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Alceu Amoroso Lima

Alceu Amoroso Lima ABL logo.svg
Em 1935.
Arquivo Público do Estado de São Paulo
Pseudônimo(s) Tristão de Athayde
Nascimento 11 de dezembro de 1893[[Categoria:Predefinição:Categorizar-ano-século-milénio/1]]
Rio de Janeiro,Distrito Federal
Morte 14 de agosto de 1983 (89 anos)[[Categoria:Predefinição:Categorizar-ano-século-milénio/1]]
Petrópolis,  Rio de Janeiro
Nacionalidade brasileiro
Ocupação Crítico literário, professor, pensador, escritor e líder católico
Principais trabalhos Introdução à economia moderna (1930), Preparação à sociologia (1931), No limiar da idade nova (1935), O espírito e o mundo (1936), Idade, sexo e tempo (1938).
Prémios Prêmio Juca Pato (1964)

Prémio Jabuti 1979

Alceu Amoroso Lima (Rio de Janeiro, 11 de dezembro de 1893Petrópolis, 14 de agosto de 1983) foi um crítico literário, professor, pensador, escritor e líder católico brasileiro.[1] Foi conde, pela Santa Sé.[2] Adotou o pseudônimo de Tristão de Ataíde.

Em 1965, sua obra foi considerada para receber o Nobel de Literatura.[3]

A sua visão política, como proposta socioeconômica para o Brasil, teve muita influência do pensamento distributista.[4]

Em sua homenagem em 1983 foi criado pela Comissão Justiça e Paz de São Paulo[5] o Prêmio Alceu Amoroso Lima, que é concedida pela Universidade Candido Mendes junto com o Centro Alceu Amoroso Lima pela Liberdade.[6]

Vida

Manuel Bandeira (3º da esquerda para direita em pé), Alceu Amoroso Lima (5ª posição) e Dom Hélder Câmara (7ª) e sentados (da esquerda para direita), Lourenço Filho, Roquette-Pinto e Gustavo Capanema
Rio de Janeiro, 1936.

Filho do industrial Manuel José Amoroso Lima e da dona de casa Camila Peixoto da Silva, Alceu era neto do 1º visconde de Amoroso Lima. Tinha duas irmãs: Carmen (1889) e Zaíra (1891). Nasceu no bairro do Cosme Velho, no Rio de Janeiro.[7]

Ao completar cinco anos, foi alfabetizado, no Rio de Janeiro, por sua mãe, com o método criado pelo professor João Köpke, com quem teria aulas particulares nos anos seguintes. Em 1900, viajou pela Europa com a família, sendo matriculado num colégio aristocrático para aprender francês.

De volta ao Brasil, cursou o Colégio Pedro II, formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade Livre de Ciências Jurídicas e Sociais do Rio de Janeiro (1913), atual Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O paraninfo de sua turma foi o professor de filosofia do Direito Sílvio Romero. Estagiou e advogou no escritório de João Carneiro de Sousa Bandeira, seu professor na Faculdade de Direito. Adotou o pseudônimo Tristão de Ataíde, ao se tornar crítico (1919) n’O Jornal. O pseudônimo distinguia a atividade de industrial da literária: dirigia então a fábrica de tecidos Cometa, herdada de seu pai.

Casou-se com Maria Teresa de Faria, filha do escritor Alberto de Faria, também da Academia Brasileira de Letras. O escritor e acadêmico Octávio de Faria era irmão de Maria Teresa e cunhado de Alceu Amoroso Lima, e o escritor e Acadêmico Afrânio Peixoto era casado com uma irmã de Maria Teresa de Faria, sendo assim concunhado de Alceu Amoroso Lima.

Aderiu ao modernismo em 1922, sendo responsável por importantes estudos sobre os principais poetas do movimento.

Após publicar seu primeiro livro, o ensaio Afonso Arinos em 1922, travou com Jackson de Figueiredo um famoso e fértil debate, do qual decorreu sua conversão ao catolicismo em 1928. Tornou-se um líder da renovação católica no Brasil. Em 1932, fundou o Instituto Católico de Estudos Superiores, e, em 1937, a Universidade Santa Úrsula. Após a morte de Jackson de Figueiredo, o substituiu na direção do Centro Dom Vital e da revista A Ordem.

Em 1941 participou da fundação da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, onde foi docente de literatura brasileira até a aposentadoria em 1963.

