de Investigações do Ultramar]] and Centro de Estudos Históricos Ultramarinos, 1964), pp. 13–4.</ref> As primeiras relações contínuas com um país europeu começaram em 1508, com [[Portugal]], sob o Imperador Lebna Dengel, que havia acabado de herdar o trono de seu pai.<ref>Girma and Merid, ''Question of the Union of the Churches'', pp. 25.</ref> Na embaixada enviada em 1515 em resposta ao envio a Portugal do [[Mateus da Etiópia|embaixador etíope Mateus]], seguia [[Francisco Álvares]], que faria um relato do reino, incluindo o testemunho de [[Pêro da Covilhã]].<ref>Beckingham and Huntingford, translators, ''Prester John'', p.307.</ref>


[[Ficheiro:Gonder.jpg|thumb|[[Castelo]] do Rei Fasilides.]]
[[Ficheiro:ET Gondar asv2018-02 img07 Fasil Ghebbi.jpg|thumb|[[Castelo]] do Rei Fasilides.]]


Isto provou ser um passo importante, pois quando o Império foi submetido aos ataques do General [[Adal]] e [[Imame]], [[Ahmad ibn Ibrihim al-Ghazi]], Portugal ajudou o Imperador etíope, enviando-lhe armas e quatrocentos homens, que ajudaram seu filho Gelawdewos a derrotar Ahmad e restabelecer seu governo.<ref>Girma and Merid, ''Question of the Union of the Churches'', pp. 45–52.</ref> Esta guerra Etíope-Adal foi também uma das primeiras [[guerra proxy|guerras procuração]] na região, tornando-se quando o [[Império Otomano]] e Portugal tomaram conta das partes envolventes no conflito. Em 1624, o Imperador Susenyos converteu-se ao [[Catolicismo]], ano de revolta e agitação civil, resultando em milhares de mortes.<ref>Girma and Merid, ''Question of the Union of the Churches'', pp. 91, 97–104.</ref> Os missionários [[jesuíta]]s ofenderam a fé ortodoxa dos etíopes locais, e em 25 de junho de 1632, o filho de Susenyos, o Imperador Fasilides, declarou a religião do Estado sendo novamente a [[Igreja Ortodoxa Etíope]], e expulsou os missionários jesuítas e outros europeus.<ref>Girma and Merid, ''Question of the Union of the Churches,'' p. 105.</ref><ref>van Donzel, Emeri, "Fasilädäs" in Siegbert von Uhlig, ed., ''Encyclopaedia Aethiopica: D-Ha'' (Wiesbaden:Harrassowitz Verlag, 2005), p. 500.</ref>
Isto provou ser um passo importante, pois quando o Império foi submetido aos ataques do General [[Adal]] e [[Imame]], [[Ahmad ibn Ibrihim al-Ghazi]], Portugal ajudou o Imperador etíope, enviando-lhe armas e quatrocentos homens, que ajudaram seu filho Gelawdewos a derrotar Ahmad e restabelecer seu governo.<ref>Girma and Merid, ''Question of the Union of the Churches'', pp. 45–52.</ref> Esta guerra Etíope-Adal foi também uma das primeiras [[guerra proxy|guerras procuração]] na região, tornando-se quando o [[Império Otomano]] e Portugal tomaram conta das partes envolventes no conflito. Em 1624, o Imperador Susenyos converteu-se ao [[Catolicismo]], ano de revolta e agitação civil, resultando em milhares de mortes.<ref>Girma and Merid, ''Question of the Union of the Churches'', pp. 91, 97–104.</ref> Os missionários [[jesuíta]]s ofenderam a fé ortodoxa dos etíopes locais, e em 25 de junho de 1632, o filho de Susenyos, o Imperador Fasilides, declarou a religião do Estado sendo novamente a [[Igreja Ortodoxa Etíope]], e expulsou os missionários jesuítas e outros europeus.<ref>Girma and Merid, ''Question of the Union of the Churches,'' p. 105.</ref><ref>van Donzel, Emeri, "Fasilädäs" in Siegbert von Uhlig, ed., ''Encyclopaedia Aethiopica: D-Ha'' (Wiesbaden:Harrassowitz Verlag, 2005), p. 500.</ref>
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== Zemene Mesafint ==
== Zemene Mesafint ==
Tudo isto contribuiu para o isolamento da Etiópia, de 1755 a 1855, período chamado de ''Zemene Mesafint'' ou "Idade dos Príncipes". Os imperadores tornaram-se figurativos, controlados por senhores de guerra, como Ras Mikael Sehul de [[Tigré]], e pela dinastia Oromo Yejju, que mais tarde levou ao domínio dos Gondar no século XVII, mudando o idioma da corte de [[língua aramaica|arámaico]] para [[língua oromo|afaan oromo]].<ref>Pankhurst, Richard, ''The Ethiopian Royal Chronicles'', (London:Oxford University Press, 1967), pp. 139–43.</ref><ref>{{citar web|url=http://gargaaraoromopc.org/OPC_Program.aspx |título=17th century Oromo rule of Gondar |publicado=Gargaaraoromopc.org |data=1996-04-23 |acessodata=2009-03-16}}</ref>
Tudo isto contribuiu para o isolamento da Etiópia, de 1755 a 1855, período chamado de ''Zemene Mesafint'' ou "Idade dos Príncipes". Os imperadores tornaram-se figurativos, controlados por senhores de guerra, como Ras Mikael Sehul de [[Tigré]], e pela dinastia Oromo Yejju, que mais tarde levou ao domínio dos Gondar no século XVII, mudando o idioma da corte de [[língua aramaica|aramaico]] para [[língua oromo|afaan oromo]].<ref>Pankhurst, Richard, ''The Ethiopian Royal Chronicles'', (London:Oxford University Press, 1967), pp. 139–43.</ref><ref>{{citar web |url=http://gargaaraoromopc.org/OPC_Program.aspx |título=17th century Oromo rule of Gondar |publicado=Gargaaraoromopc.org |data=1996-04-23 |acessodata=2009-03-16 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20090307213227/http://gargaaraoromopc.org/OPC_Program.aspx |arquivodata=2009-03-07 |urlmorta=yes}}</ref>


