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O '''italiano''' é uma [[língua românica]] | {{mais fontes|data=janeiro de 2020}} | ||
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| nome = Italiano | |||
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| fam3 = [[línguas românicas|Românica]] | |||
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| escrita = [[Alfabeto latino]] | |||
<!-- Estatuto oficial --> | |||
| oficial = {{ITA}} <br> {{flag|Ordem Soberana e Militar de Malta}} <br> {{SMR}} <br> {{CHE}} <br> {{VAT}} <br> | |||
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<!-- Códigos de línguas --> | |||
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}} | |||
O '''italiano''' (''italiano'') é uma [[língua românica]], descendente direta do [[latim]].<ref>Ver [[Classification of Romance languages|''Italica'' 1950: 46]] (cf. [http://books.google.com/books?id=M0sbAAAAIAAJ&q=%22Demonstrates+a+comparative+statistical+method%22 <nowiki>[1]</nowiki>] and [http://books.google.com/books?id=M0sbAAAAIAAJ&q=%22there+is+a+maximum+of+77+change+points%22 <nowiki>[2]</nowiki>]).</ref><ref>Ver [[Classification of Romance languages|Koutna ''et al.'' (1990: 294)]]</ref> É a [[língua oficial]] de quatro países - [[Itália]], [[Suíça]], [[San Marino]] e [[Vaticano]] -, e usada como língua co-oficial em partes da [[Albânia]], [[Eslovênia]], [[Croácia]] e [[Mónaco|Mônaco]]. Foi igualmente usado na antiga [[África Oriental Italiana]] e as [[Líbia Italiana|regiões do Norte de África]], onde o italiano ainda desempenha um papel significativo em vários setores. O italiano também é falado por grandes comunidades de [[expatriado]]s nas [[Américas]], incluídas partes do [[Brasil]], e por pequenas minorias em lugares como [[Crimeia]], [[França]] (especialmente na [[Córsega]]), [[Montenegro]] e [[Tunísia]].<ref name="ethnologue.com">[http://www.ethnologue.com/show_language.asp?code=ita Ethnologue report for language code:ita (Italy)] – Gordon, Raymond G., Jr. (ed.), 2005. Ethnologue: Languages of the World, Fifteenth edition. Dallas, Tex.: SIL International. Online version</ref> Muitos falantes são bilíngues nativos das línguas regionais italianas e de [[Línguas da Itália|outros idiomas regionais]].<ref>{{citar web|url=http://www.ethnologue.com/show_country.asp?name=IT |título=Italy |publicado=Ethnologue |data=19 de fevereiro de 1999 |acessodata=22 de outubro de 2015}}</ref> | |||
O italiano é uma língua europeia importante, sendo uma das línguas oficiais da [[Organização para a Segurança e Cooperação na Europa]] e uma das línguas de trabalho do [[Conselho da Europa]]. É a terceira língua materna mais falada na [[União Europeia]], com 65 milhões de falantes nativos (13% da população da UE) e é falado como [[segunda língua]] por 14 milhões de cidadãos da UE (3%).<ref name="europa2006">{{PDFlink|[http://ec.europa.eu/public_opinion/archives/ebs/ebs_243_sum_en.pdf Eurobarometer – Europeans and their languages]|485 KB}}, Fevereiro de 2006</ref> Incluindo falantes italianos em países europeus não pertencentes à UE (como Suíça e Albânia) e de outros continentes, o número total de falantes é de cerca de 85 milhões.<ref name="Italian language">{{citar web|url=http://www2.le.ac.uk/departments/modern-languages/lal/languages%20at%20lal/italian |título=Italian — University of Leicester |publicado=.le.ac.uk |data= |acessodata=22 de outubro de 2015}}</ref> | |||
== | O idioma é a principal língua de trabalho da [[Santa Sé]], servindo como a [[língua franca]] na hierarquia da [[Igreja Católica]], bem como a língua oficial da [[Ordem Soberana e Militar de Malta]]. O italiano é conhecido como a linguagem da [[música]] por causa de seu uso na terminologia musical e na [[ópera]]. Sua influência também é generalizada nas [[artes]] e no mercado de bens de luxo, sendo foi classificado como a quarta ou quinta língua estrangeira mais ensinada no mundo.<ref name="becomingitalianwordbyword.typepad.com">{{citar web|url=http://becomingitalianwordbyword.typepad.com/becomingitalian/2014/06/italian-is-the-fourth-most-studied-language-in-the-world.html |título=Becoming Italian Word by Word: Italian Becomes the Fourth Most Studied Language in the World |publicado=Becomingitalianwordbyword.typepad.com |data=25 de junho de 2014 |acessodata=22 de outubro de 2015}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.thelocal.de/20150415/german-is-fourth-most-learnt-language-globally |título=German is world's fourth most popular language – The Local |publicado=Thelocal.de |data= |acessodata=22 de outubro de 2015}}</ref> | ||
