style="background: #Predefinição:Chembox fundo; text-align: center;" colspan="2" | Clonazepam Alerta sobre risco à saúde | |
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Nome IUPAC | 5-(2-clorofenil)-1,3-diidro-7-nitro-2H-1,4-benzodiazepina-2-ona. |
style="background: #Predefinição:Chembox fundo; text-align: center;" colspan="2" | Propriedades | |
Fórmula química | C15H10ClN3O3 |
Massa molar | 315.7 g mol-1 |
Aparência | pó cristalino, ligeiramente amarelado.[1] |
Ponto de fusão |
~239°C[1] |
Solubilidade em água | praticamente insolúvel na água[1] |
Solubilidade | pouco solúvel no álcool e no metanol.[1] |
style="background: #Predefinição:Chembox fundo; text-align: center;" colspan="2" | Farmacologia | |
style="background: #Predefinição:Chembox fundo; text-align: center;" colspan="2" | Página de dados suplementares | |
Estrutura e propriedades | n, εr, etc. |
Dados termodinâmicos | Phase behaviour Solid, liquid, gas |
Dados espectrais | UV, IV, RMN, EM |
style="background: #Predefinição:Chembox fundo; text-align: center;" colspan="2" | Exceto onde denotado, os dados referem-se a materiais sob condições normais de temperatura e pressão Referências e avisos gerais sobre esta caixa. Alerta sobre risco à saúde. |
O clonazepam pertence a uma classe farmacológica conhecida como benzodiazepinas, que possuem como principais propriedades inibição leve das funções do sistema nervoso central, permitindo assim uma ação anticonvulsivante, alguma sedação, relaxamento muscular e efeito tranquilizante. Em estudos feitos em animais, o medicamento inibiu crises convulsivas de diferentes tipos, devido à sua ação diretamente sobre o foco epiléptico e também por impedir que este interfira na função do restante do sistema nervoso.[2] É comercializado pelo laboratório Roche sob a marca Rivotril ou Navotrax na Europa, Ásia, América latina e Oceania e Klonopin nos Estados Unidos. Em maio de 2009, o clonazepam era o medicamento de tarja preta mais vendido do Brasil.[3]
Farmacologia
O clonazepam é um benzodiazepínico derivado do nitrazepam,[4] pois através do processo de cloração (em química orgânica, chama-se halogenação) do nitrazepam, é possível obter-se além do próprio clonazepam, o flunitrazepam. O clonazepam é considerado um "benzodiazepínico clássico", pois além de ser um dos que possuem estrutura molecular mais simples, também foi um dos primeiros a ser sintetizados em laboratório, juntamente com o diazepam, lorazepam, oxazepam, nitrazepam, flurazepam, bromazepam e clorazepato.
O clonazepam é quase completamente absorvido após administração oral, sendo sua absorção mais lenta quando administrado por via intramuscular. A biodisponibilidade absoluta do clonazepam é maior do que 90%. As concentrações plasmáticas máximas de clonazepam são alcançadas dentro de 2-3 horas após a administração oral. Quando administrado por via intravenosa, seu efeito sedativo ocorre aproximadamente 5 minutos após a administração. O clonazepam é eliminado por biotransformação, com a eliminação subsequente de metabólitos na urina e bile. Menos que 2% de clonazepam inalterado é excretado na urina. Em estudos feitos, a concentração do clonazepam nas fezes foi inferior a 0,5%.
A biotransformação ocorre principalmente pela redução do grupo 7-nitro para o derivado 4-amino. O produto pode ser acetilado para formar 7-acetamido-clonazepam ou glicuronizado. O 7-acetamido-clonazepam e o 7-aminoclonazepam podem ser adicionalmente oxidados e conjugados. O citocromo (CYP) P450 desempenha um importante papel no metabolismo de clonazepam. A meia-vida de eliminação de clonazepam é de 33 a 40 horas. O clonazepam está ligado em 82% a 88% às proteínas plasmáticas. Não existem evidências de que o clonazepam induz seu próprio metabolismo ou o metabolismo de outras drogas em humanos.
Indicações
O clonazepam é normalmente prescrito como ansiolítico geral nos casos de:[2]
- Síndrome do Pânico
- Ansiedade
- Distúrbio bipolar
- Agorafobia
- Depressão (como coadjuvante de antidepressivos, pois estes, geralmente causam insônia).
- Tratamento de epilepsia (como coadjuvante, pois o clonazepam ajuda a impedir o surgimento de uma crise epiléptica, pelos seus efeitos anticonvulsivos).