O isolacionismo etíope terminou após uma missão britânica que concluiu uma aliança entre as duas nações; no entanto, não foi até 1855 que a Etiópia foi completamente unida e o poder do Imperador foi restaurado, começando com o reinado do Imperador Tewodros II. Após sua subida ao poder, apesar de ainda haver grandes forças centrífugas, ele começou modernizando a Etiópia e recentralizando o poder no Imperador, e o país começou a tomar parte dos assuntos externos mais uma vez.
O isolacionismo etíope terminou após uma missão britânica que concluiu uma aliança entre as duas nações; no entanto, não foi até 1855 que a Etiópia foi completamente unida e o poder do Imperador foi restaurado, começando com o reinado do Imperador Tewodros II. Após sua subida ao poder, apesar de ainda haver grandes forças centrífugas, ele começou modernizando a Etiópia e recentralizando o poder no Imperador, e o país começou a tomar parte dos assuntos externos mais uma vez.
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=== Ida da Europa para a África ===
=== Ida da Europa para a África ===
Os anos 1880 foram marcados pela [[Conferência de Berlim]] e a modernização da Etiópia, quando os [[Itália|italianos]] começaram a rivalizar com os britânicos por influência com regiões vizinhas. [[Asseb]], um porto próximo à entrada do sul do [[Mar Vermelho]], foi comprada em março de 1870 do sultão [[Afares|afar]] local, vassalo do Imperador Etíope, por uma companhia italiana, a qual em 1890 levou à colônia italiana da [[Eritreia]]. Conflitos entre os dois países resultaram na [[Batalha de Adwa]], em 1896, através da qual os etíopes derrotaram os italianos e permaneceram independentes, sob o governo de Menelik II. A Itália e a Etiópia assinaram um tratado provisório de paz em 26 de outubro de 1896.
Os anos 1880 foram marcados pela [[Conferência de Berlim]] e a modernização da Etiópia, quando os [[Itália|italianos]] começaram a rivalizar com os britânicos por influência com regiões vizinhas. [[Asseb]], um porto próximo à entrada do sul do [[Mar Vermelho]], foi comprada em março de 1870 do sultão [[Afares|afar]] local, vassalo do imperador etíope, por uma companhia italiana, a qual em 1890 levou à colónia italiana da [[Eritreia]]. Conflitos entre os dois países resultaram na [[Batalha de Adwa]], em 1896, através da qual os etíopes derrotaram os italianos e permaneceram independentes, sob o governo de Menelik II. A Itália e a Etiópia assinaram um tratado provisório de paz em 26 de outubro de 1896.


=== Haile Selassie ===
=== Haile Selassie ===
Linha 52: Linha 112:
Haile Selassie chegou ao poder em [[1916]], após Iyasu V ser deposto, quando foi nomeado ''[[Ras]]'' e [[Regência (sistema de governo)|Regente]] (''Inderase'') pela Raínha [[Zewditu]], viúva de Menelik II, de fraca saúde. Após a morte de Zewditu ele foi coroado Imperador em [[2 de novembro]] de [[1930]]. Foi Selassie que empreendeu a modernização da Etiópia.
Haile Selassie chegou ao poder em [[1916]], após Iyasu V ser deposto, quando foi nomeado ''[[Ras]]'' e [[Regência (sistema de governo)|Regente]] (''Inderase'') pela Raínha [[Zewditu]], viúva de Menelik II, de fraca saúde. Após a morte de Zewditu ele foi coroado Imperador em [[2 de novembro]] de [[1930]]. Foi Selassie que empreendeu a modernização da Etiópia.


Tendo nascido de pais das três principais etnicidades etíopes ([[Oromo]], [[Amhara]] e [[Gurage]]) e após ter desempenhado um papel preponderante na formação da [[Organização da Unidade Africana]], Haile Selassie ficou conhecido como uma figura unitária tanto da Etiópia, como do [[África|Continente Africano]].
Tendo nascido de pais das três principais etnicidades etíopes ([[Oromo]], [[Amhara]] e [[Gurage]]) e após ter desempenhado um papel preponderante na formação da [[Organização da Unidade Africana]], Haile Selassie ficou conhecido como uma figura de influência tanto da Etiópia, como do [[África|Continente Africano]].