Foi representante brasileiro no Concílio Vaticano II, o que o marcaria profundamente. Foi um dos fundadores do Movimento Democrata-Cristão no Brasil.

Publicou dezenas de livros sobre os temas mais variados. Morou na França e nos Estados Unidos no início da década de 50, onde foi diretor do Departamento de Assuntos Culturais da União Pan-americana, cargo em que foi sucedido por Érico Veríssimo em 1952. Durante esse período, ministrou cursos sobre civilização brasileira em universidades inclusive na Sorbonne e nos Estados Unidos.

Tornou-se símbolo de intelectual progressista na luta contra as transgressões à lei e à censura que o regime militar após 1964 iria impor ao povo brasileiro.

Denunciou pela imprensa a repressão que se abatia sobre a liberdade de pensamento em sua coluna semanal no Jornal do Brasil e na Folha de S. Paulo. Patrocinou em múltiplas ocasiões as cerimônias de formatura de estudantes de diversas especializações que rendiam tributo a sua luta constante contra os regimes de caráter autoritário.

Foi reitor da então Universidade do Distrito Federal, atual Universidade do Estado do Rio de Janeiro e também membro do Conselho Nacional de Educação.

Conhece-se colaboração da sua autoria na revista Atlantida[8] (1915-1920).

Obras

Impõem-se ao olhar de quem lê os seus textos os termos interligados de pessoa, ser, liberdade, eterno e moderno. Estas palavras são recorrentes em muitos de seus livros.

  • Estudos — Segunda série (1927)
  • Tentativa de itinerário (1929)
  • De Pio VI a Pio XI (1929)
  • Freud (1929)
  • Esboço de uma introdução à economia moderna (1930)
  • Preparação à Sociologia (1931)
  • Debates pedagógicos (1931)
  • Problema da burguesia (1932)
  • Economia pré-política (1932)
  • As repercussões do catolicismo (1932)
  • Política (1932)
  • Contra-Revolução espiritual (1932)
  • Pela reforma social (1933)
  • Introdução ao Direito moderno (1933)
  • Ensaio de biologia com Hamilton Nogueira (1933)
  • Da tribuna e da imprensa (1935)
  • No limiar da Idade Nova (1935)
  • Pela Ação Católica (1936)
  • O espírito e o mundo (1936)
  • Indicações políticas (1936)
  • Idade, sexo e tempo (1938)
  • Elementos de ação católica (1938)
  • Pedagogia da escola nova (1938)
  • Contribuição à história do modernismo (1939)
  • Poesia brasileira contemporânea (1940)
  • Três ensaios sobre Machado de Assis (1941)
  • Meditação sobre o mundo moderno (1942)
  • Pela união nacional (1942)
  • Mitos de nosso tempo (1943; 2a. ed., 1956, archive.org)
  • O Cardeal Leme (1943)
  • A igreja e o novo mundo (1943)
  • Humanismo pedagógico (1944)
  • Voz de Minas (1945)
  • A estética literária (1945)
  • O crítico literário (1945)
  • Pela cristianização da Idade Nova (1946)
  • O problema do trabalho (1947)
  • Primeiros estudos (1948)
  • Mensagem de Roma (1950)
  • Manhãs de São Lourenço (1950)
  • Europa de hoje (1951)
  • O existencialismo (1951; 2a. ed., 1956, archive.org)
  • A crise do adolescente (1951)
  • Meditações sobre o mundo interior (1954)
  • A realidade americana (1954)
  • Pela América do Norte (1955)
  • A vida sobrenatural e o mundo moderno (1956)
  • Quadro sintético da literatura brasileira (1956)
  • Bilac (1957)
  • Adolescência, idade da aventura (1958)
  • A família no mundo moderno (1960)
  • Problema de estética (1960)
  • O teatro claudeliano (1960)
  • Visão do Nordeste (1960)
  • O trabalho no mundo moderno (1962)
  • A missão de São Paulo (1962)
  • A segunda revolução industrial (1962)
  • Da inteligência à palavra (1962)
  • O gigantismo econômico (1962)
  • Revolução, reação ou reforma? (1964; 2a ed., 1999, archive.org)
  • Pelo humanismo ameaçado (1965)
  • João XXlll (1966)
  • A experiência reacionária (1966)
  • Manuel Bandeira (1969)
  • Adeus à disponibilidade e outros adeuses (1969)
  • Meio século de presença literária (1969)
  • Violência ou não (1969)
  • Comentários à Populorum Progressio (1969)
  • Evolução intelectual do Brasil (1971)
  • Companheiros de viagem (1972)
  • Memórias improvisadas (1973), um diálogo com o jornalista Cláudio Medeiros Lima
  • Os direitos do homem e o homem sem direitos (1975)
  • Revolução suicida (1977)
  • Tudo é mistério (1983)