O italiano foi adotado pelo [[Estado]] após a [[Risorgimento|unificação da Itália]] e deriva do [[Dialeto toscano|toscano]], sendo que previamente era uma língua falada principalmente pela [[elite]] da sociedade [[Florença|florentina]].<ref>[http://www.italian-language-study.com/italian-language/modern-italian.htm ] {{wayback|url=http://www.italian-language-study.com/italian-language/modern-italian.htm |date=20091003014156 |df=y }}</ref> Seu desenvolvimento foi também influenciado por outras [[línguas italianas]] e, em certa medida menor, pelas [[línguas germânicas]] dos [[Invasões bárbaras|invasores pós-romanos]]. | |||
A | == História == | ||
A língua italiana atual deriva em grande parte do [[latim vulgar]]. Inicialmente, existiam dois tipos de latim falados até à [[Idade Média]]: o [[latim clássico]] falado pelos [[Antiga Roma|romanos]] mais cultos e influentes ou pelos moradores da área original de [[Roma]], mais complexo, e o latim vulgar, que era falado pelos [[soldado]]s romanos e pelos povos dominados por estes.{{Carece de fontes|data=março de 2013}} | |||
Uma vez que os soldados se mantinham por determinados períodos de tempo nos locais ocupados, eram, de certa forma, encarregados em impor a língua latina aos [[colono]]s, pelo que, a variante de latim vulgar se tornou a mais falada em toda a extensão do vasto [[Império Romano]].<ref>[https://actualidad.rt.com/actualidad/240189-tirad-fuerte-hijos-puta-primer-documento-lengua-vernacula?utm_source=browser&utm_medium=aplication_chrome&utm_campaign=chrome]</ref> Com a ocorrência de misturas de [[dialeto]]s locais com o latim formaram-se várias das línguas atuais, tais como o português, o espanhol, o francês, o [[Língua romena|romeno]] e muito da essência do [[Língua inglesa|inglês]].{{Carece de fontes|data=março de 2013}} | |||
No [[século XIX]], com a [[unificação]] dos pequenos [[estado]]s da península Itálica cuja ligação comum era, basicamente, a língua, promulgou-se o italiano como língua oficial, que só não pode ser considerada como latim vulgar "puro" por ter influências dos dialetos neolatinos da região da [[Toscânia]].{{Carece de fontes|data=março de 2013}} | |||
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{{ | === Língua da Itália unificada === | ||
[[Imagem:Languages spoken in Italy.svg|thumb|esquerda|Os dialetos italianos]] | |||
O italiano padronizado, usado hoje na Itália, é descendente dos dialetos da [[Toscânia]], especialmente aquele falado em [[Florença]], um dos mais importantes centros culturais da Itália. Este dialeto ganhou prestígio sobretudo após ser usado por [[Dante Alighieri]], o maior [[escritor]] italiano. Desta forma, o atual italiano padrão só era falado na região da Toscânia. Com a unificação italiana, o dialeto de Florença foi escolhido como língua oficial da Itália.{{Carece de fontes|data=março de 2013}} | |||
[[ | A Itália, anteriormente dividida em diversos reinos, com línguas e dialetos próprios, só se unificou na segunda metade do {{séc|XIX}}. Diversos idiomas e dialetos prevaleciam entre a população do país. Estes dialetos eram, na maioria das vezes, incompreensíveis entre si. Por exemplo, um italiano que fale um dialeto do sul da [[Calábria]] não entende o dialeto de alguém do norte da Calábria. De uma cidade para outra, os dialetos italianos podem mudar completamente. Em consequência, era necessário unificar a população italiana dentro de um único dialeto que, no caso escolhido, foi o dialeto toscano.<ref name="Italianistica Online">[http://www.italianisticaonline.it/2005/lido-de-mauro/ Italianistica Online]</ref><ref>[http://www.calabriastudi.com/ Calabria; Storia, Cultura, Il Dialetto Calabrese, I Cognomi Calabresi]</ref> | ||