A independência da Etiópia foi interrompida pela [[Segunda Guerra Ítalo-Etíope]] e a ocupação italiana (1936–1941).<ref>Clapham, Christopher, "Ḫaylä Śəllase" in Siegbert von Uhlig, ed., ''Encyclopaedia Aethiopica: D-Ha'' (Wiesbaden:Harrassowitz Verlag, 2005), pp. 1062–3.</ref> Durante a guerra, Haile Selassie apelou à [[Liga das Nações]] em [[1935]], fazendo um discurso que fez dele uma figura mundialmente conhecida, sendo nomeado pela revista ''[[Time]]'' como o Homem do Ano em 1935.<ref>{{citar jornal|autor =Monday, Jan. 06, 1936 |url=http://www.time.com/time/magazine/article/0,9171,755559-1,00.html |título=Man of the Year |publicado=TIME |data=1936-01-06 |acessodata=2009-03-16}}</ref> Após a entrada da [[Itália]] na [[Segunda Guerra Mundial]], o [[Império Britânico]], junto a lutadores etíopes patriotas, forçou a libertação da Etiópia no curso da [[Campanha da África Oriental]] de [[1941]], seguida pela soberania em [[31 de janeiro]] de 1941 e o reconhecimento britânico da soberania completa (isto é, sem privilégios especiais britânicos) com a assinatura do Acordo Anglo-Etíope em dezembro de [[1944]].<ref>Clapham, "Ḫaylä Śəllase", ''Encyclopaedia Aethiopica'', p. 1063.</ref> <ref>Arnaldo Mauri, ''Monetary developments and decolonization in Ethiopia'', Acta Universitatis Danubius Œconomica, VI, n. 1, 2010, pp. 5-16. [http://journals.univ-danubius.ro/index.php/oeconomica/article/view/337-319]</ref>Durante 1942 e 1943, houve uma guerra da guerrilha italiana na Etiópia. Em agosto de 1942, Haile Selassie emitiu uma proclamação proibindo a [[escravidão]].<ref>[http://www.globalmarch.org/resourcecentre/world/ethiopia.pdf Ethiopia]</ref><ref>{{citar web|url=http://mertsahinoglu.com/research/chronology-of-slavery/ |título=Chronology of slavery |publicado=MertSahinoglu.com |data=1994-02-23 |acessodata=2009-09-29}}</ref>
Entretanto a independência do povo etíope foi guarantida no fim da [[Segunda Guerra Ítalo-Etíope]] e a inclusão a esfera de influencia italiana (1936–1941).<ref>Clapham, Christopher, "Ḫaylä Śəllase" in Siegbert von Uhlig, ed., ''Encyclopaedia Aethiopica: D-Ha'' (Wiesbaden:Harrassowitz Verlag, 2005), pp. 1062–3.</ref> Durante a guerra, Haile Selassie, percebendo que perderia o seu poder imperativo sobre a nação, apelou à [[Liga das Nações]] em [[1935]], fazendo um discurso, que por causa da propaganda internacional anti-italiana, fez dele uma figura popular nos paises aliados, sendo concedido o titulo Homem do ano pela revista ''[[Time]]'' em 1935.<ref>{{citar jornal|autor =Monday, Jan. 06, 1936 |url=http://www.time.com/time/magazine/article/0,9171,755559-1,00.html |título=Man of the Year |publicado=TIME |data=1936-01-06 |acessodata=2009-03-16}}</ref> Após a entrada da [[Itália]] na [[Segunda Guerra Mundial]], o [[Império Britânico]], junto as guerrilhas etíopes separatistas, tomou a Etiópia no curso da [[Campanha da África Oriental]] de [[1941]], seguida pela fragmentação que tornou a etiópia seu próprio estado (com condições, claro) em [[31 de janeiro]] de 1941 e o reconhecimento britânico da soberania completa (isto é, sem anexação colonial britânica) com a assinatura do Acordo Anglo-Etíope em dezembro de [[1944]].<ref>Clapham, "Ḫaylä Śəllase", ''Encyclopaedia Aethiopica'', p. 1063.</ref> <ref>Arnaldo Mauri, ''Monetary developments and decolonization in Ethiopia'', Acta Universitatis Danubius Œconomica, VI, n. 1, 2010, pp. 5-16. [http://journals.univ-danubius.ro/index.php/oeconomica/article/view/337-319]</ref>Durante 1942 e 1943, houve uma tentativa de empurrar os invasores aliados da Etiópia. Em agosto de 1942, Haile Selassie, por pressão internacional, emitiu uma proclamação proibindo a [[escravidão]].<ref>{{Citar web |url=http://www.globalmarch.org/resourcecentre/world/ethiopia.pdf |titulo=Ethiopia |acessodata=2009-11-19 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20120521002539/http://www.globalmarch.org/resourcecentre/world/ethiopia.pdf |arquivodata=2012-05-21 |urlmorta=yes}}</ref><ref>{{citar web|url=http://mertsahinoglu.com/research/chronology-of-slavery/ |título=Chronology of slavery |publicado=MertSahinoglu.com |data=1994-02-23 |acessodata=2009-09-29}}</ref>


Em 1952, Haile Selassie orquestrou uma federação com a [[Eritreia]], a qual viria a ser dissolvida em 1962. Esta anexação desencadeou a [[Guerra de Independência da Eritreia]]. Embora Haile Selassie tenha sido visto como herói nacional, muitas vozes se voltaram contra ele, em vista da crise mundial do [[petróleo]] de 1973, escassez de alimentos, a incerteza a respeito da sucessão, guerras fronteiriças e um descontentamento na classe média criada pela modernização do país.<ref name="Black Book">[[O Livro Negro do Comunismo]] p. 687–695</ref>
Em 1952, Haile Selassie orquestrou uma federação com a [[Eritreia]], a qual viria a ser dissolvida em 1962. Esta anexação desencadeou a [[Guerra de Independência da Eritreia]]. Embora Haile Selassie tenha sido visto como herói internacional, muitas vozes se voltaram contra sua tirania, em vista da crise mundial do [[petróleo]] de 1973, escassez de alimentos, a incerteza a respeito da sucessão, guerras fronteiriças e um descontentamento na classe média criada pela stagnação do país.{{carece de fontes|data=maio de 2021}}


