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Piconzé

Piconzé
Piconzé.jpg
Pôster promocional.
 Brasil
1972 •  cor •  80 min 
Direção Ypê Nakashima
Produção João Luiz Araújo
Mário Araújo
Sylvio Renoldi
Ypê Nakashima
Roteiro Ypê Nakashima
Nelson Padrella
João Luiz Araújo
(diálogos suplementares)
História Ypê Nakashima
Gênero fantasia
Música Damiano Cozzella
Décio Pignatari
Edição Sylvio Renoldi
Companhia(s) produtora(s) Telstar Filmes
Distribuição Distar Filmes
Lançamento Brasil 24 de janeiro de 1973
Idioma português

Piconzé, é o terceiro longa-metragem de animação brasileiro e o segundo colorido do país,[1] criado pelo cartunista e animador japonês Ypê Nakashima.

Sinopse

A história se passa em uma vila típica do nordeste brasileiro, onde Piconzé tenta salvar sua namorada Maria das terríveis garras do bandido Gustavo Bigodão, no caminho, se deparam com um dragão e uma bruxa e um Saci.

Desenvolvimento

O japonês Ypê Nakashima desembarcou no Brasil em 1956, trazendo a esposa, Emiko e o filho Itsuo. No país, começou trabalhando em publicações da colônia japonesa produzindo artigos, charges e tiras. Logo em seguida, se interessou pela animação e criou o papagaio Papa-Papo,[2] que teve 12 curtas produzidos entre 1959 e 1963 e nunca foram lançados comercialmente. Apoós conhecer João Luiz Araújo, fundaram juntos o estúdio Telstar, responsável pelos comerciais dos cobertores Parahyba e do Fortificante Wakamoto.[3][4][5] O filme Piconzé começou a ser desenvolvido em 1966. O animador colocou um anúncio em um dos jornais onde trabalhou, o São Paulo-Shimbun, a fim de conseguir mão de obra para o projeto. O artista plástico Ayao Okamoto fez a arte-final durante 3 anos.[4] A animação finalmente foi concluída em 1972 e lançada em 24 de janeiro de 1973.[6] Por conta dos trabalhos no longa, Ypê desenvolveu uma artrose no ombro. Chegou a iniciar um novo longa-metragem,[7] contudo, viria a falecer em 6 de abril de 1974, vítima de uma hemorragia interna.[2] Inspirado no pai, o filho Itsuo tornou-se um animador, havendo inclusive trabalhado em animações da Turma da Mônica, da Mauricio de Sousa Produções.[5]

Prêmios e homenagens

O filme foi premiado com a Coruja de Ouro do Instituto Nacional do Cinema (INC) de 1973,[2] em 1984, em visita ao Brasil, o mangaká Osamu Tezuka, assistiu a metade do filme em sessão exibida no Museu de Arte de São Paulo, em um evento realizo pela Fundação Japão e pela Associação Brasileira de Mangá e Ilustração (Abrademi).[8] Em 2002, o filme foi exibido no "Festival Internacional de Animação de Hiroshima",[9] em 2008, em virtude do Centenário da imigração japonesa ao Brasil, o longa animado Piconzé é exibido na cerimonia de entrega do 24º Prêmio Angelo Agostini,[10] logo em seguida, Ypê é premiado com o Troféu HQ Mix na categoria "Grande Mestre", na ocasião, pela primeira vez o Troféu premiava cinco artistas ao mesmo tempo, além de Ypê, foram premiados quadrinhista da EDREL (Editora de Revistas e Livros): os irmãos Pauloe Roberto Fukue, Fernando Ikoma e Minami Keizi, o troféu foi inspirado na revista "O Samurai" de Claudio Seto (falecido naquele ano),[11][12] tanto Seto, quanto Keizi são conhecidos por introduzir o estilo dos quadrinhos japoneses (mangás) no país.[13] No ano seguinte, a Fundação Japão faz uma exposição sobre o artista, exibindo na integra o filme Piconzé e um documentário produzido por Itsuo e Helio Ishii,[5] no mesmo ano, o documentário foi exibido no Anima Mundi.[14]

Referências

  1. Giannalberto Bendazzi (1978). Topolino e poi: cinema d'animazione dal 1888 ai giorni nostri. [S.l.]: Il formichiere 
  2. 2,0 2,1 2,2 «Quem foi Ypê». Núcleo Virgulino 
  3. Henrique Minatogawa (7 de agosto de 2012). «Estreia de 'Piconzé', de Ypê Nakashima, completa 40 anos - Parte 2». Made in Japan/Editora JBC. Arquivado do original em 22 de fevereiro de 2015 
  4. 4,0 4,1 Henrique Minatogawa (7 de agosto de 2012). «Estreia de 'Piconzé', de Ypê Nakashima, completa 40 anos - Parte 3». Made in Japan/Editora JBC. Arquivado do original em 22 de fevereiro de 2015 
  5. 5,0 5,1 5,2 Antonio Gonçalves Filho (02/06/2009). "Um tributo ao pioneiro do desenho". O Estado de São Paulo
  6. Sergio Augusto (24 de janeiro de 1973). "Peter Pan nativo". Revista Veja #229, Editora Abril
  7. Henrique Minatogawa (7 de agosto de 2012). «Estreia de 'Piconzé', de Ypê Nakashima, completa 40 anos - Parte 4». Made in Japan/Editora JBC. Arquivado do original em 22 de fevereiro de 2015 
  8. Francisco Noriyuki Sato. «ABRADEMI e a visita de Osamu Tezuka ao Brasil». Abrademi 
  9. «Ilustrador japonês Ypê Nakashima recebe homenagem em São Paulo». Made in Japan/Editora JBC. 26 de maio de 2009. Arquivado do original em 28 de novembro de 2012 
  10. Andréa Pereira (16 de janeiro de 2008). «Veja os vencedores do 24º Prêmio Angelo Agostini». HQManiacs. Arquivado do original em 24 de janeiro de 2018 
  11. Entrevista Claudio Seto - O Samurai Mágico da HQB (parte 2)
  12. Sidney Gusman (17 de julho de 2008). «Universo HQ é octacampeão do HQ Mix; confira todos os premiados». Universo HQ 
  13. Elydio dos Santos Neto (Primeiro semestre de 2009). «Minami Keizi, a Edrel e as HQs brasileiras: Memórias do desenhista, do roteirista e do editor» (PDF). Universidade Municipal de São Caetano do Sul. Caderno.com. 4 (1): 28-48. ISSN 1980-0916  Verifique data em: |data= (ajuda)
  14. Bruna Cataldi (12 de julho de 2012). «As Cores de Nakashima». Anima Mundi 

Ligações externas

Piconzé. no IMDb.

Predefinição:Indústria de animação no Brasil


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