Riscos
Há estudos que associaram anomalias genéticas e deficiências congênitas em bebês de mulheres tratadas com clonazepam. Dentre as principais deficiências registradas estão: anomalias na formação dos lábios, orelhas e Insuficiência cardíaca. Mas tais estudos não são conclusivos. Também foi observado que mulheres grávidas utilizando o clonazepam correm o risco de sofrer um aborto do feto. Por isso é recomendável que mulheres grávidas ou com pretensão de engravidar nos próximos meses visitem o médico para uma possível suspensão do tratamento ou para avaliar a relação risco/benefício no uso da medicação. A única afirmação conclusiva que pode ser feita a de que o clonazepam atravessa a placenta e é encontrado no líquido amniótico e no leite materno.
Efeitos colaterais
Os efeitos colaterais que ocorreram com maior frequência com clonazepam são referentes à depressão do SNC. Outras reações, relacionadas por sistema, são:[5]
- Neurológico: Sonolência, ataxia, movimentos anormais dos olhos, afonia, movimentos coreiformes, coma, diplopia, disartria, disdiadococinesia, aparência de "olho-vítreo", enxaqueca, doença do labirinto, hemiparesia, hipotonia, nistagmo, depressão respiratória, fala mal articulada, tremor, vertigem, perda do equilíbrio, coordenação anormal, sensação de cabeça leve, letargia, parestesia;
- Psiquiátrico: Confusão, depressão, amnésia, alucinações, histeria, libido aumentada, insônia, psicose, tentativa de suicídio (os efeitos sobre o comportamento podem ocorrer com maior probabilidade em pacientes com história de distúrbios psiquiátricos), irritabilidade, concentração prejudicada, ansiedade, despersonalização, disforia, labilidade emocional, distúrbio de memória, libido diminuída, nervosismo, desinibição orgânica, ideias suicidas, lamentações;
- Respiratório: Congestão pulmonar, rinorreia, respiração ofegante, hipersecreção nas vias respiratórias superiores, infecções das vias aéreas superiores, tosse, bronquite, dispneia, rinite, congestão nasal, faringite;
- Cardiovascular: Palpitações, dor torácica;
- Dermatológico: Perda de cabelo, hirsutismo, erupção cutânea, edema facial e do tornozelo;
- Gastrintestinal: Anorexia, língua saburrosa, constipação, diarreia, boca seca, encoprese, gastrite, hepatomegalia, apetite aumentado, náusea, gengivas doloridas, desconforto ou dor abdominal, inflamação gastrintestinal, dor de dente;
- Genitourinária: Disúria, enurese, noctúria, retenção urinária, cistite, infecção do trato urinário, dismenorreia;
- Musculoesquelético: Fraqueza muscular, dores, lombalgia, fratura traumática, mialgia, nucalgia, deslocamentos e tensões;
- Hematopolético: Anemia, leucopenia, trombocitopenia, eosinofilia;
- Hepático: Elevações temporárias das transaminases séricas e da fosfatase alcalina, hepatomegalia;
- Distúrbios auditivos e vestibulares: Otite, Labirinto, vertigem;
- Diversos: Desidratação, deterioração geral, febre, linfadenopatia, ganho ou perda de peso, reação alérgica, fadiga, infecção viral.
- foram observados problemas comportamentais em aproximadamente 25% dos pacientes.
Interações medicamentosas
Farmacocinética: em um número limitado de estudos, o clonazepam não alterou a farmacocinética de outras drogas. O fenobarbital, fenitoína e carbamazepina induzem o metabolismo de clonazepam. A propantelina pode diminuir levemente a absorção de clonazepam. A fluoxetina e a ranitidina não afetam a farmacocinética do clonazepam. Apesar de não terem sido realizados estudos clínicos com base no envolvimento da família do citocromo P450 3A no metabolismo de clonazepam, os inibidores dessa enzima, especialmente os agentes antifúngicos orais, devem ser usados cuidadosamente em pacientes recebendo clonazepam. Farmacodinâmica: a ação de depressão do SNC da classe de drogas dos benzodiazepínicos pode ser potencializada pelo álcool, narcóticos, barbitúricos, hipnóticos não barbitúricos, agentes ansiolíticos, as fenotiazinas, agentes antipsicóticos das classes do tioxanteno e butirofenona, inibidores da monoaminoxidase e antidepressivos tricíclicos e por outras drogas anticonvulsivas. Carcinogenicidade, mutagenicidade, infertilidade: não foram realizados estudos de carcinogenicidade com clonazepam, porém dados de um estudo com o medicamento oral administrado cronicamente por 18 meses em ratos não revelaram nenhum tipo de tumor relacionado ao clonazepam. Adicionalmente, não há evidência de potencial mutagênico, conforme confirmado pelos três testes de reparo (rec. Pol, Uvr.) e testes de reversão (Ames) ambos in vitro ou em ratos (in vitro/in vivo). Em um estudo de fertilidade de duas gerações com clonazepam administrado oralmente para ratos em doses de 10 ou 100 mg/kg/dia, foi constatada diminuição do número de gravidez e diminuição da sobrevivência de crias até desmamar. Esses efeitos não foram observados em nível de dose de 5 mg/kg/dia.
