O Secretariado Nacional de Informação, Cultura Popular e Turismo - geralmente conhecido pela sua designação abreviada de Secretariado Nacional de Informação ou SNI - era o organismo público responsável pela propaganda política, informação pública, comunicação social, turismo e ação cultural, durante o regime do Estado Novo em Portugal.
Tinha sede no Palácio Foz, na Praça dos Restauradores, em Lisboa.
Desenvolveu uma ação importante na área das artes plásticas, cinema, teatro, dança, literatura (com a instituição dos prémios literários), folclore, edição, etc.
O organismo foi criado em 1933, com a denominação de Secretariado de Propaganda Nacional (SPN), adoptando a designação "SNI" em 1945. Em 1968 foi transformado na Secretaria de Estado da Informação e Turismo (SEIT).
Depois do 25 de Abril de 1974, a área de informação e comunicação social do antigo SNI/SEIT, deu origem à nova Secretaria de Estado da Comunicação Social (ocasionalmente, em alguns governos, elevada ao estatuto de ministério).
Dirigentes
Predefinição:Estado Novo (Portugal)
Directores do SPN
- António Joaquim Tavares Ferro - 1933 a 1945
Secretários Nacionais do SNI
- António Joaquim Tavares Ferro - 1945 a 1950
- António de Eça de Queirós - 1950 interino
- José Manuel da Costa - 1950 a 1955
- Eduardo Brasão - 1955 a 1958
- César Henrique Moreira Baptista - 1958 a 1968
Secretários de Estado da Informação e Turismo
- César Henrique Moreira Baptista - 1968 a 1973
- Pedro Mourão de Mendonça Corte-Real da Silva Pinto - 1973 a 25 de Abril de 1974
Prémios
No universo do teatro esta instituição atribuiu vários prémios, quer simbólicos quer monetários. Enquanto SPN (e após um hiato o SNI) atribuiu o Prémio Gil Vicente entre 1935 e 1962, com a excepção dos anos 1943, 1946-1953, 1957, 1959 e 1960.[1]
Com o SNI, surgiram os Prémios para teatro ligeiro musicado (entre 1945 e 1948) e após uma pausa os Prémios artísticos (1959-1973), para além de outros prémios dirigidos às empresas teatrais no âmbito do teatro declamado e musicado ou itinerante.[1]
Prémio Gil Vicente (1935-1962)
Ano | Autor(es) | Peça |
---|---|---|
1935 | Vasco de Mendonça Alves | O Meu Amor É Traiçoeiro |
1936 | Alfredo Cortez | Tá Mar |
1937 | Carlos Selvagem | Telmo, o Aventureiro |
1938 | Virgínia Vitorino | Camaradas |
1939 | Vasco de Mendonça Alves | Pátria |
1940 | Olga Alves | Guerra Tempos modernos |
1941 | Carlos Selvagem | A Encruzilhada |
1942 | Armando Vieira Pinto | Coristas |
1944 | Joaquim Paço d’Arcos | O Ausente |
1945 | Eduardo Schwalbach | As Duas Máscaras |
1954 | Almeida Amaral, Fernando Santos e Leitão de Barros | Prémio Nobel |
1955 | Sem informação | |
1956 | Sem informação | |
1958 | Costa Ferreira | Um Dia de Vida |
1961 | Francisco Ventura | Auto de Justiça |
1962 | Ângelo César | Eva e Madalena |
Prémios para teatro ligeiro musicado (1945-1948)
- "Prémio Eduardo Schwalbach", simbólico, para empresa que apresente, na totalidade, o melhor espectáculo de revista portuguesa
- "Prémio Sousa Bastos", monetário, para encenador, cenógrafo e figurinista, realizadores do melhor quadro de revista
- "Prémio Del Negro", monetário, para autores da letra e da música e artista intérprete do melhor número de canto de revista
- "Prémio Alfredo Carvalho", monetário, para autor e artista intérprete do melhor número declamado de revista
- "Prémio Ciríaco Cardoso", simbólico, para empresa que apresente, na totalidade , o melhor espectáculo de opereta portuguesa
- "Prémio Filipe Duarte", monetário, para autores da letra e música e artista intérprete do melhor número de canto de opereta
Prémios artísticos (1959-1973)
- "Prémio António Pinheiro" para melhor intérprete masculino de teatro declamado
- "Prémio Lucinda Simões" para melhor intérprete feminino de teatro declamado
- "Prémio Eduardo Brazão" para melhor encenação de teatro declamado
- "Prémio Estêvão Amarante" para melhor intérprete de teatro musicado (a partir de 1967)
- "Prémio Revelação" para melhor jovem intérprete de teatro declamado (a partir de 1967)
Prémio Maria Amália Vaz de Carvalho - Literatura Infantil (1937-1961)
Ano | Autor |
---|---|
1937 | Adolfo Simões Muller |
1938 | Maria Archer |
1939 | Olavo D'Eça Leal |
1942 | Adolfo Simões Muller |
1943 | Olavo D'Eça Leal |
1944 | José de Lemos |
1945 | Salomé de Almeida |
1946 | Isaura Correia Santos |
1947 | José de Lemos |
1948 | Aurora Constança |
1952 | Aurora Constança |
1953 | Maria Cecília Correia |
1954 | Maria Elisa Nery de Oliveira |
1957 | Maurício Queirós |
1958 | Ricardo Alberty |
1961 | Isabel Maria Vaz Raposo |
Prémio Antero Quental - Poesia (1934-1961)
Prémio Ocidente - Prosa/Poesia (1962-1964)
Ano | Autor(es) |
---|---|
1962 | Francisco Caeiro, Francisco da Cunha Leão |
1963 | Torcato de Sousa Soares, Mário António |
1964 | Cruz Pontes, Pedro Homem de Melo |
Prémio Fialho de Almeida - Conto ou Novela (1936-1954)
Ano | Autor(es) |
---|---|
1936 | Luís Forjaz Trigueiros |
1938 | Raquel Bastos |
1940 | Loureiro Botas |
1942 | Joaquim Paço d'Arcos |
1944 | Folgado da Silveira |
1946 | Heloísa Cid |
1948 | Olavo d'Eça Leal |
1948 | Manuela de Azevedo |
Prémio Eça de Queirós - Romance (1935-1960)
Ano | Autor(es) |
---|---|
1935 | Conde de Aurora |
1936 | Joaquim Paço d'Arcos |
1944 | Francisco Costa |
1948 | Tomás de Figueiredo |
1954 | Agustina Bessa-Luís, Alberto Lopes |
1958 | Maria da Graça Freire |
1960 | Ester de Lemos |
Ver também
Referências
Ligações externas
- «Secretariado Nacional da Informação (SNI)» (em English). no Internet Movie Database
- O Estado Novo e o Cinema em Amor de Perdição (base de dados)
- Cinema e Ideologia durante O Estado Novo, por Carlos Santos (PDF)
- Salazarismo e Artes Plásticas, por Artur Portela (PDF)
- O Secretariado da Imagem em Amor de Perdição (base de dados)
- Salazar vai ao Cinema (em Cinema 2000)
- António Ferro em Folclore de Portugal
- António Ferro (Sapo)
- António Ferro (artigos de opinião)