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Fernando, o Infante Santo: mudanças entre as edições

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[[Ficheiro:Coat of Arms of Prince Ferdinand of Aviz.svg|thumb|170px|Bandeira pessoal do infante D. Fernando com a sua divisa: «''Le bien me plaît''»]]
{{Info/Santos
O '''Beato Fernando de Portugal''', dito o '''Infante Santo''' ([[29 de Setembro]] de [[1402]] – [[5 de Junho]] de [[1443]]<ref>{{link|pt|http://www.arqnet.pt/dicionario/fernandoinf6.html|Página no Dicionário Histórico, Corográfico, Heráldico, Biográfico, Bibliográfico, Numismático e Artístico de Portugal de João Romano Torres}}</ref>), foi um príncipe de [[Portugal]] da [[Dinastia de Avis]]. Fernando era o oitavo filho do rei [[João I de Portugal]] e de sua mulher [[Filipa de Lencastre]], o mais novo dos membros da ''[[Ínclita Geração]]''.
|nome              = Beato Fernando
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|local_nascimento  = [[Santarém (Portugal)|Santarém]], [[Reino de Portugal]]
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|legenda          = Um dos [[Painéis de São Vicente de Fora]] mostrando Fernando.<br><small>{{ca.}} 1450-1470. Por [[Nuno Gonçalves]], atualmente no [[Museu Nacional de Arte Antiga]], em [[Lisboa]].</small>
|títulos          = Infante Santo
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O '''Beato Fernando de Portugal''', dito o '''Infante Santo''' ([[Santarém (Portugal)|Santarém]], [[29 de setembro]] de [[1402]] – [[Fez]], [[5 de junho]] de [[1443]]<ref>[https://evangelhoquotidiano.org/PT/display-saint/c73554d3-b2aa-40ed-8063-fabaff48fa0f São Fernando de Portugal, o "Infante Santo", evangelhoquotidiano.org]</ref>) era o oitavo filho do rei [[João I de Portugal]] e de sua mulher [[Filipa de Lencastre]], o mais novo dos membros da ''[[Ínclita Geração]]''.


Fernando cedo se mostrou interessado na questão religiosa e, ainda muito jovem, foi ordenado 2º Administrador da [[Ordem de Avis]] pelo seu pai, que o fizera também '''1º Senhor de [[Salvaterra de Magos (freguesia)|Salvaterra de Magos]] e de [[Atouguia da Baleia]]'''. Por ser o irmão mais novo, não tem acesso, como os mais velhos, a tantas riquezas, e intenta pôr-se ao serviço do [[Papa]], do [[Imperador]], ou de outro soberano [[Europa|europeu]] para ganhar prestígio e prebendas. Por motivação dos irmãos mais velhos acaba por desistir, virando as suas atenções para a luta em [[Marrocos]], da qual lhe poderia vir imensa fortuna.
== História ==
Cedo se mostrou interessado na questão religiosa e, ainda muito jovem, foi ordenado 2º Administrador da [[Ordem de Avis]] por  seu pai, que o fizera também 1º Senhor de [[Salvaterra de Magos (freguesia)|Salvaterra de Magos]] e de [[Atouguia da Baleia]].


