Um panchão é um cartucho de pólvora, revestido por papel vermelho. É um elemento típico da China, sendo tradicionalmente queimado para cumprir um dos rituais do Ano Novo Chinês.
De acordo com a lenda, a queima dos panchões, cujo rebentamento produz um ruído ensurdecedor, destina-se a afugentar um animal sobrenatural, que tem como vício matar pessoas e gado no fim do ano. Os panchões não são acesos com um isqueiro ou com um fósforo, mas sim com um pivete, ou seja, um pau de incenso, idêntico aos que são queimados nos templos ou à porta das casas.
Tal como nas cidades chinesas, em Macau existem zonas onde é permitido fazer rebentar panchões. Antigamente, era permitido fazê-lo em qualquer parte da cidade. Actualmente, as zonas onde são vendidos os panchões estão separadas das zonas onde são rebentados, para evitar acidentes. Os locais próprios para os rebentamentos são inclusivamente vigiados pela polícia e bombeiros e limpos com frequência.
Em Hong-Kong, a queima de panchões foi proibida após os motins desencadeados no Verão de 1967, promovidos por simpatizantes da Revolução Cultural Chinesa. Os chineses que participaram nestes motins fabricaram secretamente bombas, a partir da pólvora existente nos panchões, para atacar a polícia e os capitalistas ingleses.