Uapixanas | |||||||||
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Borduna uapixana armazenada em 1924 no Museu Nacional, no Rio de Janeiro | |||||||||
População total | |||||||||
13 000 | |||||||||
Regiões com população significativa | |||||||||
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Línguas | |||||||||
língua uapixana, língua inglesa, língua portuguesa, língua espanhola | |||||||||
Religiões | |||||||||
Os Uapixanas, também conhecidos como Wapixana, Wapishana, vapidianas, vapixianas, vapixanas, oapixanas e oapinas, são um grupo indígena que habita no estado brasileiro de Roraima,[1], sendo mais concentrados ao leste e no centro mais precisamente as áreas indígenas Anta, Araçá, Barata/Livramento, Bom Jesus, Boqueirão, Canauanim, Jaboti, Jacamim, Malacacheta, Mangueira, Manoá/Pium, Moskow, Pium, Ponta da Serra, Raimundão, Raposa/Serra do Sol, São Marcos, Serra da Moça, Sucuba, Tabalascada, Truaru, e as terras indígenas Anaró e Muriruh, bem como a Guiana e a Venezuela. Vivem ao lado dos seus antigos rivais macuxis e constituem a maior população aruaque do norte amazônico.[2] Os
História
A partir do século XVIII, os uapixanas começaram a sofrer o assédio de portugueses, neerlandeses e ingleses, que capturavam os indígenas para estes se transformarem em mão de obra escrava nas fazendas do Brasil e da Guiana.[2] Em 1997, Joênia Wapixana se formou em direito e se tornou a primeira advogada brasileira indígena.[3]
Cosmologia
Existem diversos mitos Wapichana e dependendo de onde cada grupo habita, eles podem variar. Segundo os mitos uapixanas, no princípio todos os seres falavam. Nessa época, a palavra teria força criadora, e teria sido capaz de criar todos os elementos da natureza, como rios, cachoeiras e montanhas. Com o decorrer do tempo, a fala teria perdido essa capacidade criadora. Além disso, a maior parte dos seres teria perdido a habilidade de falar, e somente a espécie humana teria preservado essa capacidade. Os uapixanas também creem na existência de um princípio vital chamado udorona, presente na fala, no sangue e na respiração.[4]
Personalidades
Nas eleições de 2018, foi eleita a primeira deputada federal do povo Wapichana Joênia Wapichana pelo partido Rede Sustentabilidade. Joênia além de deputada Federal, ganhou diversos prêmios e realizou diversos feitos:
- Formou-se em 1997 pela Universidade Federal de Roraima (UFRR) e na Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, cursou mestrado.
- Atuou na demarcação da reserva indígena Raposa Serra do Sol, além de trabalhar no departamento jurídico do Conselho Indígena de Roraima (CIR) e na defesa de direitos de indígenas à posse de suas terras na Região Norte do Brasil.
- Foi a primeira presidente da Comissão de Direitos dos Povos indígenas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), criada em 2013.
- Recebeu, em 2004, o Prêmio Reebok pela sua atuação na defesa dos direitos humanos. Em 2010, foi condecorada com a Ordem do Mérito Cultural do Ministério da Cultura. Nas eleições de 2018, foi eleita à Câmara dos Deputadospor Roraima, pela Rede Sustentabilidade. Recebeu o Prêmio de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) em 2018.
Outra personalidade conhecido é o senhor Mário Nicácio, que atuou como coordenador do Conselho Indígena de Roraima e como Vice-coordenador da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia – COIAB.
Referências
- ↑ FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 1 752.
- ↑ 2,0 2,1 Povos indígenas no Brasil. Disponível em https://pib.socioambiental.org/pt/povo/wapichana/2001. Acesso em 26 de junho de 2016.
- ↑ Portal Brasil. Disponível em http://www.brasil.gov.br/governo/2014/02/joenia-wapixana-e-a-primeira-mulher-indigena-formada-em-direito. Acesso em 26 de junho de 2016.
- ↑ Povos indígenas no Brasil. Disponível em https://pib.socioambiental.org/pt/povo/wapichana/2005. Acesso em 26 de junho de 2016.