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[[da: | Em 1861, ano do [[Risorgimento|Risorgimento italiano]], apenas 2,5% da população italiana se comunicava em italiano e outros 10% compreendiam a língua. A esmagadora maioria da população não conhecia a língua. O italiano só se tornou dominante nos últimos cinquenta anos, com a alfabetização em massa da população italiana e o desenvolvimento de tecnologias como a [[televisão]], que contribuiu para a divulgação do italiano. Na década de 1950, o italiano ainda era menos falado que outros dialetos: 18% da população comunicava na língua oficial, 18% alternava entre dialeto local e italiano e 64% usava outro dialeto. Atualmente, 46% da população italiana usa apenas o italiano, 50% alterna entre italiano e o dialeto local e só 4% fala apenas no seu dialeto local. Para muitos italianos, falar dialeto é sinônimo de ignorância e falta de estudos. O italiano padrão é, então, considerado o idioma da escolaridade e da população bem-educada, enquanto os dialetos são usados sobretudo no meio rural e para se comunicar com os familiares.<ref name="Italianistica Online"/> | ||
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[[ | == Distribuição geográfica == | ||
[[ | [[Imagem:ItalophoneEuropeMap.png|thumb|Distribuição geográfica do italiano na Europa]] | ||
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[[ | O italiano é língua oficial na [[Itália]] e em [[San Marino]], e uma das línguas oficiais da [[Suíça]]. Também é a segunda língua oficial do [[Vaticano]] e em algumas áreas da [[Ístria]], na [[Eslovênia]] e [[Croácia]], como uma minoria italiana. Também é constantemente falado na [[Córsega]] e em [[Nice]], antigas possessões italianas, além da [[Albânia]]. | ||
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[[ | É falado em certas partes da [[África]], que incluem a [[Etiópia]], [[Líbia]], [[Tunísia]] e [[Eritreia]]. É constantemente usado por comunidades italianas vivendo no [[Luxemburgo]], na [[Alemanha]], [[Bélgica]], nos [[Estados Unidos]], no [[Canadá]], na [[Venezuela]], no [[Brasil]], [[Uruguai]], na [[Argentina]] e [[Austrália]]. | ||
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[[ | A presença de italianos é marcante em toda a [[América Latina]]. Neste caso, a presença da língua italiana, na maior parte dialetos nortenhos, é abundante no Brasil, Argentina e Uruguai. Nesses países, o [[Língua espanhola|espanhol]] e o [[Língua portuguesa|português]] foram influenciados pelo italiano, particularmente em algumas regiões: [[Rio Grande do Sul]], [[Paraná]], [[São Paulo (estado)|São Paulo]], [[Santa Catarina]], [[Córdova (província da Argentina)|Córdoba]], [[Buenos Aires]], [[Chipilo]], etc.{{Carece de fontes|data=março de 2013}} | ||
[[ | |||
[[ | == Os dialetos == | ||
[[ | Ao lado do italiano, diversos dialetos ainda são falados pela população italiana. Porém, pesquisas mostram que, ano após ano, o uso exclusivo do italiano vem crescendo, enquanto que o uso da fala dialetal vai perdendo espaço. Em pesquisa de 2006, declararam falar exclusivamente ou prevalentemente o italiano: em família, 45,5% dos entrevistados, com amigos 48,9% e com estranhos 72,8%. Nota-se, portanto, que o dialeto é ainda bastante forte entre pessoas que têm maior grau de intimidade (familiares e amigos), enquanto o italiano prevalece nas relações com estranhos.{{Carece de fontes|data=março de 2013}} | ||
[[ | |||
[[ | O uso do dialeto difere em relação às principais variáveis sociais: idade, escolaridade, sexo (este menos influente). Quem usa mais os dialetos são os idosos, os iletrados e os homens, principalmente entre amigos e familiares e pouco com desconhecidos. Também há notável variação regional: na região Noroeste da Itália, assim como na região central, o dialeto é pouco usado. Por outro lado, seu uso é mais forte no Sul, nas ilhas e no Nordeste, sendo o Vêneto a região onde o dialeto tem mais força. Deve ser ressaltado, porém, que os dialetos centrais da [[Toscânia]] e do [[Lácio_(região_moderna)|Lácio]] são mais próximos do italiano padrão, o que diminui o uso do dialeto. Assim, 63,6% das pessoas residentes no Centro usam principalmente o italiano com a família, percentagem que cai para 28,3% no Sul e 32,8% nas ilhas. Quanto às regiões, o italiano é falado com predominância na Toscânia (83,9%), na [[Ligúria]] (68,5%) e no Lácio (60,7%) e menos na [[Calábria]] (20,4%), [[Vêneto]] (23,6%) e em [[Campânia]] (25,5%).<ref>[http://www3.istat.it/salastampa/comunicati/non_calendario/20070420_00/testointegrale.pdf Língua italiana e os dialetos]</ref> | ||
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[[ | === No Brasil === | ||