Lorbeerkranz.png Academia Brasileira de Letras

Foi eleito em 29 de agosto de 1935 para a cadeira 40 da Academia Brasileira de Letras, na sucessão de Miguel Couto, sendo recebido em 14 de dezembro de 1935 pelo acadêmico Fernando Magalhães.

Antepassados

Mesmo tendo enriquecido (graças às suas obras literárias, bastante apreciadas no Brasil e no Exterior), Alceu Amoroso Lima pertencia a uma família tradicional da elite, a família Amoroso Lima. Seu avô, Manuel José Amoroso Lima, foi nomeado o 1º visconde de Amoroso Lima. Era também, por via de mãe, sobrinho-neto de Adelaide de Morais e Barros, primeira-dama do Brasil.

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José Luís Amoroso
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manuel José Amoroso Lima, 1º visconde de Amoroso Lima
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Maria Antónia de Sousa
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manuel José Amoroso Lima
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
José Batista de Sousa Castelões
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Maria José Castelões
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Roque António Cordeiro
 
 
 
 
 
 
 
Francisca de Paula Cordeiro
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Maria Angélica de Sant'Ana
 
 
 
 
 
 
 
Alceu Amoroso Lima, conde Amoroso Lima
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Antônio José da Silva Gordo
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Estevão José da Silva
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Francisco da Silva Lancastre e Sousa
 
 
 
 
 
 
 
Constança da Silva Lancastre
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ana Empis de Vendin
 
 
 
 
 
 
 
Camila Peixoto da Silva
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dirceu Francisco Peixoto
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Camila de Dirceu Peixoto
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Catarina Camargo de Melo
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Bibliografia

  • FILHO, Alceu Amoroso Lima. Cartas do pai: De Alceu Amoroso Lima para sua filha, madre Maria Teresa. Moreira Salles, São Paulo, 2003.

Referências

  1. Biografia na página do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC)
  2. BARATA, Carlos Eduardo de Almeida. «Subsídios para um catálogo dos títulos de nobreza concedidos pela Santa Sé aos brasileiros». Artigos genealógicos. Colégio Brasileiro de Genealogia. Títulos concedidos pela Santa Sé, ditos títulos papais, tabela I, ref. 3. Consultado em 22 de junho de 2010. Arquivado do original em 11 de Outubro de 2010. Ref.: 3; Nome: Alceu de Amoroso Lima; Grau: Conde; Título: Amoroso Lima; Data da concessão: -; Papado: -. 
  3. «Lista de escritores considerados para o Prêmio Nobel de Literatura de 1965. (Inglês)». Consultado em 28 de julho de 2020 
  4. Alceu Amoroso Lima e o Arquivado em 23 de março de 2014, no Wayback Machine. distributismo como proposta para o Brasil, Alessandro Garcia
  5. Fester, Antonio Carlos Ribeiro. «Justiça e paz: memórias da Comissão de São Paulo». p. 183. Consultado em 11 de julho de 2016 
  6. «Prêmio Alceu Amoroso será entregue no Rio de Janeiro». www.catolicanet.com.br. Consultado em 11 de julho de 2016 
  7. «Alceu Amoroso Lima». Educação. UOL. Consultado em 14 de agosto de 2013 
  8. Atlantida : mensário artístico literário e social para Portugal e Brazil (1915-1920) [cópia digital, Hemeroteca Digital]

Ligações externas

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  1. RedirecionamentoPredefinição:fim


Predefinição:Academia Brasileira de Letras

Precedido por
Miguel Couto
Lorbeerkranz.png ABL - quarto acadêmico da cadeira 40
1935 — 1983
Sucedido por
Evaristo de Moraes Filho
Precedido por
Afonso Schmidt
Intelectual do Ano (UBE)
1964
Sucedido por
Cassiano Ricardo
Precedido por
Antonio Candido
Jabuti 01.jpg Prêmio Jabuti - Personalidade Literária do Ano
1979
Sucedido por
Gilberto Freyre

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