O reinado de Selassie chegou ao fim em 1974, quando uma junta militar marxista-lenista, a chamada ''Derg'', liderada por [[Mengistu Haile Mariam]], o depôs e estabeleceu um estado [[unipartidarismo|unipartidário]].
O reinado de Selassie chegou ao fim em 1974, quando uma junta militar marxista-lenista, a chamada ''Derg'', liderada por [[Mengistu Haile Mariam]], o depôs e estabeleceu um estado [[unipartidarismo|unipartidário]].
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O regime que se seguiu sofreu vários golpes, rebeliões, [[seca]]s em grande escala, e um problema de refugiados imenso. Em 1977, houve a [[Guerra de Ogaden]], quando a [[Somália]] capturou a [[Região Somali|região de Ogaden]] inteira, porém a Etiópia só foi capaz de recapturar Ogaden após sérios problemas graças a um afluxo maciço de equipamentos militares [[União Soviética|soviéticos]] e a presença militar de [[Cuba]], junto à [[Alemanha Oriental]] e o [[Iémen do Sul]] no ano seguinte.
O regime que se seguiu sofreu vários golpes, rebeliões, [[seca]]s em grande escala, e um problema de refugiados imenso. Em 1977, houve a [[Guerra de Ogaden]], quando a [[Somália]] capturou a [[Região Somali|região de Ogaden]] inteira, porém a Etiópia só foi capaz de recapturar Ogaden após sérios problemas graças a um afluxo maciço de equipamentos militares [[União Soviética|soviéticos]] e a presença militar de [[Cuba]], junto à [[Alemanha Oriental]] e o [[Iémen do Sul]] no ano seguinte.


Centenas de milhares de pessoas foram mortas como resultado do ''Terror Vermelho'', de deportações forçadas, ou da utilização da fome como uma arma sobre o governo de Mengistu.<ref name="Black Book"/> O ''Terror Vermelho'' foi realizado em resposta ao que o governo chamou de "Terror Branco", supostamente uma cadeia de eventos violentos, assassinatos e mortes realizadas pela oposição.<ref>[http://news.bbc.co.uk/2/hi/africa/575405.stm US admits helping Mengistu escape] [[BBC]], 22 December, 1999</ref> Em 2006, após um longo julgamento, Mengistu foi considerado culpado por [[genocídio]].<ref>{{citar jornal|primeiro = |último = |autorlink = |coautor= |título=Mengistu found guilty of genocide |url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/africa/6171429.stm |citação=Ethiopia's Marxist ex-ruler, Mengistu Haile Mariam, has been found guilty of genocide after a 12-year trial. |publicado=BBC |data=12 de dezembro de 2006 |acessodata=2007-07-21 }}</ref>
Centenas de milhares de pessoas foram mortas como resultado do ''Terror Vermelho'', de deportações forçadas, ou da utilização da fome como uma arma sobre o governo de Mengistu.{{carece de fontes|data=maio de 2021}} O ''Terror Vermelho'' foi realizado em resposta ao que o governo chamou de "Terror Branco", supostamente uma cadeia de eventos violentos, assassinatos e mortes realizadas pela oposição.<ref>[http://news.bbc.co.uk/2/hi/africa/575405.stm US admits helping Mengistu escape] [[BBC]], 22 December, 1999</ref> Em 2006, após um longo julgamento, Mengistu foi considerado culpado por [[genocídio]].<ref>{{citar jornal|primeiro = |último = |autorlink = |coautor= |título=Mengistu found guilty of genocide |url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/africa/6171429.stm |citação=Ethiopia's Marxist ex-ruler, Mengistu Haile Mariam, has been found guilty of genocide after a 12-year trial. |publicado=BBC |data=12 de dezembro de 2006 |acessodata=2007-07-21}}</ref>


No início dos anos 1980, uma [[Lista de fomes na Etiópia|série de períodos de fome]] atingiu a Etiópia, afetando cerca de 8 milhões de pessoas, levando 1 milhão à morte. Insurreições contra o governo comunista surgiram, em particular, nas regiões do norte de [[Tigré]] e a [[Eritreia]]. Em 1989, a Frente de Libertação dos Povos Tigrínios (FLPT) fundiu-se com outros movimentos de oposição para formar a Frente Democrática Revolucionária dos Povos Etíopes (FDRPE). Paralelamente, a [[União Soviética]] começou a retirar-se do Mundo Comunista sob as políticas de [[glasnost]] e [[perestroika]] de [[Mikhail Gorbachev]], marcando uma drástica redução na ajuda externa à Etiópia dos países do bloco socialista. Isto resultou em dificuldade econômicas ainda mais intensas e o colapso do militarismo, em face às investidas das forças das guerrilhas do norte. O colapso do comunismo em geral, e do [[Leste Europeu]] durante as Revoluções de 1989, conincidiram com a parada da ajuda soviética à Etiópia em 1990. A visão estratégica de Mengistu rapidamente se deteriorou.
No início dos anos 1980, uma [[Lista de fomes na Etiópia|série de períodos de fome]] atingiu a Etiópia, afetando cerca de 8 milhões de pessoas, levando 1 milhão à morte. Insurreições contra o governo comunista surgiram, em particular, nas regiões do norte de [[Tigré]] e a [[Eritreia]]. Em 1989, a Frente de Libertação dos Povos Tigrínios (FLPT) fundiu-se com outros movimentos de oposição para formar a Frente Democrática Revolucionária dos Povos Etíopes (FDRPE). Paralelamente, a [[União Soviética]] começou a retirar-se do Mundo Comunista sob as políticas de [[glasnost]] e [[perestroika]] de [[Mikhail Gorbachev]], marcando uma drástica redução na ajuda externa à Etiópia dos países do bloco socialista. Isto resultou em dificuldade econômicas ainda mais intensas e o colapso do militarismo, em face às investidas das forças das guerrilhas do norte. O colapso do comunismo em geral, e do [[Leste Europeu]] durante as Revoluções de 1989, conincidiram com a parada da ajuda soviética à Etiópia em 1990. A visão estratégica de Mengistu rapidamente se deteriorou.
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== Anos recentes ==
== Anos recentes ==
Em 1993, um referendo foi feito e supervisionado pela missão das [[Nações Unidas]] chamada UNOVER, com sufrágio universal e feito na [[Eritreia]] (entre comunidades eritreias na diáspora), se os eritreus queriam a independência ou a união com a Etiópia. Quase 99% da população eritreia votou pela independência, sendo declarada em 24 de maio de 1993.
Em 1993, um referendo foi feito e supervisionado pela missão das [[Nações Unidas]] chamada UNOVER, com sufrágio universal e feito na [[Eritreia]] (entre comunidades eritreias na diáspora), se os eritreus queriam a independência ou a união com a Etiópia. Quase 99% da população Eritreia votou pela independência, sendo declarada em 24 de maio de 1993.


