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Paulo Amaral

Disambig grey.svg Nota: Se procura o ex-presidente do São Paulo Futebol Clube, veja Paulo Amaral Vasconcelos.

Predefinição:Info/Treinador Paulo Lima Amaral, mais conhecido como Paulo Amaral (Rio de Janeiro, 18 de outubro de 1923 — Rio de Janeiro, 1 de maio de 2008), foi um preparador físico, futebolista e treinador brasileiro.

É considerado o pioneiro da preparação física no futebol do Brasil[1] e foi o primeiro preparador físico da Seleção Brasileira, nas campanhas vitoriosas das Copas do Mundo de 1958 e 1962,[2] e ainda na edição de 1966.[3]

Carreira

Com a cabeça sempre raspada à navalha (o que não era comum naquela época), quase dois metros de altura e "cem quilos de músculos",[4] Amaral tinha um gênio difícil e vivia às turras com os jornalistas que cobriam as equipes que treinava.[5] Sua carreira no esporte começou como zagueiro reserva do Flamengo, entre 1942 e 1945. De lá seguiu para o Botafogo, onde ficou entre 1946 e 1948, ano em que se formou em Educação Física.[5] Em 1953, um ano depois de tirar o diploma de técnico de futebol,[5] seu ex-colega de time Sylvio Pirillo, novo técnico do Botafogo, chamou-o para ser preparador físico do time, além de técnico dos aspirantes.[6]

Amaral a Juventus

Foi chamado para ser o preparador físico da Seleção na Copa do Mundo de 1958, realizada na Suécia, e ajudou também ao convencer o supervisor Carlos Nascimento de que os dribles de Garrincha não eram deboche.[7] Na primeira conquista mundial do Brasil, Amaral destacou-se ao dar a volta olímpica com uma bandeira da Suécia, depois da vitória brasileira na final em Estocolmo, em 1958.[2] Na ocasião, ele falou que queria homenagear o povo sueco, que tinha recebido muito bem a seleção do Brasil. Foi a partir do destaque de Amaral que os times brasileiros começaram a ter profissionais específicos para a função de preparador físico, que, antes dele, era sempre improvisada.[1] No ano seguinte, durante o Campeonato Sul-Americano no Equador, serviu como "segurança" dos jogadores da Seleção, em uma tentativa de agressão depois da derrota por 3 a 0 para o Uruguai: nocauteou várias pessoas que partiram para cima.[5] Em 1960 assumiu como treinador do Botafogo pela primeira vez. No ano seguinte, foi para o Vasco e em 1962 voltou à Seleção Brasileira como preparador físico e auxiliar técnico do treinador Aymoré Moreira.[5]

Depois da Copa de 1962, foi para a Itália treinar a Juventus, onde ficou até 1964 e foi vice-campeão italiano em 1962-63,[8] quando voltou ao Brasil para comandar o Corinthians. Ficou apenas 28 partidas — e chegou a ser detido pela polícia após uma delas, em Porto Alegre, por ter agredido um radialista[9] —, deixando o clube para assumir o italiano Genoa, e tornou-se o único treinador do time durante o período de jejum (1954-1977) a deixar a equipe por vontade própria.[10] Voltou ao Brasil para ser novamente o preparador físico da Seleção na Copa do Mundo de 1966 e, ao voltar, assumiu como técnico do Atlético-MG, mas não ganhou um jogo sequer,[5] o que foi atribuído à rígida disciplina por ele exigida de seus jogadores.[4]

No Bahia, em outubro de 1968, durante uma partida contra o Fluminense, agrediu o bandeirinha Délson Almeida Santos e tentou agredir o árbitro Amílcar Ferreira, que solicitou à polícia que prendesse o técnico.[11] Paulo teve de seguir para a delegacia após o jogo.[11] Acabou por tirar um ano de férias, em 1969, e, depois, assumiu o Fluminense, substituindo Telê Santana. Foi lá que ganhou seu único título como treinador, o Torneio Roberto Gomes Pedrosa de 1970,[12] depois de ganhar um voto de confiança da diretoria quando perdeu a Taça Guanabara daquele ano para o Flamengo[13] e de atritos com jogadores depois de alguns tropeços durante a campanha — o estilo de Amaral contrastava bastante com o de Telê, que o antecedera no Flu.[4] "Sou exigente com os jogadores, porque eu e eles somos empregados do clube", disse à época. "Temos uma missão a cumprir: aquela que nos é confiada pela direção do clube e pela sua torcida e que nada tem a ver com nossos problemas pessoais."[4]

