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O tomismo é a filosofia escolástica de São Tomás de Aquino (1225-1274), e que se caracteriza, sobretudo pela tentativa de conciliar o aristotelismo com o cristianismo. Procurando assim integrar o pensamento aristotélico e neoplatônico, aos textos da Bíblia, gerando uma filosofia do Ser, inspirada na fé, com a teologia científica.
Pensamento
A filosofia tomista é, por excelência, a metafísica ao serviço da teologia.[1]
Aqueles que seguem este pensamento ou alguma de suas doutrinas são conhecidos por "tomistas". No Concílio de Trento, o tomismo ocupou lugar de honra e, a partir do papa Leão XIII, foi adoptado como pensamento ou uma das correntes teológicas oficiais da Igreja Católica, senão a principal.[2]
O tomismo afirma-se e caracteriza-se como uma crítica que valoriza a orientação do pensamento platônico-agostiniano em nome do racionalismo aristotélico, que pareceu um escândalo, no campo católico, ao misticismo agostiniano. Alem do mais, o tomismo se afirma e se caracteriza como o início da filosofia no pensamento cristão e, por conseguinte, como o início do pensamento moderno, enquanto a filosofia é concebida qual construção autônoma e crítica da razão humana.
Segundo a concepção platônico-agostiniana, o conhecimento humano depende de uma particular iluminação divina; segundo esta doutrina, portanto, o espírito humano está em relação imediata com o inteligível, e tem, de certo modo, intuição do inteligível. A esta gnosiologia inatista, Tomás opõe francamente a gnosiologia empírica aristotélica, em virtude da qual o campo do conhecimento humano verdadeiro e próprio é limitado ao mundo sensível. Acima do sentido há, sim, no homem, um intelecto; este intelecto atinge, sim, um inteligível; mas é um intelecto concebido como uma faculdade vazia, sem ideias inatas — é uma tabula rasa, segundo a famosa expressão — ; e o inteligível nada mais é que a forma imanente às coisas materiais. Essa forma é enucleada, abstraída pelo intelecto das coisas materiais sensíveis.
Essa gnosiologia é naturalmente conexa a uma metafísica e, em especial, a uma antropologia, assim como a gnosiologia platônico-agostiniana era conexa a uma correspondente metafísica e antropologia. Por isso a alma era concebida quase como um ser autônomo, uma espécie de natureza angélica, unida extrinsecamente a um corpo, e a materialidade do corpo era-lhe mais de obstáculo do que instrumento. Por conseguinte, o conhecimento humano se realizava não através dos sentidos, mas ao lado e acima dos sentidos, mediante contato direto com o mundo inteligível; precisamente como as inteligências angélicas, que conhecem mediante as espécies impressas, ideias inatas. Vice-versa, segundo a antropologia aristotélico-tomista, sobre a base metafísica geral da grande doutrina da forma, a alma é concebida como a forma substancial do corpo. A alma é, portanto, incompleta sem o corpo, ainda que destinada a sobreviver-lhe pela sua natureza racional; logo, o corpo é um instrumento indispensável ao conhecimento humano, que, por consequência, tem o seu ponto de partida nos sentidos.
A terceira característica do agostinianismo é o assim chamado voluntarismo, com todas as consequências de correntes da primazia da vontade sobre o intelecto. A característica do tomismo, ao contrário, é o intelectualismo, com a primazia do intelecto sobre a vontade, com todas as relativas conseqüências. O conhecimento, pois, é mais perfeito do que a ação, porquanto o intelecto possui o próprio objeto, ao passo que a vontade o persegue sem conquistá-lo. Esta doutrina é aplicada tanto na ordem natural como na ordem sobrenatural, de sorte que a bem-aventurança não consiste no gozo afetivo de Deus, mas na visão beatífica da essência divina.
Autores influenciados pelo tomismo
- Jacques Maritain
- Reginald Garrigou-Lagrange
- Edith Stein
- Alasdair MacIntyre
- Mortimer J. Adler
- Étienne Gilson
- Antonin-Gilbert Sertillanges
- Edward Feser
- João de Santo Tomás
- Cornelio Fabro
- Antonio Millán-Puelles
- Édouard Hugon
- Octavio Nicolás Derisi
- Roger Verneaux
- Michel Villey
- Gaetano Sanseverino
- Juan Manuel Ortí y Lara
- Tomáš Týn
- Alejandro Llano Cifuentes
Ver também
Referências
Ligações externas
- tomismo, Infopédia (em linha), Porto: Porto Editora, 2003-2014. (Consult. 2014-04-29).
- Tomismo, São Tomás de Aquino, BELIEVE Religious Information Source (em Português)
- Neo-Tomismo, BELIEVE Religious Information Source (em Português)
- A Filosofia de S. Tomás de Aquino e as XXIV Teses Tomistas, por Marcel Barboza, 1-10-2009