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Freguesia | ||||
Igreja Matriz de São Cristóvão de Nogueira | ||||
Símbolos | ||||
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Localização | ||||
Localização no município de Cinfães | ||||
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Coordenadas | ||||
Região | Predefinição:Info/Freguesia de Portugal/Região | |||
Município | Predefinição:Info/Freguesia de Portugal/Concelho | |||
Administração | ||||
Tipo | Junta de freguesia | |||
Presidente | Paulo Jorge Almeida de Vasconcelos (PS) | |||
Características geográficas | ||||
Área total | 18,15 km² | |||
População total (2011) | 1 930 hab. | |||
Densidade | 106,3 hab./km² | |||
Outras informações | ||||
Orago | São Cristóvão | |||
Sítio | http://www.jf-scristovaodenogueira.pt/ |
São Cristóvão de Nogueira é uma freguesia portuguesa do município de Cinfães, Distrito de Viseu, junto ao Rio Douro, com 18,15 km² de área e 1 930 habitantes (2011). A sua densidade populacional é 106,3 hab/km².
Foi vila e sede de concelho até ao início do século XIX. Era constituído apenas pela freguesia da sede e tinha, em 1801, 2 139 habitantes.
Sede do antigo Morgadio de Velude, possui igrejas românicas de grande valor e Casas Históricas,como a Casa da Quintã (propriedade de uma família descendente de El-Rei D. Fernando I).
História
É difícil encontrar sinais da passagem do homem do paleolítico e da sua cultura, bem como da idade do ferro. Contudo, desta última há alguns elementos que a caracterizam, como é o caso dos povoados castrejos, espalhados pelo Montemuro. O castro de São Paio é uma marca da existência de povos que se dedicaram á pecuária (criação de gado caprino e ovino) e à agricultura de subsistência (cevada e centeio). A criação de gado bovino encontra-se comprovada numa inscrição (depositada na Câmara Municipal de Cinfães) que mostra a cabeça de um bovino. Não faltam topónimos a documentar castros pré-históricos como “Castelo”, “Cristelo” e “São Paio”. Este ainda habitado no primeiro período da Monarquia.
O território cinfanense provavelmente devia estar sob a influência dos Paesuri. Na época de Augusto o concelho é integrado nesta “civitas”. O processo de romanização das populações autóctones fazia-se através dos contactos com o exército romano, mas também pela inserção de cidadãos romanos nos próprios aglomerados populacionais. Assim terá acontecido em São Paio onde o povoado se desenvolveu em torno do maciço rochoso ocupando uma vasta área. Os vestígios das muralhas e os achados ali encontrados são marca da presença dos romanos, como, por exemplo, uma inscrição e diferentes moedas (uma de oiro) marcam a presença romana.
O rio Douro foi um veículo para as tropas árabes fazerem a conquista desta região, aproveitando, também, as vias e pontes romanas. Os topónimos de origem árabe existentes em dois locais da freguesia poderão ser uma marca da sua presença: Algereu (az- zurub - “cano de água”) e Mourilhe (Mouril – os mais antigos). Aliás, a Igreja de São Cristóvão está ligada a uma lenda de “mouros”: a população autóctone diz que “os mouros”, que vêem como gigantes de força sobre-humana, transplantaram, em uma só noite, esta igreja, desde os designados “campos de Nogueira” para a localização actual.
A reorganização do território, no segundo fuso do século XI, deve-se a Fernando o Magno que fez a conquista dos Castelos desta região. Começam a estruturar-se os lugares e as paróquias. O culto cristão pré-nacional está presente na invocação de antigos mártires, como exemplo o padroeiro São Cristóvão e São Lourenço (em Vilar). A paróquia é de constituição anterior ao século XIII e o lugar dito Igreja era o propriamente chamado Nogueira, topónimo que hoje tem apenas a realidade de designativo da freguesia. A partir da década de 1060 surgem quatro terras: Sancto Felici (Sanfins), Sancto Salvator (S. Salvador), Tendades (Tendais) e Ferrarios (Ferreiros), dotadas de administração própria e tendo por sede um castelo.
No referente à terra de São Salvador, esta encontrava-se no espaço que hoje constitui a freguesia de São Cristóvão de Nogueira (embora a excedesse – espaço entre o rio Douro e as ribeiras de Piães e de Bestança) e identifica-se com a referência ao termo de Nogueira, já que nas Inquirições de 1258 aparece-nos o julgado de Sancti Salvatoris de Nogueyra (que compreendia as freguesias de São Cristóvão e de Cinfães). O poder era exercido por um tenens (tenente) que aí detinha o poder judicial, militar e administrativo que, em regra, eram delegados pelo próprio rei.
As inquirições de 1258 referem-se, ainda, a haveres da Igreja de São Cristóvão de Nogueira, e algumas vezes a um mosteiro de São Cristóvão de Nogueira, ainda existente em pleno século XIII: “homini monasterii Sancti Christofori do Nogaria” (respectivo a Valbom). Contudo, não há documentos comprovativos nem sobre o mosteiro nem sobre a sua fundação e regra. Contudo, como Nogueira era honra de fidalgos da estirpe dos gascos e igreja foi “própria” deles, é a essa estirpe (a que pertenceram Egas Moniz e Mem Moniz), que deve interpretar-se a fundação deste mosteiro que deve ter-se tornado em colegiada.