Assim, em [[1437]] participa numa expedição militar ao Norte de África, comandada pelo irmão mais velho o [[Infante D. Henrique]], mas com o voto desfavorável dos outros infantes, [[Pedro, Duque de Coimbra]] e [[João, Infante de Portugal]] e do próprio Rei [[D. Duarte]] que, vítima de estranhos pressentimentos, só muito a contragosto consentiu na partida expedição. O Rei terá entregue ao Infante D. Henrique uma carta com algumas recomendações úteis, que foram por algum motivo ignoradas. A campanha revelou-se um desastre e, para evitar a chacina total dos portugueses, estabelece-se uma rendição pela qual as forças portuguesas se retiram, deixando o infante como penhor da devolução de [[Ceuta]] ([[Conquista de Ceuta|conquistada pelos portugueses]] em [[1415]]). No entanto, o Infante pareceu ter pressentido o seu destino, pois ao despedir-se do seu irmão D. Henrique, lhe terá dito ''"Rogai por mim a El-Rei, que é a última vez que nos veremos!"''
Por ser o irmão mais novo, não teve acesso, como os mais velhos, a tantas riquezas, e intenta pôr-se ao serviço do [[papa]], do [[Lista de imperadores do Sacro Império Romano-Germânico|imperador]], ou de outro soberano [[Europa|europeu]] para ganhar prestígio e prebendas. O próprio papa [[Papa Eugénio IV|Eugênio IV]] chegou a oferecer-lhe, em 1434 o título de [[cardeal]] que recusou.<ref>{{Citar web |url=https://evangelhoquotidiano.org/PT/display-saint/c73554d3-b2aa-40ed-8063-fabaff48fa0f |titulo=evangelhoquotidiano.org |acessodata=2021-06-05 |website=evangelhoquotidiano.org}}</ref> Por incentivo dos irmãos mais velhos acaba por desistir, virando as suas atenções para a luta da [[cruzada]] em [[Marrocos]], da qual lhe poderia vir imensa boa fortuna.


A divisão na metrópole entre os apoiantes da entrega imediata de Ceuta, ou a sua manutenção, conseguindo por outras vias (diplomática ou bélica), o resgate do infante, foi coeva da morte de [[Duarte de Portugal|D. Duarte]] (que morreu vítima da epidemia de peste que contaminou o Reino e ao que parece, de desgosto pelo fracasso da expedição a Tânger e do cativeiro de D. Fernando), o que impediu um desfecho favorável à situação.
[[Ficheiro:Coat of Arms of Prince Ferdinand of Aviz.svg|thumb|esquerda|Bandeira pessoal do infante D. Fernando com a sua divisa: «''Le bien me plaît''»]]
Assim, em 1437 participou numa expedição militar ao [[Norte de África]], comandada pelo irmão mais velho o [[Infante D. Henrique]]. O rei [[Duarte I de Portugal|D.Duarte]] terá entregue ao Infante D. Henrique, seu irmão, uma carta com algumas recomendações úteis, que foram por algum motivo ignoradas. A campanha revelou-se um desastre e, para evitar a chacina total dos portugueses, estabeleceu-se uma rendição pela qual as forças portuguesas se retiram, deixando o infante como penhor da devolução de [[Ceuta]] ([[Conquista de Ceuta|conquistada pelos portugueses]] em 1415). No entanto, o infante pareceu ter pressentido o seu destino, pois ao despedir-se do seu irmão D. Henrique, lhe terá dito ''"Rogai por mim a El-Rei, que é a última vez que nos veremos!".''


Fernando foi entretanto levado para [[Fez]], sendo tratado ora com todas as honras, ora como um prisioneiro de baixa condição (sobretudo depois de uma tentativa de evasão gorada, patrocinada por Portugal). Daí escreve ao seu irmão D. Pedro, então regente do reino, um apelo, pedindo a sua libertação a troco de Ceuta. Mas a divisão verificada na Corte em torno deste problema delicado e diversas ocorrências ocorridas com os governadores da praça-forte levam a que D. Fernando assuma o seu cativeiro com resignação cristã e morra no cativeiro de [[Fez]] em [[1443]] — acabando assim o problema da devolução ou não de Ceuta por se resolver naturalmente. Pelo seu sacrifício em nome dos interesses nacionais, viria a ganhar o epíteto de ''Infante Santo''.
A divisão na metrópole entre os apoiantes da entrega imediata de Ceuta, ou a sua manutenção, conseguindo por outras vias (diplomática ou bélica), o resgate do infante, foi coeva da morte de [[Duarte I de Portugal|D. Duarte]] (que morreu vítima da epidemia de peste que contaminou o Reino e ao que parece, de desgosto pelo fracasso da expedição a Tânger e do cativeiro de D. Fernando), o que impediu um desfecho favorável à situação.
 