Em 1994, uma constituição foi adotada, o que levou às primeiras eleições pluripartidárias da Etiópia no ano seguinte. Em maio de 1998, uma disputa fronteiriça com a Eritreia levou-os a uma guerra que durou até junho de 2000. Este conflito prejudicou a economia da nação, porém fortaleceu a coalizão governista. Em 15 de maio de 2005, a Etiópia realizou outras eleições pluripartidárias, que foram altamente disputadas, com um dos grupos de oposição alegando fraude. Embora o [[Carter Center]] tenha aprovado as condições de pré-eleição, foi expresso sua insatisfação com as questões pós-eleitorais. Observadores continuaram a acusar o partido do governo de manipulação de votos. Muitos da comunidade internacional foram divididos sobre o assunto, com oficiais [[Irlanda|irlandeses]] acusando os observadores da eleição de [[corrupção]] de "vazamentos imprecisos da monitoração das eleições de 2005, o que levou a oposição à errôneamente crer que eles teriam forjado a vitória."<ref>{{citar web|url=http://www.irishtimes.com/newspaper/breaking/2006/0214/breaking75.htm |título=Corruption in EU monitoring group sited |publicado=Irishtimes.com |data=2006-02-02 |acessodata=2009-03-16}}</ref> Em geral, os partidos de oposição ganharam mais de 200 assentos parlamentares, comparado a apenas 12 nas eleições de 2000. Apesar de muitos representantes da oposição entrarem no parlamento, alguns líderes do partido CUD foram indevidamente presos após a violência pós-eleitoral. A [[Anistia Internacional]] considerou-os "prisioneiros de consciência" e eles foram posteriormente soltos.
Em 1994, uma constituição foi adotada, o que levou às primeiras eleições pluripartidárias da Etiópia no ano seguinte. Em maio de 1998, uma disputa fronteiriça com a Eritreia levou-os a uma guerra que durou até junho de 2000. Este conflito prejudicou a economia da nação, porém fortaleceu a coalizão governista. Em 15 de maio de 2005, a Etiópia realizou outras eleições pluripartidárias, que foram altamente disputadas, com um dos grupos de oposição alegando fraude. Embora o [[Carter Center]] tenha aprovado as condições de pré-eleição, foi expresso sua insatisfação com as questões pós-eleitorais. Observadores continuaram a acusar o partido do governo de manipulação de votos. Muitos da comunidade internacional foram divididos sobre o assunto, com oficiais [[Irlanda|irlandeses]] acusando os observadores da eleição de [[corrupção]] de "vazamentos imprecisos da monitoração das eleições de 2005, o que levou a oposição à erroneamente crer que eles teriam forjado a vitória."<ref>{{citar web|url=http://www.irishtimes.com/newspaper/breaking/2006/0214/breaking75.htm |título=Corruption in EU monitoring group sited |publicado=Irishtimes.com |data=2006-02-02 |acessodata=2009-03-16}}</ref> Em geral, os partidos de oposição ganharam mais de 200 assentos parlamentares, comparado a apenas 12 nas eleições de 2000. Apesar de muitos representantes da oposição entrarem no parlamento, alguns líderes do partido CUD foram indevidamente presos após a violência pós-eleitoral. A [[Anistia Internacional]] considerou-os "prisioneiros de consciência" e eles foram posteriormente soltos.
 
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== Ver também ==
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* [[República Democrática Popular da Etiópia]]
* [[República Democrática Popular da Etiópia]]
* [[Igreja Ortodoxa Etíope]]
* [[Igreja Ortodoxa Etíope]]
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Edição atual tal como às 21h21min de 26 de abril de 2022

Predefinição:História da Etiópia A história da Etiópia está documentada como uma das mais antigas do mundo. Segundo descobertas recentes, a espécie Homo sapiens seria originária dessa região e daí se teria espalhado pelo mundo.

Junto com os países vizinhos de Eritreia, Sudão, Djibouti, Somália e Somalilândia, esta região hospedou também o Império de Axum. A origem de Axum, por sua vez, remonta ao reino de Sabá (ou Shebah), no Iêmen, referido na Bíblia, que, por volta do ano 1000 a.C., se estendia, aparentemente, por todo o Corno de África e por parte da Península Arábica.[1]

Desde aproximadamente o século IV a.C. os gregos chamavam de "Etiópia" a todos os países com população de raça negra, sem distinguir reinos nem países. Portanto, a Etiópia, segundo os gregos poderia ser a Núbia do sul de Egito e Sudão, ou poderia ser o Império de Axum, que se concentrava nos arredores da Eritreia e ao norte da própria Etiópia, mas não há certeza histórica sobre isso.