Eclesiasticamente constituía reitoria da apresentação da coroa, embora episodicamente tivesse cedido esse direito a Santa Cruz de Coimbra, na primeira metade do século XVI. No foral do concelho, passado a 1 de Setembro de 1513, D. Manuel procedeu a novas inquirições e concluiu serem os foreiros dos reguengos de el-rei obrigados a transportar os foros ao celeiro e à adega do senhorio e que a lustosa era obrigatória em todos os lugares. A pedido de D. João III, o papa Clemente III, em reescrito de 12 de Julho de 1527, declarou a criação da comenda de São Cristóvão até 1834. Contudo, o antigo concelho, que possuía juiz ordinário, vereadores, escrivão da Câmara e três escrivães do público, não abrangia toda a freguesia, pois os lugares à direita do rio Sampaio (designado de Sonoso), integravam o concelho de Cinfães. Tinha em 1881, 2.139 habitantes.
Nos meados do século XVIII quem auferia os rendimentos era o conde de Calveias, para nos fins do século ser já reitoria da Mitra de Lamego. Por decreto de 24 de Outubro de 1855 é o concelho anexado ao de Cinfães.[1]
População
População da freguesia de São Cristóvão de Nogueira [2] | ||||||||||||||
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1864 | 1878 | 1890 | 1900 | 1911 | 1920 | 1930 | 1940 | 1950 | 1960 | 1970 | 1981 | 1991 | 2001 | 2011 |
2 346 | 2 545 | 2 396 | 2 311 | 2 649 | 2 665 | 2 854 | 3 021 | 3 131 | 2 907 | 2 752 | 2 609 | 2 373 | 2 215 | 1 930 |
Distribuição da População por Grupos Etários | |||||||||
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Ano | 0-14 Anos | 15-24 Anos | 25-64 Anos | > 65 Anos | 0-14 Anos | 15-24 Anos | 25-64 Anos | > 65 Anos | |
2001 | 410 | 383 | 1 034 | 388 | 18,5% | 17,3% | 46,7% | 17,5% | |
2011 | 305 | 232 | 1040 | 353 | 15,8% | 12,0% | 53,9% | 18,3% |
Média do País no censo de 2001: 0/14 Anos-16,0%; 15/24 Anos-14,3%; 25/64 Anos-53,4%; 65 e mais Anos-16,4%
Média do País no censo de 2011: 0/14 Anos-14,9%; 15/24 Anos-10,9%; 25/64 Anos-55,2%; 65 e mais Anos-19,0%
Património
Igreja de São Cristóvão de Nogueira
A Igreja de São Cristóvão de Nogueira, tardo-românica é mencionada nas memórias paroquiais de 1748, nada de empírico se conhecendo em data anterior. Com traça de raiz e origens medievais, este templo foi reformado nos períodos maneirista e barroco. É composto por nave única com coro alto e capela-mor, mais baixa e estreita, e tem uma torre com pináculos e coruchéu. À boa maneira medieval, apresenta muros espessos e poucas aberturas de luz, portais e arcos apontados assentes em impostas salientes com arquivoltas ornadas por esfera e cachorradas, e modilhões de decoração antropomórfica e zoomórfica. No interior da cabeceira há vestígios de uma construção anterior, desaparecida com a reedificação da capela-mor no século XVIII, e no muro do alçado norte está embutido um friso de decoração geométrica - possivelmente da igreja primitiva que lhe deu origem. No exterior, junto ao portal sul, está um cruzeiro. No interior, pode admirar-se tectos de caixotões de madeira com cenas hagiográficas e altares de talha dourada dos estilos nacionais e rococó.[3]
A Igreja de São Cristóvão de Nogueira é Um dos monumentos integrantes da Rota do Românico
Locais de Interesse
Parque de Merendas do Rio Sampaio
Parque de lazer com percurso pedestre situado em São Cristóvão de Nogueira junto à foz do ribeiro Sampaio próximo do rio Douro da Barragem do Carrapatelo construído entre 1997-1999.[4]
Barragem do Carrapatelo
A Barragem do Carrapatelo está localizada no Rio Douro, na fronteira dos distritos do Porto, e Viseu, respectivamente nos municípios de Marco de Canaveses e Cinfães, em Portugal. A construção da Barragem do Carrapatelo foi iniciada em 1965 e terminada em 1972. Inaugurada a 18 de Junho de 1972 pelo então presidente da república, Almirante Américo Thomaz, foi o primeiro empreendimento hidroeléctrico a ser construído no troço nacional do rio Douro e é, dos cinco aproveitamentos do Douro Nacional, o que dispõe de maior queda, 36,0 m.[5]
Eventos
Festa de São Cristóvão
A Festa em honra de São Cristóvão realiza-se no dia 25 de Julho, ou no domingo mais próximo desse mesmo dia. A cada ano que passa, esta festividade popular atrai a São Cristóvão de Nogueira milhares de pessoas, para assistir ao certame. Do programa religioso fazem parte o sermão e a majestosa procissão, constituída por andores e figurantes, sempre acompanhada por uma fanfarra ou banda de música. A animação cultural também é rica e diversificada, com muitos concertos e magníficos espectáculos de fogo de artifício.[6]
Referências
- ↑ Ventura, Jordi (2000). Monografia do Concelho de Cinfães. [S.l.]: Edição da Câmara Municipal de Cinfães
- ↑ Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes
- ↑ «Cinfães». Wikipédia, a enciclopédia livre (em português). 6 de fevereiro de 2018
- ↑ WebFarol. «Parque de Merendas do Rio Sampaio». Junta de Freguesia de São Cristovão de Nogueira (em português)
- ↑ «Barragem do Carrapatelo». Wikipédia, a enciclopédia livre (em português). 14 de fevereiro de 2018
- ↑ WebFarol. «Festividades». Junta de Freguesia de São Cristovão de Nogueira (em português)
Ligações externas
- Predefinição:DIGITARQ
- Junta de Freguesia de São Cristóvão de Nogueira
- Rota do Românico - Igreja de São Cristóvão de Nogueira