[[ | Entre 1875 e 1935, aproximadamente 1,5 milhão de [[italianos]] emigraram para o [[Brasil]].<ref>[http://www.geocities.com/novabrescia/nbhisto.html Nossos Imigrantes… Nossa História]</ref> Atualmente, 30 milhões de brasileiros são descendentes de italianos, contabilizando a maior população de origem italiana fora da Itália.<ref>{{Citar web |url=http://www.consultanazionaleemigrazione.it/itestero/Gli_italiani_in_Brasile.pdf |titulo=Gli italiani in Brasile |acessodata=2008-04-05 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20120212103430/http://www.consultanazionaleemigrazione.it/itestero/Gli_italiani_in_Brasile.pdf |arquivodata=2012-02-12 |urlmorta=yes }}</ref> | ||
[[ | |||
Os imigrantes não só falavam o italiano padrão existente hoje, mas também dialetos. Na época em que estes imigrantes partiram para o Brasil, no fim do {{séc|XIX}}, o uso do dialeto era ainda mais forte, visto que poucos italianos imigrantes eram [[Alfabetização|alfabetizados]]. A imigração vêneta se concentrou no [[Sul do Brasil]], palco para a criação de colônias rurais isoladas quase sem comunicação. Tais fatores contribuíram para o enraizamento do dialeto vêneto em certas porções do Brasil meridional. A maior parte dos falantes de vêneto no Brasil se concentra nas zonas [[Vinho|vinícolas]] do [[Rio Grande do Sul]]. Por viverem de certa forma isolados na zona rural, esses italianos e descendentes foram o único grupo que conseguiu manter o idioma vivo no Brasil, falado atualmente por alguns milhares de brasileiros. O dialeto, contudo, sofreu forte influência do português, e manteve expressões e [[léxico]]s que desapareceram na Itália. Para diferenciá-lo, utiliza-se hoje o nome [[talian]].{{Carece de fontes|data=março de 2013}} | |||
Desta forma, apenas o dialeto vêneto sobreviveu no Brasil. Diversos outros falares itálicos, como o [[Língua napolitana|napolitano]] (bastante difundido em São Paulo no início do século passado), [[Língua emiliana|emiliano]], [[Língua siciliana|siciliano]], [[Língua lombarda|lombardo]], etc., desapareceram no Brasil. É notório, porém, que o vêneto também está ameaçado, visto que está restrito a ambientes rurais, em um país de forte aceleração urbana como é o Brasil. Em centros urbanos, como [[Caxias do Sul]], o vêneto foi, outrora, língua corrente porém hoje é difícil encontrar seus falantes. Atualmente verifica-se um renovado interesse em se manter esse idioma minoritário do Brasil meridional através de sua inserção em [[currículo]]s [[escola]]res, da mesma forma que se está fazendo com o idioma [[Língua alemã|alemão]] nas zonas de colonização alemã e com o [[Língua espanhola|espanhol]] nas zonas fronteiriças à [[Argentina]] e ao [[Uruguai]]. O ensino da língua é obrigatório nas escolas dos municípios de [[Francisco Beltrão]] ([[Paraná]])<ref>[http://www.franciscobeltrao.pr.gov.br/arquivos/legislacao/898.DOC LEI Nº 3018/2003 - 02.10.03 - Dispõe sobre a oficialização de aulas de língua italiana nas escolas da Rede Municipal de Ensino]{{Ligação inativa|1={{subst:DATA}} }}</ref><ref>[http://www1.leismunicipais.com.br/legislacao-de-francisco-beltrao/669887/lei-3018-2003-francisco-beltrao-pr.html Lei Ordinária nº 3018/2003 de Francisco Beltrão, dispõe sobre a oficialização de aulas de língua italiana nas escolas]{{Ligação inativa|1={{subst:DATA}} }}</ref> e [[Antônio Prado]] ([[Rio Grande do Sul]]).<ref>{{Citar web |url=http://www.camaraaprado.com.br/revista_eletronica_detalhe.php?id=731 |titulo=Elaboração de Projeto de Lei para o ensino obrigatório da língua italiana nas escolas municipais |acessodata=2013-01-30 |arquivourl=https://archive.is/20120724125523/http://www.camaraaprado.com.br/revista_eletronica_detalhe.php?id=731 |arquivodata=2012-07-24 |urlmorta=yes }}</ref><ref>[http://www.correiodopovo.com.br/Impresso/?Ano=115&Numero=183&Caderno=9&Noticia=119621 Língua italiana em Antônio Prado] {{Wayback|url=http://www.correiodopovo.com.br/Impresso/?Ano=115&Numero=183&Caderno=9&Noticia=119621 |date=20150415005236 }}, Italiano integra currículo escolar</ref> | |||
== Gramática == | |||
{{Artigo principal|Gramática do italiano}} | |||
Como em português, os [[substantivo]]s italianos declinam-se em função de gênero (feminino e masculino) e número (singular e plural). | |||
A língua italiana possui três conjugações [[Verbo|verbais]].<ref>[[#thebigbook-2|thebigbook-2, pp. 113-120]]</ref> | |||
* 1ª - verbos que terminam em ''-are''; | |||
* 2ª - verbos que terminam em ''-ere''; | |||
* 3ª - verbos que terminam em ''-ire''; | |||