Fernando foi entretanto levado para [[Fez]], sendo tratado ora com todas as honras, ora como um prisioneiro de baixa condição (sobretudo depois de uma tentativa de evasão gorada, patrocinada por Portugal). Daí escreve ao seu irmão Infante D. Henrique, um apelo, pedindo a sua libertação a troco de Ceuta. Mas a divisão verificada na Corte em torno deste problema delicado e diversas ocorrências ocorridas com os governadores da praça-forte levam a que D. Fernando assuma o seu cativeiro com resignação cristã e morra no cativeiro de [[Fez]] em 1443 — acabando assim o problema da devolução ou não de Ceuta por se resolver naturalmente. Pelo seu sacrifício em nome dos interesses nacionais, viria a ganhar o epíteto de ''Infante Santo''.


{{Casa de Avis - Descendência}}
{{Casa de Avis - Descendência}}
Pesará sempre a lembrança da morte trágica de D. Fernando, e com a maioridade de [[Afonso V]], seu sobrinho, desejoso de feitos guerreiros contra o Infiel em [[África]], sucedem-se as tentativas de conquista, viradas sempre para [[Tânger]], a fim de o vingar - primeiro em [[1458]] (acabando por desistir, dada a aparente inexpugnabilidade da cidade, e voltando-se para [[Alcácer-Ceguer|Alcácer Ceguer]]), depois nas "correrrias" de [[1463]]-[[1464]], enfim a tomada de [[Arzila (Marrocos)|Arzila]] em [[1471]], embora uma vez mais o objectivo fosse Tânger. De resto, após a [[tomada de Arzila]], os mouros de [[Tânger]], sentindo-se desprotegidos (pois eram a única praça muçulmana no meio de terra de cristãos) e abandonados pelo seu chefe (que a troco do reconhecimento, por Afonso V, do título de [[rei de Fez]], concedia ao monarca português o domínio de todo a região a Norte de Arzila, na qual Tânger se encontrava), deixaram a cidade, facto que muito custou ao rei português, por se ver assim impossibilitado de fazer pagar cara a morte de D. Fernando, seu tio.
Pesará sempre a lembrança da morte trágica de D. Fernando, e com a maioridade de [[Afonso V de Portugal|Afonso V]], seu sobrinho, desejoso de feitos guerreiros contra o Infiel em [[África]], sucedem-se as tentativas de conquista, viradas sempre para [[Tânger]], a fim de o vingar - primeiro em 1458 (acabando por desistir, dada a aparente inexpugnabilidade da cidade, e voltando-se para [[Alcácer-Ceguer|Alcácer Ceguer]]), depois nas "correrrias" de 1463-1464, enfim a tomada de [[Arzila (Marrocos)|Arzila]] em 1471, embora uma vez mais o objectivo fosse Tânger. De resto, após a [[tomada de Arzila]], os mouros de [[Tânger]], sentindo-se desprotegidos (pois eram a única praça muçulmana no meio de terra de cristãos) e abandonados pelo seu chefe (que a troco do reconhecimento, por Afonso V, do título de [[rei de Fez]], concedia ao monarca português o domínio de todo a região a Norte de Arzila, na qual Tânger se encontrava), deixaram a cidade, facto que muito custou ao rei português, por se ver assim impossibilitado de fazer pagar cara a morte de D. Fernando, seu tio.


== Devoção ==
[[Ficheiro:Fernando, o Infante Santo - Padrão dos Descobrimentos.png|thumb|left|Efígie do Infante Santo no [[Padrão dos Descobrimentos]], em [[Lisboa]], [[Portugal]].]]
Por meio desse mesmo tratado concluído com o agora rei de Fez, os restos mortais do Infante, que se achavam naquela cidade, passaram para as mãos dos portugueses, tendo sido solenemente transferidos para o [[Mosteiro da Batalha]], onde hoje repousam ao lado dos pais e irmãos, na ''[[Mosteiro da Batalha#Capela do Fundador|Capela do Fundador]]''.
Por meio desse mesmo tratado concluído com o agora rei de Fez, os restos mortais do Infante, que se achavam naquela cidade, passaram para as mãos dos portugueses, tendo sido solenemente transferidos para o [[Mosteiro da Batalha]], onde hoje repousam ao lado dos pais e irmãos, na ''[[Mosteiro da Batalha#Capela do Fundador|Capela do Fundador]]''.