Treinou ainda o Porto, de Portugal, o America, o Remo e o Guarani ao longo de sua carreira.[12] No Guarani foi demitido após romper relações com a imprensa campineira e discutir seriamente com o zagueiro Amaral, um dos principais jogadores do time.[14] Em 1978, teve uma passagem conturbada pelo Predefinição:Futebol Al-Hilal, da Arábia Saudita, quando assinou dois contratos, um em inglês e outro em árabe, e depois descobriu que só o contrato em árabe tinha validade.[15]

Paulo Amaral foi o primeiro caso de um homem que linchou uma multidão. Em um jogo em que ele estava sendo hostilizado pela torcida, não teve dúvidas: partiu para cima da torcida, distribuindo socos e fazendo os torcedores fugir dele.[16]

Títulos

Como treinador

Fluminense

Bahia

Campanhas de destaque

Como treinador

Juventus
Fluminense

Aposentadoria e morte

Em 2006, foi homenageado pela CBF, ao lado do dentista Mário Trigo, por ter participado da comissão técnica das conquistas da Seleção[3] Morreu de câncer, em 1 de maio de 2008, em sua casa no bairro de Copacabana, na cidade do Rio de Janeiro.[2]

Enlace externo

Análise tática da revista Placar nº 39, de 11 de dezembro de 1970, sobre o time do Fluminense após o fim da Primeira Fase da Taça de Prata de 1970, página 33.

Referências

  1. 1,0 1,1 "Datas", Veja número 2.059, 7/5/2008, Editora Abril, pág. 144
  2. 2,0 2,1 2,2 "Preparador do bi 58/62 morre no Rio", Jornal da Tarde, 2/5/2008, pág. 16C
  3. 3,0 3,1 «Paulo Amaral, preparador físico do Brasil nas Copas de 1958 e 1962", Rogério Micheletti e Ednilson Valia, Terceiro Tempo.com.br, 2/5/2008» 
  4. 4,0 4,1 4,2 4,3 "Paulo Amaral, você é o culpado", Placar número 34, 6/11/1970, Editora Abril, pág. 39
  5. 5,0 5,1 5,2 5,3 5,4 5,5 "Paulo Amaral, um durão", Teixeira Heizer, Placar número 41, 25/12/1970, Editora Abril, pág. 19
  6. O Globo Online (1 de maio de 2008). «Morre Paulo Amaral, ex-preparador físico da seleção brasileira». Consultado em 5 de maio de 2008 
  7. "Lembranças de 1958", Armando Nogueira, Lance!, 25/6/2008, pág. 32
  8. Almanacco Illustrato de Calcio '95", Panini, 1994, pág. 118
  9. «Internacional venceu Corintians e Paulo Amaral acabou na prisão». São Paulo: Diário Popular. Diário Popular (25 412): 14 (2.º caderno). 26 de fevereiro de 1964 
  10. Celso Dario Unzelte, Almanaque do Corinthians Placar, Editora Abril, 2005, pág. 742
  11. 11,0 11,1 «Santos e Coríntians venceram ontem à noite». Folha de S. Paulo (14 375). São Paulo: Empresa Folha da Manhã S.A. 24 de outubro de 1968. 9 páginas 
  12. 12,0 12,1 «Paulo Amaral, preparador físico bicampeão do mundo em 58/62, morre no Rio de Janeiro, aos 84 anos", CBF News, 1/5/2008» [ligação inativa] 
  13. "Fluminense, com uma goleada", Placar número 16, 3/7/1970, Editora Abril, pág. 30
  14. «A triste sina dos técnicos no maior campeonato do mundo». Folha de S. Paulo (17 778). São Paulo: Empresa Folha da Manhã S.A. 5 de dezembro de 1977. 14 páginas 
  15. "Paulo Amaral no conto das Arábias", Irlam Rocha Lima e Marcelo Rezende, Placar número 443, 20/10/1978, Editora Abril, pág. 66
  16. «Título ainda não informado (favor adicionar)» 

Ligações externas

  1. RedirecionamentoPredefinição:fim

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1960–1961
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1971
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1970–1971
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1971–1972
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1978
Sucedido por
Zagallo

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