Vários linguistas e gramáticos evidenciam quatro ou cinco conjugações na língua italiana, assim querendo diferenciar na segunda os verbos com infinitivo rizotônico (''prèndere'', ''stèndere'', ''vòlgere'') dos verbos com infinitivo arrizotônicos (''vedére'', ''sapére'', ''temére'') e evidenciar na terceira a presença de verbos incoativos com [[interfixo]] ''-isc-'' no presente do indicativo e do subjuntivo e no imperativo.{{Carece de fontes|data=março de 2013}} | |||
Os verbos podem ser postos em quatro modos pessoais ([[modo indicativo|indicativo]], [[modo subjuntivo|conjuntivo]], [[modo condicional|condicional]] e [[modo imperativo|imperativo]]) e três modos impessoais ([[infinitivo]], [[gerúndio]], e [[particípio]]). | |||
== Ver também == | |||
{{InterWiki|cod=it}} | |||
* [[Línguas românicas]] | |||
== Bibliografia == | |||
* {{citar livro |titulo=The Big Book of Italian Verbs: 900 Fully Conjugated Verbs in All Tenses. With IPA Transcription, 2nd Edition |primeiro=Fabrizio |ultimo=Berloco |editora=Lengu |isbn=978-8894034813 |ano=2018 |ref=thebigbook-2 |url=https://books.google.it/books?id=DYynDwAAQBAJ&pg=PA1#v=onepage&q&f=false}} | |||
{{Referências|col=2}} | |||
== Ligações externas == | |||
{{Commons|Italian pronunciation}} | |||
{{Wikilivros|Italiano}} | |||
* [http://www.estadao.com.br/450/historia13.htm "Começa a Imigração de Mão de Obra Italiana" - Texto com fotos históricas do jornal "O Estadão".] | |||
* [http://www.gramadosite.com.br/cgi/cultura/cronicas/ovidio/id:5746/xcoluna:1/xautor:1/leiapage:5 Pequena crônica sobre as realidades da língua italiana no Brasil.] | |||
* [http://www.dizionario.rai.it ''Dizionario d'ortografia e di pronunzia'' (''DOP''): dicionário de ortografia e pronúncia da língua italiana]([[RAI]]). | |||
{{Portal3|Itália|Linguística|San Marino|Suíça|União Europeia}} | |||
{{Línguas românicas}} | |||
{{Idiomas oficiais da UE}} | |||
[[Categoria:Língua italiana| ]] | |||
[[Categoria:Línguas da Austrália|Italiano]] | |||
[[Categoria:Línguas da Eslovênia|Italiano]] | |||
[[Categoria:Línguas da Itália|Italiano]] | |||
[[Categoria:Línguas da Suíça|Italiano]] | |||
[[Categoria:Línguas de San Marino|Italiano]] | |||
[[Categoria:Línguas do Vaticano|Italiano]] | |||
[[Categoria:Línguas oficiais da União Europeia|Italiano]] |
Edição atual tal como às 20h11min de 24 de abril de 2022
Italiano Italiano | ||
---|---|---|
Falado(a) em: | Itália, Suíça, San Marino, Vaticano, Malta, Mônaco, Albânia, Líbia, Etiópia, Somália, Eritreia e Tunísia | |
Região: | Europa ocidental | |
Total de falantes: | 69 milhões na União Europeia (c. 2012) 90 milhões de falantes totais (24 milhões como segunda língua) | |
Posição: | 21 | |
Família: | Indo-europeia Itálica Românica Ítalo-ocidental Ítalo-dálmata Ítalo-românica Italiano | |
Escrita: | Alfabeto latino | |
Estatuto oficial | ||
Língua oficial de: | Itália Predefinição:Country data Ordem Soberana e Militar de Malta San Marino Suíça Vaticano | |
Regulado por: | Accademia della Crusca | |
Códigos de língua | ||
ISO 639-1: | it
| |
ISO 639-2: | ita | |
ISO 639-3: | ita
| |
O italiano (italiano) é uma língua românica, descendente direta do latim.[1][2] É a língua oficial de quatro países - Itália, Suíça, San Marino e Vaticano -, e usada como língua co-oficial em partes da Albânia, Eslovênia, Croácia e Mônaco. Foi igualmente usado na antiga África Oriental Italiana e as regiões do Norte de África, onde o italiano ainda desempenha um papel significativo em vários setores. O italiano também é falado por grandes comunidades de expatriados nas Américas, incluídas partes do Brasil, e por pequenas minorias em lugares como Crimeia, França (especialmente na Córsega), Montenegro e Tunísia.[3] Muitos falantes são bilíngues nativos das línguas regionais italianas e de outros idiomas regionais.[4]
O italiano é uma língua europeia importante, sendo uma das línguas oficiais da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa e uma das línguas de trabalho do Conselho da Europa. É a terceira língua materna mais falada na União Europeia, com 65 milhões de falantes nativos (13% da população da UE) e é falado como segunda língua por 14 milhões de cidadãos da UE (3%).[5] Incluindo falantes italianos em países europeus não pertencentes à UE (como Suíça e Albânia) e de outros continentes, o número total de falantes é de cerca de 85 milhões.[6]