Superdosagem
Os sintomas de superdosagem com clonazepam, similares àqueles causados por outros depressores do SNC, incluem sonolência, confusão, coma, reflexos diminuídos, parada respiratória e em casos extremos, morte. O antídoto dos Benzodiazepinicos é uma droga chamada Flumazenil, a qual é administrada por médicos, exclusivamente, em ambiente hospitalar.
Abuso e dependência
Os casos de dependência do clonazepam ocorrem principalmente em pacientes predispostos, com história de alcoolismo, abuso de drogas, forte personalidade, e quando se faz uso em doses altas e por períodos prolongados. [carece de fontes]
O clonazepam pode causar dependência física e psíquica. [carece de fontes]
Não há um prazo ou dose limite para começar a causar dependência. [carece de fontes]
Estima-se que sintomas de descontinuação ocorram em, no mìnimo, um a cada três usuários de longa data[6]. Os sintomas são similares àqueles notados nos barbitúricos e álcool (por exemplo: convulsões, psicoses, alucinações, distúrbio comportamental, tremor, cãibras musculares) após a descontinuação abrupta do clonazepam. Os sintomas de descontinuação mais graves normalmente foram limitados àqueles pacientes que receberam doses excessivas durante um período de tempo prolongado. Sintomas de descontinuação geralmente moderados (por exemplo: disforia e insônia) foram relatados após a descontinuação abrupta de benzodiazepínicos administrados continuamente em níveis terapêuticos durante vários meses. Consequentemente, após a terapia prolongada, a interrupção abrupta deve ser geralmente evitada e deve ser realizada diminuição gradual e programada.[5]
Os indivíduos predispostos a adquirir dependência (como os viciados em drogas ou álcool) devem ser vigiados com cuidado quando recebem clonazepam ou outros agentes psicotrópicos, devido à predisposição desses pacientes em adquirir hábito e dependência.
Dependência física | Baixa a moderada[7] |
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Dependência psicológica | Moderada a alta[8] |
Ver também
Referências
- ↑ 1,0 1,1 1,2 1,3 Farmacopéia Portuguesa VII
- ↑ 2,0 2,1 Roche. RIVOTRIL® (CLONAZEPAM). Acesso em 31 de maio de 2009
- ↑ Último Segundo. «Rivotril: a tarja preta mais vendida no País». Consultado em 31 de maio de 2009
- ↑ RESOR, Stanley R.; et. al. Informa Healthcare, ed. The Medical Treatment of Epilepsy. 1992. New York: [s.n.]
- ↑ 5,0 5,1 Efeitos colaterais, em: Bula do medicamento CLOPAM (Clonazepam - CRISTÁLIA) (2012) "CLOPAM - Reações Adversas/Efeitos Colaterais", São Paulo
- ↑ Zorzanelli, Rafaela Teixeira; Giordani, Fabíola; Guaraldo, Lusiele; Matos, Guacira Corrêa de; Brito Junior, Arnaldo Gomes de; Oliveira, Márcia Gonçalves de; Souza, Renata de Morais; Mota, Renata Quintão Mendes; Rozenfeld, Suely (2019). «Consumo do benzodiazepínico clonazepam (Rivotril®) no estado do Rio de Janeiro, Brasil, 2009-2013: estudo ecológico». Ciência & Saúde Coletiva (em português). 24 (8): 3129–3140. ISSN 1413-8123. doi:10.1590/1413-81232018248.23232017. Consultado em 13 de julho de 2020
- ↑ Pagliaro, Ann Marie; Pagliaro, Louis A. (2017). Women's Drug and Substance Abuse: A Comprehensive Analysis and Reflective Synthesis. [S.l.]: Routledge. p. PT145. ISBN 9781351618250
- ↑ Pagliaro, Ann Marie; Pagliaro, Louis A. (2017). Women's Drug and Substance Abuse: A Comprehensive Analysis and Reflective Synthesis. [S.l.]: Routledge. p. PT145. ISBN 9781351618250
Ligações externas
- «Rx-List - Clonazepam»
- «Poisons Information Monograph - Clonazepam»
- «FDA prescription insert» (PDF)
- «Bula do Rivotril cadastrada na Anvisa»
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