O seu culto religioso foi aprovado em 1470.
O seu culto religioso foi aprovado em 1470 e os [[bolandistas]] o incluem no rol dos beatos portugueses.


{{ref-section}}
Uma teoria recente sobre os [[Painéis de São Vicente de Fora]] defende que os mesmos têm como figura central o próprio Infante Santo, e não [[Vicente de Saragoça|S. Vicente]], estando o mesmo rodeado pelos seus irmãos e família nos painéis centrais. Este conhecido quadro de [[Nuno Gonçalves]] seria assim uma homenagem nacional ao Infante mártir, morto no exílio por defesa do território nacional.
{{1913CE|Blessed Ferdinand}}
 
{{biografias}}
== Ver também ==
''[[Tríptico do Infante D. Fernando]]''
 
{{Referências}}
 
==Ligações externas==
* [https://ensina.rtp.pt/artigo/morte-do-infante-d-fernando-o-infante-santo/ Morte do Infante D. Fernando, o “Infante Santo”, Os Dias da História - Morte do Infante D. Fernando, o “Infante Santo”, por Paulo Sousa Pinto, Antena 2, 2017]
* {{1913CE|Blessed Ferdinand}}


[[Categoria:Infantes de Portugal]]
[[Categoria:Infantes de Portugal]]
[[Categoria:Casa de Avis]]
[[Categoria:Casa de Avis]]
[[Categoria:Mártires]]
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[[Categoria:Beatos de Portugal]]
[[Categoria:Beatos de Portugal]]
[[Categoria:Mortos em 1443]]
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[[Categoria:Naturais de Santarém (Portugal)]]
[[ca:Ferran de Portugal i Lancaster]]
[[Categoria:Sepultados no Mosteiro da Batalha]]
[[de:Ferdinand von Avis]]
[[Categoria:Personagens nos Painéis de São Vicente de Fora]]
[[en:Ferdinand the Saint Prince]]
[[Categoria:Personagens citadas nos Lusíadas]]
[[es:Fernando de Avis y Lancaster]]
[[fr:Ferdinand de Portugal (1402-1443)]]
[[gl:Fernando, o Infante Santo]]
[[it:Ferdinando d'Aviz (1402–1443)]]
[[ja:フェルナンド聖王子]]
[[nl:Ferdinand van Portugal]]
[[ru:Фернандо (инфант Португальский)]]
[[sv:Ferdinand den helige]]

Edição atual tal como às 21h26min de 10 de agosto de 2021

Predefinição:Info/Santos O Beato Fernando de Portugal, dito o Infante Santo (Santarém, 29 de setembro de 1402Fez, 5 de junho de 1443[1]) era o oitavo filho do rei João I de Portugal e de sua mulher Filipa de Lencastre, o mais novo dos membros da Ínclita Geração.

História

Cedo se mostrou interessado na questão religiosa e, ainda muito jovem, foi ordenado 2º Administrador da Ordem de Avis por seu pai, que o fizera também 1º Senhor de Salvaterra de Magos e de Atouguia da Baleia.

Por ser o irmão mais novo, não teve acesso, como os mais velhos, a tantas riquezas, e intenta pôr-se ao serviço do papa, do imperador, ou de outro soberano europeu para ganhar prestígio e prebendas. O próprio papa Eugênio IV chegou a oferecer-lhe, em 1434 o título de cardeal que recusou.[2] Por incentivo dos irmãos mais velhos acaba por desistir, virando as suas atenções para a luta da cruzada em Marrocos, da qual lhe poderia vir imensa boa fortuna.