Fontes gregas referem que o Império de Axum era extremamente rico no século I e a cidade de Adúlis (que fica no país vizinho da Eritreia) é frequentemente mencionada como um dos mais importantes portos de África. Documentos oficiais, contudo, colocam a cidade de Axum como a capital onde se encontrava a corte da Rainha de Sabá. Esse reino tinha, no século II, direito de receber tributos de estados da Península Arábica e tinha inclusivamente conquistado o Reino de Cuxe, no actual Sudão.

Há indicações do carácter cosmopolita desse reino, com populações judaicas, núbias, cristãs e mesmo minorias budistas.[1]

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Pré-história

A Etiópia é considerada uma das áreas mais antigas de ocupação humana do mundo, senão a maior, de acordo com algumas descobertas científicas. Lucy, descoberta no no Vale de Awash da região Afar da Etiópia, é considerado o segundo mais antigo, mais bem preservado e mais completo fóssil adulto Australopithecus. A espécie de Lucy é chamada de Australopithecus afarensis, que significa 'macaco do sul de Afar', região da Etiópia onde a descoberta foi feita. É estimado que Lucy tenha vivido na Etiópia a 3,2 milhões de anos atrás.[2] Houve várias outras desobertas notáveis de fósseis no país, incluindo o fóssil humano mais velho, Ardi.[3]

Por volta do século VIII a.C., um reino conhecido como Dʿmt foi estabelecido ao norte da Etiópia e Eritreia, com sua capital em Yeha, norte etíope. Muitos historiadores modernos consideram esta civilização nativa da África, embora influenciada pelos sabeus, por causa de sua tardia hegemonia do Mar Vermelho,[4] enquanto outros consideram os Dʿmt como o resultado de uma mistura dos sabeus e populações indígenas.[5] No entanto, ge'ez, a língua semítica mais antiga da Etiópia, é agora considerada não sendo derivada dos sabeus (também semitas do sul). Há evidências da presença de povos semíticos na Etiópia e na Eritreia pelo menos no início de 2 000 a.C..[6] A influência sabeia é agora considerada por ter sido menor, limitada a poucas localidades, e desaparecendo após poucas décadas ou um século, talvez representando uma colônia comercial ou militar em algum tipo de simbiose ou aliança militar com a civilização etíope de Dʿmt.[7]

Após a queda dos Dʿmt no século IV a.C., o planalto veio a ser dominado por reinos sucessores menores, até a ascensão de um desses reinos durante o século I a.C., o Império Axumita, ancestral da Etiópia moderna e medieval, que era capaz de reunir a área.[8] Eles estabeleceram bases nas terras altas do norte do Planalto Etíope e de lá, expandiram-se em direção ao sul. A figura religiosa persa Maniqueu listou Axum junto a Roma, Pérsia, e China como uma das quatro grandes potências de seu tempo.[9]

Dinastias Etíopes

o Reino Zagué governou algumas partes da região em que atualmente se situam a Etiópia e a Eritreia de, aproximadamente, 1137 a 1270. O nome da dinastia vem do povo Agau, que falam línguas cuxíticas, ao norte da Etiópia. De 1270, durante muitos séculos, a dinastia salomônica governou a região.

Contacto restaurado com a Europa

No início do século XV, a Etiópia procurou realizar contactos diplomáticos com reinos europeus pela primeira vez desde os tempos dos axumitas. Uma carta do Rei Henrique IV de Inglaterra ao Imperador da Abissínia ainda existe.[10] Em 1428, o Imperador Yeshaq, da Etiópia, enviou dois emissários para Afonso V de Aragão, que enviou emissários retornando, porém estes falharam em completar a viagem de retorno.[11] As primeiras relações contínuas com um país europeu começaram em 1508, com Portugal, sob o Imperador Lebna Dengel, que havia acabado de herdar o trono de seu pai.[12] Na embaixada enviada em 1515 em resposta ao envio a Portugal do embaixador etíope Mateus, seguia Francisco Álvares, que faria um relato do reino, incluindo o testemunho de Pêro da Covilhã.[13]

Castelo do Rei Fasilides.

Isto provou ser um passo importante, pois quando o Império foi submetido aos ataques do General Adal e Imame, Ahmad ibn Ibrihim al-Ghazi, Portugal ajudou o Imperador etíope, enviando-lhe armas e quatrocentos homens, que ajudaram seu filho Gelawdewos a derrotar Ahmad e restabelecer seu governo.[14] Esta guerra Etíope-Adal foi também uma das primeiras guerras procuração na região, tornando-se quando o Império Otomano e Portugal tomaram conta das partes envolventes no conflito. Em 1624, o Imperador Susenyos converteu-se ao Catolicismo, ano de revolta e agitação civil, resultando em milhares de mortes.[15] Os missionários jesuítas ofenderam a fé ortodoxa dos etíopes locais, e em 25 de junho de 1632, o filho de Susenyos, o Imperador Fasilides, declarou a religião do Estado sendo novamente a Igreja Ortodoxa Etíope, e expulsou os missionários jesuítas e outros europeus.[16][17]

Zemene Mesafint

Tudo isto contribuiu para o isolamento da Etiópia, de 1755 a 1855, período chamado de Zemene Mesafint ou "Idade dos Príncipes". Os imperadores tornaram-se figurativos, controlados por senhores de guerra, como Ras Mikael Sehul de Tigré, e pela dinastia Oromo Yejju, que mais tarde levou ao domínio dos Gondar no século XVII, mudando o idioma da corte de aramaico para afaan oromo.[18][19]

O isolacionismo etíope terminou após uma missão britânica que concluiu uma aliança entre as duas nações; no entanto, não foi até 1855 que a Etiópia foi completamente unida e o poder do Imperador foi restaurado, começando com o reinado do Imperador Tewodros II. Após sua subida ao poder, apesar de ainda haver grandes forças centrífugas, ele começou modernizando a Etiópia e recentralizando o poder no Imperador, e o país começou a tomar parte dos assuntos externos mais uma vez.

