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Tembés

Disambig grey.svg Nota: Se procura pela língua da família linguística tupi-guarani, falada pelos tembés, veja língua tembé.
Tembé
População total

1 502[1]

Regiões com população significativa
 Brasil (Maranhão e Pará)[1]
Línguas
tenetehara[1]
Religiões

Os tembés são indígenas brasileiros que formam um subgrupo dos tenetearas.

Habitam o nordeste do estado brasileiro do Pará (nas Terras Indígenas Alto Rio Guamá e Turé-Mariquita) e o noroeste do Maranhão (na Terra Indígena Alto Turiaçu, onde também vivem os awá-guajá e os urubus-caapores).[1]

Língua

São considerados o ramo ocidental dos tenetehara (o grupo oriental é o guajajara).[2]

Falam o idioma tenetehara (dialeto tembé), que pertence à família linguística tupi-guarani e ao tronco linguístico tupi. O tenetehara (dialetos guajajara e tembé) conta com quase 9 mil falantes, sendo a língua indígena mais falada no Maranhão e no Nordeste, além de ser uma das mais faladas no país.[2]

Aqueles que vivem próximo ao rio Guamá já não falam a língua indígena. Os que vivem na bacia do rio Gurupi falam o idioma tenetehara, o português e também conhecem a língua caapor.

Localização

Na margem direita do rio Gurupi encontra-se a Terra Indígena Alto Turiaçu e na margem esquerda a Terra Indígena Alto Rio Guamá. A TI Turé-Mariquita fica situada na bacia do rio Acará, afluente do Moju, que desemboca no mar um pouco ao sul da foz do Guamá.[2]

Atividades econômicas

A base de sua economia é a agricultura. Aqueles que vivem no rio Gurupi tem maior facilidade para o cultivo devido as melhores condições.[2]

Também praticam a caça e a pesca, o comércio de mercadorias extraídas da natureza para a obtenção de produtos industrializados.[2]

No Guamá, também vivem de suas plantações, fazem farinha de mandioca e comercializam banana, arroz e malva.[2]

Cultura e mitologia

Na mitologia dos tembés, Maíra é o principal herói cultural e o ciclo mítico da criação é o mesmo de vários outros povos tupi-Guaranis.[2]

Os tembés acreditam nos piwara, que são espíritos dos animais (em especial os pássaros), responsáveis por complexas regras alimentares, que são observadas particularmente durante os períodos de puberdade, gestação e primeira infância.[2]

O pajé, que corresponde a uma figura intermediária entre os humanos e os sobrenaturais, invoca os espíritos com seus charutos de meio metro (tawari), cantos e maracás.[2]

As mulheres aplicam remédios (feitos de plantas, penas, ossos ou pêlos) naqueles que transgridem de regras alimentares.[2]

O Wiraohavo (Festa da Menina Moça ou do Mingau) é o rito de puberdade de rapazes e moças, que fazia parte da festa do milho, e é também conhecido como festa do moqueado (os guajajaras também realizam a Festa da Menina Moça ou do Moqueado). As meninas são pintadas com tinta de jenipapo e dança diante da aldeia, após ficar dois dias à beira de tachos do kawy (o mingau), servido aos visitantes.[2][3]

No Wiraohavo-i (em que o i indica o diminutivo; o mesmo rito com menor duração e mais simplificado), buscam evitar que a criança adoeça com a introdução de carne na sua dieta. Os pais e tios maternos abatem aves, de preferência o inhambu, para essa festa.[2]

Ameaças

O povo tembé encontra-se ameaçado pelo desmatamento em suas terras, ações de grileiros, fazendeiros, posseiros e empresários, sendo alvo de ameaças e assassinatos.[3]

Referências

  1. 1,0 1,1 1,2 1,3 VALADÃO, V. «Povos indígenas no Brasil» (em português). Consultado em 29 de junho de 2013 
  2. 2,00 2,01 2,02 2,03 2,04 2,05 2,06 2,07 2,08 2,09 2,10 2,11 «Tembé - Povos Indígenas no Brasil». pib.socioambiental.org. Consultado em 2 de novembro de 2020 
  3. 3,0 3,1 «Povo Tembé mantém tradição e promove Festa da Menina Moça». funai.gov.br. Consultado em 2 de novembro de 2020 

Bibliografia

Ligações externas

Predefinição:Povos indígenas do Brasil

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