Bandeira pessoal do infante D. Fernando com a sua divisa: «Le bien me plaît»

Assim, em 1437 participou numa expedição militar ao Norte de África, comandada pelo irmão mais velho o Infante D. Henrique. O rei D.Duarte terá entregue ao Infante D. Henrique, seu irmão, uma carta com algumas recomendações úteis, que foram por algum motivo ignoradas. A campanha revelou-se um desastre e, para evitar a chacina total dos portugueses, estabeleceu-se uma rendição pela qual as forças portuguesas se retiram, deixando o infante como penhor da devolução de Ceuta (conquistada pelos portugueses em 1415). No entanto, o infante pareceu ter pressentido o seu destino, pois ao despedir-se do seu irmão D. Henrique, lhe terá dito "Rogai por mim a El-Rei, que é a última vez que nos veremos!".

A divisão na metrópole entre os apoiantes da entrega imediata de Ceuta, ou a sua manutenção, conseguindo por outras vias (diplomática ou bélica), o resgate do infante, foi coeva da morte de D. Duarte (que morreu vítima da epidemia de peste que contaminou o Reino e ao que parece, de desgosto pelo fracasso da expedição a Tânger e do cativeiro de D. Fernando), o que impediu um desfecho favorável à situação.

Fernando foi entretanto levado para Fez, sendo tratado ora com todas as honras, ora como um prisioneiro de baixa condição (sobretudo depois de uma tentativa de evasão gorada, patrocinada por Portugal). Daí escreve ao seu irmão Infante D. Henrique, um apelo, pedindo a sua libertação a troco de Ceuta. Mas a divisão verificada na Corte em torno deste problema delicado e diversas ocorrências ocorridas com os governadores da praça-forte levam a que D. Fernando assuma o seu cativeiro com resignação cristã e morra no cativeiro de Fez em 1443 — acabando assim o problema da devolução ou não de Ceuta por se resolver naturalmente. Pelo seu sacrifício em nome dos interesses nacionais, viria a ganhar o epíteto de Infante Santo.

Realeza Portuguesa
Casa de Avis
Descendência
Ordem Avis.svg

Pesará sempre a lembrança da morte trágica de D. Fernando, e com a maioridade de Afonso V, seu sobrinho, desejoso de feitos guerreiros contra o Infiel em África, sucedem-se as tentativas de conquista, viradas sempre para Tânger, a fim de o vingar - primeiro em 1458 (acabando por desistir, dada a aparente inexpugnabilidade da cidade, e voltando-se para Alcácer Ceguer), depois nas "correrrias" de 1463-1464, enfim a tomada de Arzila em 1471, embora uma vez mais o objectivo fosse Tânger. De resto, após a tomada de Arzila, os mouros de Tânger, sentindo-se desprotegidos (pois eram a única praça muçulmana no meio de terra de cristãos) e abandonados pelo seu chefe (que a troco do reconhecimento, por Afonso V, do título de rei de Fez, concedia ao monarca português o domínio de todo a região a Norte de Arzila, na qual Tânger se encontrava), deixaram a cidade, facto que muito custou ao rei português, por se ver assim impossibilitado de fazer pagar cara a morte de D. Fernando, seu tio.

Devoção

Efígie do Infante Santo no Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa, Portugal.

Por meio desse mesmo tratado concluído com o agora rei de Fez, os restos mortais do Infante, que se achavam naquela cidade, passaram para as mãos dos portugueses, tendo sido solenemente transferidos para o Mosteiro da Batalha, onde hoje repousam ao lado dos pais e irmãos, na Capela do Fundador.

O seu culto religioso foi aprovado em 1470 e os bolandistas o incluem no rol dos beatos portugueses.

Uma teoria recente sobre os Painéis de São Vicente de Fora defende que os mesmos têm como figura central o próprio Infante Santo, e não S. Vicente, estando o mesmo rodeado pelos seus irmãos e família nos painéis centrais. Este conhecido quadro de Nuno Gonçalves seria assim uma homenagem nacional ao Infante mártir, morto no exílio por defesa do território nacional.

Ver também

Tríptico do Infante D. Fernando

Referências

Ligações externas

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