Yohannes IV, Imperador da Etiópia e Rei de Zion, com seu filho, Ras Araya Selassie Yohannis.

Porém, o governo de Tewodros sofreu várias rebeliões. Milícias Oromos do norte etíope, rebeliões tigrínias e as constantes incursões do Império Otomano e forças egípcias próximas ao Mar Vermelho, trouxe o enfraquecimento e a consequente queda de Tewodros II, que morreu após sua última batalha com uma força expedicionária britânica. Em 1868, a Etiópia e o Egito entraram em guerra em Gura. As forças do norte etíope, lideradas pelo Imperador Yohannes IV, derrotaram os egípcios decisivamente.

Em 1889 e o início da década de 1890, Sahle Selassie, como rei de Shewa, e após o reinado de Menelik II, com a ajuda da milícia Shewan Oromo de Ras Gobena, começou a expandir seu reino ao sul e ao leste, expandindo dentro de áreas que ainda não haviam sido exploradas desde a invasão de Ahmed Gragn, e outras áreas que nunca estiveram sob seu governo, resultando nas fronteiras da Etiópia de hoje em dia.[20] A Grande Fome da Eritreia que afetou o país de 1888 a 1892 reduziu cerca de um terço da população.[21]

Ida da Europa para a África

Os anos 1880 foram marcados pela Conferência de Berlim e a modernização da Etiópia, quando os italianos começaram a rivalizar com os britânicos por influência com regiões vizinhas. Asseb, um porto próximo à entrada do sul do Mar Vermelho, foi comprada em março de 1870 do sultão afar local, vassalo do imperador etíope, por uma companhia italiana, a qual em 1890 levou à colónia italiana da Eritreia. Conflitos entre os dois países resultaram na Batalha de Adwa, em 1896, através da qual os etíopes derrotaram os italianos e permaneceram independentes, sob o governo de Menelik II. A Itália e a Etiópia assinaram um tratado provisório de paz em 26 de outubro de 1896.

Haile Selassie

Ver artigo principal: Haile Selassie
O reinado de Haile Selassie como Imperador da Etiópia é o mais conhecido e talvez o mais influente na história da nação. Ele é visto como a encarnação de Jah, pelo Movimento Rastafari.

Haile Selassie chegou ao poder em 1916, após Iyasu V ser deposto, quando foi nomeado Ras e Regente (Inderase) pela Raínha Zewditu, viúva de Menelik II, de fraca saúde. Após a morte de Zewditu ele foi coroado Imperador em 2 de novembro de 1930. Foi Selassie que empreendeu a modernização da Etiópia.

Tendo nascido de pais das três principais etnicidades etíopes (Oromo, Amhara e Gurage) e após ter desempenhado um papel preponderante na formação da Organização da Unidade Africana, Haile Selassie ficou conhecido como uma figura de influência tanto da Etiópia, como do Continente Africano.

Entretanto a independência do povo etíope foi guarantida no fim da Segunda Guerra Ítalo-Etíope e a inclusão a esfera de influencia italiana (1936–1941).[22] Durante a guerra, Haile Selassie, percebendo que perderia o seu poder imperativo sobre a nação, apelou à Liga das Nações em 1935, fazendo um discurso, que por causa da propaganda internacional anti-italiana, fez dele uma figura popular nos paises aliados, sendo concedido o titulo Homem do ano pela revista Time em 1935.[23] Após a entrada da Itália na Segunda Guerra Mundial, o Império Britânico, junto as guerrilhas etíopes separatistas, tomou a Etiópia no curso da Campanha da África Oriental de 1941, seguida pela fragmentação que tornou a etiópia seu próprio estado (com condições, claro) em 31 de janeiro de 1941 e o reconhecimento britânico da soberania completa (isto é, sem anexação colonial britânica) com a assinatura do Acordo Anglo-Etíope em dezembro de 1944.[24] [25]Durante 1942 e 1943, houve uma tentativa de empurrar os invasores aliados da Etiópia. Em agosto de 1942, Haile Selassie, por pressão internacional, emitiu uma proclamação proibindo a escravidão.[26][27]

Em 1952, Haile Selassie orquestrou uma federação com a Eritreia, a qual viria a ser dissolvida em 1962. Esta anexação desencadeou a Guerra de Independência da Eritreia. Embora Haile Selassie tenha sido visto como herói internacional, muitas vozes se voltaram contra sua tirania, em vista da crise mundial do petróleo de 1973, escassez de alimentos, a incerteza a respeito da sucessão, guerras fronteiriças e um descontentamento na classe média criada pela stagnação do país.[carece de fontes?]

O reinado de Selassie chegou ao fim em 1974, quando uma junta militar marxista-lenista, a chamada Derg, liderada por Mengistu Haile Mariam, o depôs e estabeleceu um estado unipartidário.

Comunismo

O regime que se seguiu sofreu vários golpes, rebeliões, secas em grande escala, e um problema de refugiados imenso. Em 1977, houve a Guerra de Ogaden, quando a Somália capturou a região de Ogaden inteira, porém a Etiópia só foi capaz de recapturar Ogaden após sérios problemas graças a um afluxo maciço de equipamentos militares soviéticos e a presença militar de Cuba, junto à Alemanha Oriental e o Iémen do Sul no ano seguinte.

