Pártia era uma região do nordeste do atual Irão, conhecida por ter sido a base político-cultural da dinastia arsácida, soberanos do Império Parta.
O nome 'Pártia' vem do latim Parthia, a partir do persa antigo Parthava, uma auto-designação do idioma parta que significa "dos partas", um povo iraniano da Antiguidade.
Geografia
A Pártia corresponde aproximadamente à metade ocidental da região do Coração (Khorasan), no nordeste do Irã. Tem como fronteiras naturais a cordilheira de Kopet Dag, no norte, e o deserto de Dasht-e-Kavir, ao sul. A oeste, fazia fronteira com a Média, ao norte com a Hircânia, a Margiana a nordeste e a Ária a sudeste.
Durante o período arsácida, a Pártia foi unida com a Hircânia dentro de uma única unidade administrativa, e aquela região portanto costuma ser considerada como parte integrante da Pártia.
História
Sob os aquemênidas
Como a região habitada pelos partas, a Pártia aparece pela primeira vez como entidade política nas listas de satrapias sob o domínio aquemênida. Anteriormente, os povos da região parecem ter sido dominados pelos medos,[1] e textos assírios do século VII a.C. mencionam um país chamado Partakka ou Partukka - embora este local "não tenha necessariamente coincidido, topograficamente, com a Pártia dos anos posteriores."[2]
Um ano após Ciro, o Grande derrotar o medo Astíages, a Pártia se tornou uma das primeiras províncias a reconhecer Ciro como seu governante, e esta demonstração de lealdade garantiu os flancos orientais do reino de Ciro, permitindo-lhe conduzir a primeira de suas campanhas imperiais, contra Sardes.[3] De acordo com fontes gregas, após Dario I tomar o trono aquemênida, os partas se uniram com o rei medo Fraortes e iniciaram uma revolta; Histaspes, governador aquemênida da província (tido por algumas fontes como pai de Dario) conseguiu, no entanto, reprimir a rebelião, que teria ocorrido por volta de 522-521 a.C.
A primeira menção da Pártia pelos próprios iranianos é a Inscrição de Beistum, de Dario I, na qual a Pártia é listada entre as províncias vizinhas à Drangiana. A inscrição data de por volta de 520 a.C. O centro administrativo da satrapia pode ter se localizado na cidade que mais tarde viria a ser conhecida como Hecatômpilo.[4] Os partas também aparecem na lista de povos dominados pelos aquemênidas, de Heródoto; o historiador trata os partas, corásmios, soguedianos e ários como povos de uma mesma satrapia (a 16ª),[5] cujo tributo anual ao rei seria de apenas 300 talentos de prata.[5] Isto tem sido motivo de disputa entre os estudiosos modernos.[6]
Na Batalha de Gaugamela, em 331 a.C., que colocou em lados opostos as tropas de Dario III e Alexandre, o Grande, uma unidade parta foi comandada por Fratafernes, que era então governador aquemênida da Pártia. Após a derrota de Dario, Fratafernes entregou o poder da região a Alexandre, quando os macedônios ali chegaram, no verão de 330 a.C., e acabou sendo reindicado para o cargo.
Referências
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Bibliografia
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