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Volt

Alessandro Volta

Na física, o volt ou vóltio (símbolo: V, plural: volts)[1] é a unidade que representa a tensão elétrica (ou diferença de potencial elétrico) do Sistema Internacional de Unidades (SI).[2]

O volt é o potencial de transmissão de energia, em joules, por carga elétrica, em coulombs, entre dois pontos distintos no espaço. Dizer que a tensão existente entre dois pontos corresponde a um volt é o mesmo que dizer que cada carga de um coulomb que se movimenta entre tais pontos transmite um joule de energia.[3]

Etimologia

A nomenclatura volt é uma homenagem a Alessandro Volta, que desenvolveu a pilha voltaica, precursora da bateria elétrica. O plural da nomenclatura da unidade é volts.[4]

Definição

Um volt é definido como a diferença em potencial elétrico entre dois pontos de um fio condutor quando uma corrente elétrica de 1 ampere dissipa 1 watt de potência entre estes pontos.[5] É igual, também, à diferença de potencial elétrico entre dois planos paralelos, infinitos, espaçados de 1 metro que cria um campo elétrico de 1 newton por coulomb.

Adicionalmente, é a diferença de potencial entre 2 pontos que vão transmitir 1 joule de energia por coulomb de carga que passe através destes pontos. Pode ser expressado em termos de unidades do SI(m, kg, s e A) como:

Também pode ser expresso como ampere vezes ohms (corrente vezes resistência, lei de ohm), watt por ampere (potência por unidade de corrente, definição de energia elétrica) ou joules por coulomb (energia por unidade de carga), o que também é equivalente a elétron-volts pela carga elementar do elétron:

Para calcular a tensão utiliza-se a seguinte fórmula :

Outra relação importante é a que relaciona a potência com a tensão elétrica e a corrente elétrica (onde 1 watt corresponde ao produto de 1 volt por 1 ampère):

Definição da Junção de Josephson

O volt “convencional”, V90, definida em 1988 na 18ª Conferência Geral de Pesos e Medidas e em uso desde 1990, é implementado usando o Efeito Josephson para uma conversão exata de frequência para tensão, combinada com o padrão de frequência césio. Para a constante de Josephson, KJ = 2e/h (onde e é o valor da carga elementar do elétron e h é a constante de Planck), o valor “convencional” KJ-90 é usado como:

Este padrão é usualmente percebido usando uma matriz conectada em série de milhares ou dezenas de milhares de junções, excitadas por sinais de micro-ondas entre 10 e 80 GHz (dependendo do design da matriz).[6] Empiricamente, diversos experimentos mostraram que o método é independente do design do dispositivo, material, configuração de medidas, etc., e nenhum termo de correção é necessário em uma implementação prática. [7]

História

Diagrama esquemático de uma pilha voltaica cobrezinco.

Em 1800, como resultado de um desentendimento sobre a resposta galvânica por Luigi Galvani, Alessandro Volta desenvolveu a chamada pilha voltaica, um tipo de bateria, que produzia uma corrente elétrica constante. Volta havia determinado que o pareamento de metais assimilares mais efetivo para geração de energia seria zinco e prata. Em 1861, Latimer Clarck e Sir Charles Bright cunharam "volt" como uma unidade de resistência.[8] Em 1873, a Associação Britânica para os Avanços da Ciência já tinha definido volt, ohm e farad.[9]

Entre 15 de agosto e 15 de novembro de 1881, no Palais de I'Industrie nos Champs-Élysées, ocorreu a primeira Exposição Internacional de Eletricidade, que serviu para mostrar os avanços da tecnologia elétrica desde a pequena mostra elétrica na Exposição Universal de 1878. Apresentaram-se na Exposição Internacional expositores do Reino Unido, Estados Unidos, Alemanha, Itália e Países Baixos, bem como da própria França.

Entre outros grandes acontecimentos realizados nessa feira, ocorreu o primeiro Congresso Internacional de Eletricistas, nos salões do Ancien Palais du Trocadéro, apresentando vários trabalhos científicos e técnicos incluindo definições para as unidades praticas padrão volt, ohm e ampere.[10]

Uma proposta de redefinição das unidades básicas do SI, incluindo a definição do valor da carga elementar, é esperada para 2019.