Centenas de milhares de pessoas foram mortas como resultado do Terror Vermelho, de deportações forçadas, ou da utilização da fome como uma arma sobre o governo de Mengistu.[carece de fontes?] O Terror Vermelho foi realizado em resposta ao que o governo chamou de "Terror Branco", supostamente uma cadeia de eventos violentos, assassinatos e mortes realizadas pela oposição.[28] Em 2006, após um longo julgamento, Mengistu foi considerado culpado por genocídio.[29]

No início dos anos 1980, uma série de períodos de fome atingiu a Etiópia, afetando cerca de 8 milhões de pessoas, levando 1 milhão à morte. Insurreições contra o governo comunista surgiram, em particular, nas regiões do norte de Tigré e a Eritreia. Em 1989, a Frente de Libertação dos Povos Tigrínios (FLPT) fundiu-se com outros movimentos de oposição para formar a Frente Democrática Revolucionária dos Povos Etíopes (FDRPE). Paralelamente, a União Soviética começou a retirar-se do Mundo Comunista sob as políticas de glasnost e perestroika de Mikhail Gorbachev, marcando uma drástica redução na ajuda externa à Etiópia dos países do bloco socialista. Isto resultou em dificuldade econômicas ainda mais intensas e o colapso do militarismo, em face às investidas das forças das guerrilhas do norte. O colapso do comunismo em geral, e do Leste Europeu durante as Revoluções de 1989, conincidiram com a parada da ajuda soviética à Etiópia em 1990. A visão estratégica de Mengistu rapidamente se deteriorou.

Em maio de 1991, as forças da FDRPE avançaram em Addis Ababa e a União Soviética não pôde intervir para salvar o lado do governo. Mengistu fugiu do país e se exilou no Zimbabwe, onde ele ainda mora. O Governo de Transição da Etiópia, composto de um Conselho de Representantes de 87 membros e guiado por uma carta nacional, que funcionou como uma constituição de transição, foi criado. Em junho de 1992, a Frente de Libertação de Oromo se retirou do governo; em março de 1993, membros da Coalização Democrática de Povos do Sul da Etiópia também deixaram o governo. Em 1994, uma nova constituição foi escrita, formando uma legislatura bicameral e um sistema judicial. A primeira eleição livre e democrática tomou lugar em maio de 1995, na qual Meles Zenawi foi eleito primeiro-ministro e Negasso Gidada foi eleito presidente, embora seja altamente suspeito que Zenawi tenha fraudado as eleições. Essa suspeita é apoiada pela avaliação muito baixa de Zenawi na Etiópia.

Anos recentes

Em 1993, um referendo foi feito e supervisionado pela missão das Nações Unidas chamada UNOVER, com sufrágio universal e feito na Eritreia (entre comunidades eritreias na diáspora), se os eritreus queriam a independência ou a união com a Etiópia. Quase 99% da população Eritreia votou pela independência, sendo declarada em 24 de maio de 1993.

Em 1994, uma constituição foi adotada, o que levou às primeiras eleições pluripartidárias da Etiópia no ano seguinte. Em maio de 1998, uma disputa fronteiriça com a Eritreia levou-os a uma guerra que durou até junho de 2000. Este conflito prejudicou a economia da nação, porém fortaleceu a coalizão governista. Em 15 de maio de 2005, a Etiópia realizou outras eleições pluripartidárias, que foram altamente disputadas, com um dos grupos de oposição alegando fraude. Embora o Carter Center tenha aprovado as condições de pré-eleição, foi expresso sua insatisfação com as questões pós-eleitorais. Observadores continuaram a acusar o partido do governo de manipulação de votos. Muitos da comunidade internacional foram divididos sobre o assunto, com oficiais irlandeses acusando os observadores da eleição de corrupção de "vazamentos imprecisos da monitoração das eleições de 2005, o que levou a oposição à erroneamente crer que eles teriam forjado a vitória."[30] Em geral, os partidos de oposição ganharam mais de 200 assentos parlamentares, comparado a apenas 12 nas eleições de 2000. Apesar de muitos representantes da oposição entrarem no parlamento, alguns líderes do partido CUD foram indevidamente presos após a violência pós-eleitoral. A Anistia Internacional considerou-os "prisioneiros de consciência" e eles foram posteriormente soltos.

Ver também

Referências

  1. 1,0 1,1 «Sankofa Project Guide - Ancient African History – Ancient Abyssinia». Consultado em 8 de abril de 2009. Arquivado do original em 30 de janeiro de 2009 
  2. «Mother of man - 3.2 million years ago». Bbc.co.uk. Consultado em 16 de março de 2009 
  3. «Oldest human offers new clues on evolution». cnn.com. Consultado em 1 de outubro de 2009 
  4. Stuart Munro-Hay, Aksum: An African Civilization of Late Antiquity. Edinburgh: University Press, 1991, pp.57.
  5. Taddesse Tamrat, Church and State in Ethiopia: 1270–1527 (Oxford: Oxford University Press, 1972), pp. 5–13.
  6. Herausgegeben von Uhlig, Siegbert. Encyclopaedia Aethiopica, "Ge'ez". Wiesbaden:Harrassowitz Verlag, 2005, pp. 732.
  7. Munro-Hay, Aksum, pp. 57.
  8. Pankhurst, Richard K.P. Addis Tribune, "Let's Look Across the Red Sea I", 17 January 2003.
  9. Stuart Munro-Hay, Aksum: A Civilization of Late Antiquity (Edinburgh: University Press, 1991), pp. 13.
  10. Ian Mortimer, The Fears of Henry IV (2007), p.111
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