O idioma é a principal língua de trabalho da Santa Sé, servindo como a língua franca na hierarquia da Igreja Católica, bem como a língua oficial da Ordem Soberana e Militar de Malta. O italiano é conhecido como a linguagem da música por causa de seu uso na terminologia musical e na ópera. Sua influência também é generalizada nas artes e no mercado de bens de luxo, sendo foi classificado como a quarta ou quinta língua estrangeira mais ensinada no mundo.[7][8]
O italiano foi adotado pelo Estado após a unificação da Itália e deriva do toscano, sendo que previamente era uma língua falada principalmente pela elite da sociedade florentina.[9] Seu desenvolvimento foi também influenciado por outras línguas italianas e, em certa medida menor, pelas línguas germânicas dos invasores pós-romanos.
História
A língua italiana atual deriva em grande parte do latim vulgar. Inicialmente, existiam dois tipos de latim falados até à Idade Média: o latim clássico falado pelos romanos mais cultos e influentes ou pelos moradores da área original de Roma, mais complexo, e o latim vulgar, que era falado pelos soldados romanos e pelos povos dominados por estes.[carece de fontes]
Uma vez que os soldados se mantinham por determinados períodos de tempo nos locais ocupados, eram, de certa forma, encarregados em impor a língua latina aos colonos, pelo que, a variante de latim vulgar se tornou a mais falada em toda a extensão do vasto Império Romano.[10] Com a ocorrência de misturas de dialetos locais com o latim formaram-se várias das línguas atuais, tais como o português, o espanhol, o francês, o romeno e muito da essência do inglês.[carece de fontes]
No século XIX, com a unificação dos pequenos estados da península Itálica cuja ligação comum era, basicamente, a língua, promulgou-se o italiano como língua oficial, que só não pode ser considerada como latim vulgar "puro" por ter influências dos dialetos neolatinos da região da Toscânia.[carece de fontes]
Língua da Itália unificada
O italiano padronizado, usado hoje na Itália, é descendente dos dialetos da Toscânia, especialmente aquele falado em Florença, um dos mais importantes centros culturais da Itália. Este dialeto ganhou prestígio sobretudo após ser usado por Dante Alighieri, o maior escritor italiano. Desta forma, o atual italiano padrão só era falado na região da Toscânia. Com a unificação italiana, o dialeto de Florença foi escolhido como língua oficial da Itália.[carece de fontes]
A Itália, anteriormente dividida em diversos reinos, com línguas e dialetos próprios, só se unificou na segunda metade do século XIX. Diversos idiomas e dialetos prevaleciam entre a população do país. Estes dialetos eram, na maioria das vezes, incompreensíveis entre si. Por exemplo, um italiano que fale um dialeto do sul da Calábria não entende o dialeto de alguém do norte da Calábria. De uma cidade para outra, os dialetos italianos podem mudar completamente. Em consequência, era necessário unificar a população italiana dentro de um único dialeto que, no caso escolhido, foi o dialeto toscano.[11][12]
Em 1861, ano do Risorgimento italiano, apenas 2,5% da população italiana se comunicava em italiano e outros 10% compreendiam a língua. A esmagadora maioria da população não conhecia a língua. O italiano só se tornou dominante nos últimos cinquenta anos, com a alfabetização em massa da população italiana e o desenvolvimento de tecnologias como a televisão, que contribuiu para a divulgação do italiano. Na década de 1950, o italiano ainda era menos falado que outros dialetos: 18% da população comunicava na língua oficial, 18% alternava entre dialeto local e italiano e 64% usava outro dialeto. Atualmente, 46% da população italiana usa apenas o italiano, 50% alterna entre italiano e o dialeto local e só 4% fala apenas no seu dialeto local. Para muitos italianos, falar dialeto é sinônimo de ignorância e falta de estudos. O italiano padrão é, então, considerado o idioma da escolaridade e da população bem-educada, enquanto os dialetos são usados sobretudo no meio rural e para se comunicar com os familiares.[11]
Distribuição geográfica
O italiano é língua oficial na Itália e em San Marino, e uma das línguas oficiais da Suíça. Também é a segunda língua oficial do Vaticano e em algumas áreas da Ístria, na Eslovênia e Croácia, como uma minoria italiana. Também é constantemente falado na Córsega e em Nice, antigas possessões italianas, além da Albânia.
