O subordinacionismo era a crença cristã primitiva de que Jesus Cristo era subordinado a Deus, o Pai em essência (igualdade ontológica) ou função. Esta ideia não é aceita hoje pelas igrejas ortodoxas, pois ela contraria a doutrina da Trindade. [1]
A subordinação de Cristo ao Pai no novo testamento
Os adeptos do subordinacionismo apontam que existem vários versículos no Novo Testamento que dão a ideia de subordinação de Cristo ao Pai e de superioridade do Pai ([[:s:Tradução Brasileira da Bíblia/I Coríntios/
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O ensino da subordinação dos Pais da Igreja
Na verdade de um modo ou de outro, muitos dos teólogos da primitiva igreja ensinavam que o filho era subordinado ao Pai. Apologistas (os pais da igreja) como Justino, Ireneu, Clemente de Alexandria e outros, consideravam Jesus como servo subordinado a Deus, o Pai.[2]
A ideia de Jesus ser subordinado a Deus se encontra também na Didaquê, que é uma primitiva catequese cristã. Nela Jesus é chamado de servo do Pai, porém o texto não deixa explícito o sentido ou tipo de subordinação ao ele se refere.[2]
Um dos primeiros expoentes a combater explicitamente o subodinacionismo foi Orígenes de Alexandria.[3]
Durante a controvérsia ariana, os semi-arianos e algums ortodoxos (como Eusébio de Cesareia) defenderam o subordinacionismo. Foi somente no Primeiro Concílio de Niceia (Predefinição:DC) que a doutrina da subordinação de Cristo ao Pai, que era defendida por Ário, foi rejeitada pela Igreja em favor da ideia da igualdade entre o Pai e o filho.
Depois dos concílios de Niceia, Constantinopla e Calcedônia tornou-se padrão no cristianismo a posição atanasiana de coeternidade das pessoas divinas. Tal postura iria ser mais tarde desafiada por socinianos e unitários.
Hoje as ideias subordinacionalistas são encontradas em grupos considerados heréticos e não cristãos como as Testemunhas de Jeová, cristadelfianos, pelos unitários bíblicos e Novo Calvinistas.[4]
Ressurgência no Novo Calvinismo
No movimento chamado de Novo Calvinismo surgido a partir dos anos 1960 em países de língua inglesa emergiu uma doutrina que vê Jesus Cristo como eternamente subordinado funcionalmente a Deus Pai. [5] Essa doutrina, em inglês Eternal Subordination of the Son, correponde a uma visão complentarista de relações de gêneros na família nuclear, na qual o marido é a cabeça da casa.[6] [7]. Antes confinada a círculos teológicos, a doutrina ganhou visibilidade com a publicação de um livro de John Piper e Wayne Grudem em 2006 acerca das relações familiares. [8]
Referências
- ↑ Catecismo da Igreja Católica Apostólica Romana
- ↑ 2,0 2,1 Urban, Linwood. A short history of Christian thought. Oxford University Press, 1995.
- ↑ Ramelli, Ilaria LE. "Origen’s anti-subordinationism and its heritage in the Nicene and Cappadocian line." Vigiliae Christianae 65.1 (2011): 21-49.
- ↑ Jowers, Dennis W., and H. Wayne House, eds. The New Evangelical Subordinationism?: Perspectives on the Equality of God the Father and God the Son. Wipf and Stock Publishers, 2012.
- ↑ Holmes, Stephen R. "Classical trinitarianism and eternal functional subordination: some historical and dogmatic reflections." Scottish Bulletin of Evangelical Theology (2017).
- ↑ Kovach, Stephen D., and Peter R. Schemm Jr. "A Defense of the Doctrine of the Eternal Subordination of the Son." Journal of the Evangelical Theological Society 42.3 (1999): 461.
- ↑ Johnson, Keith E. "Trinitarian Agency and the Eternal Subordination of the Son." The New Evangelical Subordinationism?: Perspectives on the Equality of God the Father and God the Son (2012): 108.
- ↑ Piper, John, and Wayne Grudem, eds. Recovering biblical manhood and womanhood: A response to evangelical feminism. Crossway, 2006.