Sinais familiares (em Portugal: gestos familiares ou gestos caseiros) são uma forma de comunicação gestual desenvolvida por crianças surdas que carecem de uma língua organizada para comunicar umas com as outras ou com a família (muitas das vezes com a família ouvinte).[1]
Enquanto não desenvolvem uma língua completa, os sistemas de linguagens familiares mostram algumas características das línguas de sinais e orais e são bastante distintos dos gestos que normalmente acompanham o discurso oral.
Os linguistas têm mostrado interesse nos sinais familiares devido à introspecção que é gerada pela noção da capacidade humana de gerar, adquirir e processar a linguagem em geral e particularmente explorando questões como a origem da linguagem, noções de linguística universal, tendência natural da criança de inventar linguagem e a relação entre o gesto e a linguagem.
Sinais familiares e línguas de sinais
Os sinais familiares diferem das línguas de sinais nos seguintes aspectos:
- não têm uma relação consistente entre o sinal e o seu significado;
- não passam de geração em geração;
- não são partilhados por um grande número de pessoas;
- não são considerados iguais entre a comunidade surda.[2]
No entanto, sinais familiares são normalmente o ponto inicial das novas línguas de sinais (em Portugal: línguas gestuais) que emergem quando surdos se juntam.
Ver também
Referências
- Frishberg, N. 1987. Home sign. In J. Van Cleve (ed.), Gallaudet encyclopedia of deaf people and deafness (Vol. 3, pp. 128–131). New York: McGraw Hill.
- Goldin-Meadow, Susan, 2003, The Resilience of Language: What Gesture Creation in Deaf Children Can Tell Us About How All Children Learn Language, Psychology Press, a subsidiary of Taylor & Francis, New York, 2003
- Van Deusen-Phillips S.B., Goldin-Meadow S., Miller P.J., 2001. Enacting Stories, Seeing Worlds: Similarities and Differences in the Cross-Cultural Narrative Development of Linguistically Isolated Deaf Children, Human Development, Vol. 44, No. 6
- Adam Kendon. 1980a. A description of a deaf-mute sign language from the Enga Province of Papua New Guinea with some comparative discussion. Part I: the formational properties of Enga signs. Semiotica 31(1/2): 1-34.
- Kendon A. 1980b. The description of a deaf-mute sign language from the Enga Province of Papua New Guinea with some comparative discussion. Part II: the semiotic functioning of Enga signs. Semiotica 32 (1/2):81-117,
- Kendon A. 1980c. A description of a deaf-mute sign language from the Enga Province of Papua NewGuinea with some comparative discussion. Part III: aspects of utterance construction. Semiotica 32 (3/4):245-313.
- Morford, Jill P 1996. Insights to language from the study of gesture: A review of research on the gestural communication of non-signing deaf people. In "Language and Communication", 16 2, pp 165–178
- Torigoe, Takashi, and Takei, Wataru. 2002, A Descriptive Analysis of Pointing and Oral Movements in a Home Sign System, in "Sign Language Studies" - Volume 2, Number 3, Spring 2002, pp. 281–295