É falado em certas partes da África, que incluem a Etiópia, Líbia, Tunísia e Eritreia. É constantemente usado por comunidades italianas vivendo no Luxemburgo, na Alemanha, Bélgica, nos Estados Unidos, no Canadá, na Venezuela, no Brasil, Uruguai, na Argentina e Austrália.
A presença de italianos é marcante em toda a América Latina. Neste caso, a presença da língua italiana, na maior parte dialetos nortenhos, é abundante no Brasil, Argentina e Uruguai. Nesses países, o espanhol e o português foram influenciados pelo italiano, particularmente em algumas regiões: Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Santa Catarina, Córdoba, Buenos Aires, Chipilo, etc.[carece de fontes]
Os dialetos
Ao lado do italiano, diversos dialetos ainda são falados pela população italiana. Porém, pesquisas mostram que, ano após ano, o uso exclusivo do italiano vem crescendo, enquanto que o uso da fala dialetal vai perdendo espaço. Em pesquisa de 2006, declararam falar exclusivamente ou prevalentemente o italiano: em família, 45,5% dos entrevistados, com amigos 48,9% e com estranhos 72,8%. Nota-se, portanto, que o dialeto é ainda bastante forte entre pessoas que têm maior grau de intimidade (familiares e amigos), enquanto o italiano prevalece nas relações com estranhos.[carece de fontes]
O uso do dialeto difere em relação às principais variáveis sociais: idade, escolaridade, sexo (este menos influente). Quem usa mais os dialetos são os idosos, os iletrados e os homens, principalmente entre amigos e familiares e pouco com desconhecidos. Também há notável variação regional: na região Noroeste da Itália, assim como na região central, o dialeto é pouco usado. Por outro lado, seu uso é mais forte no Sul, nas ilhas e no Nordeste, sendo o Vêneto a região onde o dialeto tem mais força. Deve ser ressaltado, porém, que os dialetos centrais da Toscânia e do Lácio são mais próximos do italiano padrão, o que diminui o uso do dialeto. Assim, 63,6% das pessoas residentes no Centro usam principalmente o italiano com a família, percentagem que cai para 28,3% no Sul e 32,8% nas ilhas. Quanto às regiões, o italiano é falado com predominância na Toscânia (83,9%), na Ligúria (68,5%) e no Lácio (60,7%) e menos na Calábria (20,4%), Vêneto (23,6%) e em Campânia (25,5%).[13]
No Brasil
Entre 1875 e 1935, aproximadamente 1,5 milhão de italianos emigraram para o Brasil.[14] Atualmente, 30 milhões de brasileiros são descendentes de italianos, contabilizando a maior população de origem italiana fora da Itália.[15]
Os imigrantes não só falavam o italiano padrão existente hoje, mas também dialetos. Na época em que estes imigrantes partiram para o Brasil, no fim do século XIX, o uso do dialeto era ainda mais forte, visto que poucos italianos imigrantes eram alfabetizados. A imigração vêneta se concentrou no Sul do Brasil, palco para a criação de colônias rurais isoladas quase sem comunicação. Tais fatores contribuíram para o enraizamento do dialeto vêneto em certas porções do Brasil meridional. A maior parte dos falantes de vêneto no Brasil se concentra nas zonas vinícolas do Rio Grande do Sul. Por viverem de certa forma isolados na zona rural, esses italianos e descendentes foram o único grupo que conseguiu manter o idioma vivo no Brasil, falado atualmente por alguns milhares de brasileiros. O dialeto, contudo, sofreu forte influência do português, e manteve expressões e léxicos que desapareceram na Itália. Para diferenciá-lo, utiliza-se hoje o nome talian.[carece de fontes]
Desta forma, apenas o dialeto vêneto sobreviveu no Brasil. Diversos outros falares itálicos, como o napolitano (bastante difundido em São Paulo no início do século passado), emiliano, siciliano, lombardo, etc., desapareceram no Brasil. É notório, porém, que o vêneto também está ameaçado, visto que está restrito a ambientes rurais, em um país de forte aceleração urbana como é o Brasil. Em centros urbanos, como Caxias do Sul, o vêneto foi, outrora, língua corrente porém hoje é difícil encontrar seus falantes. Atualmente verifica-se um renovado interesse em se manter esse idioma minoritário do Brasil meridional através de sua inserção em currículos escolares, da mesma forma que se está fazendo com o idioma alemão nas zonas de colonização alemã e com o espanhol nas zonas fronteiriças à Argentina e ao Uruguai. O ensino da língua é obrigatório nas escolas dos municípios de Francisco Beltrão (Paraná)[16][17] e Antônio Prado (Rio Grande do Sul).[18][19]
Gramática
Como em português, os substantivos italianos declinam-se em função de gênero (feminino e masculino) e número (singular e plural).