Ordem de grandeza

Potência Valor Descrição (valor exato) Exemplo
10-3 1 mV 1 millivolt (0,001V)
10-2 10 mV 10 milivolts (0,01 V)
10-1 100 mV 100 milivolts (0,1 V) VBE em transistores de silício (700 mV)
100 1 V 1 volt Pilha AA (1,5 V)
101 10 V 10 volts Bateria de carro (12 V)
102 100 V 100 volts Tomada residencial (110 ou 220 V), (127 ou 230 V — Brasil), (100 ou 200 V - Japão)
103 1 kV 1 quilovolt (1000 V) Tensão de entrada primária em transformadores ligados a redes de sub-distribuição, por exemplo, industriais (6 kV)
104 10 kV 10 quilovolts (10 000 V) Rede de distribuição (13,8 kV, 33 kV); vela de ignição (30 kV); bobina de Tesla (10 000 a 50 000 V)
105 100 kV 100 quilovolts (100 000 V) Linha de transmissão (138 kV, 500 kV, 750 kV)
106 1 MV 1 megavolt (1 000 000 V) Linhas de transmissão experimentais
107 10 MV 10 megavolts (10 000 000 V) Descargas atmosféricas

Ver também

Bibliografia

Referências

  1. «Quadro Geral de Unidades de Medida no Brasil» (pdf). Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia. 2 de dezembro de 2013. p. 4. Consultado em 1 de julho de 2016 
  2. http://www.bipm.org/en/si/si_brochure/chapter2/2-2/table3.html Arquivado em 18 de junho de 2007, no Wayback Machine. Unidades de medida, nome e símbolo.
  3. «Ohm's law» (em English). Sherbrooke Community Radio Club. Consultado em 6 de maio de 2020 
  4. «Quadro Geral de Unidades de Medida no Brasil» (pdf). Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia. 2 de dezembro de 2013. p. 4. Consultado em 1 de julho de 2016 
  5. BIPM SI Brochure: Appendix 1, p. 144
  6. Burroughs, Charles J.; Bent, Samuel P.; Harvey, Todd E.; Hamilton, Clark A. (1999-06-01), "1 Volt DC Programmable Josephson Voltage Standard", IEEE Transactions on Applied Superconductivity, Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE), 9 (3): 4145–4149, Bibcode:1999ITAS....9.4145B, doi:10.1109/77.783938, ISSN 1051-8223, retrieved 2014-06-27
  7. Keller, Mark W (2008-01-18), "Current status of the quantum metrology triangle" (PDF), Metrologia, 45 (1): 102–109, Bibcode:2008Metro..45..102K, doi:10.1088/0026-1394/45/1/014, ISSN 0026-1394, archived from the original Arquivado em 27 de maio de 2010, no Wayback Machine. (PDF) on 2010-05-27, retrieved 2010-04-11, Theoretically, there are no current predictions for any correction terms. Empirically, several experiments have shown that KJ and RK are independent of device design, material, measurement setup, etc. This demonstration of universality is consistent with the exactness of the relations, but does not prove it outright.
  8. As names for units of various electrical quantities, Bright and Clark suggested "ohma" for voltage, "farad" for charge, "galvat" for current, and "volt" for resistance. See:
  9. Sir W. Thomson, et al. (1873) "First report of the Committee for the Selection and Nomenclature of Dynamical and Electrical Units," Report of the 43rd Meeting of the British Association for the Advancement of Science (Bradford, September 1873), pp. 222-225. From p. 223: "The "ohm," as represented by the original standard coil, is approximately 109 C.G.S. units of resistance ; the "volt" is approximately 108 C.G.S. units of electromotive force ; and the "farad" is approximately 1/109 of the C.G.S. unit of capacity."
  10. (Anon.) (September 24, 1881) "The Electrical Congress," The Electrician, 7 : 297.

Ligações externas

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