A língua italiana possui três conjugações verbais.[20]
- 1ª - verbos que terminam em -are;
- 2ª - verbos que terminam em -ere;
- 3ª - verbos que terminam em -ire;
Vários linguistas e gramáticos evidenciam quatro ou cinco conjugações na língua italiana, assim querendo diferenciar na segunda os verbos com infinitivo rizotônico (prèndere, stèndere, vòlgere) dos verbos com infinitivo arrizotônicos (vedére, sapére, temére) e evidenciar na terceira a presença de verbos incoativos com interfixo -isc- no presente do indicativo e do subjuntivo e no imperativo.[carece de fontes]
Os verbos podem ser postos em quatro modos pessoais (indicativo, conjuntivo, condicional e imperativo) e três modos impessoais (infinitivo, gerúndio, e particípio).
Ver também
Bibliografia
- Berloco, Fabrizio (2018). The Big Book of Italian Verbs: 900 Fully Conjugated Verbs in All Tenses. With IPA Transcription, 2nd Edition. [S.l.]: Lengu. ISBN 978-8894034813
Referências
- ↑ Ver Italica 1950: 46 (cf. [1] and [2]).
- ↑ Ver Koutna et al. (1990: 294)
- ↑ Ethnologue report for language code:ita (Italy) – Gordon, Raymond G., Jr. (ed.), 2005. Ethnologue: Languages of the World, Fifteenth edition. Dallas, Tex.: SIL International. Online version
- ↑ «Italy». Ethnologue. 19 de fevereiro de 1999. Consultado em 22 de outubro de 2015
- ↑ Eurobarometer – Europeans and their languages PDF (485 KB), Fevereiro de 2006
- ↑ «Italian — University of Leicester». .le.ac.uk. Consultado em 22 de outubro de 2015
- ↑ «Becoming Italian Word by Word: Italian Becomes the Fourth Most Studied Language in the World». Becomingitalianwordbyword.typepad.com. 25 de junho de 2014. Consultado em 22 de outubro de 2015
- ↑ «German is world's fourth most popular language – The Local». Thelocal.de. Consultado em 22 de outubro de 2015
- ↑ [1] Arquivado em 3 de outubro de 2009 no Wayback Machine.
- ↑ [2]
- ↑ 11,0 11,1 Italianistica Online
- ↑ Calabria; Storia, Cultura, Il Dialetto Calabrese, I Cognomi Calabresi
- ↑ Língua italiana e os dialetos
- ↑ Nossos Imigrantes… Nossa História
- ↑ «Gli italiani in Brasile» (PDF). Consultado em 5 de abril de 2008. Arquivado do original (PDF) em 12 de fevereiro de 2012
- ↑ LEI Nº 3018/2003 - 02.10.03 - Dispõe sobre a oficialização de aulas de língua italiana nas escolas da Rede Municipal de Ensino[ligação inativa]
- ↑ Lei Ordinária nº 3018/2003 de Francisco Beltrão, dispõe sobre a oficialização de aulas de língua italiana nas escolas[ligação inativa]
- ↑ «Elaboração de Projeto de Lei para o ensino obrigatório da língua italiana nas escolas municipais». Consultado em 30 de janeiro de 2013. Arquivado do original em 24 de julho de 2012
- ↑ Língua italiana em Antônio Prado Arquivado em 15 de abril de 2015, no Wayback Machine., Italiano integra currículo escolar
- ↑ thebigbook-2, pp. 113-120